Inicial Com Pedido de Tutela de Urgência 2024

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AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DA CAPITAL

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

João Paulo, estado civil XXX, profissão XXX, número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas XXX, endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado na rua XXX, número XXX,
na cidade do Rio de Janeiro-RJ, CEP XXX, por seu advogado, com endereço profissional na rua
XXX, número XXX, na cidade XXX, CEP XXX, propõe AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA CUMULADA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, com PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, com
fundamento nos artigos 319 e 300 do Código de Processo Civil, bem como demais dispositivos
aplicáveis, em face de Banco XYZ, pessoa jurídica de direito privado, número de inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica XXX, endereço eletrônico XXX, com sede na rua XXX,
número XXX, na cidade do Rio de Janeiro-RJ, CEP XXX, o fazendo pelos motivos de fato e de
direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Ao tentar comprar um eletrodoméstico, o autor foi informado pelo


estabelecimento vendedor que não seria possível aceitar o pagamento financiado em virtude
de uma negativação de seu nome junto aos cadastros restritivos de crédito feita pelo Banco XYZ,
o que causou surpresa, tendo em vista que o autor nunca contratou com tal banco.

Diante do ocorrido, o autor buscou informações e verificou que a dívida, origem da


negativação, refere-se a um contrato de empréstimo de R$ 10.000,00 que ele nunca celebrou,
sendo, portanto, fruto de alguma fraude com seu nome, de maneira que se dirigiu ao banco,
pedindo a imediata exclusão de seu nome do cadastro restritivo, o que foi negado pelo Banco
XYZ.

DOS FUNDAMENTOS

O caso em análise é clara hipótese de relação de consumo, eis que, nos termos do
art. 17 do CDC, o autor é vítima do evento decorrente de defeito na prestação dos serviços por
parte do réu.

Trata-se, em verdade, de serviço defeituoso, eis que não prestado com a segurança
necessária, tanto que o réu permitiu que terceira pessoa utilizasse, indevidamente, os dados do
autor para a contratação de serviço, o que, nos termos do art. 14, §1º, do CDC, impõe
responsabilidade objetiva ao réu, que deve responder, independentemente da existência de
culpa, pelos danos causados ao autor.

Resta claro que não se pode provar algo que não ocorreu. Nessa medida, é de rigor
a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, eis que presentes seus
requisitos, para fins de que ao réu caiba provar a existência do contrato.

A verossimilhança das alegações decorre da própria negativação do nome do autor,


bem como da impossibilidade de provar a não existência do contrato. Também a
hipossuficiência é clara, eis que, de um lado, há uma pessoa natural e, de outro, uma gigante
instituição financeira, com incomensurável poderio econômico, o que lhe confere, também,
ampla superioridade técnica no processo.
Uma vez reconhecida, por esse MM. Juízo, a inexistência do débito, impõe-se a
obrigação de o réu proceder, imediatamente, à retirada dos dados do autor dos cadastros
restritivos de crédito.

A inclusão indevida em cadastros restritivos é clara hipótese de causação de danos


morais, como amplamente sedimentado na jurisprudência pátria. Ademais, os artigos 186, do
código civil e 6, VI, do código do consumidor, reconhecem, textualmente, o dano moral como
passível de indenização.

É claro que o dano moral não é, “a priori”, fisicamente mensurável. Trata-se de


dano “in re ipsa”, vale dizer, presumido, caracterizado pela própria situação em si, sendo
desnecessária sua prova.

Também resta claro o nexo de causalidade entre a conduta do réu, consubstanciada


na inclusão indevida – porque inexistente dívida – dos dados do autor em cadastros restritivos
de crédito. Assim, considerado o sofrimento experimentado pelo autor, bem como o vulto
econômico do réu, tem-se que R$ 30.000,00 é valor hábil a compensar o sofrimento, não
caracterizar enriquecimento sem causa, bem como dissuadir o réu da reiteração da conduta.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Presentes os requisitos do art. 300, do CPC, é de rigor a concessão de tutela de


urgência, para fins de determinar a imediata retirada dos dados do autor dos cadastros de
inadimplentes.

A probabilidade do direito, também chamada de “fumus boni juris” está presente


pela comprovação da inclusão indevida e pela impossibilidade de o autor demonstrar a não
existência do contrato, o que é ratificado pela inversão do ônus da prova a ser deferida nos
presentes autos.

O risco de dano, também chamado “periculum in mora” resta patentemente


demonstrado, eis que já há inscrição indevida em cadastro restritivo de crédito, de maneira que,
mais do que risco, já há ocorrência de dano, que aumenta a cada dia em que os dados do autor
permanecem nos cadastros.

Também resta clara a reversibilidade da medida, eis que, na remota hipótese de


insucesso do autor na presente demanda, bastará restabelecer a inscrição nos mencionados
cadastros restritivos.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer: i) a concessão da tutela de urgência, sem oitiva da parte


contrária, para fins de determinar, imediatamente, a retirada dos dados do autor dos cadastros
restritivos de crédito; ii) seja o réu citado para os termos da presente, sob as penas da lei; iii)
seja concedida a inversão do ônus da prova, eis que presentes os requisitos; iv) seja julgado
procedente o pedido, para fins de declarar inexistente o contrato entre autor e réu, confirmar a
tutela de urgência concedida, tornando definitiva a exclusão dos dados do autor dos cadastros
de inadimplentes, bem como condenar o réu ao pagamento de indenização por danos morais
ao autor no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais); v) seja o réu condenado ao pagamento
dos ônus da sucumbência; vi) a produção de todas as provas em direito admitidas; vii) o autor
manifesta desinteresse na realização de audiência de conciliação ou mediação.

Dá à causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).


Termos em que pede deferimento

Local, data.

Advogado XXX, número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e


assinatura.

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