29776-Texto Do Artigo-94642-100963-10-20211201

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ISSN 2674-8959

Anais Eletrônicos

V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET
26 a 29 de outubro de 2021
© 2021 Editora Unoesc
Direitos desta edição reservados à Editora Unoesc
É proibida a reprodução desta obra, de toda ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios, sem a permissão
expressa da editora.
Rua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra, 89600-000 – Joaçaba – SC, Brasil
Fone: (49) 3551-2000 – [email protected]

Editora Unoesc
Coordenação
Tiago de Matia

Agente administrativa: Simone Dal Moro


Revisão metodológica: Paula Stechenski Zaccaron
Projeto gráfico: Simone Dal Moro
Diagramação: Saimon Guedes
Capa: Marketing Unoesc

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)


S612a Simpósio das Engenharias ACET (5: 2021, 26 a 29,
out.: Joaçaba, SC).
Anais eletrônicos do V Simpósio das Engenharias
ACET / Universidade do Oeste de Santa Catarina –
Joaçaba: Unoesc, 2021.

ISSN: 2674-8959

1. Engenharia – Pesquisa. 2. Tecnologia -


Pesquisa. 3. Desenvolvimento regional - Pesquisa. I.
Frinhani, Eduarda de Magalhães Dias, (edit.). II.
Luvizão, Gislaine, (edit.). III. Título.

CDD 620

Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc

Reitor
Aristides Cimadon

Vice-reitores de Campi
Campus de Chapecó
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Campus de São Miguel do Oeste
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César Milton Baratto
Marconi Januário
Marcieli Maccari
Daniele Cristine Beuron

A revisão linguística é de responsabilidade dos autores


V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................................................................5

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DO CONCRETO COM INCORPORAÇÃO DO RESÍDUO DE


RECICLAGEM DE BATERIAS AUTOMOTIVAS.......................................................................................................................7

APLICAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO NA REMOÇÃO DE FERRO DE SOLUÇÕES AQUOSAS. . ..........................9

AS CRIPTOMOEDAS COMO MEIO DE TRANSFERÊNCIA FINANCEIRA INTERNACIONAL PELAS


EMPRESAS DO MEIO-OESTE CATARINENSE..................................................................................................................... 11

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATO AQUOSO DE FOLHAS DE MIRTILO PELO MÉTODO DPPH..................13

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EMPRESAS DO MEIO-................................................................. 15

OESTE CATARINENSE. . ................................................................................................................................................................. 15

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DO PROCESSO DE SENESCÊNCIA DE MAÇÃS .......................................... 17

CONCRETO ARMADO NO SISTEMA DE ESGOTO............................................................................................................ 19

DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS EM EXTRATO AQUOSO DE FOLHAS DE


ÁRVORE DE MIRTILO (VACCINIUM SPP).. ........................................................................................................................... 21

DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DE FORMAÇÃO DO PAPEL RECICLADO UTILIZANDO REDES


NEURAIS CONVOLUCIONAIS. . ................................................................................................................................................. 23

ESTUDO DE MELHORAMENTO DE TRAÇO PARA BASE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL EM BRITA


GRADUADA SIMPLES ................................................................................................................................................................. 25

ESTUDO DE MISTURA DE SOLO-CIMENTO COM A INCORPORAÇÃO DE PÓ DE CASCA DE OVO


DE GALINHA.................................................................................................................................................................................... 27

ESTUDO E SIMULAÇÃO DE UM RETIFICADOR MONOFÁSICO PFC...................................................................... 29

INVERSOR DE ALTA FREQUÊNCIA COM COMANDO ANALÓGICO PARA APLICAÇÕES EM


TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA SEM FIO............................................................................................................................ 31

MODELAGEM MATEMÁTICA E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE UMA REAÇÃO DE


SAPONIFICAÇÃO EM REATOR CSTR NÃO ISOTÉRMICO. . ........................................................................................... 33

OPERAÇÕES UNITÁRIAS PARA OBTENÇÃO DE CHÁ NUTRACÊUTICO............................................................... 35

PROPOSTA DE UM DISPOSITIVO PARA A DETECÇÃO DE OBSTÁCULOS PARA AUXÍLIO NA


LOCOMOÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL. . .......................................................................................... 37

PROPOSTA DE UM SISTEMA DE GEOLOCALIZAÇÃO PARA AUXÍLIO NA LOCOMOÇÃO DE


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL. . ................................................................................................................................ 39

UTILIZAÇÃO DE COAGULANTES À BASE DE TANINO EM SUBSTITUIÇÃO AO SULFATO DE


ALUMÍNIO NO TRATAMENTO DE ÁGUA.............................................................................................................................. 41

UTILIZAÇÃO DO PROCESSO FENTON PARA REMOÇÃO DE FORMALDEÍDO DO EFLUENTE


INDUSTRIAL..................................................................................................................................................................................... 43

outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Apresentação

A dificuldade recente no que diz respeito ao aumento do número de desempregados em diversas áreas de ati-

vidades industriais exige dos futuros profissionais uma nova postura, em que a proatividade e a versatilidade, bem como

a alta qualificação se tornam requisitos fundamentais que podem facilitar a entrada dos profissionais de Engenharia no

mercado de trabalho. Pensando nisso, a Unoesc promoveu, entre os dias 26 e 29 de outubro de 2021, o V Simpósio das En-

genharias da ACET, foram mais de 130h de programação entre palestras, oficinas, minicursos e apresentações científicas,

ofertadas de forma remota ou presencial.

O evento teve como foco principal divulgar os trabalhos de pesquisa e extensão desenvolvidos nos Cursos de

Engenharia Civil, de Computação, Elétrica, Mecânica, de Produção e Química e oferecer palestras e oficinas que comple-

mentam a formação dos participantes nas mais diversas áreas de atuação.

A realização desse evento torna-se importante para a região de abrangência da Unoesc Joaçaba, pois propicia-

rá a aproximação da universidade com as indústrias e a comunidade em geral, a partir da divulgação dos trabalhos dos

Cursos e a troca de experiências, fortalecendo parcerias e beneficiando os envolvidos.

Desejamos a todos uma ótima leitura! Que os trabalhos aqui apresentados possam trazer novos conhecimen-

tos, além de contribuírem para o desenvolvimento e/ou aprimoramento de técnicas científicas e tecnológicas.

Prof.ª Dra. Eduarda de Magalhães Dias Frinhani

Prof.ª Ma. Gislaine Luvizão

Editoras

outubro de 2021 5
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES DO CONCRETO COM INCORPORAÇÃO DO RESÍDUO DE


RECICLAGEM DE BATERIAS AUTOMOTIVAS

Chaiana Bertusso Ferreira1; Maiara Foiato2; Jhulis Marina Carelli3

1
Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professora Mestra em Engenharia Civil na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Professora Mestra em Engenharia Civil na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected] 1 INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO 1,38: 2,12: 0,50 (Cimento Portland CP II-Z-32, areia fina, brita I

e água), sem a incorporação do resíduo.

Posteriormente, partindo-se das quantidades de


Atualmente tem-se buscado a minimização dos
materiais utilizadas no traço de referência, foram desenvol-
impactos ambientais afim de priorizar a sustentabilidade e
vidos os traços com a incorporação da escória onde execu-
colaborar com o meio ambiente, sendo a reciclagem uma
tou-se um traço substituindo 10% da massa de areia pelo re-
maneira para contribuir neste aspecto. O resíduo escória,
síduo, e os demais traços com 5%, 7,5%, 10% e 13,8% de adição
proveniente da reciclagem de baterias automotivas, é ge-
de escória sobre a massa do cimento (utilizado no traço de
rado no processo de fundição de chumbo. A quantidade
referência). No estado fresco dos concretos foram realiza-
gerada deste resíduo é significativamente grande, sendo
dos os ensaios de massa específica, conforme a NBR 9833
descartado em aterros. Para tentar minimizar este impac-
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009),
to, esta pesquisa buscou incorporar a escória na construção
e de abatimento do tronco de cone, seguindo a NBR 16889
civil, visto que é um dos setores com maior capacidade de
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020).
utilizar resíduos na composição de materiais de construção.
No estado endurecido foi realizado o ensaio de resistência à
Neste estudo, a incorporação do resíduo se deu
compressão dos concretos, nas idades de 28 e 180 dias, con-
no concreto, material utilizado em grandes proporções em
forme a NBR 5739 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
todo o mundo, com objetivo de avaliar a influência da utili-
TÉCNICAS, 2018).
zação da escória em propriedades no estado fresco e endu-

recido de tais misturas cimentícias.


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado esperado era de encontrar uma apli-

cabilidade funcional ao resíduo, evitando acúmulos ainda

maiores do mesmo no meio ambiente e inclusive mini- A Tabela 1 apresenta os resultados do ensaio de

mizando as despesas das empresas devido a destinação abatimento de tronco de cone e massa específica dos con-

obrigatória deste material aos aterros. cretos.

2 METODOLOGIA Tabela 1 – Abatimento de tronco de cone e massa específica dos


concretos

Abatimento Massa específica


Traço
(mm) (kg/m³)
Primeiramente foi feita a coleta e preparação dos
Referência 110 2400
materiais para desenvolver os traços de concreto. A coleta do
10% (subst areia) 64 2400
resíduo foi feita em uma empresa de reciclagem de baterias 5% (adição) 88 2420
localizada na região Oeste de Santa Catarina. A areia natural 7,5% (adição) 85 2400
e a brita I (origem basáltica), utilizadas no concreto, foram 10% (adição) 90 2420

doadas pelo Laboratório de Engenharia Civil da Unoesc-Joa- 13,8% (adição) 57 2400


Fonte: os autores.
çaba. O cimento utilizado foi o CP II-Z-32 comprado em uma

loja de materiais de construção. Os concretos foram confec-


No estado fresco, de forma geral, observou-se
cionados iniciando pelo traço de referência, sendo este de 1:
a redução na trabalhabilidade dos concretos com resíduo.

Como pode-se observar na Tabela 1, o resultado do abati-

outubro de 2021 7
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

mento de tronco de cone diminuiu consideravelmente Fonte: os autores.

em razão da substituição de 10% da massa de areia pelo


Os resultados dos ensaios em 28 dias de idade,
resíduo, por este motivo os demais traços foram realiza-
Gráfico 1, mostraram que o traço de referência apresentou
dos com a adição da escória no concreto e não mais em
a maior resistência à compressão em relação aos demais,
substituição. O traço confeccionado com adição do resíduo
enquanto os concretos com substituição de 10% da areia
em 13,8% apresentou uma redução da trabalhabilidade de
pelo resíduo e aquele com adição de 13,8% de escória in-
aproximadamente 48% comparado ao traço de referência.
dicaram os menores resultados, comparando-se os traços.
Neville e Brooks (2013) explicam que para concretos com
Todavia, verificou-se comportamentos ligeiramente dife-
materiais mais finos atingirem determinada trabalhabilida-
rentes em 180 dias, Gráfico 2, onde o traço com adição de
de, os mesmos requerem mais água, pois devem garantir a
5% do resíduo foi o que apresentou a maior resistência à
molhagem de toda a superfície específica dos materiais, o
compressão e os demais ficaram com valores mais próxi-
que explica os resultados encontrados. A massa específica
mos, ambos em relação ao traço de referência.
não mostrou alterações significativas, variando entre 2400

kg/m³ à 2420 kg/m³.


4 CONCLUSÕES
No Gráfico 1 estão apresentados os resultados

do ensaio de resistência à compressão dos concretos com


O concreto no estado fresco foi significativa-
idade de 28 dias.
mente influenciado devido a incorporação do resíduo nas
Gráfico 1 – Resistência à compressão em 28 dias misturas, ocasionando elevada redução da trabalhabilida-

de, contudo sem grandes variações na massa específica.

Quanto a resistência à compressão, pode-se perceber que

quando o resíduo foi incorporado ao concreto em teores de

até 10% os resultados se mostraram ligeiramente melhores

além de acréscimos importantes ao longo do tempo, con-

cluindo-se que o resultado da pesquisa se mostrou positivo

em relação à incorporação do resíduo em longo prazo.

AGRADECIMENTO

SED-SC UNIEDU.
Fonte: os autores.

REFERÊNCIAS
O Gráfico 2 mostra os resultados de resistência à

compressão dos concretos com idade de 180 dias.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-
Gráfico 2 – Resistência à compressão em 180 dias
-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR


9833 – Concreto fresco - Determinação da massa espe-
cífica, do rendimento e do teor de ar pelo método gravi-
métrico. Rio de Janeiro, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NOR-


MA MERCOSUL. NBR NM 16889 - Concreto - Determina-
ção da consistência pelo abatimento do tronco de cone.
Rio de Janeiro, 2020.

NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. 2.


ed. Porto Alegre: Bookma, 2013. 448 p.

8 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

APLICAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO NA REMOÇÃO DE FERRO DE SOLUÇÕES AQUOSAS

Mariana da Silva Barreto¹; Leonardo Henrique de Oliveira2

1
Graduando em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Doutor em Engenharia Química pela Universidade Federal de Santa Catariana; [email protected]

1 INTRODUÇÃO A ortofenantrolina foi preparada com 0,5 g de 1,

10-fenantrolina monoidratada em 500 mL de água destila-

da e adicionou-se 2 gotas de ácido clorídrico concentrado


Os metais são insumos aplicados em processos
PA 37% para dissolver. Para o preparo da solução tampão
de tratamento de superfícies. A utilização destes compo-
de acetato de amônio dissolveu-se 250 mg de acetato de
nentes incorpora resíduos perigosos nos efluentes indus-
amônio em 150 mL de água destilada e adicionnou-se 700
triais, que podem afetar de forma drástica o ambiente, bem
mL de ácido acético glacial. Todas as soluções foram ana-
como causar problemas de saúde na população, (PONTE,
lisadas em um espectrofotômetro (Espectroquant Pharo
2015), como câncer, diabetes e problemas cardíacos.
300) para obtenção de uma curva de calibração.
A adsorção é uma operação de transferência de
Para a aplicação do carvão ativado como ma-
massa, a qual estuda a predisposição de certos sólidos em
terial adsorvente, realizou-se a remoção de particulados
concentrar na sua superfície determinadas substâncias
e outras impurezas, onde efetuou-se a limpeza de 500 g
existentes em fluidos líquidos ou gasosos, viabilizando a se-
do material com 1000mL de água destilada, que foi tro-
paração dos componentes desses fluidos (GOMIDE, 1983).
cada aproximadamente 10 vezes e, logo após, o carvão foi
A cinética de adsorção é expressa como a taxa
seco na estufa a 60 °C, até que toda a umidade tivesse sido
de remoção do adsorvato na fase fluida em relação ao tem-
removida. Para os experimentos de cinética de adsorção,
po, envolvendo a transferência de massa de um ou mais
utilizou-se 50 mL de solução de Sulfato Ferroso Heptai-
componentes contidos em uma massa líquida externa
dratado 1mg/L distribuídos em 6 erlenmeyers de 125 mL.
para o interior da partícula do adsorvente, de onde deverão
Em cada um dos 6 frascos também adicionou-se 0,1 g de
migrar através dos macroporos até as regiões mais interio-
carvão ativado, e, em seguida, os erlenmeyers foram leva-
res dessa partícula (NASCIMENTO, 2020).
dos para o agitador orbital com banho-maria do tipo Du-

bnoff da marca Quimis, por 420 minutos, na temperatura


2 METODOLOGIA
de 25 °C e a uma velocidade de 150 rpm. Este tempo foi

determinado experimentalmente, com testes preliminares


A pesquisa realizada foi experimental, sendo de-
onde percebeu-se que um experimento de 7h removeria
senvolvida no Laboratório de Saneamento e Águas da Uno-
a melhor quantidade possível de ferro da solução aquosa
esc Campus Joaçaba.
na temperatura de 25 °C e a uma velocidade de 150 rpm.
Incialmente, preparou-se soluções de sulfato fer-
As amostras foram retiradas em intervalos de 1 hora e efe-
roso heptaidratado, FeSO4.7H2O. A solução estoque foi pre-
tuou-se a leitura de cada amostra duplicata com cada um
parada com a massa de 0,4978 g de Sulfato Ferroso Hep-
dos 7 erlenmeyers, utilizando dois balões volumétricos de
taidratado PA em 500 mL de água destilada, obtendo-se
50 mL, sendo adicionados 20 mL da solução de cada erlen-
a concentração de 1000 mgFe/L e diluiu-se, para obtenção
meyer, juntamente com 20 mL da solução de ortofenantro-
de uma nova solução com concentração de 1 mg/L, sendo
lina e 10 mL do tampão de acetato de amônio. Estas duas
esta a concentração inicial utilizada nos experimentos. A
soluções foram deixadas em repouso de 5 a 10 min, e, em
partir desta solução inicial de 1 mg/L, preparou-se outras
seguida, analisadas no espectrofotômetro, para verificação
soluções com menores concentrações A essas soluções,
da concentração de íons Fe2+ para cada tempo determina-
aplicou-se a metodologia para determinação de ferro com
do. Realizou-se o experimento completo em triplicata.Para
o reagente ortofenantrolina, sendo utilizados 20 mL deste
obter os valores da quantidade de soluto adsorvida com o
reagente e 10 mL de uma solução tampão de acetato de
decorrer do tempo, foi utilizada a equação 1:
amônio.

outubro de 2021 9
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Os dados de cinética de adsorção foram conver-

tidos em percentual de remoção (%) de íons Fe2+ das solu-

ções, gráfico 2.
Onde qt é a quantidade de soluto adsorvida em
Gráfico 2 - Percentual de remoção de íons Fe2+ em função do tempo
função do tempo t, dada em (mg/g); C0 é a concentração

inicial em mg/L; Ct é a concentração do adsorvato em fun-

ção do tempo t, em mg/L.

Com base nos valores registrados de concen-

tração inicial e concentração final de Fe2+ foi determina-

do também a eficiência (percentual de remoção) dos íons

pelo carvão ativado (equação 2), bem como o tempo neces-

sário para se atingir o melhor resultado.

Fonte: o autor.

Onde C0 é a concentração inicial e Ct é a concen- No gráfico 2, observa-se que, com o aumento do


tração do adsorvato no tempo t.Para tratar os resultados ob- tempo, aumenta a remoção de íons Fe2+ da solução e, ao
tidos na cinética de adsorção, foi utilizado o Software Origin. atingir o equilíbrio, a curva se estabiliza. Desta forma, po-

de-se verificar que o carvão ativado teve um bom desem-


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO penho como material adsorvente para remoção do ferro da

solução aquosa, sendo o percentual de remoção de 100%

nas condições utilizadas nos experimentos.


No gráfico 1 são apresentados os resultados ob-

tidos dos experimentos de cinética de adsorção, onde nos


4 CONCLUSÕES
intervalos de tempo determinados foram obtidas as absor-

bâncias e concentrações finais em cada tempo (Ct). Com


Ao realizar a cinética de adsorção, os resultados
base nestes dados, também se obteve o percentual de re-
permitiram verificar que a remoção do ferro com concen-
moção de cátions Fe2+ das soluções aquosas.
tração de 1 mg/L, nas soluções aquosas contendo 0,1g de

carvão e 50ml de sulfato ferroso, ocorreu em 240 minutos


Gráfico 1 - Concentração final do
adsorvato (íon Fe2+) em (4 horas), onde o percentual de remoção do ferro foi de
função do tempo
100%, ou seja, todo ele foi adsorvido.

REFERÊNCIAS

GOMIDE, R. Operações Unitárias: Operações, granulares.


São Paulo, 1983. v. 1.

NASCIMENTO, R. F. do et al. Adsorção: aspectos teóricos e


Fonte: o autor. aplicações ambientais. E-book. 2. ed. Fortaleza: Imprensa
Universitária. 2020. (Estudos da pós-graduação). Disponí-
vel em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/53271.
Assim, pode-se observar que conforme o tempo
Acesso em: 16 abr. 2021.
aumenta, a concentração diminui gradativamente. A partir

de 240 minutos (4 horas), atinge-se o equilíbrio, onde os PONTE, H. A. Tratamento de efluentes líquidos de galva-
noplastia. Disciplina: Eletroquímica aplicada e corrosão.
íons Fe2+ começam a ser adsorvidos completamente e essa
UFPR- Universidade Federal do Paraná - Setor de tecnolo-
condição se mantém até o tempo final de experimento, em gia - Departamento de engenharia Química, 2015.
420 minutos.

10 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

AS CRIPTOMOEDAS COMO MEIO DE TRANSFERÊNCIA FINANCEIRA INTERNACIONAL PELAS


EMPRESAS DO MEIO-OESTE CATARINENSE

Gabriel V. Corbani1; Pablo Martins Belchor2

1
Graduando em Engenharia Mecânica pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professor na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO tiram o mapeamento de todas as operações financeiras

internacionais realizadas pelas empresas. Primeiramente

foi feito uma lista com todas as possíveis empresas me-


A indústria brasileira vem crescendo conside-
talmecânicas da região. Foram obtidas aproximadamente
ravelmente nos últimos anos. Entretanto os altos juros, a
30 indústrias do setor. Destas, 25 foram contatadas para
carga tributária excessiva, o câmbio volátil configuram um
uma primeira análise, a qual foi feita por meio de um for-
quadro macroeconômico absolutamente na contramão
mulário com perguntas sobre importação e exportação e
das experiências bem-sucedidas de desenvolvimento
características internas de operação de cada empresa.
(IEDI, 2005). Para driblar estas problemáticas muitas em-
Posteriormente as empresas foram classifica-
presas entram no mercado internacional tentando obter
das em relação aos países com os quais comercializam, a
produtos mais baratos e expandir as vendas. Porém esta
moeda usada e o interesse em uma abertura para o estu-
internacionalização faz com que as empresas necessitem
do ser feito internamente.
realizar transações financeiras por meio de moedas tradi-
Em uma terceira fase da pesquisa as empresas
cionais, tendo como intermediário um banco e o governo
que se disponibilizaram a fazer o estudo foram contata-
que regula estas transações (VICENTE, 2017).
das para fazer um levantamento dos custos anuais com as
O uso deste método garante confiabilidade na
taxas bancárias e assim foi possível verificar qual a carga
operação financeira bem como segurança, mas isto tem
de tributos e taxas presentes nas transações. Após isso foi
um preço: os altos impostos e taxas cobrados tanto pelo
verificado a porcentagem de aumento de lucro apenas
banco quanto pelo governo, e estes gastos refletem dire-
pela alteração do meio financeiro para realização das ope-
tamente no aumento dos custos do produto, reduzindo a
rações financeiras.
margem de lucro e competividade.

O avanço tecnológico vem permitindo o desen-


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
volvimento de moedas digitais universais, que oferecem

taxas de transações praticamente nulas, proteção contra


Nesta pesquisa 25 empresas foram contatadas
fraudes e velocidade de operação – são as criptomoedas
para participar da análise, algumas delas não se interes-
(ULRICH, 2014).
saram por motivos internos e outras tinham o serviço de
O objetivo geral desse trabalho é aumentar a
importação e exportação feito por empresas terceiras es-
competitividade das empresas da região como consequ-
pecializadas, portanto não entraram na lista das empre-
ência da viabilização do uso de criptomoedas como meio
sas analisadas neste estudo. Excluindo-se estas empresas,
de pagamento para operações de exportação e importa-
restaram 16 empresas que responderam ao questionário
ção, eliminando a necessidade de agências bancárias e
para iniciar a obtenção dos dados.
assim reduzindo os custos melhorando a margem de lu-
No questionário respondido pelas empresas, a
cro das empresas o que reflete no crescimento da mesma.
primeira pergunta foi em relação ao tipo de transações

feitas. O Gráfico 1 mostra os resultados obtidos:


2 METODOLOGIA

Dados estatísticos foram obtidos por meio de

pesquisas qualitativas e quantitativas, as quais permi-

outubro de 2021 11
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Gráfico 1 – Porcentagem das empresas por tipo de transação 4 CONCLUSÕES

Contudo, constatou-se que além de maior fa-

cilidade de operação, segurança e praticidade, o uso de

bitcoin apresentou taxas muito menores em relação aos

métodos tradicionais de transferência internacional que

utilizam os bancos como intermediadores.

Diante disso foi possível aumentar o conheci-

mento a respeito da tecnologia das criptomoedas e suas

vantagens, bem como estimular as empresas a fazer o uso

Fonte: os autores. delas, utilizando dados estatísticos que evidenciam os re-

sultados obtidos.
Após esta análise as empresas que não fazem

nenhum tipo de transação internacional foram retiradas REFERÊNCIAS


do estudo. Das 16 empresas iniciais restaram apenas 9, as
INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO
quais fazem algum tipo de comércio internacional. Poste-
INDUSTRIAL - IEDI. De volta ao azul: o Brasil no ranking
riormente necessitou-se avaliar quais eram os países e as mundial da indústria. 2018. Análise IEDI. Disponível em: ht-
moedas que estas empresas usavam. Os resultados são tps://iedi.org.br/artigos/top/analise/analise_iedi_20180306_
industria.html. Acesso em: 16 ago. 2019.
mostrados a seguir:

INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO


Quadro 1 – Países que as empresas comercializam INDUSTRIAL - IEDI. Ocorreu uma desindustrialização no
Alemanha Itália México China Brasil? 2005. Carta IEDI, n. 183. Disponível em: https://iedi.
Uruguai Argentina Bolívia Paraguai org.br/cartas/carta_iedi_n_183_ocorreu_uma_desindustria-
lizacao_no_brasil.html. Acesso em: 20 ago. 2019.
Venezuela Estados República África do Sul
Unidos Dominicana
ULRICH, Fernando. Bitcoin a moeda na era digital. 1 ed.
Honduras Sérvia Colômbia Chile
São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2014. 100 p.
Fonte: os autores.

VICENTE, Rafael José. A Criptomoeda Como Método Al-


Gráfico 2 – Moeda usada pelas empresas nas operações
ternativo Para Realizar Transações Financeiras. UNIAS-
SELVI, 2017. Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/
1692-3372-1-PB%20(1).pdf. Acesso em: 26 ago. 2019.

Fonte: os autores.

Os dados obtidos com o restante das perguntas

foram de que aproximadamente 45% das empresas nunca

realizaram um levantamento dos custos de taxas, impostos

e juros devido às importações e exportações. Outro dado

obtido foi que aproximadamente 90% das empresas nunca

tiveram nenhum contato com criptomoedas.

12 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATO AQUOSO DE FOLHAS DE MIRTILO PELO


MÉTODO DPPH

Bruna Albiero1; Gláucia Freiberger1; Guilherme A. Rebelatto1; Rubia Agostineto1; Adriana B.Vanin2

1
Graduandos em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]; glauciafreiberger@
gmail.com; [email protected]; [email protected]
2
Docente na Área das Engenharias na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO Fluxograma 1 – Procedimento para obtenção dos extratos

Antioxidantes são compostos produzidos pelo

metabolismo secundário das plantas como forma de

defesa natural em relação às adversidades ambientais.

Nas células humanas, esses biocomponentes atuam no

controle dos radicais livres, agentes responsáveis pelo

envelhecimento e pelo desenvolvimento de doenças

vinculadas a este fenômeno, fato este que impulsiona o


Fonte: os autores.
aumento na demanda por alimentos funcionais e nutra-

cêuticos contendo esses compostos benéficos à saúde


O potencial antioxidante foi avaliado pelo mé-
(NEAMTU et al. 2020).
todo DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) descrito por Brasa-
O fruto Mirtilo (Vaccinium myrtillus L.) é co-
nac-Vukanovic et al. (2018) (Fluxograma 2). Cada extrato foi
nhecido por seu valor nutritivo, potencial antioxidante,
avaliado em concentrações de 2,5 a 100 μg.mL⁻¹. Todos os
anti-inflamatório e neuroprotetora (SALEM et al., 2018).
ensaios foram realizados em triplicata.
No entanto, as propriedades bioativas das folhas de mir-

tilo ainda são pouco conhecidas, fato este que leva ao


Fluxograma 2 – Ensaio antioxidante com radical DPPH
descarte desse material caracterizado como biomassa

vegetal sem valor agregado (BRASANAC-VUKANOVIC et

al., 2018).

A pesquisa objetivou avaliar o potencial antio-

xidante do extrato aquoso de folhas de V. myrtillus, pelo

método DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) de modo a

agregar valor como possível matéria prima no desenvol-

vimento de alimentos nutracêuticos.


Fonte: os autores.

2 METODOLOGIA
Para o controle foi usado 50% etanol e 50% solu-

ção DPPH e, para o branco apenas etanol. A atividade an-


O estudo experimental foi realizado para folhas tioxidante (AA%) foi calculada por meio da Equação 1.
de três variedades de V. myrtillus, Misty, O’Neal e Emerald,

coletadas em Itá, Santa Catarina, em dezembro de 2020. O AA% = 100 - {[(Abs. amostra – Abs.branco) x (1)
material vegetal foi seco em estufa a 50°C e o preparo dos 100] ÷ Abs. controle
extratos aquosos foi realizado por decocção, conforme IAL
Onde Abs. amostra
é a absorbância da amostra,
(2008). As etapas para obtenção dos extratos são apresen-
Abs. branco é a absorbância do branco e, Abs. controle é a absor-
tadas no Fluxograma 1.
bância do controle.

outubro de 2021 13
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Após a identificação da faixa de concentração da cultivar O’Neal foi significativamente maior dentre as

com aumento linear com relação à atividade antioxidante, analisadas (P<0,05), seguida da Emerald e Misty.

traçou-se a equação da reta e determinou-se o IC50 para os

extratos estudados.

A IC₅₀ foi obtida por meio da regressão linear ba- 4 CONCLUSÕES

seada nas curvas de calibração.


O estudo revelou o potencial antioxidante pre-

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO sente nas folhas da espécie V. myrtillus, sendo a cultivar

O’Neal a mais promissora (IC50 = 34,07 μg.mL-1) em com-

O Gráfico 1 apresenta as curvas de calibração paração à Emerald (IC50 = 42,02 μg.mL-1) e Misty (IC50 =

para a atividade antioxidante dos três extratos. 60,41 μg.mL-1). Os resultados sugerem a possibilidade da

utilização de folhas de mirtilo no desenvolvimento de ali-


Gráfico 1 – Curva de calibração da atividade antioxidante dos
mentos nutracêuticos.
extratos

AGRADECIMENTOS

À Universidade do Oeste de Santa Catarina e ao

CNPq.

REFERÊNCIAS

BRASANAC-VUKANOVIC, S. et al. Wild Bilberry (Vaccinium


myrtillus L., Ericaceae) from Montenegro as a Source of
Fonte: os autores. Antioxidants for Use in the Production of Nutraceuticals.
Molecules, [s. l.], v. 23, n. 8, p. 1864, 26 jul. 2018. Disponível
A maior atividade foi encontrada para a varie- em: https://www.mdpi.com/1420-3049/23/8/1864. Acesso
em: 27 jul. 2021.
dade O’Neal, 86,14% em uma concentração de 75 μg.mL⁻¹.

Neamtu et al. (2020) obtiveram o valor máximo de 50,87% INSTITUTO ADOLFO LUTZ - IAL. Capítulo XII – Café, chá e
de (AA%) para extrato aquoso de fruto V. myrtillus a 250 derivados. In: Métodos Físicos Químicos para análises
de alimentos. Digital/coordenadores: Odair Zenebon,
μg.mL⁻¹, o que indica que as folhas de mirtilo possuem po-
Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto
tencial antioxidante compatível aos frutos. Adolfo Lutz, 2008.
Os valores calculados para a IC50 dos extratos a
NEAMTU, A. A. et al. Bilberry (Vaccinium myrtillus L.)
partir da correlação entre a % antioxidante e a concentra-
Extracts Comparative Analysis Regarding Their Phytonu-
ção são apresentados na Tabela 1. trient Profiles, Antioxidant Capacity along with the In Vivo
Rescue Effects Tested on a Drosophila melanogaster Hi-
gh-Sugar Diet Model. Antioxidants, [s. l.], v. 9, n. 11, p. 1067,
Tabela 1 – Valores de IC50 para os extratos aquosos 30 out. 2020. Disponível em: https://www.mdpi.com/2076-
Cultivar IC50 [μg.mL-1] 3921/9/11/1067. Acesso em: 26 jul. 2021.

Misty 60,4123 ± 2,74c


SALEM, I. B. et al. Exploring the nutraceutical potential and
Emerald 42,0161 ± 3,07b
biological activities of Arbutus unedo L. (Ericaceae) fruits.
O’Neal 34,0755 ± 2,88a Industrial Crops And Products, [s. l.], v. 122, p. 726-731,
Fonte: os autores. out. 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/
science/article/abs/pii/S0926669018305235. Acesso em: 27
O valor de IC50 representa a concentração neces- jul. 2021.
sária para capturar 50% do radical livre DPPH, portanto um

valor mais baixo de IC50 indica maior atividade antioxidante

(SALEM et al., 2018). Desse modo, a atividade antioxidante

14 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EMPRESAS DO MEIO-


OESTE CATARINENSE

Rian Lucas Franck¹; Cristiano Meneghini2

1
Graduando em Engenharia de Produção pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected];
2
Mestre em Engenharia Mecânica, Professor na Unoesc; [email protected]

1 INTRODUÇÃO compreender a situação da eficiência energética, utilizan-

do a plataforma google forms.

Este trabalho foca no estudo da situação da efi-

ciência energética nas empresas, por meio de observação 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

dos métodos praticados em controles de produção, ope-

rações, máquinas e equipamentos, entre outros recursos. Inicialmente, levantou-se o ramo de atuação da

Buscar um modo eficiente para utilizar energia empresa. Observou-se que 39% das empresas entrevista-

de forma racional, significa gerar a mesma quantidade de das são do ramo metal mecânico, 22% da indústria alimen-

energia com menos recursos naturais. O uso de energia tícia, 14% sendo prestadoras de serviço, 8% de celulose e pa-

elétrica feito de maneira inadequada, ocasiona problemas pel e 3% para calçados de segurança e armazenamento de

econômicos e ambientais devido ao desperdício. Neste grãos. Vale lembrar que as empresas foram escolhidas de

caso, é necessário realizar estudos de melhoria na eficiên- forma aleatória e nem todas responderam ao questionário.

cia energética com o intuito de sanar esses problemas e ter Além disso buscou-se conhecer a quantia de

o máximo aproveitamento de energia possível, mantendo- energia elétrica que as empresas consomem mensalmen-

-se competitivo no mercado (MARQUES; HADDAD; MAR- te. Das respostas obtidas, 33% das empresas utilizam en-

TINS, 2008). tre 1000 a 2000 kWh por mês, 22% entre 500 a 1000 kW,

A eficiência no uso de energia mostrou-se pos- 11% tem um consumo de 2000 a 10000 kWh, 17% tem uma

sibilitar o mesmo serviço, mas que poderia ser obtido com utilização entre 0 a 500 kWh e 17% acima de 10000 kWh,

menor custo de energia e consequentemente com meno- conforme Gráfico 1. Isso nos mostra que a maioria das em-

res impactos ambientais, econômicos, sociais e culturais presas entrevistadas consome até 2000 kWh por mês, o

(EPE, 2007). Portanto, o objetivo principal desta proposta que seria um baixo consumo energético, inviabilizando em

é levantar informações acerca da eficiência energética em muitas das vezes o investimento substancial em eficiência

empresas do meio oeste catarinense. energética.

Gráfico 1 - Quantidade de kWh consumido mensalmente pelas


2 METODOLOGIA empresas entrevistadas

A pesquisa realizada é de forma aplicada. Foi re-

alizada uma avaliação sobre a forma que as indústrias es-

tão tratando a eficiência energética. Buscou-se avaliar se

as empresas possuem aproveitamento energético, quais

estão sendo as dificuldades de implantar programas de

eficiência energética e se o aproveitamento de energia

está sendo uma estratégia organizacional para a empresa.

Foram escolhidas 36 indústrias do meio oeste

catarinense, de modo aleatório, sendo empresas de gran- Fonte: os autores (2021).


de, médio e pequeno porte, selecionadas para preenchi-

mento de um formulário, com questões estruturadas para Como sabe-se, as empesas acabam gerando re-

síduos no processo produtivo. Das indústrias entrevistadas

outubro de 2021 15
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

53% produzem de 0 a 10 toneladas mensalmente, 28% de lhorias tanto no sentido financeiro, sustentável, quanto na
20 a 30 toneladas, 16% entre de 10 a 20 toneladas e 3% pro- produção. Através de análises simples no sistema produti-
duzem 30 a 40 toneladas, como nos mostra o Gráfico 2. vo, pode-se garantir um aumento considerável de sua efi-

ciência energética, e vida útil das instalações. Além disso, é


Gráfico 2 - Toneladas de resíduos produzidos mensalmente
possível observar que o investimento em eficiência energé-

tica é uma estratégia de gestão utilizada pela maioria das

empresas entrevistadas, mas que precisa ser aperfeiçoada

com o tempo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 12305, de 02 de agosto de 2010. Dispo-


nível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm Acesso em: 20 out. 2020.
Fonte: os autores (2021).
Empresa de pesquisa energética – EPE. Balanço Energé-
tico Nacional 2012 – Eficiência Energética. 2007. Disponí-
Em se tratando de planejamento estratégico,
vel em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Fina_
como mostra o Gráfico 3, 61% das indústrias entrevistadas BEN_2012.pdf. 2012. Acesso em: 10 maio 2021.
buscam estratégias para obter eficiência energética em
MARQUES, M. C. S., HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. (coord.).
seus processos, e 39% não possuem nenhuma estratégia
Conservação de energia: eficiência energética de equi-
vinculada a eficiência energética. pamentos e instalações. 3. ed. Itajubá: Eletrobrás, Procel
Esses números apontam que a maioria das em- Educação, Unifei, Fupai, 2006.

presas entrevistadas possuem interesse em melhorias,

tendo em vista o aumento dos custos com energia elétrica

principalmente. Esta é uma tendência de ocorrência para

os próximos anos.

Gráfico 3 - A eficiência como estratégia

Fonte: os autores (2021).

4 CONCLUSÕES

Os resultados demonstram pouco aproveita-

mento dos resíduos, pois observa-se que não estão sendo

realizados investimento em tecnologias nesse sentido.

A utilização da eficiência energética pode mi-

nimizar os custos e melhorar os resultados, surgindo me-

16 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DO PROCESSO DE SENESCÊNCIA DE MAÇÃS

Gláucia Freiberger1; Bruna Albiero1; Guilherme A. Rebelatto1; Rúbia Agostineto1; Adriana Biasi Vanin2; Adarly Kroth2

1
Graduandos em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]; brunalbiero@hotmail.
com; [email protected]; [email protected]
2
Professoras da Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]; [email protected].

1 INTRODUÇÃO Massa Fresca (PMF) foi determinada com a diferença obtida

entre os valores da massa inicial e final, sendo aferida em ba-

lança analítica com precisão de 0,1 mg, sendo os resultados


Frutos em geral passam por processos bioquí-
expressos em porcentagem (%).
micos sintéticos e degradativos que ocorrem de forma se-
Por fim os açúcares totais foram determinados
quencial ou concomitante, resultando em modificações
por espectrofotometria pelo método da antrona. Foram ho-
nas características químicas. A caracterização do processo
mogeneizados 15g de amostra com 100 mL de água destilada
de senescência de frutos climatéricos é essencial a fim de
seguida por filtração. A seguir 800 µg das solução resultante
prevenir as perdas financeiras durante o período de pós-co-
foi adicionada 1,2 mL do reagente de antrona e mantido em
lheita, visto que este provoca o envelhecimento e morte dos
banho-maria a 40°C por 15 minutos. Para a realização das lei-
tecidos tornando-os menos atrativos e em alguns estágios
turas foi utilizado um espectrofotômetro com comprimento
inapropriados para o consumo. Diante disto, a pesquisa tem
de onda de 620 nm.
como objetivo avaliar a senescência de maçãs por meio de

análises bioquímicas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2 METODOLOGIA

Com a respiração celular, que continua acontecen-


Maçãs da variedade Royal Gala foram colhidas no do mesmo após a colheita dos frutos climatéricos, é produzido
município de Água Doce e transportadas em caixas plásti- o fito-hormônio etileno, este que induz o amadurecimento do
cas. Inicialmente foram classificados de forma visual e clas- fruto ao degradar as substâncias de reserva, como os ácidos,
sificados quanto à ausência de danos mecânicos, pragas ou polissacarídeos e vitaminas (CHITARRA; CHITARRA, 2005). O
doenças. Após a classificação foram sanitizadas por imersão amido, por exemplo, é degradado em açúcares menores, justi-
durante 10 minutos em solução de hipoclorito de sódio (8 ficando o aumento do teor de açúcares totais de 106,66 a 148,90
mL/L) e dispostas em bancadas para secagem e posterior e μg/mL, do dia 0 e 52 respectivamente. O Gráfico 1 apresenta o
armazenamento em temperatura ambiente. comportamento dessa variável com o decorrer das análises.
As análises foram realizadas durante o período Os SST correspondem todas as substâncias dissol-
total de 52 dias, nos quais uma maçã de cada grupo foi ana- vidas em um solvente, no caso dos frutos é utilizado como uma
lisada em intervalos de 4 dias. As transformações foram ca- medida indireta da concentração de açúcares, por ser o seu
racterizadas pelo teor de Sólidos Solúveis Totais (SST), Acidez principal constituinte solúvel. (CHITARRA; CHITARRA, 2005).
Titulável (AT), pH, açúcares totais e rácio.
Gráfico 1 – Resposta da concentração de açúcares totais à
Os SST foram determinados pela leitura direta em
senescência
refratômetro portátil com resultados foram expressos em °

Brix. Para a AT foram homogeneizados 10 g da maçã com 100

mL de água destilada. Após a solução resultante foi titulada

com NaOH a 0,1 M. Os resultados foram expressos em % de

ácido cítrico/ 100 g de polpa. O índice de maturação ou rácio

foi calculado pela razão entre SST e ATT.

O pH foi obtido por leitura direta da polpa macera-

da em pHmetro digital, com resolução de 0,01. Já a Perda de Fonte: os autores.

outubro de 2021 17
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Por isso, os SST seguem o mesmo comporta- Por fim, segundo Chitarra e Chitarra (2005), o rá-

mento dos açúcares totais, no qual se elevaram de 13 até cio é determinado pela razão entre SST e AT, influenciando

20,1°Brix no último dia de análises, como demonstrado no diretamente no sabor da fruta, já que expressa o índice de

Gráfico 2. maturação. Na análise demonstrada pelo Gráfico 5, o rácio

foi de 35,14 a 80,95, respectivo ao primeiro e último dia.


Gráfico 2 – Teor de Sólidos Solúveis Totais (SST)

Gráfico 5 – Resposta do rácio ao tempo de armazenamento

Fonte: os autores.
Fonte: os autores.
A PMF se dá devido os processos biológicos,

como a respiração, que liberarem gás carbônico e água, re- 4 CONCLUSÕES


sultando na perda de massa e enrugamento do fruto (FIN-

GER; SOUSA; CORRÊA, 2008). Ao findar dos 52 dias, a PMF


A pesquisa permitiu caracterizar o processo de
das amostras foi de 32,76 %.
senescência da variedade de maçãs Royal Gala durante
O aumento do pH (3,52 a 4,28), e a redução da AT
um período de 52 dias de armazenamento em tempera-
(0,37 a 0,21 % ác. cítrico/100g de polpa) são justificados pelo
tura ambiente. Com as análises foi possível acompanhar as
consumos dos ácidos dissolvidos no processo respiratório e
mudanças que proporcionam qualidade e as característi-
também pela sua degradação para a formação de açúcares
cas organolépticas do produto, como o sabor, por meio do
(CHITARRA; CHITARRA, 2005). O Gráfico 3 refere-se a AT.
teor de açúcares, SST, AT, pH e rácio, além da textura, com a

PMF. Os resultados seguiram o padrão de transformações


Gráfico 3 – Comportamento da Acidez Titulável (AT)
bioquímicas na pós-colheita de frutos climatéricos.

REFERÊNCIAS

CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas


e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: Editora
UFLA, 2005.

Fonte: os autores.
FINGER, F. L.; SOUSA, J. de; CORRÊA, P. C. Armazenamen-
to de Frutas e Hortaliças. Viçosa: UFV, 2008. 501-538 p.
O Gráfico 4 ilustra o comportamento do pH com

o decorrer dos 52 dias de análises.

Gráfico 4 – Resultado da senescência em termos de pH

Fonte: os autores.

18 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

CONCRETO ARMADO NO SISTEMA DE ESGOTO

Wyllyam Washington B. Sodré1; Ricceli Pinheiro Rocha²; Giliam de M. Araújo3

1
Graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Pitágoras de Paragominas - FPP; [email protected]
2
Graduado em Engenharia Civil pela Faculdade Pitágoras de Paragominas - FPP; [email protected]
3
Mestrando em Desenvolvimento Rural e Gestão de Empreend. Agroalimentares pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Pará e Coordenador do Curso de Engenharia Civil, na Faculdade Pitágoras de Paragominas – FPP; [email protected]

1 INTRODUÇÃO trazem uma reflexão sistemática do assunto e demons-

tram o uso do concreto armado na construção de sistema

de esgoto sanitário, abordando especificações relativas


O sistema de esgoto é imprescindível para a
tanto à construção como aos problemas relacionados ao
proteção ambiental que atende as legislações vigentes de
método utilizado.
determinada região. Sendo classificado em esgoto resi-

dencial ou industrial, o projeto de esgoto sanitário, além de


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
atender a demanda e vazão, deve também ser adequado

para o tipo de esgoto.

O esgoto doméstico, de forma geral, é composto Os sistemas de esgotamento sanitário são carac-

por substâncias que, na maioria das vezes, o contato com terizados como sistema individual ou estático e sistema co-

a tubulação não causa grandes problemas, porém, o esgo- letivo ou dinâmico, sendo que a diferença entre os sistemas

to industrial pode apresentar substâncias que ao entrar em está no local que ele irá ser tratado (VON SPERLING, 1995).

contato com a tubulação podem causar diversos problemas. A escolha do material para construção de siste-

Nesse contexto, o concreto armado tem grande ma de esgoto sanitário é um momento delicado e decisório

importância no que diz respeito a resistência das estrutu- para uma boa execução e vida útil da estrutura.

ras. Nesse sentido, um grande entrave na contemporanei- O uso do concreto armado na construção de siste-

dade são os fatores ambientais que podem afetar sua com- ma de esgotamento sanitário é uma realidade no setor cons-

posição, contribuindo para perca de sua resistência e vida trutivo, sendo possível a fabricação de diversos itens desses

útil da estrutura construída. sistemas. Os tubos de concreto no sistema de esgotos sani-

Os sistemas de esgoto construídos em concre- tários são normalmente utilizados em emissários, intercepto-

to armado podem apresentar poros e rachaduras, fazendo res e coletores tronco, com diâmetros maiores que 400mm e

com que o metal presente na estrutura tenha contato com funcionando como conduto livre. No Brasil, os tubos de con-

a água, gases e substâncias que se encontram diluídas no creto simples são fabricados com diâmetros variando entre

esgoto, causando oxidação que contribuirá para perda de 200mm e 600mm, e os tubos de concreto armado, são fabri-

resistência da estrutura. cados com diâmetros de 200mm a 2000mm. Para diâmetros

Tendo em vista que, os sistemas de esgoto sa- maiores que 500mm, os tubos de concreto são praticamente

nitário são obras fundamentais por contribuírem para um os únicos materiais utilizados no Brasil para esgoto, atenden-

meio ambiente equilibrado e impactar diretamente na do a ABNT NBR 8890:2007 – que dispõe de requisitos e méto-

qualidade de vida das pessoas, esse trabalho tem o obje- dos de ensaio para tubos de concreto, de seção circular, para

tivo de contextualizar o uso do concreto armado na cons- águas pluviais e esgotos sanitários.

trução de sistemas de esgoto, enfatizando as vantagens do Deve ser dada atenção especial ao acabamento

uso desse material e os possíveis problemas estruturais na das superfícies internas e externas dos tubos de concreto,

utilização do sistema. não devendo apresentar defeitos visuais, tais como fissuras

e danos oriundos do manuseio e transporte, porque estes

2 METODOLOGIA fatores afetam significativamente a durabilidade, permea-

bilidade e resistência dos tubos (CHAMA NETO, 2004).

Ademais, o uso de concreto no sistema de es-


O presente trabalho é baseado em uma de revi-
goto tem alto valor de instalação, sendo extremamente
são de literatura, sendo calcado em artigos científicos que

outubro de 2021 19
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

difícil e custoso a manutenção desse sistema. Além disso, As patologias com as estruturas de concreto ar-

há os fatores que influenciam na degradação dos siste- mado são um fator limitante, sobretudo no que diz respei-

mas de esgoto sanitário construídos com uso de concreto. to a durabilidade das estruturas, porém nesse trabalho foi

Desse modo, sabe-se que os componentes existentes no enfatizado que os problemas são conhecidos e que, com

esgoto são muitos, dessa forma é fundamental o acom- o emprego de medidas preventivas e corretivas, é possível

panhamento do sistema para que sejam observados os a minimização dos problemas estruturais que venham a

possíveis problemas. ocorrer.

O concreto armado, em virtude da sua versatili- O trabalho conseguiu atender ao objetivo ge-

dade, é amplamente utilizado para a execução da infraes- ral proposto. Como resultado, é apresentado uma revisão

trutura dos sistemas de saneamento básico, porém pode literária que possibilita o debate acadêmico e ampliação

apresentar degradação prematura caso não sejam adota- do conhecimento por estudantes e profissionais dá área

das especificações técnicas adequadas para mitigar o ata- de engenharia, especificamente da área de saneamento,

que ácido microbiano. que tenham como objetivo entender a viabilidade do uso

O ambiente de Estações de Tratamento de Es- do concreto armado na construção de sistemas de esgoto,

gotos − ETE, por exemplo, é um local extremamente agres- podendo dessa forma projetar sistemas e planejar manu-

sivo ao concreto, principalmente devido ao ataque por tenções corretivas e preventivas.

ácido sulfúrico oriundo de atividade biogênica. Contudo, A partir deste trabalho, propõe-se revisões

outras manifestações patológicas estão presentes e nem sistemáticas sobre: O ensaio de concreto − demostrando

sempre estudos alinham a interação entre as diversas cau- a perda da resistência da estrutura quando submersa em

sas de deterioração do concreto armado para avaliação da esgoto; Análise do comportamento do concreto quando

estação como um todo. submerso em diferentes tipos de esgoto − e em esgotos

À parte disso, um concreto com elevada resis- com parâmetros diferentes; Diretrizes para elaboração de

tência à compressão não é necessariamente resistente à projetos de concreto armado em sistemas de esgoto; e Es-

erosão, pois esta está relacionada à resistência superficial tudo de caso de esgoto em concreto armado.

do concreto. Assim, para que o concreto apresente um me-

lhor desempenho à erosão é interessante a utilização de REFERÊNCIAS

agregados com maior dureza, lançamento e adensamento

adequados, baixo teor de ar incorporado, cuidados com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT
NBR 8890:2007. Tubo de concreto de seção circular para
exsudação, pois ela aumenta a relação água/cimento na su-
águas pluviais e esgotos sanitários – requisitos e méto-
perfície, além de cuidados com o acabamento superficial e dos de ensaios. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
a cura (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
CHAMA NETO, P. J. Tubos de concreto: projeto, dimensio-
namento, produção e execução de obras. 1. ed. São Paulo,
4 CONCLUSÕES
2004. 116 p.

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura,


O uso de concreto armado, cada vez mais, fa- propriedades e materiais. 3. ed. São Paulo: IBRACON, p.
12-14-121-122, 2008.
z-se fundamental na construção civil, pois além dos be-

nefícios estruturais, ele possibilita o dimensionamento de VON SPERLING, M. (1995a). Poluttion of urban lakes: cau-
determinada estrutura atendendo a necessidade de cons- ses, consequences and restoration techniques. In: ECOUR-
BS’95. Rio de Janeiro, 1995.
trução de forma sustentável. Nesse sentido, faz-se possível

o seu uso para construção de estrutura de sistema de es-


goto atrelando a parte construtiva à preservação do meio

ambiente e consequentemente na melhora da qualidade

de vida das pessoas.

20 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS EM EXTRATO AQUOSO DE FOLHAS DE


ÁRVORE DE MIRTILO (vaccinium spp)

Guilherme A. Rebelatto1; Bruna Albiero1; Glaucia Freiberger1; Rúbia Agostineto1; Adriana B. Vanin2; Adarly Kroth2;

1
Graduandos em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]; brunalbiero@
hotmail.com; [email protected]; [email protected]
2
Professoras da Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]; [email protected]

1 INTRODUÇÃO e triturada, foram adicionadas a 1 litro de água em ebuli-

ção, ficando em repouso durante 10 minutos. Após atingir

temperatura ambiente a solução aquosa foi filtrada em fu-


A região sul do Brasil vem expandindo o de-
nil de Buchner com o auxílio de uma bomba a vácuo (Pris-
senvolvimento das plantas e principalmente a cultura dos
matec, 132). O filtrado foi concentrado por evaporação em
pequenos frutos devido ao clima propenso, entre eles o
um retovapor modelo 801 (Fisatom) acoplado a uma bom-
mirtilo membro da família Ericaceae é um fruto rico em
ba a vácuo (Prismatec, 132). O extrato concentrado foi seco
compostos bioativos e apresenta elevada atividade antioxi-
em estufa a 50 °C durante um período de 50 dias. Após
dante (CEZAROTTO et al., 2017).
este período, foi triturado com almofariz e congelado para
Verificou-se o grande avanço cientifico envol-
posteriores análises.
vendo os estudos químicos e farmacológicos de produtos
Os compostos fenólicos totais foram determi-
naturais que visam obter novos compostos com proprieda-
nados por meio do reagente Folin-Ciocalteu, seguindo a
de terapêutica.
metodologia proposta por Singleton e Rossi (1965), sendo
Quando se refere a planta Vaccinium myrtillus
adaptada para a análise, onde o extrato seco de cada uma
a maioria dos estudos está direcionado ao fruto conhecido
das variedades foram adicionados a água em uma concen-
como fruto da longevidade (VENSKUTONIS et al., 2016). Pou-
tração de 1 mg.mL-1. Uma alíquota de 300 µL foi adicionada
cas pesquisas investigam a propriedade química e biológica
a 500 µL do reagente Folin-Ciocalteu e agitada durante 30
de outras partes da planta, como por exemplo, a folha.
segundos. Em seguida adicionou-se 2 mL de uma solução
Conhecendo às propriedades medicinais do
saturada de Na2CO3 e agitados novamente por 30 segun-
fruto mirtilo, objetiva-se a seguinte pesquisa em ampliar
dos. Aferiram-se as amostras para o volume de 10 mL com
os conhecimentos acerca dos compostos fenólicos totais
água destilada. Durante 2h as mesmas permaneceram em
do extrato aquoso de três diferentes variedades das folhas
um banho-maria entre 28-30°C, na sequência realizou a lei-
da planta de mirtilo, sendo elas Emerald, Misty e O’neal, e
tura da absorbância a 750 nm. Construiu-se uma curva de
deste modo contribuir para o desenvolvimento sustentável
calibração utilizando concentrações crescentes de ácido
dos campos medicinais, farmacológicos e alimentício.
gálico com pontos de 1 a 20 µg.mL-1. A partir da correlação

2 METODOLOGIA entre a concentração de ácido gálico e a absorbância de-

terminou-se então o conteúdo de compostos fenólicos to-

tais. Os resultados são expressos em miligramas equivalen-


As três cultivares de folhas de árvore de mirtilo,
tes de acido gálico (EAG) por grama de extrato.
Emerald, Misty e O’Neal, foram cedidas pela empresa Em-

pório do Mirtilo, sendo coletadas em dezembro de 2020


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
no município de Itá, Santa Catarina, coordenadas 27° 17’

54.071’’ S, 52° 22’ 8.126” W. As folhas foram separadas e se-


A Tabela 1 apresenta os resultados em termos de
cas em estufa (modelo 515, marca Fanem) a 50°C até peso
compostos fenólicos para os diferentes cultivares das folhas
constante.
de árvore de mirtilo.
Os extratos foram preparados por decocção

conforme metodologia proposta no Instituto Adolfo Lutz

(IAL, 2008). Onde 100 gramas da amostra previamente seca

outubro de 2021 21
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Tabela 1 - Compostos Fenólicos das folhas de mirtilo REFERÊNCIAS


Variedade Compostos Fenólicos
(mg EAG/g extrato)
CEZAROTTO, V.; GIACOMELLI, S.; VENDRUSCOLO, M.; VES-
Emerald 6,24 ± 0,09 TENA, A.; CEZAROTTO, C.; CRUZ, R. da; CRUZ, L. Influence
of Harvest Season and Cultivar on the Variation of Pheno-
Misty 4,24 ± 0,04
lic Compounds Composition and Antioxidant Properties
O’neal 8,74 ± 0,40 in Vaccinium ashei Leaves. Molecules, v. 22, n. 10, p. 1603,
Fonte: os autores. 2017. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
articles/PMC6151669/. Acesso em: 10 ago. 2021.

Os resultados evidenciam a presença de


INSTITUTO ADOLFO LUTZ - IAL. Capítulo XIV – Embala-
compostos fenólicos no extrato aquoso de todas as gens e Equipamentos em contato com alimentos. In: Mé-
variedades estudadas e que o conteúdo diferiu entre todos Físicos Químicos para análises de alimentos. 1.
ed. Digital/coordenadores: Odair Zenebon, Neus Sadocco
as elas. Cezarotto et al. (2017) apresentou um estudo
Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz,
onde mostra que as diferentes estações do ano e as 2008. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/nutricaobro-
condições edafoclimáticas influenciam nos compostos matologia/files/2013/07/NormasADOLFOLUTZ.pdf. Acesso
em: 10 ago. 2021.
bioativos das folhas e que a concentração de compos-

tos fenólicos diminui depois do período da colheita do SINGLETON, V. L.; ROSSI, J. A. Colorimetry of Total Phenoli-
mirtilo. Conforme Venskutonis et al. (2016) durante o cs with Phosphomolybdic-Phosphotungstic Acid Rea-
gents. American Journal Enology And Viticulture, [s. l.],
desenvolvimento do f ruto, a planta concentra primeira-
v. 16, n. 3, p. 144-158, jan. 1965. Disponível em: https://www.
mente os compostos bioativos nos f rutos para depois se ajevonline.org/content/16/3/144. Acesso em: 10 ago. 2021.
concentrar em demais partes.
VENSKUTONIS, P. R. et al. Variations in antioxidant ca-
O resultado encontrado por Cezarotto et al.
pacity and phenolics in leaf extracts isolated by different
(2017) para a quantidade compostos fenólicos em fo- polarity solvents from seven blueberry (Vaccinium L.)
lhas de mirtilo no mês de dezembro foi de 18,9 ± 0,2 mg genotypes at three phenologicalstages. Acta Physiol.
Plant., v. 38, n. 33, 2016. Disponível em: https://link.springer.
EAG/g extrato. Valor este que se encontra próximo dos
com/article/10.1007%2Fs11738-015-2053-y. Acesso em: 10
resultados da presente pesquisa. ago. 2021.

4 CONCLUSÕES

As análises realizadas comprovaram a presen-

ça de compostos fenólicos nos diferentes extratos de fo-

lhas de mirtilo. A descoberta de compostos bioativos em

folhas de árvore de mirtilo é muito importante, visto que,

ao mesmo tempo em que agrega valor, amplia o poten-

cial de aplicação da biomassa vegetal.

AGRADECIMENTOS

À Universidade do Oeste de Santa Catarina

(Unoesc) pelo suporte na realização da pesquisa.

Ao Programa de Bolsas Universitárias de Santa

Catarina (Uniedu).

22 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DE FORMAÇÃO DO PAPEL RECICLADO UTILIZANDO


REDES NEURAIS CONVOLUCIONAIS

Rodrigo Dias Flamia1; Kleyton Hoffmann2; Marconi Januário2; Jean Patrick Prigol2

1
Graduando em Engenharia de Computação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professores da Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO mação do papel com a utilização de um sistema de visão

computacional.

Santa Catarina é um dos estados do Brasil que

estão à frente na produção de papel e papelão. Neste 2 METODOLOGIA

contexto, o mercado de embalagens é uma grande fatia

do mercado total da fabricação de papel. A região meio- Pode-se dividir a metodologia proposta em 3
-oeste do estado conta com grandes fabricantes de papel partes distintas, sendo: aquisição e classificação das amos-
para embalagens que se destacam no cenário nacional. tras de papel; definição do sistema computacional respon-
Fato este, comprovado não só pelo faturamento, mas sim sável pela captura, processamento e armazenamento das
pelas diversas certificações ambientais e resultados muito imagens (Figura 1); treinamento e validação do modelo de
expressivos na redução de emissão de gás carbônico que Rede Neural Convolucional.
estas indústrias constantemente buscam. Não obstante,
Figura 1 - Sistema de aquisição de imagens
estas empresas desempenham um papel importante na

economia das regiões que estão instaladas.

O presente trabalho propõe a aplicação de um

método científico a ser aplicado no controle de qualidade

da formação do papel. Visto que, grande parte das indús-

trias papeleiras ainda realizam o controle da qualidade de

formação do papel através de procedimentos empíricos, ou

seja, baseado na observação e experiência do técnico res- Fonte: os autores.

ponsável. Assim, o controle de qualidade é realizado atual-


Na Figura 2, é possível observar uma amostra de
mente com a amostra de papel sendo visualizada contra a
cada uma das qualidades de formação do papel, onde a
luz, verificando a distribuição das fibras de papel.
qualidade melhora de maneira gradual de 1 a 7.
As Redes Neurais Artificiais são um conjunto de

técnicas utilizadas para desenvolver modelos computa-


Figura 2 - Qualidades de formação do papel
cionais baseados no sistema nervoso dos seres vivos. Elas

são capazes de reconhecer padrões, extrair regularidades e

detectar relações em conjuntos de dados aparentemente

desconexos por meio da capacidade de aquisição e manu-

tenção de conhecimento (SILVA et al., 2010).

As Redes Neurais Convolucionais (do inglês

Convolutional Neural Network - CNN) são arquiteturas


Fonte: os autores.
multiestágios compostos. Cada estágio é formado por um

conjunto de matrizes, denominado de mapas de recursos,


Com base na metodologia abordada, foram
responsáveis pelo reconhecimento de algum atributo em
geradas 2.940 imagens, aplicando técnicas de Data Aug-
específico da imagem (GOOGFELLOW et al., 2016). Dessa
mentation, a partir das 420 amostras de papel fornecidas
forma, a utilização de uma CNN pode auxiliar na análise,
e classificadas pela fabricante do papel. Com isso, as 3.360
por meio da classificação automática da qualidade de for-

outubro de 2021 23
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

imagens de papel obtidas foram subdivididas entre os con-


Tabela 2 - Classificação do conjunto de teste (A, B, C e D)
juntos de Treinamento (70%), Validação (20%) e Teste (10%).
Qualidade 1 2 3 4 5 6 7

Amostras A 0 0 0 0 19 0 1
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Amostras B 0 0 0 0 18 0 2

0 0
Para o desenvolvimento dos modelos de Rede Amostras C 0 18 2
0 0
Neural Convolucional, cujo o propósito é a classificação
Amostras D 0 3 0 0 17 0 0
da qualidade de formação do papel Bagkraft Alisado com Fonte: os autores.
gramatura de 150 g/m², optou-se pela utilização do Google

Colaboratory e pela linguagem de programação Python.


4 CONCLUSÕES
No decorrer do desenvolvimento do trabalho, fo-

ram treinados diferentes modelos de Rede Neural Convolu-

cional. Os parâmetros que foram ajustados entre os mode- Com base nos resultados obtidos, conclui-se

los são: número de filtros de cada Camada Convolucional, que a abordagem utilizada para solucionar o problema

número de Camadas Convolucionais, número de neurônios proposto apresentou resultados satisfatórios, permitindo a

da Camada Densa, taxa de aprendizagem do otimizador classificação das amostras de papel do Conjunto de Teste

Adam e o número de épocas de treinamento do modelo. com uma precisão de 92,26%. Fato esse, validado uma vez

Com base nos resultados obtidos, o modelo com que as amostras de papel foram classificadas em catego-

melhor precisão permitiu a classificação assertiva de 310 rias de qualidade de formação por um técnico responsável

das 336 amostras de papel do Conjunto de Teste, conforme pelo controle de qualidade da empresa fabricante.

apresentado na Tabela 1. Além disso, foram apresentados os resultados

obtidos na classificação do Conjunto de Teste (A, B, C e D)


Tabela 1 - Resultado da classificação do Conjunto de Teste e validados, pois segundo os técnicos do controle de quali-
Qualidade 1 2 3 4 5 6 7
dade os 4 perfis de papel disponibilizados eram da mesma
Nº de
48 47 23 48 48 48 48
acertos categoria e pertenciam a qualidade de formação de cate-
Precisão 100% 97,92% 47,92% 100% 100% 100% 100% goria 5, sendo esta a indicada pela Rede Neural Convolucio-
310 de Precisão
Resultado 92,26% nal durante o teste.
336 Média
Fonte: os autores.

AGRADECIMENTO
Além disso, com o objetivo de validar e testar a

capacidade de generalização da Rede Neural Convolucio-


Este trabalho foi financiado pelo Fundo de
nal foram coletadas novas amostras de papel, conforme
Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação
a Figura 3, sem a sua devida classificação por um técnico
Superior – Fumdes, com financiamento do Governo do Es-
responsável pelo setor de qualidade. Com isso, foram recor-
tado de Santa Catarina por meio do Programa de Bolsas de
tadas 80 amostras de papel com tamanho de 20x20 cm,
Estudo da Educação Superior – Uniedu.
sendo 20 amostras para cada um dos 4 perfis, e posterior-

mente classificadas pelo modelo.


REFERÊNCIAS

Figura 3 - Amostras de papel A, B, C e D


GOOGFELLOW, Ian; BENGIO, Yoshua; COURVILLE, Aaron.
Deep Learning (Adaptive Computation and Machine
Learning series). [S. l.]: MIT Press, 2016. 800 p. ISBN 978-
0262035613.

Fonte: os autores. SILVA, Ivan Nunes da; SPATTI, Danilo Hernane; FLAUZINO,
Rogério Andrade. Redes Neurais Artificiais para enge-
Na Tabela 2, é possível observer os resultados
nharia e ciências aplicadas. São Paulo: Editora Artliber,
obtidos na classificação do Conjunto de Teste (A, B, C e D). 2010. 399 p. ISBN 978-85-88098-53-4.

24 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

ESTUDO DE MELHORAMENTO DE TRAÇO PARA BASE DE PAVIMENTO FLEXÍVEL EM BRITA


GRADUADA SIMPLES

Miguel Contini1; Gislaine Luvizão2; Fabiano A. Nienov3

1
Graduando em Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professora Mestre em Engenharia Civil, Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Professor Doutor em Engenharia Civil, Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE, 1997), Granulome-

tria (NBR NM 248; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2003).
O modal mais utilizado no Brasil para tráfego e
A dosagem das misturas foram executadas con-
transportes é o rodoviário. A grande utilização deste meio
forme a ES 141 (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAES-
aliado as condições climáticas geram a deterioração da in-
TRUTURA DE TRANSPORTE, 2010). Para a dosagem foram
fraestrutura das vias, trazendo insegurança e desconforto
consideradas duas misturas distintas, uma adotada pela
aos usuários. Com base nestas condições, é de extrema im-
empresa nas obras executadas e outra desenvolvida pelo
portância se atentar a qualidade da execução das cama-
autor de forma a melhorar as características de desempe-
das e dos materiais utilizados, não somente da camada de
nho mecânico (respeitando os critérios normativos).
rolamento em si, mas todas que envolvem um pavimento.
Após definições das porcentagens de cada ma-
A brita graduada simples é um dos principais
terial na mistura e da obtenção dos resultados dos ensaios
tipos de materiais empregados em base de pavimentos
de caracterização e mecânicos em laboratório, executou-se
asfálticos no Brasil, sendo inserida na década de 1960. Ela
uma pista experimental com extensão de 20 metros para a
é composta por material granulométrico bem graduado,
mistura desenvolvida pelo autor e aproximadamente 500
com diâmetros máximo não excedendo 38mm e finos en-
metros para a mistura da empresa.
tre 3 a 9% passante na peneira Nº 200.
In situ foram executados ensaios de massa espe-
Este trabalho busca analisar traços da brita gra-
cífica por meio do método do frasco de areia e de umidade
duada simples executados por uma empresa localizada no
com o emprego do “Speedy”. Após conclusão da compac-
município de Ibicaré/SC a fim de obter características físi-
tação e aceitação do grau de compactação, realizou-se o
cas e determinar possíveis incoerências com as normativas.
ensaio de viga Benkelman nas duas pistas experimentais,
O estudo com a execução de um traço experi-
obtendo a bacia de deflexão da estrutura.
mental de brita graduada simples, sendo realizada a carac-
Para finalizar a avaliação, efetuou-se levanta-
terização dos materiais e a adequação do enquadramento
mento de custos das duas misturas.
granulométrico.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2 METODOLOGIA

Os resultados obtidos com a caracterização fo-


Esta pesquisa, de caráter experimental de labo-
ram satisfatórios comparando com as normativas. Abrasão
ratório e campo foi desenvolvida utilizando-se de material
à Los Angeles de 8,3%, índice de forma de 0,93, equivalente
de pedreira localizada em Ibicaré-SC e aplicada em trecho
de areia na ordem de 68,5%.
experimental em Capinzal-SC.
Para avaliação da granulometria procedeu-se
A caracterização dos materiais foi efetuada se-
com três métodos (mistura manual, mistura de projeto e
guindo as metodologias descritas em: Abrasão de “Los An-
mistura de campo), na mistura em campo houve a perda
geles” (ME 035; DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS
excessiva (aproximadamente 6%) de material fino devido
DE RODAGEM, 1998), Índice de forma (ME 424; DEPARTA-
ao uso de concha para efetuar a mistura. Na mistura ma-
MENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM, 2020),
nual ocorreu o melhor controle tecnológico.
Equivalente de areia (ME 54; DEPARTAMENTO NACIONAL

outubro de 2021 25
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

A mistura utilizada pela empresa é de: 13% Brita do custo do orçamento para a base, já que no dimensio-

2, 20% Brita 1, 19% Pedrisco, 37% Pó de pedra e 11% de Filer. A namento dificilmente é considerada perda de materiais. E

nova mistura, considerando as perdas ficou com: 12% Brita outro fato, é a falta de filer na empresa, já que atualmente

2, 20% Brita 1, 23% Pedrisco, 34% Pó de pedra e 11% de Filer. ela destina toda sua parcela de filer a uma nova empresa

As duas misturas foram aplicados em campo, de fertilização. Com isso o melhor a se fazer é tentar inibir a

obtendo grau de compactação de acordo com o especi- perda de material, alterando seu processo de mistura.

ficado, com isso resultou em deflexões apresentadas no

Gráfico 1. Os valores correspondentes as estacas 8 e 9 são 4 CONCLUSÕES

referentes ao traço da nova mistura que a empresa dispo-

nibilizou para estudo e os demais pontos são do traço da Conclui-se que o problema não se dá especifica-
mistura da empresa mente nos materiais que compõem a mistura, mas sim no

método que a mistura é executada.


Gráfico 1 – Deflexão máxima
Economicamente a melhor solução seria alterar

o método de mistura deste material sabendo que a empre-

sa dispõe de uma central de usinagem, porém necessita de

um estudo para adequação para a nova utilidade.

Por fim alterar a britagem, afim de deixar os

agregados com um índice maior de finos, para que não

seja necessário ter um silo especifico para filer e também,

para que não seja necessário corrigir o traço com a adição

de filer com uma pá carregadeira já que com este método


Fonte: os autores (2021).
a perda seria praticamente zero.

Ficou evidente que a nova mistura desempe-


REFERÊNCIAS
nha melhor a função de deformação em relação à mistura

utilizada pela empresa, além de permanecer dentro dos


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NOR-
limites aceitáveis para a camada tem comportamento ho- MA BRASILEIRA 248. Agregados - Determinação da com-
mogêneo. posição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.

O Gráfico 2 demonstra o real gasto com a base


DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODA-
da empresa, e o gasto adicional se neste período fosse ado- GEM. DNER ME 35/94. Agregados – determinação da
tado a nova mistura. abrasão “Los Angeles”. Rio de Janeiro, 1998.

Gráfico 2 – Custo mensal BGS DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODA-


GEM. DNER ME 54. Equivalente de areia. Rio de janeiro,
1997. 10 p.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE


TRANSPORTE. DNIT ES 141. Pavimentação – base estabili-
zada granulometricamente. Rio de Janeiro, 2010.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE


TRANSPORTE. DNIT ME 424/20. Pavimentação – agrega-
do – determinação do índice de forma com crivos. Rio
de Janeiro, 2020.

Fonte: os autores (2021).

Dessa forma, a adição se torna inviável por 2 fa-

tores. O primeiro é que essa adição irá ultrapassar o limite

26 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

ESTUDO DE MISTURA DE SOLO-CIMENTO COM A INCORPORAÇÃO DE PÓ DE CASCA DE


OVO DE GALINHA

Gilberto Regalin Júnior1; Fabiano Alexandre Nienov2; Gislaine Luvizão3; Maiara Foiato4

1
Graduando em Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professor no Curso de Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Professora no Curso de Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; gislaine.luvizã[email protected]
4
Professora no Curso de Engenharia Civil pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA

Os ovos de galinha são alimentos consumidos O solo utilizado foi coletado e teve sua caracte-

em grande escala em todo o mundo, isso pois, além de se- rização realizada conforme o recomendado pelas normas

rem ingeridos sem nenhum acompanhamento, são utiliza- pertinentes, sendo classificado em Argila (Textural), perten-

dos no preparo de massas, como bolos, pães, tortas, macar- cente ao grupo A7-5 (H.R.B. ou A.A.S.H.T.O.).

rão, entre outros. Para preparar o biochar, primeiramente as cas-

Nesse contexto, a Associação Brasileira de Pro- cas de ovos foram lavadas em água e secas ao sol. Em

teína Animal (2020) divulgou, em seu relatório anual, um seguida, o material foi dividido em três amostras, que fo-

consumo médio per Capita de 230 ovos de galinha para o ram secas em mufla a 400, 500 e 600 °C, durante 2 horas.

ano de 2019. Sabe-se que, as cascas de ovos de galinha de Após isso, o material foi transformado em pó, com auxí-

linhagem comercial apresentam um peso médio de 5,13 lio de almofariz e mão de gral. Em seguida, o biochar foi

g, de acordo com Almeida et al. (2019), e que a população peneirado, sendo utilizado somente o material passante

de Santa Catarina, de acordo com o Instituto Brasileiro de na peneira com abertura de 0,3 mm na modelagem dos

Geografia e Estatística (2010), era de 6,2 milhões para o corpos de prova.

ano de 2010. As misturas adotadas para modelagem de cor-

Sendo assim, ao confrontar os dados apresenta- pos de prova tiveram substituição do solo por biochar em

dos acima, chega-se a uma geração aproximada de 7,182 4%, 6%, 8%, 10% e 12%, para as 3 temperaturas de preparo

mil toneladas de casca de ovo de galinha para o estado do biochar, e adição de cimento Portland CP V-ARI em 8%

de Santa Catarina. Como a maior parte desse material é sob a massa total. Ademais, moldou-se um traço composto

descartado, não se obtém o um aproveitamento adequa- somente por solo e cimento, sem biochar.

do, considerando a composição das cascas que, de acordo A modelagem dos corpos de prova foi realizada

com Winton (2003 apud OKONKWO; ODIONG; AKPABIO, em prensa manual, com utilização de moldes metálicos de

2012), apresenta 93,7% de carbonado de cálcio. Esse mate- 5 cm de diâmetro de 10 cm de altura. A massa específica

rial, quando incinerado, decompõe-se em óxido de cálcio e aparente seca máxima e a umidade ótima foram definidas

dióxido de carbono. pela média de três ensaios de compactação realizados, e

O óxido de cálcio, também é conhecido como garantida na modelagem dos corpos de prova pela verifi-

cal, e quando misturado com solo argiloso proporciona cação do grau de compactação. Sendo assim, não houve

ganhos de resistência à compressão simples, bem como variação na relação água/cimento.

correções de pH. Após moldados, os corpos de prova foram ar-

Diante disso, o presente estudo visa avaliar o mazenados individualmente dentro de sacos plásticos,

comportamento mecânico de misturas de solo-cimento de modo a evitar a perda de umidade para o ambiente. O

quando ocorre a incorporação, em diferentes teores, de pó rompimento ocorreu em prensa hidráulica padronizada,

de casca de ovo de galinha (biochar). aos 28 dias, sendo as últimas 24 horas de cura de submer-

são em água.

outubro de 2021 27
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

+ 8ci”, com resíduo incinerado a 500 °C; e 1,870 MPa, para


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO o traço “90s/10pco + 8ci”, com resíduo incinerado a 600 °C.

Enquanto isso, a resistência obtida pelo traço composto so-

A resistência à compressão simples foi determi- mente por solo e cimento foi de 1,589 MPa.

nada pelo maior valor obtido pelas 4 amostras que repre- Por fim, observa-se no gráfico uma equação,

sentam cada traço. O grau de compactação dos corpos de que relaciona a resistência à compressão simples, repre-

prova ficou compreendido entre 100% e 102%. sentada pela sigla “RCS”, em função do teor de biochar, re-

No Gráfico 1 é possível verificar a dispersão dos presentado pela sigla “PCO”. A equação é válida somente

valores alcançados de resistência à compressão simples, para valores de “PCO” presentes no intervalo de 4% a 12%.

além de uma reta de tendência geral, que engloba todos

os traços 4 CONCLUSÕES

Gráfico 1 – Resistência à Compressão Simples


A incorporação do biochar provocou ganhos de

resistência na ordem de 18,1%, de acordo com a reta de ten-

dência geral. Entretanto, ao comparar o maior valor de re-

sistência obtido, que foi de 2,06 MPa, para o traço “88s/12p-

co + 8ci”, tendo biochar preparado a 500 °C, com o valor

de 1,59 MPa, obtido pelo traço composto somente por solo

e cimento, percebe-se um ganho de resistência de 29,7%.

Ademais, não foi possível determinar um com-

portamento na variação de resistência à compressão sim-

ples quando houve alteração da temperatura de preparo

Fonte: os autores. do biochar.

Sendo assim, o uso de biochar obtido de cascas

Na nomeação das misturas usou-se as abrevia- de ovos de galinha se demonstra benéfico em misturas de

ções “s”, “pco” e “ci” representando, nessa ordem, “solo”, solo argiloso e cimento.

“pó de casca de ovo” e “cimento”. Previamente a cada


abreviação é apresentado um número, que condiz com o REFERÊNCIAS

percentual do respectivo material na mistura, sendo feito

o uso do pó de casca de ovo em substituição e do cimento ALMEIDA, E. C. J. et al. Características físicas de ovos de
galinhas nativas comparadas a linhagem de postura. Ar-
em adição.
chivos de Zootecnia, v. 68. n. 261. p. 82-87, 2019.
Pode-se perceber, pelo gráfico, que a substitui-

ção do solo por biochar provocou aumento da resistência à ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relató-
rio Anual 2020. São Paulo, 2020.
compressão simples, sendo todos os valores obtidos supe-

riores ao traço composto somente por solo e cimento. IBGE. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, 2010.
Observa-se também que a variação da tem-
OKONKWO, U. N.; ODIONG, I. C.; AKPABIO, E. E. The effects
peratura de preparo do biochar não demonstrou um
of eggshell ash on strength properties of cement-stabili-
comportamento compreensível, visto que a temperatura zed lateritic. International Journal of Sustainable Cons-
que atingiu maior resistência variou de acordo com o traço. truction Engineering & Technology, v. 3. p. 18-25, 2012.

Essa variação pode ter ocorrido devido a singularidade das

características das cascas de ovo, o que torna o resíduo

heterogêneo.

As maiores resistências obtidas foram de: 1,876

MPa, para o traço “88s/12pco + 8ci”, com resíduo incinera-


do a 400 °C; 2,061 MPa, representando o traço “88s/12pco

28 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

ESTUDO E SIMULAÇÃO DE UM RETIFICADOR MONOFÁSICO PFC

Ivanor Miotto1; Jean Patrick Prigol2; Renato Gregolon Scortegagna3

1
Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professor de Engenharia Elétrica na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Professor de Engenharia Elétrica na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO
Figura 1 – Retificador monofásico PFC

Diante da atual imersão tecnológica chama a aten-

ção a qualidade da energia elétrica. Circuitos conversores de

corrente alternada (CA) para corrente contínua (CC) são am-

plamente utilizados no primeiro estágio da alimentação de

equipamentos eletrônicos, conhecidos como retificadores ou

conversores CA-CC.
Fonte: os autores (2021).
Topologias de retificadores são constantemente

aprimoradas buscando o aumento de eficiência energética O retificador Nabae com correção do fator de po-

e diminuição da interferência causada pelos mesmos à rede tência (PFC – do inglês (Power Factor Corrector), é composto

elétrica. Entre os desafios mais debatidos, está a minimização por uma ponte completa de diodos, um par de capacitores

da energia reativa, gerada pelas reatâncias presentes nos reti- (Cinl, Cin2), um par de indutores (Linl, Lin2), originalmente a ju-

ficadores e a distorção da corrente de entrada, produzida pela sante da ponte retificadora, duas chaves (IGBT1, IGBT2), e um

comutação em alta frequência de componentes não lineares. capacitor no barramento CC.

A multiplicação de equipamentos com baixo fa- As mudanças propostas pelo estudo vão além da

tor de potência no mercado pode desencadear uma série de etapa de retificação PFC e incluem um segundo braço de

problemas para o setor elétrico, com isso surge a prática de transistores IGBT formando uma ponte H, desloca-se os indu-

normas para garantir a mínima qualidade da energia. Com a tores Lin1 e Lin2 a montante da ponte de diodos, adiciona-se

falta de normativas específicas para correção de fator de po- um transformador isolador rebaixador de tensão e um conver-

tência em equipamentos eletrônicos, ampara-se em normas sor CC-CC Buck. Com isso o retificador além de corrigir o fator

e recomendações internacionais que buscam assegurar níveis de potência poderá ser utilizado como carregador de baterias

aceitáveis de distorção harmônica total (THD – do inglês Total com controle de corrente e tensão na saída, conforme é exibi-

Harmonic Distortion). Uma das principais normas vigentes é do na Figura 1.

a IEC 61000-3-2, aplicada a equipamentos alimentados por A configuração do retificador PFC produz um bar-

tensão senoidal na faixa de 220V a 415V, destinada a fontes com ramento de tensão contínua, reduzindo o conteúdo harmônico

corrente de até 16 A por fase. e o deslocamento de fase aumentando o fator de potência. As

Conforme Souza (2000) uma maneira de efetuar a perdas de comutação dos IGBTs são minimizadas por ocorrer

correção do fator de potência é a utilização de elementos ati- com tensão nula (ZVS – do inglês Zero Voltage Switching).

vos na estrutura do retificador através do acoplamento de um Composto por duas células Boost operando em

conversor estático combinando um conjunto de técnicas de Modo de Condução Descontínua (DCM – do inglês Disconti-

controle efetivas emulando uma carga resistiva para a rede. nuous Conduction Mode), o retificador proposto destaca-se

pela baixa ondulação da corrente de entrada. Em modo DCM,


2 METODOLOGIA não há necessidade do uso de malha de corrente sendo sufi-

ciente apenas o controle de tensão para o barramento.

A referência teórica do estudo firmou-se em um O retificador opera com uma característica de en-

circuito monofásico apresentado pela primeira vez por Na- trada com potência constante para uma tensão de entrada

bae, Nakano e Arai (1994) conhecido como retificador Na- onde os interruptores (IGBTs) atuam de forma complementar

bae, demonstrado com a marcação pontilhada na Figura 1. com razão cíclica fixa em 50% com isso o controle da tensão do

outubro de 2021 29
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

barramento sob variações de carga pode ser obtido variando a Outro aspecto relevante da estrutura está no

frequência de operação. modo de condução descontínua da corrente nos induto-

res, esse parâmetro é visualizado na Figura 3 e precisa ser


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO respeitado para o correto funcionamento do retificador.

Os requisitos do projeto são apresentados na Figura 3 – Sinal de corrente no indutor Lin

Tabela 1.

Tabela 1 – Parâmetros de operação


Condições de operação Valores
Tensão de entrada 190-240 VAC
Tensão de saída variável 20-30 VCC
Tensão de barramento 330 VCC
Potência Máxima 600 W
Frequência da rede elétrica 60 Hz Fonte: os autores (2021).

Frequência de operação variável IGBTs 5-20 kHz


Frequência de operação Mosfet Buck 50 kHz O Retificador PFC simulado utilizando o sof-
Razão cíclica fixa IGBTs 50 % tware PSIM apresentou um fator de potência 0,992 e uma
Razão cíclica Buck Variável
Fonte: os autores (2021).
THDi% de 2,57% atendendo a norma técnica IEC 61000-3-2.

A Tabela 2 apresenta os componentes que fo- 4 CONCLUSÕES


ram dimensionados para atender aos requisitos de projeto

exibidos na Tabela 1. A estrutura ativa com alta frequência de cha-

veamento proporciona uma corrente de entrada senoidal


Tabela 2 – Componentes utilizados
Componentes Valores garantindo um elevado fator de potência provando ser pro-
Capacitor de entrada Cin 3,3 [μF] missora quanto à qualidade de energia e ao mesmo tempo
Indutor de entrada Lin 805 [μH]
versátil, podendo ser utilizada em várias aplicações. O con-
Capacitor de barramento CC 3000 [μF]
trole de potência é simplificado, dispensando a malha de
Relação de espiras do trafo T1 3/1
Indutor Buck 50 [μH]
corrente dos indutores, pois eles seguem naturalmente a

Capacitor Buck 153 [μF] forma se onda de tensão imposta pela rede elétrica, tendo
Carga RL 182 [Ω] as perdas minimizadas pela comutação suave dos IGBTs. O
Fonte: os autores (2021).
controle da tensão de barramento possibilita tanto a varia-

ção de carga quanto de tensão de entrada.


Sob condições nominais, a defasagem praticamen-

te nula e o baixo nível de distorção da corrente de entrada ob-


REFERÊNCIAS
servados na Figura 2, produzem excelente fator de potência,

que sofre pouca variação em condições de baixa carga.


NABAE, A.; NAKANO, H.; ARAI, S. Novel sinusoidal conver-
ters with high power factor. In: Proceedings of 1994 IEEE
Figura 2 – Sinais de tensão e corrente de entrada
Industry Applications Society Annual Meeting. Denver,
CO, USA: IEEE, 1994. p. 775–780. ISBN 978-0-7803-1993-6.

SOUZA, Fabiana Pottker. Correção do fator de potência


para instalações de baixa potência empregando filtros
ativos. Florianópolis, SC, 2000.

Fonte: os autores (2021).

30 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

INVERSOR DE ALTA FREQUÊNCIA COM COMANDO ANALÓGICO PARA APLICAÇÕES EM


TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA SEM FIO

Gustavo Couto1; Renato Gregolon Scortegagna2; Jean Patrick Prigol3

1
Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professor de Engenharia Elétrica na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Professor de Engenharia Elétrica na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO um inversor full-bridge que contemple a faixa de frequência

apresentada utilizando circuitos de comando analógicos.

Figura 2 – Circuito básico de um inversor full-bridge


Transferência de energia sem fio, do inglês Wi-

reless Power Transfer (WPT), é a tecnologia que permite a

transferência de energia elétrica de uma fonte para uma

carga através de um espaço livre de ar, sem fios interliga-

dos (LU et al., 2016). Em geral, como apresentado na Figura

1, os sistemas WPT são compostos por uma estrutura bási-

ca de blocos. A energia da fonte de corrente contínua Vi é


Fonte: os autores.
transformada em um sinal de alta frequência, entre 100 e

205 kHz, de acordo com o estabelecido pela norma Qi-WPC


2 METODOLOGIA
da Wireless Power Consortium para aplicações de baixa po-

tência. Esse sinal é transferido pelo ar por meio de circuitos


Para gerar os sinais de comando das chaves do
ressonantes e, por fim, é convertido em corrente contínua
inversor FB, a estratégia e modulação mais simples é a que
através de um retificador de alta frequência.
produz nos terminais de saída uma onda retangular V1 de

Figura 1 – Blocos de um sistema de transferência de energia sem amplitude ±Vi. O UC3525 é um circuito integrado (CI) mo-
fio com destaque ao inversor de frequência
dulador de largura de pulso (PWM) usado no projeto de

diversos tipos de fontes chaveadas. Alimentado por tensão

entre 8 e 35 V, esse CI gera sinais com frequência de 100


Hz a 500 kHz, tem duas saídas de PWM complementares,

dead time ajustável e soft starter interno. As características


Fonte: os autores.
desejadas dos sinais de PWM são ajustadas pelos valores

dos componentes externos adicionados ao circuito.


Um inversor de frequência de acordo com (HART,
Contudo, para topologias em ponte, o sinal de
2012), é definido como um conversor que transfere energia
PWM gerado pelo UC3525 não é adequado para o aciona-
de uma fonte de corrente contínua (CC) para uma carga em
mento das chaves altas (𝑆1 e 𝑆2) de canal N por não estarem
corrente alternada (CA). O inversor em ponte completa (FB -
referenciadas ao mesmo ponto da fonte de entrada. Para
full-bridge), em seu circuito básico, é apresentado na Figura
solucionar esse problema, é utilizado um driver específico.
2. Nesse conversor, a saída 𝑉1 (CA) é obtida a partir da fonte
O IR2110 é um driver de alta tensão e alta velocidade para
de entrada 𝑉𝑖 (CC) pelo fechamento e abertura das chaves
MOSFETs e IGBTs com canais de saída alto e baixo com re-
numa dada sequência denominada estratégia de modula-
ferências independentes. O canal da chave alta, ou chave
ção, sendo que a única restrição é o fechamento simultâneo
flutuante (HO), é projetado para operação de bootstrap. A
das chaves 𝑆1 e 𝑆3 ou 𝑆2 e 𝑆4. Isso é solucionado com a adi-
tensão do circuito bootstrap, formado por um diodo e um
ção de um “tempo morto – dead time” no comando. Este
capacitor, fornece a energia necessária ao acionamento da
trabalho tem por objetivo o projeto e o desenvolvimento de
chave flutuante por meio do pino VB. O circuito da eletrôni-

co do IR2110, apresentado na Figura 3 tem capacidade para

outubro de 2021 31
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

o acionamento de duas chaves, sendo uma baixa e uma Figura 6– Layout da PCI do circuito de potência

alta. Essa configuração, chamada de “braço” deve ser du-

plicada para compor um conversor FB.

Figura 3 – Circuito driver IR2110

Fonte: os autores.

Figura 7 – Teste Realizado


Fonte: adaptado de (IOR, 2019).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após serem definidos os componentes para pro-

duzir os sinais necessários, foi utilizado o software Eagle para


a produção dos esquemas eletrônicos da Figura 4 e os layouts
Fonte: os autores.
das placas de circuito impresso (PCI) das Figuras 5 e 6.

4 CONCLUSÕES
Figura 4 – Esquema eletrônico da placa de comando

Em síntese, depois de realizar o estudo prévio

dos componentes, as técnicas utilizadas para produzir o in-

versor, a confecção das placas e a realização dos testes, foi

possível produzir o sinal desejado dentro da faixa de tensão

e frequência necessárias.

Fonte: os autores. AGRADECIMENTO

Figura 5 – Layout da PCI do circuito de comando

Os autores agradecem ao Programa de Bolsas

Universitárias de Santa Catarina (Uniedu) pela concessão

da bolsa de iniciação científica do Art. 170 - EDITAL No 54 /

UNOESC-R/2020.

REFERÊNCIAS

HART, Daniel W. Eletrônica de Potência. 1. ed. Porto Ale-


gre, RS: AMGH, 2012. 480 p.

Fonte: os autores.
IOR. IR2110(S) PbF /IR2113 (S) PbF: High and Low Side
Driver. International Rectifier. Mar. de 2019. Disponível em:
https://www.infineon.com/. Acesso em: 12 ago. 2021.
Definidos os layouts, as PCIs foram montadas e

os circuitos testados em bancada. Na Figura 6, são apre- LU, Fei et al. An Inductive and Capacitive Combined
sentadas as placas durante o ensaio de funcionamento do Wireless Power Transfer System With LC Compensated
Topology. IEEE Transactions on Power Electronics, v. 31,
inversor. O sinal de saída do inversor, visualizado no osci-
n. 12, p. 8471–8482, Dec. 2016.
loscópio, tem amplitude de 25 V e frequência de 200 kHz.

32 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

MODELAGEM MATEMÁTICA E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE UMA REAÇÃO DE


SAPONIFICAÇÃO EM REATOR CSTR NÃO ISOTÉRMICO

Michel Felipe Viecelli1; Juliana Prigol2; Vanessa Boff3; Diogo Luiz de Oliveira4

1
Graduando em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Graduanda em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
3
Graduando em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
4
Professor na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA

As reações químicas constituem o núcleo dos Os experimentos foram realizados em uma

processos químicos, onde as matérias-primas são trans- bancada de reatores modelo MD024 da fabricante ECO

formadas em produtos de maior valor agregado em Educacional, situada no Laboratório de Reatores Quí-

equipamentos denominados reatores químicos. O rea- micos Unoesc - Joaçaba – SC. Neste trabalho utilizou-se

tor contínuo de tanque agitado (CSTR) representa uma um reator químico encamisado, com diâmetro interno

classe importante desses equipamentos industriais. Seu de 80 mm e volume de aproximadamente 500 mL, ope-

funcionamento ocorre de maneira contínua e promove rando de modo contínuo (CSTR). O reator apresenta um

uma mistura perfeita, o que propicia a uniformidade de agitador acoplado, um ponto de coleta de amostras e

concentração e temperatura em seu interior (LEVENS- medidores de temperatura. O equipamento conta ain-

PIEL, 2000). da com três reservatórios de 50 L, um para os descartes

Perante a relevância que esses equipamentos reacionais e os outros dois para reagentes. A bancada é

exprimem, um projeto e um controle de alta qualida- ilustrada na Figura 1.

de são essenciais para o bom funcionamento diante da

reação executada. Neste sentido, a modelagem mate- Figura 1 – Bancada de reatores

mática e a simulação computacional surgem como fer-

ramentas valiosas, seja para treinamento, aumento da

capacidade, previsões ou otimização do processo, agin-

do de modo mais seguro e econômico (AMIYA, 2011).

Neste estudo, a modelagem matemática com

resolução computacional é aplicada na hidrólise alca-

lina do acetato de etila, produzindo majoritariamente Fonte: os autores.

acetato de sódio, um produto que é utilizado em indús-


A uma velocidade constante de agitação, coleta-
trias alimentícias, têxteis, farmacêuticas, de tintas, den-
ram-se as amostras a cada 2 minutos por cerca de 10 minu-
tre outras.
tos, visando atestar o estado estacionário, sendo que para
Deste modo, dispondo das informações de
o acompanhamento do progresso da reação, fez-se uso da
cinética reacional e efetuando os balanços de massa e
técnica de titulação ácido-base.
de energia no sistema, este trabalho busca prever de
Para a modelagem matemática do processo,
que maneira as variações de temperatura da camisa
considerou-se que a cinética reacional é dependente da
afetam a conversão e temperatura f inal da reação de
temperatura e pode ser expressa como de segunda ordem
saponif icação conduzidas em um reator CSTR não iso-
geral e, a partir do balanço molar de NaOH, obtém-se a Eq. 1.
térmico, em estado estacionário. As equações são resol-

vidas computacionalmente pelo software livre Scilab,

conf rontando os dados obtidos com valores oriundos (1)

de testes laboratoriais.

outubro de 2021 33
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

Associando as variações energéticas do sistema 44 °C 17,1 °C 63,7% 18,7 °C 70,3%

com o balanço de energia, chega-se à Eq. 02. 60 °C 22 °C 66,5% 25,5 °C 71,4%


Fonte: os autores.

Nota-se um ligeiro aumento na conversão de

NaOH à medida que a temperatura da camisa é elevada.

Os valores e significados dos parâmetros utiliza- Isso ocorre, pois há um acréscimo no fluxo de calor transfe-

dos no modelo matemático encontram-se na Tabela 1: rido da camisa para o reator, afetando a constante da taxa

reacional, fortemente dependente da temperatura. Esse


Tabela 1 – Variáveis de entrada na simulação computacional do
desempenho é condizente com os resultados abordados
modelo matemático
por Danish et al. (2015) que descrevem um aumento na
Parâmetro Símb. Valor Unidades
Fator de Arrhenius k0 30×103 s-1 conversão de 13% após variar a temperatura do sistema de
Energia de ativação E 45x103 J.mol-1
25 °C para 35 °C.
Constante dos gases ideais R 8,314 J.K-1mol-1
Concentração inicial NaOH CA0 200 mol.m-3 Constatam-se, porém, divergências entre os
Vazão de NaOH F/F0 1×10-6 m³.s-1 valores de conversão experimental e o modelo simulado,
Volume do reator V 0,0005 m³
que podem ser justificadas devido às simplificações opera-
Capacidade calorífica Cp 4186 J.kg-1K-1
Massa específica ρ 1003 kg.m-3
cionais adotadas, como a perda de calor para o ambiente,

Temperatura inicial dos reagentes T0 15 °C mistura perfeita, bem como possíveis erros experimentais.
Entalpia de reação ΔHR -37,93 kJ.mol-1
Coeficiente global de transferência
UA 6,1 W/K 4 CONCLUSÕES
de calor
Fonte: os autores.

Comparando os dados experimentais com os


As equações algébricas não lineares obtidas (Eq. 1
modelados não foi possível validar o modelo matemático,
e 2) foram resolvidas simultaneamente utilizando o software
pois os valores simulados apresentaram discrepância nas
Scilab, de modo a simular situações em que são alteradas
conversões de aproximadamente 10% a mais que os obti-
as faixas de temperatura da parte encamisada do reator (Tc)
dos na prática. Podem-se sugerir para trabalhos futuros al-
e calculados os valores de temperatura de saída (T) e con-
gumas adaptações como ponderar e estimar as perdas de
centração de NaOH nos produtos (CA), a fim de observar o
calor para o ambiente e rever a hipótese de mistura ideal.
comportamento da conversão reacional nesses intervalos.
Entretanto, os perfis de temperaturas se mos-
Por fim, os resultados obtidos por simulação foram
traram semelhantes, seguindo o padrão verificado na prá-
confrontados com os valores obtidos experimentalmente.
tica onde a conversão aumenta conforme a temperatura

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO da camisa é acrescida.

REFERÊNCIAS
No procedimento experimental o estado esta-

cionário foi constatado entre 8 a 10 minutos de reação, sen-


AMIYA, J. Chemical Process Modelling and Computer
do que a partir desse ponto, fixaram-se as temperaturas da
Simulation. New Delhi: PHI Learn, 2011.
camisa, variando-as de 33 °C a 60 °C. No cálculo computa-

cional utilizaram-se as mesmas variações térmicas, calcu- DANISH, M. et al. Effect of Operating Conditions on CSTR
performance: Experimental Study. International Journal
lando as conversões reacionais e as temperaturas de saída
of Engineering Research and Applications, v. 5, p. 74-78,
do reator. Os valores simulados são confrontados com os 10 fev. 2015.
dados experimentais no Tabela 2.
LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações Químicas. 3. ed.
Tabela 2 – Comparação: dados experimentais e simulados
São Paulo: Edgard Blücher, 2000.

Temp. do Temp. Conversão Temp. Conversão


fluido na produto de NaOH produto de NaOH
camisa Experimental Modelagem
33,5 °C 16,2 °C 59,1% 17,4 °C 69,6%

34 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

OPERAÇÕES UNITÁRIAS PARA OBTENÇÃO DE CHÁ NUTRACÊUTICO

Gabrielle B. Longo1; Adriana B. Vanin2

1
Graduanda em Engenharia Mecânica pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA

Compostos bioativos (antocianinas, compos-


O método consistiu em uma revisão de literatu-
tos fenólicos e carotenóides) são produtos do metabolis-
rasobre os procedimentos para obtenção de extratos aquo-
mo secundário das plantas produzidos como forma de
sos, suas utilizações e benefícios em relação aos compostos
defesa contra as adversidades edafoclimáticas como o
bioativos na etapa de evaporação da água e concentração
estresse hídrico, exposição às radiações solares e às bai-
extrato solúvel em pó.
xas temperaturas, entre outros fatores. O mirtilo (Vac-
Para isso foram consultados artigos científicos,
cinium spp.) é conhecido como o f ruto da longevidade
sites e empresas que produzem esses equipamentos. Or-
(CUNHA et al., 2016). Os compostos bioativos encontra-
çamentos e catálogos foram solicitados em várias empre-
dos facilmente nos alimentos, são ricos em certos tipos
sas para comparação dos equipamentos (valor, capacidade
de substâncias capazes de proteger o corpo de possíveis
e temperatura).
complicações.

Nesse cenário, vem sendo crescente o interes-


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
se pelos chamados “alimentos nutraceuticos”, que têm

como objetivo contribuir para a promoção da saúde. Nu-


Avaliação de compostos bioativos e atividades
traceutico é um alimento ou parte de um alimento que
antioxidantes de extratos de folhas com a relação àtempera-
proporciona benefícios à saúde, incluindo a prevenção e/
tura máxima de extração é limitada a 60ºC.Um experimento
ou tratamento de uma ou mais doenças. Compõe uma
feito da secagem do bagaço de uva mostrou que em 60ºC
ampla variedade de alimentos e componentes alimentí-
houve melhor retenção fenólica, consequentemente com
cios de interesse no campo da saúde. A pesquisa avaliou
maior capacidade antioxidante. O resultado sugeriu uma
dois métodos aplicados à etapa de evaporação da água
possível oxidação dos compostos bioativos no bagaço de
e concentração extrato solúvel em pó, a atomização e a
uva seco a temperaturas abaixo de 60°C, uma vez que as
liofilização. A atomização consiste em pulverizar o extrato
temperaturas de 50°C e 40°C não foram suficientes para
aquoso em milhares de gotículas, as gotículas caem ao
inativar esta enzima (TELES et al., 2017).
encontro do ar quente gerado dentro da câmara de seca-
Por suas baixas temperaturas e por ser o único
gem, que remove toda a umidade restando assim apenas
processo de desidratação a frio em que a estruturamolecu-
o pó fino que foi separado da água. A liofilização é um pro-
lar do insumo não são alteradas o equipamento estabele-
cesso mais delicado, sendo o mais nobre entre eles, o ex-
cido foi o liofilizador.
trato aquoso é congelado, após o congelamento o extrato
Dentro da estufa do liofilizador a circulação e
é submetido a um alto-vácuo para que continue cristali-
renovação do ar alteram a temperatura variando de 60ºC
zado, a temperatura é elevada rapidamente, eliminando
a 65ºC, ficando dentro dos parâmetros de preservação de
toda a umidade (LIOMEAL, 2021).
nutrientes.
O presente trabalho objetivou def inir opera-
Em uma análise de atividade antirradicalar (ca-
ções unitárias adequadas de modo a preservar o con-
pacidade de eliminar radicais livres) em farinhas de bagaço
teúdo inicial de compostos bioativos presentes em ex-
de uvas desidratadas em liofilizador feito por Bennemann
tratos aquosos de plantas.
et al. (2017) diz que “as amostras liofilizadas tiveram maio-

res teores médios de todos os flavonoides (epicatequina,

outubro de 2021 35
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

catequina, quercetina, ácidovanílico, rutina)” em relação ao 4 CONCLUSÕES


processo de atomização.

A liofilização é a que mais preserva os polifenóis, As pesquisas permitiram definir a melhor ope-
já que os mesmos são sensíveis a temperatura. ração para à etapa de evaporação da água e concentração
A temperatura é crucial para a preservação dos extrato solúvel em pó é a liofilização.
compostos bioativos, temperaturas acima de 60ºC degra-

dam as substancias por isso, a escolha do equipamento foi AGRADECIMENTO


objetiva, no entanto, temperaturas abaixo de 60ºC não fo-

ram suficientes para inativar a ação da enzima polifenoloxi- Governo do Estado de Santa Catarina e Uniedu.

dase, sendo está a responsável pela maior degradação dos

compostos bioativos (TELES et al., 2017).


REFERÊNCIAS

O processo de liofilização se mostrou mais efi-


BENNEMANN, Gabriela Datsch et al. Compostos bioativos
ciente em relação ao processo de atomização, não só por e atividade antirradicalarem farinhas de bagaço de uvas
suas baixas temperaturas, mas também por não ter perdas de diferentes cultivares desidratadas em liofilizador e em
estufa. Braz. J. Food Technol., Campinas, v. 21, p. 5. Campi-
voláteis, enquanto o atomizador mostrou grande decom-
nas, 2017.
posição térmica (termólise), por suas altas temperaturas.

O Gráfico 1 apresenta o efeito da temperatura CUNHA, A. L.; MOURA, K. S.; BARBOSA, J. C.; SANTOS, A. F
dos. Os metabólitos secundários e sua importância para
sobre a capacidade antioxidante de bagaço de uva em três
o organismo. Diversitas Journal, v. 1, n. 2, p. 175-181, 2016.
temperaturas (40, 50 e 60ºC) em relação ao tempo de se- Disponível em: https://doi.org/10.17648/diversitas-journal-
cagem (6 horas). -v1i2.332. Acesso em: mar. 2021.

Gráfico 1 – Atividade antioxidante das amostras secas (bagaço de uva) LIOMEAL. Liofilização. Disponível em: https://www.liome-
al.com.br/liofilizacao/ Acesso em: mar. 2021.

SPLABOR, Aplabor Equipamentos paraLaboratório. Liofili-


zador/Liofilização Aprenda Detalhes Importantes. Dispo-
nível em:http://www.splabor.com.br/blog/liofilizadores/liof
ilizador-liofilizacao-saiba-o-que-e-e-aprenda- detalhes-im-
portantes/. Acesso em: 11 fev. 2021.

TELES, Aline Soares Cascais et al. Efeito da temperatura


na degradação de compostos bioativos do bagaço de uva
Pinot Noir durante a secagem. Braz. J. Food Technol., v.
21, 2017.
Fonte: Teles et al., (2017).

A atividade antioxidante das amostras secas a

60°C mostraram a maior atividade antioxidante, seguida

por amostras secas a 50 ºC, enquanto o bagaço de uva seco

a 40°C apresentou os valores mais baixos. Esses resultados

são contrários a alguns estudos que relataram maior de-

gradação de bioativos compostos e atividade antioxidante

com aumento de temperatura durante a secagem das fru-

tas, bem como negativo efeitos da secagem por

calor na capacidade antioxidante das plantas

(TELES et al., 2017).

36 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
ENGENHARIAS ACET

PROPOSTA DE UM DISPOSITIVO PARA A DETECÇÃO DE OBSTÁCULOS PARA AUXÍLIO NA


LOCOMOÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Mateus Oliveira Pereira dos Santos1; Geovani Rodrigo Scolaro2

1
Graduando em Engenharia de Computação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Professor Doutor no Curso de em Engenharia de Computação da Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO para o processamento de imagens e tarefas que usem vi-

são computacional em tempo real, sendo portáveis para

Pessoas com deficiência visual atingem 3,5% da vários sistemas operacionais. O sistema operacional utili-

população brasileira (IBGE, 2010), um total aproximado de zado neste trabalho será uma distribuição Linux denomi-

6.585.278 pessoas. Apesar do grande volume de deficientes nada Raspberry Pi OS.

visuais, a independência dessas pessoas quanto a mobili- Para a aquisição das imagens o dispositivo con-

dade ainda é uma dificuldade. tará com uma câmera de 8 Mpixels da Raspberry Pi, para

Um dos maiores problemas para os deficientes a aquisição, processamento e interpretação das imagens

visuais é a percepção do espaço durante sua locomoção. É utilizadas pelo sistema. A câmera é compacta, pesando

necessário aprender como detectar os obstáculos, detec- aproximadamente 3G e apresenta dimensões de 25x20x9

tar desníveis no solo e como entender padrões de trânsito mm. Gera imagens com resolução de até 2592×1944 pixels

(GIUDICE; LEGGE, 2008). e vídeos de até 1080p, sendo da mesma fabricante da pla-

Este estudo possui o intuito de auxiliar na loco- ca Raspberry Pi usada no sistema de controle. Pelo fato

moção de pessoas cegas a partir do desenvolvimento de de serem completamente compatíveis, não haverá pro-

um dispositivo capaz de detectar obstáculos, desníveis, si- blemas na integração entre os dispositivos, possibilitando

nalizações e assim alertar o portador do dispositivo sobre a que o protótipo seja desenvolvido de forma adequada e

existência dos mesmos. sem a necessidade de adaptações.

2 METODOLOGIA 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa é do tipo estudo de caso e ca- Os resultados apresentados nesta seção foram

racteriza-se como experimental, pois dedica-se a propor obtidos através de experimentos realizados até o mo-

uma solução específica. Serão utilizadas técnicas de inte- mento. Foram exploradas várias técnicas de inteligência

ligência artificial para o reconhecimento dos padrões ca- artificial e dentre elas foi escolhida a técnica que utiliza

racterizados como obstáculos e que serão utilizados para Haarcascades para a detecção de imagens dos obstá-

o processo de treinamento e aprendizado do dispositivo. culos pré-determinados. O processo se inicia através da

Depois de treinado, o dispositivo poderá observar o meio escolha de imagens positivas e negativas, as quais mos-

através de uma câmera e identificará possíveis situações tram quais objetos se quer detectar e quais devem ser

de risco que possam causar danos ao deficiente visual, ignorados, respectivamente.

alertando e informando de forma sonora quais são os ob- Foram realizados treinamentos utilizando o

jetos à sua frente. Haarcascade e as demais rotinas necessárias para a de-

O dispositivo utilizará uma placa Raspberry Pi tecção de obstáculos utilizando Phyton. Testes foram fei-

versão 3 B+ para a execução dos algoritmos que serão tos com o sistema codificado com o objetivo de detectar

desenvolvidos através do uso da linguagem Python e um faces, pessoas e calçadas, o qual apresentou resultados

conjunto de bibliotecas OpenCV. Tais recursos disponibi- satisfatórios neste processo. A Figura 1 apresenta o algo-

lizam diversas bibliotecas de código aberto e necessárias ritmo de detecção de faces em funcionamento.

outubro de 2021 37
V SIMPÓSIO DAS
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Figura 1 - Detecção de faces to do Haarcascade para a detecção de pessoas. A Figura 4

apresenta o resultado de novos testes após as correções.

Figura 4 - Detecção de calçadas

Fonte: os autores.
Fonte: os autores.

O segundo teste consistiu em tentar detectar


4 CONCLUSÕES
pessoas em um ambiente externo. No entanto, o algoritmo

de detecção acabou detectando falsos positivos nas ima-


A presente pesquisa busca desenvolver novas
gens, como pode ser visualizado através da Figura 2.
soluções tecnológicas que podem contribuir no processo

Figura 2 - Detecção de pessoas


do desenvolvimento humano e na promoção da autono-

mia e segurança de deficientes visuais. O sistema proposto

apresentou resultados satisfatórios da detecção de obs-

táculos, no entanto, houve a detecção de falsos positivos

também. Sendo assim, novos treinamentos e ajustes no sis-

tema serão necessários para que se possa fazer todas as de-

tecções necessárias e que se atinja os objetivos propostos.

REFERÊNCIAS
Fonte: os autores.

GIUDICE, N. A.; LEGGE, G. E. Blind Navigation and the


Como mostrado na Figura 2, obteve alguns pro- Role of Technology. In: HELAL, A.; MOKHTARI, M.; ABDUL-
RAZAK, B. Engineering handbook of smart technology
blemas de falsos positivos (detectar o que não é preciso),
for aging, disability, and Independence. 1. ed. Wiley-In-
para isto foi preciso alterar alguns parâmetros no código terscience, 2008. 479-500 p. Disponível em:http://staff.
fonte, com este ajuste teve-se um retorno melhor da detec- www.ltu.se/~kalevi/References/BLIND%20NAVIGATION%20
AND%20THE%20ROLE%20OF%20TECHNOLOGY.pdf. Aces-
ção conforme mostra a Figura 3.
so: 2 jun. 2019.
Figura 3 - Detecção de pessoas
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010.
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 2 jun. 2019.

Fonte: os autores.

Para resolver o problema foi necessário ajustar

parâmetros de funcionamento do algoritmo de treinamen-

38 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
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PROPOSTA DE UM SISTEMA DE GEOLOCALIZAÇÃO PARA AUXÍLIO NA LOCOMOÇÃO DE


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Lisandro D. Agnol¹; Geovani R. Scolaro²

¹
Graduando em Engenharia da Computação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
²
Professor do Curso de Engenharia da Computação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO Figura 1- Visão geral do sistema

São consideradas portadoras de deficiência pes-

soas que possuam anormalidades em sua estrutura física

ou psicológica, que as impeçam de realizar atividades con-

sideradas normais ou fisiológicas para o ser humano. Estas

pessoas tem buscado cada vez mais conquistar seu espaço


Fonte: os autores.
na sociedade, embora ainda enfrentem grandes dificulda-

des em relação à acessibilidade. Tais dificuldades encon-


O sistema será capaz de identificar o posiciona-
tradas são, em sua maioria barreiras físicas, como escadas,
mento global deste indivíduo, fornecendo as coordenadas
postes e buracos, as quais ocasionam transtornos para as
geográficas do local e por meio da utilização de uma placa
pessoas com deficiência, que acabam não conseguindo
Raspberry Pi, estas coordenadas serão traduzidas para o
realizar suas tarefas sem o devido auxílio (BRASIL, 2009).
nome da localidade (rua) a qual ele se encontra.
Em 2010, através de uma pesquisa, o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) evidenciou que


2 METODOLOGIA
45 milhões de brasileiros tem algum tipo de deficiência,

número este que corresponde a 25% da população total do


O sistema computacional será composto por
Brasil (IBGE, 2021).
um sistema embarcado, no qual ocorrerá comunicação
Atualmente, a falta de acessibilidade é um gran-
entre dispositivos capazes de capturar e processar as in-
de problema enfrentado pelos deficientes visuais, somada
formações vindas de satélites utilizados pelo sistema de
à falta de fiscalização através de leis e órgãos, ela prejudica
geolocalização global (GPS), os quais disponibilizarão para
a locomoção e o desenvolvimento de tarefas desempenha-
o usuário final a informação acerca de sua localização de
das por esta população (WAT, 2019).
forma audível.
A tecnologia assistiva é um campo interdiscipli-
Para isso, foi utilizada uma placa Raspberry Pi 4,
nar, que faz uso de recursos tecnológicos para permitir que
a qual integra um firmware capaz de processar e traduzir os
pessoas com deficiência ou com algum tipo de limitação
dados recebidos do módulo GPS do modelo GY-GPS6MV2.
de mobilidade realizem suas tarefas, tornando-as autôno-
O sistema divide-se em aquisição, processamento e saída
mas e independentes em suas rotinas, e, consequente-
de informações. As mensagens recebidas dos satélites são
mente, melhorando sua qualidade de vida (BRASIL, 2009).
processadas e interpretadas, onde as coordenadas geográfi-
Este trabalho visa o desenvolvimento de um sis-
cas são separadas em latitude e longitude, para determinar
tema computacional baseado em tecnologias assistivas para
a localização do indivíduo. Em seguida, estas coordenadas
permitir que deficientes visuais identifiquem sua localiza-
são interpretadas e convertidas em nomes por extenso das
ção em tempo real de forma independente (sem a necessi-
ruas as quais elas pertencem. O gerenciamento de saída uti-
dade de auxílio de outra pessoa), visto os diversos problemas
liza o hardware de áudio da placa Raspberry Pi para gerar a
que estes indivíduos enfrentam todos os dias em relação a
informação em forma de áudio ao usuário do sistema.
acessibilidade nos mais diversos ambientes. Uma visão geral
Para usar uma saída de áudio da placa Ras-
do sistema pode ser visualizada através da Figura 1.
pberry Pi, pode se optar pela tecnologia Text to Speech

outubro de 2021 39
V SIMPÓSIO DAS
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que transforma textos em voz natural. A API Google Text A partir dos experimentos realizados e pelos re-

to Speech tem como função converter o texto digitado em sultados preliminares obtidos, pode-se concluir que a Ras-

voz falada. Ela foi desenvolvida pelas tecnologias de Inteli- pberry Pi 4 model B Anatel atende às necessidades de pro-

gência Artificial do Google e permite gerar mais de 220 vo- cessamento dos dados obtidos por GPS. Foi possível realizar

zes humanas com alta qualidade em 40 idiomas diferentes o processamento das coordenadas geográficas e transfor-

(GOOGLE, 2021). má-las em localizações com nomes específicos de ruas. No-

vos experimentos serão realizados para finalizar a saída de


3 RESULTADOS E DISCUSSÃO áudio do sistema, permitindo que o sistema possa ser imple-

mentado de forma adequada, para posteriormente iniciar a

A comunicação entre os dispositivos é feita atra- fase de testes.

vés da porta de comunicação serial. Para a integração entre

os dispositivos de GPS e Raspberry Pi utilizou-se a porta se- REFERÊNCIAS

rial UART0, que fisicamente consiste em GPIO 14 (TX - trans-


BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos
missão de dados) e GPIO 15 (RX - recebimento de dados).
da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas.
Para recebimento de dados, deve-se configurar Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009. 138 p.
na Raspberry Pi a UART0, cuja função de serial padrão do
GOOGLE. Text-to-Speech.2021. Disponível em: https://cloud.
console Linux necessita ser desabilitada através de coman-
google.com/ text-to-speech. Acesso em: 20 maio 2021.
do na interface de configuração do sistema operacional.

Para traduzir os dados recebidos do módulo IBGE. Censo Demográfico 2010. Pessoas com deficiência.
[s .l.], 2021. Disponível em: https:
GPS, testou-se a biblioteca Python pynmea2. Esta é res-
//educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/
ponsável pelo protocolo NMEA 0183, o qual realiza a trans- 20551-pessoas-com-deficiencia.html.
missão de dados considerando o sincronismo e os forma- Acesso em: 13 mar. 2021.

tos específicos das sentenças de transmissão, ou seja, ela


WAT. DIFICULDADES DOS DEFICIENTES VISUAIS NO DIA
identifica todos os caracteres específicos recebidos dos A DIA, 2019. Disponível em: https://www.watplast.com.br/
satélites pelo módulo GPS. blog/ veja-as-principais-dificuldades-dos-deficientes-vi-
suais-no-dia-a-dia-e-como-adaptar-sua-empresa/. Acesso
Através da biblioteca pynmea2 e das mensa-
em: 06 abr. 2021.
gens recebidas dos satélites, pode-se filtrar as coordena-

das geográficas através do código integrado no firmware

da Raspberry Pi. É possível selecionar apenas os dados de

latitude e longitude através da mensagem interpretada,

enviada pelos satélites.

Para transformar os dados recebidos pelo mó-

dulo GPS em áudio, é possível, através da biblioteca gTTS,

gerar áudios no formato mp3 com as coordenadas en-

contradas.

4 CONCLUSÕES

Através das pesquisas realizadas, observou-se a

necessidade de desenvolver-se um dispositivo para auxiliar


na locomoção de indivíduos portadores de deficiência visu-

al, para que, por meio deste, tais indivíduos se tornem me-

nos dependentes e passem a ter maior qualidade de vida.

40 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
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UTILIZAÇÃO DE COAGULANTES À BASE DE TANINO EM SUBSTITUIÇÃO AO SULFATO DE


ALUMÍNIO NO TRATAMENTO DE ÁGUA

Amanda Massignani da Rosa1; Leonardo Henrique de Oliveira2

1
Graduada em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Doutor em Engenharia Química e Mestre em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina; Professor na Universidade do Oeste
de Santa Catarina; [email protected]

1 INTRODUÇÃO MAE. Inicialmente, foram adicionados a cada uma das

cubas (Jar-test), as dosagens de 10 a 60 mg/L, com interva-

los de 10 mg/L de sulfato de alumínio e as dosagens de 4 a


O tratamento de água para abastecimento con-
9 mg/L, com intervalos de 1 mg/L para o Tanfloc SG.
siste em eliminar as impurezas nocivas aos seres huma-
A Fotografia 1 apresenta a bancada didática de
nos para que esta seja própria para o consumo (IBRAHIN;
tratamento de água, na qual ajustou-se a vazão de entrada
IBRAHIN; CANTUÁRIA, 2015).
de água bruta foi de 40 L/h, e então adicionou-se a vazão
De acordo com Richter (2009), as estações de
de coagulante correspondente à dosagem ótima, sendo
tratamento convencionais são basicamente compostas
verificada a formação de flocos e sedimentação no decan-
por: coagulação (mistura rápida), floculação, decantação
tador, seguido de filtração. Os experimentos foram realiza-
e filtração. Um dos coagulantes mais utilizados é o sulfato
dos em duplicata. As amostras coletadas na saída do filtro
de alumínio, porém, atualmente, existe uma preocupação
foram encaminhadas para análises de pH, cor aparente e
a respeito do descarte do lodo gerado por este coagulante
turbidez. Todas as análises foram realizadas em duplicata
(PIANTÁ, 2008).
conforme APHA (2005).
Devido a essas preocupações, nos últimos anos,

vêm sendo estudadas alternativas de coagulantes para Fotografia 1- Bancada didática de tratamento de água e efluentes

substituir o sulfato de alumínio. Para que o lodo gerado

possua uma biodegradabilidade, coagulantes orgânicos

entram como uma possível solução, dentre eles, coagulan-

tes à base de tanino, que é extraído da casca da árvore acá-

cia negra (NEPOMUCENO et al., 2018).

O presente projeto de pesquisa pretende avaliar

a utilização do Tanfloc SG, coagulante orgânico à base de

tanino e compará-lo ao sulfato de alumínio. Amostras de

água do Rio do Tigre, situado em Joaçaba-SC, foram coleta-

das e tratadas em bancada didática, localizada no laborató-

rio de reatores da Unoesc Campus Joaçaba. Foram analisa-

dos pH, cor aparente e turbidez para realizar a comparação


Fonte: os autores.
dos mesmos e então a viabilidade da utilização do tanino

como coagulante.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2 METODOLOGIA
A dosagem ótima de sulfato de alumínio de foi

de 30 mg/L, enquanto para o Tanfloc SG foi de 6 mg/L. A

As amostras de água foram coletadas em dias partir destes dados, realizou-se o tratamento de água em

diferentes após 13 mm de precipitação nas 48 horas que bancada didática e obteve-se os valores apresentados na

antecederam a coleta, conforme dados cedidos pela SI- Tabela 1.

outubro de 2021 41
V SIMPÓSIO DAS
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Tabela 1 - Média dos valores dos parâmetros obtidos através do Para o sulfato de alumínio, a remoção de cor
tratamento da água do Rio do Tigre em bancada didática
aparente e turbidez foram acima de 77 % com a dosagem
utilizando como coagulantes sulfato de alumínio e Tanfloc SG

Cor aparente Turbidez Alumínio de 30 mg/L, já para o Tanfloc SG estes mesmos parâmetros
Amostra pH
(uH) (uT) (mg Al/L) encontraram-se acima de 55% com a dosagem de 6 mg/L.
Água bruta 28,6 15,2 7,6 0,03
Apesar de o Tanfloc SG ser uma alternativa sus-
Sulfato de alumínio 6,4 3,4 7,7 <0,020
tentável, o sulfato de alumínio apresentou melhores valo-
Tanfloc SG 12 6,8 7,6 <0,020
res dos parâmetros estudados. Também o Tanfloc SG não
Fonte: os autores.
removeu turbidez o suficiente para que este parâmetro

A Portaria GM/MS n. 888 de 04/05/2021 dispõe permanecesse com o valor previsto na legislação vigente.

sobre procedimentos de controle e de vigilância da qua-


REFERÊNCIAS
lidade de água para consumo humano e seu padrão de

potabilidade. Esta é a legislação vigente e informa que o


APHA. Standard methods for the examination of water
valor máximo permitido para cor aparente é de 15 uH, para
and wastewater. 21. ed. Washington: Centennial Edition,
a turbidez 5 uT e o pH deve estar entre 6 e 9,5. 2005. 1274 p.
O sulfato de alumínio apresentou uma remoção
IBRAHIN, Francini Imene Dias; IBRAHIN, Fábio José; CAN-
de cor aparente e turbidez maior que o Tanfloc SG. Para o
TUÁRIA, Eliane Ramos. Análise Ambiental: Gerenciamen-
sulfato de alumínio os valores destes parâmetros perma- to de Resíduos e Tratamento de Efluentes. 1. ed. São Paulo:
neceram dentro da legislação, enquanto para o Tanfloc SG Editora Érica, 2015.

apenas a cor aparente apresentou valor dentro do máximo


NEPOMUCENO, Thiago Cabral et al. Aplicabilidade de
aceitável. A remoção de turbidez não foi tão efetiva fazen- coagulantes a base de tanino em estações de tratamento
do com que este valor não se encontre dentro do aceitável de água. Revista Ibero-Americana de Ciências Am-
bientais, Companhia Brasileira de Produção Científica,
conforme a legislação.
[s. l.], v. 9, n. 7, p. 110-123, 24 set. 2018. Disponível em: http://
A Fotografia 2 apresenta as amostras, da esquer- sustenere.co/index.php/rica/article/view/CBPC2179-
da para a direita, de água tratada com Tanfloc SG, água tra- 6858.2018.007.0011/1488. Acesso em: 22 fev. 2021.

tada com sulfato de alumínio e água bruta.


PIANTÁ, Cyro Antônio Vianna. Emprego de coagulantes
orgânicos naturais como alternativa ao uso do sulfato
Fotografia 2 - Amostras de água tratadas com Tanfloc
de alumínio no tratamento de água. 2008. 78 f. Traba-
SG, sulfato de alumínio e água bruta
lho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Civil) - Departamento de Engenharia Civil, Universida-
de Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/hand-
le/10183/26026/000754989.pdf. Acesso em: 22 fev. 2021.

Fonte: os autores.

4 CONCLUSÕES

O presente estudo teve como objetivo compa-

rar os parâmetros cor aparente, pH e turbidez após o tra-


tamento de água do Rio do Tigre utilizando como coagu-

lantes o sulfato de alumínio e o Tanfloc SG, sendo este um

coagulante natural que gera um lodo biodegradável.

42 outubro de 2021
V SIMPÓSIO DAS
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UTILIZAÇÃO DO PROCESSO FENTON PARA REMOÇÃO DE FORMALDEÍDO DO


EFLUENTE INDUSTRIAL

Sthephany K. Lebkuchen1; Leonardo H. de Oliveira2

1
Graduando em Engenharia Química pela Universidade do Oeste de Santa Catarina; [email protected]
2
Doutor em Engenharia Química pela Universidade Federal de Santa Catarina; [email protected]

INTRODUÇÃO inicial da reação nessa proporção de reagentes, os seguintes

valores de pH inicial foram ajustados: 2,5; 3 e 3,5. O ajuste do

pH foi feito com solução de HCl a 0,1 mol/L.


O formaldeído é uma substância dificilmente

degradada por tratamentos de efluentes convencionais,


Tabela 1 – Proporções e volumes de reagentes de Fenton
sendo comprovadamente tóxica, cancerígena para huma-
FeCl3 (39%)/H2O2 (50%) Volumes (mL)
nos e letal para os microrganismos. Diante de tais carac- 1:2 1,5:3
terísticas, os processos oxidativos avançados (POA), mos- 1:4 1,5:6
tram-se como uma alternativa para a eliminação dessa 2:3 3:4,5
Fonte: os autores.
substância, visto que este método consiste na geração de
compostos altamente oxidantes (radicais hidroxila) capa-
Utilizando a proporção de reagentes aliada ao
zes de eliminar os poluentes presentes no efluente.
pH inicial, realizou-se a verificação do tempo necessário
Dentre as diferentes classes de POA, a reação
para a degradação do contaminante com concentração
de Fenton, cujo produto é a formação de radicais hidroxilas
inicial de 4,94%, medindo-se o teor de formaldeído ao lon-
pela decomposição de peróxido de hidrogênio catalisada
go do tempo de reação (120 minutos).
por íons de ferro em meio ácido, foi o objeto de estudo des-
Para realização das reações de Fenton foi adi-
te trabalho, o qual teve por finalidade avaliar a utilização
cionado em um béquer 250 mL da amostra sob agitação
desta reação química no tratamento de efluente contendo
de 400 rpm em agitador magnético Fisatom 752A por 10
formaldeído.
min para homogeneização da mesma. Em seguida, adicio-

nou-se o cloreto de ferro III (FeCl3) a 39% e após, o peróxido


METODOLOGIA
de hidrogênio (H2O2) a 50%, mantendo-se a agitação pelo
tempo de reação.

Esta pesquisa experimental foi realizada no la-

boratório físico-químico da empresa de aditivos alimen- RESULTADOS E DISCUSSÃO

tares e saneantes industriais Laza Biotecnologia do Brasil

LTDA, com o efluente das linhas de produção feed e food


Nos experimentos iniciais, concentração de for-
contendo formaldeído.
maldeído utilizada foi de 6,28% e pH inicial de 3,93. Os re-
A amostra do efluente com concentração inicial
sultados após as reações Fenton encontram-se na Tabela 2.
de formaldeído de 0,6% foi coletada após a remoção do óleo

presente no resíduo, sendo adicionado a essa matriz, formol Tabela 2 – pH, teor final e remoção (%) de formaldeído para
diferentes proporções de reagentes Fenton
a 37% até a obtenção de concentrações de 4,94% e 6,28%.
Exp. pH inicial Teor (%) pH final Remoção (%)
O pH inicial e final da amostra foi medido em
1 2,51 3,31 1,53 46,61
pHmetro de bancada Alfakit AT355. Para a quantificação do
2 3,09 3,18 1,60 48,71
teor de formaldeído inicial e final foi realizada a titulação da
3 3,52 3,30 1,70 46,77
amostra conforme metodologia proposta pela CEMP 172. Fonte: os autores.

Para os experimentos de avaliação da proporção


O melhor resultado foi obtido com a proporção
de reagentes Fenton, avaliaram-se três diferentes propor-
de 1:4. Sendo assim, esta foi a proporção de reagentes Fen-
ções dos reagentes (Tabela 1). Para avaliar a influência do pH

outubro de 2021 43
V SIMPÓSIO DAS
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ton escolhida para realização dos experimentos seguintes. (1:4) para a maior porcentagem de remoção de formalde-

Utilizando a proporção de 1:4 para FeCl3/H2O2, avaliou-se a ído (48,88%) presente na amostra do efluente. Além disso,

influência de três valores diferentes de pH inicial na reação constatou-se que o tempo de reação de 2 h foi mais do

de Fenton (Tabela 3). O teor inicial do analito na amostra foi que suficiente para atingir a remoção máxima do analito

de 6,20%. na amostra, cujo valor correspondente foi alcançado com

1 h de reação (53,23%) embora não o tenha removido por


Tabela 3 – Avaliação do pH inicial na reação de Fenton
completo.
Exp. pH inicial Teor (%) pH final Remoção (%)
A legislação brasileira não prevê um limite má-
1 2,51 3,31 1,53 46,61
ximo para descarga de efluente contendo formaldeído, po-
2 3,09 3,18 1,60 48,71
rém, segundo Chedid (2015), na Polônia é permitido até 0,2
3 3,52 3,30 1,70 46,77
Fonte: os autores. mg/L da substância para despejo em águas superficiais e

até 2 mg/L em estações de tratamento de esgoto.


Os três valores de pH inicial da amostra, nas

condições estudadas, não contribuíram para aumentar a REFERÊNCIAS


remoção de formaldeído. A faixa considerada ideal para

reação de Fenton (3,0 – 4,0). Para avaliação da cinética da BRITO, Carlos Henrique Vieira de. Estudo da eficiência
do processo Foto-Fenton sobre o processo Fenton na
reação de Fenton para degradação do analito, foi utilizada a
degradação de amostras contendo fenol. 2015. 40 f. Tra-
proporção de 1:4 para os reagentes FeCl3/H2O2 sem o ajuste balho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
do pH (3,91) e o teor de formaldeído foi de 4,94%. Química) - Universidade do Vale do Paraíba, São José dos
Campos, 2015. Disponível em: https://biblioteca.univap.br/
dados/000023/00002317.pdf. Acesso em: 16 jun. 2021.
Gráfico 1 – Cinética de degradação do formaldeído

CHEDID, Natacha Abi. Tratamento de efluente industrial


oriundo da reação de síntese de resina fenol-formalde-
ído por meio de processos oxidativos avançados. 2015.
78 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos
Químicos e Bioquímicos) -Instituto Mauá de Tecnologia,
São Caetano do Sul, 2015. Disponível em: https://maua.br/
files/dissertacoes/tratamento-efluente-residual-oriundo-
-reacao-sintese-resina-fenol-formaldeido-por-meio-pro-
cessos-oxidativos-avancados-061739.pdf. Acesso em: 01 jul.

Fonte: os autores. FRIEDRICH, Leidi Cecilia et al. Estudo mecanístico das


reações Fenton e cupro-Fenton por análise voltamétrica in
situ. Química Nova, [s. l.], v. 40, n. 7, p. 769-773, 13 jun. 2017.
É possível notar que há uma maior porcentagem
Sociedade Brasileira de Química (SBQ). Disponível em:
de remoção do formaldeído logo nos primeiros 30 min, http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/
com 52,83%. Outros estudos corroboram com o resultado AR20160587.pdf. Acesso em: 16 jun. 2021.

obtido demonstrando também um melhor desempenho da

reação de Fenton nos primeiros 30 min, como por exemplo,

Friedrich et al. (2017) que alcançou remoção máxima de 45%

de Carbono Orgânico Total, e Brito (2015) com mineralização

máxima de 82% de fenol, ambos com 30 min de reação de

Fenton sobre suas respectivas amostras em estudo.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nos experimentos permi-

tiram determinar a proporção ideal de reagentes Fenton

44 outubro de 2021

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