Pesquisa Comunicacao
Pesquisa Comunicacao
Pesquisa Comunicacao
Apoio:
Fundação Cecierj / Consórcio Cederj
Rua Visconde de Niterói, 1364 – Mangueira – Rio de Janeiro, RJ – CEP 20943-001
Tel.: (21) 2299-4565 Fax: (21) 2568-0725
Presidente
Masako Oya Masuda
Vice-presidente
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Material Didático
Departamento de Produção
ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO
Guillherme Caldas de Castro EDITORA ILUSTRAÇÃO
COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO Tereza Queiroz Eduardo Bordoni
INSTRUCIONAL COPIDESQUE CAPA
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DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL
REVISÃO TIPOGRÁFICA PRODUÇÃO GRÁFICA
E REVISÃO
Cristina Freixinho Andréa Dias Fiães
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Fábio Rapello Alencar
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PRODUÇÃO
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COORDENAÇÃO DE AVALIAÇÃO DO
MATERIAL DIDÁTICO
Débora Barreiros
AVALIAÇÃO DO MATERIAL
DIDÁTICO Copyright © 2006, Fundação Cecierj / Consórcio Cederj
Aroaldo Veneu Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio
eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Fundação.
REDATOR FINAL
Ana Paula Abreu Fialho C279d
Castro, Guilherme Caldas de.
Desenvolvimento do projeto de pesquisa. v. 1 / Guilherme
Caldas de Castro. – Rio de Janeiro : Fundação CECIERJ, 2008.
156p.; 19 x 26,5 cm.
ISBN: 978-85-7648-423-3
1. Administração. 2. Pesquisa qualitativa. 3. Pesquisa
quantitativa. I. Título.
CDD: 658.57
2008/1
Referências Bibliográficas e catalogação na fonte, de acordo com as normas da ABNT.
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Governador
Sérgio Cabral Filho
Universidades Consorciadas
SUMÁRIO Apresentação.................................................................................... 7
Aula 1 – O sistema empresarial e o mercado consumidor....................... 9
Aula 2 – Os sistemas de informação .......................................................... 25
Aula 3 – Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I .................................. 35
Aula 4 – Aspectos gerais da pesquisa de mercado – II ............................. 47
Aula 5 – Pesquisas quantitativas – etapas iniciais .................................... 57
Aula 6 – Pesquisas quantitativas – amostragem........................................... 67
Aula 7 – Pesquisas quantitativas – coleta de dados..................................79
Aula 8 – Pesquisas quantitativas – construção
de instrumentos de coleta ............................................................ 97
Aula 9 – Pesquisas quantitativas – trabalho de campo ......................... 109
Aula 10 – Pesquisa quantitativas – etapas finais................................... 117
Anexos ...................................................................................................... 131
Glossário .................................................................................................. 139
Referências ............................................................................................ 155
Todos os dados apresentados nas atividades desta disciplina são fictícios, assim como os nomes de empresas que não
sejam explicitamente mencionados como factuais.
Sendo assim, qualquer tipo de análise feita a partir desses dados não tem vínculo com a realidade, objetivando apenas
explicar os conteúdos das aulas e permitir que os alunos exercitem aquilo que aprenderam.
Desenvolvimento do Projeto
de Pesquisa
Apresentação
Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa | Apresentação
APRESENTAÇÃO No mundo dos negócios, nem sempre as certezas duram além de alguns poucos
DO CURSO minutos. Empresas sólidas, que sempre estiveram na liderança do mercado, de
uma hora para outra sucumbem frente a novas lideranças; a tradição de anos
de trabalho se vê, repentinamente, ameaçada pelo novo.
Tal característica do mundo contemporâneo dos negócios se liga ao fato
de que, além de produzir com qualidade e preço, é necessário que os
consumidores reconheçam tais virtudes nos produtos ou serviços colocados
à sua disposição.
Torna-se imprescindível, portanto, um monitoramento constante da visão
do consumidor acerca daquilo que lhe é oferecido. Além disso, é importante
entender e estar preparado para atender às novas necessidades de um
consumidor cada vez mais informado e exigente.
Na disciplina Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa de Mercado estaremos
discutindo a importância e a forma de realização de pesquisas de mercado
como ferramentas estratégicas para a manutenção e o crescimento do negócio
das empresas.
8 CEDERJ
1
AULA
O sistema empresarial
e o mercado consumidor
Metas da aula
Revisitar alguns conceitos essenciais à compreensão de um sistema
de informações, chegando à definição de pesquisa de mercado; determinar os aspectos
gerais que norteiam a utilização de pesquisas de mercado, incluindo a definição do
problema e do objetivo da pesquisa, as formas de aplicação e de execução de pesquisas
de mercado, os diferentes tipos de pesquisa segundo a metodologia empregada e,
finalmente, as formas de realizar seu planejamento.
Marion Harper
! O que é mercado?
O mercado é o espaço em que
se encontram oferta e procura, onde os
fabricantes (de bens e serviços) convivem com
os consumidores, com os concorrentes, com os
distribuidores e com os fornecedores. Neste
cenário, portanto, encontram-se a
empresa e os funcionários.
SISTEMA EMPRESARIAL
10 CEDERJ
MÓDULO 1
1
AULA
ENTRADA SAÍDA
Etapas da produção
REALIMENTAÇÃO
Informações Produtos
Energia Idéias
Materiais Serviços
CEDERJ 11
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
12 CEDERJ
MÓDULO 1
FATORES AMBIENTAIS
CONCORRENTES
(forças que
condicionam o nosso
Atuais e potenciais
1
desenvolvimento)
• Tecnológicos • Pontos fortes
AULA
• Sociopolítico- e fracos
econômicos • Perfil da empresa
• Culturais
• Legais
PROBLEMA: Como
PROBLEMA: estabelecer vantagens
Como avaliá-las? competitivas
NOSSA EMPRESA:
Missão, posicionamento,
estratégia de competição
PROBLEMA: Será
possível estabelecermos PROBLEMA: Quem
uma "comunidade de tem maior poder de
interesses" com nossos barganha?
fornecedores
Atividade 1
Considere um sistema empresarial industrial, ou seja, um negócio que envolva a
fabricação de um produto — como, por exemplo, remédios, eletrodomésticos ou
tecidos, à sua escolha.
a. Identifique, na Figura 1.1, os elementos constitutivos do sistema, nomeando-os.
b. Repita a atividade para um sistema empresarial de serviços.
c. Compare os dois sistemas, estabelecendo diferenças e semelhanças entre eles.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
CEDERJ 13
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
14 CEDERJ
MÓDULO 1
Para isso, os profissionais responsáveis por gerar resultados terão
1
de analisar todas essas variáveis, de modo a poder planejar as ações
AULA
futuras à luz do que foi obtido com informações, implementando essas
ações e controlando-as, a fim de que os objetivos previamente traçados
!
sejam alcançados.
Em resumo,
cabe aos profissionais
responsáveis por gerar resultados
analisar o ambiente, planejar as ações,
implementar as mudanças e controlar
os processos, a fim de conseguir
gerar resultados.
O CONSUMIDOR
CEDERJ 15
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
16 CEDERJ
MÓDULO 1
Além disso, você deve ter em mente que o consumidor, dependendo
1
da situação, pode desempenhar, no momento da compra, até seis papéis
AULA
diferentes, e que esse fato precisa ser considerado dentro das estratégias
de marketing da empresa:
Iniciador: é a pessoa que, em primeiro lugar, sugere ou tem a idéia
de comprar um produto ou serviço.
Influenciador: é a pessoa cujos pontos de vista ou conselhos
possuem alguma influência na decisão de compra.
Decisor: é a pessoa que toma a decisão de comprar – se deve
comprar, como e onde.
Comprador: é a pessoa que faz a compra;
Consumidor: é a pessoa que consome ou utiliza o produto ou
serviço comprado.
Avaliador: é a pessoa que expressa preocupação (positiva ou
negativa) sobre a compra.
Compradora e
Iniciador Influenciador Decisor
Avaliadora
CEDERJ 17
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
!
mundo contemporâneo.
A melhor forma
de descobrir exatamente
o que o consumidor almeja é a
realização de pesquisas de mercado,
cujos resultados serão fundamentais
num eficiente sistema
de informações.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES
18 CEDERJ
MÓDULO 1
Os principais objetivos do sistema de informações são: evitar
1
surpresas; identificar ameaças e oportunidades; obter e manter a
AULA
vantagem competitiva, com redução do tempo de reação, minimizando
os recursos; acompanhar mudanças de valores, hábitos, necessidades
e tecnologia; por último, aprimorar e revisar continuamente o
planejamento de longo e curto prazos.
Assim, na constituição de um sistema de informações, algumas
premissas básicas e conceitos fundamentais precisam estar no cerne das
preocupações daqueles que definirão a forma como o sistema estará
modelado. Identificamos algumas premissas básicas que deverão ser
seguidas na definição da modelagem do sistema:
• um conjunto de dados não representa, necessariamente, uma
informação;
• um conjunto de dados (ou um dado) só se transforma em
informação na medida em que se conhece o objetivo de seu
uso, ou seja, sua interpretação;
• a acumulação de dados – numa biblioteca, num arquivo, num
disquete, na memória humana – pode ter vários nomes, como
patrimônio, banco de dados ou cultura. Mas, qualquer que
seja, será inútil se não tiver um fim, uma finalidade de uso;
• quanto maior a quantidade de dados a serem acumulados,
maior o investimento necessário para coleta, classificação,
armazenamento e atualização.
Tais fatores não deverão, por outro lado, inibir a busca dos
dados necessários à geração do conhecimento. Portanto, alguns
conceitos deverão ser considerados, de modo a estabelecer o melhor
formato de um bom sistema de informações:
• qual o objetivo, o rumo, o estilo e o tipo de informações
necessárias ao processo de tomada de decisões, com a
conseqüente clareza de missão, de negócio e de objetivos de
curto, médio e longo prazos;
• com que velocidade dados e informações deverão atingir seus
diferentes destinos;
• que perfil deverá ter a equipe que cuidará do sistema, a fim
de torná-lo útil;
• de que modo o sistema de informação estará ligado às esferas
decisórias (planejamento ou direção) da empresa.
CEDERJ 19
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
20 CEDERJ
MÓDULO 1
!
1
Acima de tudo, ter
AULA
dados e conhecê-los é cultura;
saber processá-los, transformando-os
em informação, é sobrevivência.
A inteligência de negócios, ou sistema de
informação inteligente, é muito mais uma
mentalidade, uma forma de comportamento,
do que um sistema formatado, formal e
cartesiano. Saber usar a informação
é a arte do poder.
Atividade 2
Construa um significado para cada um dos termos a seguir, de acordo com o contexto
em que é empregado na aula.
Comentário
Não há apenas uma resposta correta, mas você deve ter registrado que
a missão da empresa indica seus objetivos em relação aos clientes, acionistas
e funcionários, seus compromissos com a sociedade.
A visão da empresa mostra como ela percebe o mercado em que atua, o país
onde está instalada e como ela pretende contribuir para sua melhora.
Os valores da empresa indicam como a organização pretende atuar, que aspectos
ela irá privilegiar.
Commoditizar é um neologismo tomado do inglês, que significa transformar em
algo comum, simples, indiferenciado. Os produtos primários são commodities,
pois são comuns. Por exemplo: petróleo, verduras, frutas, leite, camisetas são
commodities. Um sapato de marca, um vestido de grife, um carro esportivo não
o são. As commodities têm preços baixos no mercado. Produtos diferenciados,
não. Daí o esforço que as empresas fazem para tornar seus produtos
diferenciados e valorizados.
CEDERJ 21
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | O sistema empresarial e o mercado consumidor
Atividade Final
Entre na plataforma com seu login e senha, selecione a disciplina
Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa e entre no fórum da Aula 1, que
deverá ser criado por seu tutor. Em seguida, interaja com seus colegas de
turma seguindo as instruções a seguir:
22 CEDERJ
MÓDULO 1
1
RESUMO
AULA
• O mercado é o espaço em que se encontram oferta e procura, em que os
fabricantes (de bens e serviços) convivem com os consumidores, com os
concorrentes, com os distribuidores e com os fornecedores. Nesse cenário,
portanto, encontram-se a empresa e os funcionários.
• Planejamento estratégico é a alocação de recursos calculados para atingir
determinados objetivos num ambiente competitivo e dinâmico.
• Gerenciamento estratégico é aquele que encara o pensamento estratégico
como fator inerente à condução dos negócios e que, conseqüentemente,
considera o planejamento estratégico o instrumento em torno do qual
todos os demais sistemas de controle podem ser integrados, de modo a
possibilitar o cumprimento da missão da empresa.
• Cabe aos profissionais responsáveis por gerar resultados analisar
o ambiente, planejar as ações, implementar as mudanças e controlar os
processos, a fim de conseguir gerar resultados.
• Resultados derivam da capacidade de atender aos consumidores.
A melhor forma de descobrir exatamente o que o consumidor almeja é a
realização de pesquisas de mercado, cujos resultados serão fundamentais
num eficiente sistema de informações.
• O principal papel de um sistema de informações de marketing – SIM – é
avaliar as necessidades de informação do administrador, desenvolver as
mais úteis e distribuí-las no tempo certo.
• Um sistema de informações bem organizado permite:
- evitar surpresas;
- identificar ameaças e oportunidades;
- obter e manter a vantagem competitiva;
- acompanhar mudanças de valores, hábitos, necessidades e tecnologia;
- aprimorar continuamente o planejamento.
• O formato de um bom sistema de informações deve considerar:
- o objetivo, o destino, o estilo e o tipo de informações necessárias
ao processo de tomada de decisões;
- a velocidade necessária à distribuição de dados e informações
- o perfil da equipe que cuidará do sistema;
- a forma como o sistema estará ligado às esferas decisórias da empresa;
• Ter dados e conhecê-los é cultura; saber processá-los, transformando-os em
informação, é sobrevivência. Saber usar a informação é a arte do poder.
CEDERJ 23
2
AULA
Os sistemas de informação
objetivos
O que é o conhecimento?
PROCESSAMENTO
ENTRADA ANÁLISE SAÍDA
- Dados - - Informação -
Macroambiente
Microambiente Decisões
Empresa
Figura 2.1: Como funciona
um sistema de informação ATUALIZAÇÃO / FEEDBACK
de marketing.
CONHECIMENTO
26 CEDERJ
MÓDULO 1
Exemplificando...
2
AULA
A Figura 2.2 apresenta nove pirâmides etárias do Brasil. Cada
uma delas, tomada isoladamente, constitui-se num dado. Entretanto,
a análise das nove pirâmides permite mais que verificar a evolução
da população brasileira – permite extrair algumas conclusões sobre
o provável comportamento dessa população no futuro, e aí o dado
se transforma em informação. O conhecimento, nesse caso, seria a
resultante da comparação das ações tomadas com base nessa informação
e a realidade obtida após a implantação de tais ações.
Pirâmide etária (1980) Pirâmide etária estimada (1985) Pirâmide etária estimada (1990)
80 e + 80 e +
80 e +
70 a 74 70 a 74
70 a 74
60 a 64 60 a 64
60 a 64
50 a 54 50 a 54
50 a 54
40 a 44 40 a 44
40 a 44
30 a 34 30 a 34
30 a 34
20 a 24 20 a 24
20 a 24
10 a 14 10 a 14
10 a 14
0a4 0a4
0a4
-9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0 -9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0
-9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0
• Homem • Mulher • Homem • Mulher
Pirâmide etária estimada (1995) Pirâmide etária estimada (2000) Pirâmide etária estimada (2000)
80 e + 80 e + 80 e +
70 a 74 70 a 74 70 a 74
60 a 64 60 a 64 60 a 64
50 a 54 50 a 54 50 a 54
40 a 44 40 a 44 40 a 44
30 a 34 30 a 34 30 a 34
20 a 24 20 a 24 20 a 24
10 a 14 10 a 14 10 a 14
0a4 0a4 0a4
-9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0 -9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0 -9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0
Pirâmide etária estimada (2010) Pirâmide etária estimada (2015) Pirâmide etária estimada (2020)
80 e + 80 e + 80 e +
70 a 74 70 a 74 70 a 74
60 a 64 60 a 64 60 a 64
50 a 54 50 a 54 50 a 54
40 a 44 40 a 44 40 a 44
30 a 34 30 a 34 30 a 34
20 a 24 20 a 24 20 a 24
10 a 14 10 a 14 10 a 14
0a4 0a4 0a4
-9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0 -9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0
-9.000,0 -4.000,0 1.000,0 6.000,0
CEDERJ 27
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Os sistemas de informação
Subsistemas de controles
Microambiente Oportunidades, contínuos Planos projetos, e
ameaças e resultados
- Concorrentes tendências - Desempenho da força de vendas
- Segmentos de externas - Atingimento de metas e quotas
- Desempenho por segmentos e/
mercados visados ou categorias de clientes
- Fornecedores - Variações nas participações por
- Vias de comunicação produtos e/ou mercados
- Clientes - Evolução das margens de Investimentos e
- Sistema financeiro contribuição por produtos e linhas "desinvestimentos"
- Funcionários - Evolução dos custos e retornos das
vendas por segmento
Controles e
BANCO DE redirecionamento
INFORMAÇÕES
FEEDBACK
28 CEDERJ
MÓDULO 1
2
ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
AULA
Dados secundários
!
de um SIM.
A existência de todos
os dados iniciais no SIM é a
segurança de que, futuramente,
poderão ser comparados a outros,
gerando novas informações.
Informação
CEDERJ 29
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Os sistemas de informação
Dados primários
Dados secundários
30 CEDERJ
MÓDULO 1
Muitos deles podem ser obtidos por meio de sites na internet, de forma
2
rápida e extremamente barata. Estes dados são públicos, acessáveis por
AULA
qualquer empresa ou pessoa.
Séries históricas de consumo por segmento/região, estatísticas de
atendimento/vendas, relatórios financeiros etc. são exemplos de dados
secundários internos, ou seja, disponíveis e/ou gerados pela própria
organização.
Notícias relativas à concorrência, tendências mundiais, tecnologia
etc. são exemplos de dados secundários externos, obtidos por meio de
consultas a diferentes instituições. Em geral, boas fontes de consultas
para esse tipo de dados são jornais, revistas, associações de empresas,
autarquias e bibliotecas, entre outras. Ao final deste módulo, há uma
lista de diversas instituições com os tipos de dados que se consegue obter
junto a elas.
CEDERJ 31
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Os sistemas de informação
Atividade 1
Debate – Comunidades virtuais
Entre na plataforma com seu login e senha, selecione a disciplina Desenvolvimento
do Projeto de Pesquisa e entre no Fórum Aula 2, que deverá ser criado por seu tutor.
Em seguida, interaja com seus colegas de turma seguindo as instruções a seguir:
Atividade 2
Elaboração de texto conceitual
Retomando conceitos
Volte à Aula 1 e a analise sob a ótica de um SIM.
Agora, observe as duas afirmações que se seguem:
a. Informação é poder.
b. Conhecimento é poder.
Elabore um texto em que você deixe claro, com argumentos consistentes, solidamente
fundamentados nas aulas que acabou de ler ou em outras fontes de consulta, se você
concorda ou não com cada uma delas.
Lembre-se: você deve produzir um texto único, coerente, explicitando seu ponto de vista.
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Comentário
Não há, também neste caso, uma resposta única, ou alguma que seja mais correta
que outra. Entretanto, você deve ter colocado em seu texto que uma empresa, ao
ter mais informações, tem mais condições e recursos para desenvolver um sistema
de informação de marketing, mais elaborado, que disponibilize uma quantidade
maior de dados, sobre um universo maior, permitindo que as decisões estratégicas
sejam tomadas com mais segurança, ou seja, a informação traz, para a empresa
que o detém, um maior poder de entender e afetar o mercado.
32 CEDERJ
MÓDULO 1
Você deve ter comentado também que as informações obtidas devem
2
ser tratadas adequadamente, relacionando-as a outras informações e a
AULA
elementos históricos. Quando há registro da eficácia das decisões tomadas
em outros momentos da organização, essas informações são transformadas
em conhecimento. A partir desse ponto, é possível identificar, com razoável grau
de segurança, a melhor maneira de agir no futuro, corrigindo eventuais erros
de percurso.
RESUMO
CEDERJ 33
3
AULA
Aspectos gerais da pesquisa
de mercado – I
objetivos
2
compreender os processos que envolvem a definição dos
objetivos de uma pesquisa de mercado;
3
identificar as formas de aplicação de pesquisas de mercado;
3 reconhecer os diferentes tipos de pesquisa de mercado.
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I
!
Como se vê, a
pesquisa é muito mais que
a simples coleta de dados, em si,
como era possível supor. Trata-se de uma
ferramenta de grande poder agregador, e, por
isso mesmo, é indispensável que seja bem-feita,
para que as informações geradas a partir dela
sejam, efetivamente, um elemento de
destaque no processo de tomada
de decisão.
36 CEDERJ
MÓDULO 1
Em síntese: pesquisa de mercado é um investimento em
3
aprendizado.
AULA
A pesquisa de marketing não é uma saída imediata ou óbvia para
encontrar soluções para todos os problemas gerenciais. Um administrador
que vive eventualmente uma dificuldade não deve, por instinto, decidir
por uma pesquisa para encontrar a solução para essa questão. Vários
fatores devem ser considerados antes. Algumas vezes, é melhor não
realizar a pesquisa.
! Assim, a primeira
decisão a ser tomada
relaciona-se com a necessidade
ou não da pesquisa em
dada situação.
! Dentro
daquele algo, o que,
especificamente, se quer
saber?
CEDERJ 37
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I
! Como você
já viu em Gestão de
Marketing I, um serviço
prestado também é estudado
e trabalhado como
um produto.
38 CEDERJ
MÓDULO 1
Vamos a um segundo exemplo?
3
Um determinado setor de uma empresa prestadora de serviço
AULA
desenvolveu um novo produto, no qual ela investiu todas as suas forças:
treinou pessoal, fez aquisição de bens duráveis, contratou campanha
publicitária para o lançamento. Duas semanas antes do lançamento,
alguém pergunta: “Vocês avaliaram se esse produto terá aceitação no
mercado?” Imediatamente recorre-se ao gerente de pesquisa, que se
desdobrará para fazer um estudo, cujos resultados estarão prontos na
antevéspera do lançamento do produto.
A que conclusões se pode chegar?
1. A pesquisa comprova que o produto é realmente bom, que o
departamento que o desenvolveu era formado unicamente de
gênios, que isso era uma obviedade e que, portanto, a pesquisa
era absolutamente dispensável. Ou:
2. A pesquisa comprova que o produto não terá a menor aceitação
– mas, nesse caso, com tudo pronto para o lançamento, é óbvio
que a pesquisa está errada... Afinal, como saber, a partir de tão
poucos consumidores ouvidos, qual será a opinião dos milhares
de pessoas?
Nessa situação, em qualquer hipótese a pesquisa será inócua: o processo
gerará grandes desgastes, e seus resultados não ajudarão a ninguém.
Portanto, antes de decidir fazer uma pesquisa, é necessário ter
respostas claras, objetivas, positivas e muito bem definidas para um
conjunto de perguntas, que estão enumeradas resumidamente no quadro
que se segue.
CEDERJ 39
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I
FORMAS DE APLICAÇÃO
40 CEDERJ
MÓDULO 1
Sobre o mercado, as pesquisas são capazes de fornecer informações
3
preciosas sobre:
AULA
• análise do mercado consumidor;
• análise do mercado intermediário (revendedores);
• estimativa do potencial do mercado;
• análise do perfil do consumidor;
• identificação de mudanças de hábitos e comportamento.
Também nas estratégias de divulgação – em especial na propaganda
– as pesquisas têm utilidade inestimável. É aconselhável, por exemplo,
pré-testar todas as campanhas publicitárias, para que a empresa não corra
o risco de gastar fortunas num comercial premiado, alvo de comentário
generalizado, que, no entanto, não tem o poder de associar o produto à
sua marca. Estão neste caso as situações a seguir:
• pré-testes de anúncios, promoções ou filmes;
• pós-testes de recordação de campanhas;
• efeito de campanhas promocionais;
• efeitos da propaganda na mudança da marca.
Em relação especificamente à propaganda, é imprescindível que a
pesquisa consiga avaliar tanto o nível de recall – capacidade de lembrança
do comercial pelo consumidor, associando-o à marca correta – quanto o
poder de persuasão de compra do produto gerado pelo comercial.
E, finalmente, as pesquisas têm grande utilidade na elucidação de
métodos de venda:
• teste de desempenho;
• efeito do treinamento em vendas;
• seleção de canais de distribuição;
• determinação de zonas de vendas;
• determinação de cotas de vendas.
Nessas áreas de aplicação, é possível definir, por exemplo, quais os
melhores pontos-de-venda dentro de uma mesma cadeia; se uma loja em
shopping seria mais eficiente que uma outra, na rua; se num bairro X as
possibilidades de venda seriam maiores que no Y; se o lado esquerdo da rua
oferece melhores chances de negócio que o direito; se a abertura de uma nova
loja não deveria ser substituída pelo investimento numa loja virtual.
CEDERJ 41
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I
TIPOS DE PESQUISA
42 CEDERJ
MÓDULO 1
Estudos qualitativos
3
São estudos não-estatísticos, que permitem aprofundar razões,
AULA
motivações, aceitações e rejeições de um determinado grupo de indivíduos
em relação a um problema específico.
Estudos quantitativos
São estudos estatísticos que se destinam a descrever características
de uma determinada situação. Visam a medir numericamente as hipóteses
levantadas sobre o problema estudado.
Estudos combinados
São os que, normalmente, partem de um estudo qualitativo ao
qual acrescentam um estudo quantitativo ou, menos freqüentemente, o
processo inverso.
Nos estudos descritivos e experimentais geralmente são utilizadas
metodologias quantitativas que envolvem amostras constituídas por
grande número de indivíduos. Há exceções, como por exemplo testes
de embalagem, que são estudos experimentais realizados com técnicas
qualitativas, pois há necessidade de verificar a carga emocional embutida
na reação do entrevistado.
Os estudos exploratórios, por sua vez, geralmente são desenvolvidos
através de metodologias qualitativas, em que a pequena amostra permite
um aprofundamento da impressão do entrevistado sobre a questão
levantada.
Os estudos combinados se justificam quando não há informações
anteriores acerca de um determinado problema, de modo que há
necessidade de, a princípio, estabelecer, num estudo qualitativo, que
parâmetros devem ser utilizados num estudo, para, posteriormente,
quantificá-los.
O contrário pode acontecer quando, eventualmente, num processo
quantitativo, se percebe a existência de um determinado problema
localizado em alguma parte do estudo, para cuja compreensão há
necessidade de um aprofundamento maior. Nesses casos, o estudo
qualitativo é posterior ao quantitativo.
CEDERJ 43
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – I
CONCLUSÃO
RESUMO
Pesquisa é muito mais que a simples coleta de dados, em si. Trata-se de uma
ferramenta de grande poder agregador, um elemento de destaque no processo
de tomada de decisão.
Pesquisa de mercado é um investimento em aprendizado.
Antes de decidir realizar a pesquisa, é necessário ter respostas claras e positivas
para cinco perguntas:
• O que, especificamente, se deseja conhecer?
• Que finalidade terá esse estudo?
• O que será feito com os resultados?
• A pessoa ou setor que está solicitando a pesquisa tem poder decisório
para alterar o processo, de acordo com os resultados da pesquisa?
• Há tempo hábil para que seus resultados possam interferir na tomada
de decisão?
Pesquisas de mercado podem ser utilizadas para conhecer melhor quatro
grandes conjuntos de elementos:
• produtos ou serviços;
• mercados;
• propaganda e promoção;
• métodos de vendas.
44 CEDERJ
MÓDULO 1
3
AULA
De acordo com seu escopo, as pesquisas classificam-se em:
• estudos descritivos
• estudos experimentais
• estudos exploratórios
De acordo com a metodologia empregada, as pesquisas classificam-se em:
• estudos qualitativos
• estudos quantitativos
• estudos combinados
Atividade Final
Você é gerente comercial de uma empresa de produtos alimentícios para animais.
Sua empresa enfrenta, nesse momento, dois problemas:
Problema 1
Sua empresa, que sempre produziu alimentos para cães e pássaros, quer entrar no mercado
de alimentos para gatos.
Problema 2
Três das quinze rações diferentes produzidas para cães não vêm apresentando boa
vendagem.
Você precisa definir que tipo de produto colocará no mercado em relação aos gatos, bem como
o que será feito em relação às rações para cães. Para isso, utilizará pesquisa(s) de mercado.
Sua tarefa será definir as condições de contexto da empresa, respondendo às cinco perguntas
que demarcam a viabilidade do uso de pesquisas de mercado. A seguir, defenda o uso de
uma ou mais pesquisas, de modo a resolver ambos os problemas.
CEDERJ 45
4
AULA
Aspectos gerais da pesquisa
de mercado – II
INTRODUÇÃO Como vimos na Aula 3, a decisão de realizar uma pesquisa deve levar em
consideração inúmeros fatores que você já conhece. Uma vez tomada essa
decisão, inicia-se um processo complexo, que passaremos a ver nesta e nas
próximas aulas.
PLANEJAMENTO
!
solicitar formalmente a pesquisa a quem vai executá-la.
O planejamento
inicial deve contemplar
o maior número possível de
informações já disponíveis, de modo
a dar a melhor sustentação ao
estudo que será realizado.
48 CEDERJ
MÓDULO 1
• levantar informações relevantes acerca do mercado, do produto
4
e da concorrência;
AULA
• levantar as possibilidades de financiamento do estudo.
De posse desse planejamento, é possível compor finalmente o
briefing.
O BRIEFING
! A prática de
aproveitar a pesquisa para
saber mais alguma coisa pode se
traduzir num enorme desperdício de
dinheiro, sem vantagens palpáveis
para a empresa.
CEDERJ 49
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – II
FORMAS DE EXECUÇÃO
50 CEDERJ
MÓDULO 1
Compra, por meio de institutos: mesmo quando a empresa possui
4
setor específico de pesquisa, pode se servir de empresas especializadas em
AULA
realizar pesquisas, conhecidas como agências ou institutos de pesquisa.
Neste caso, é indispensável que a empresa contratante monitore os
estudos realizados. Esta prática permite que se obtenha o melhor expertise
de mercado com um baixo custo fixo.
CEDERJ 51
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – II
52 CEDERJ
MÓDULO 1
Saiba mais – modelo de briefing
4
AULA
Pinheiro; Castro; Silva e Nunes desenvolveram um modelo de briefing
que subsidia a elaboração de um documento completo, capaz de oferecer os
elementos indispensáveis a uma solicitação de pesquisa adequada.
Questões a serem 2. Quais são os objetivos da pesquisa? Que informações se deseja obter com
respondidas ela?
CEDERJ 53
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Aspectos gerais da pesquisa de mercado – II
Atividades Finais
Atividade final on line (em grupo) – Comunidades virtuais 1
Entre na plataforma com seu login e sua senha, selecione a disciplina Desen-
volvimento de Projeto de Pesquisa e entre no Fórum da Aula 4, que deverá
ser criado por seu tutor. Em seguida, interaja com seus colegas de turma
seguindo as instruções:
1. Escolha uma das duas afirmativas que se seguem:
a. Uma pesquisa de mercado bem-feita tem muito valor, mas não pode
sozinha substituir o papel do executivo da empresa na tomada de decisão,
fazer o diagnóstico de uma determinada situação mercadológica, medir o
grau de conhecimento sobre os serviços oferecidos e a satisfação dos clientes e
nem mesmo identificar e definir oportunidades e problemas de mercado.
b. Nos dias atuais, uma das maiores preocupações das empresas é a
racionalização dos custos. Muitas iniciativas buscam, portanto, auferir a maior
quantidade de benefícios ao menor custo possível. Assim acontece com as
pesquisas de mercado, que devem prever, desde o briefing, uma quantidade
significativa de objetivos, de modo a justificar os custos relativos à coleta e
à análise dos dados.
2. A seguir, redija um pequeno texto argumentativo, posicionando-
se favorável ou desfavoravelmente ao ponto de vista nela defendido.
Sua resposta deve conter pelo menos dois argumentos.
3. Envie seu texto ao fórum da Aula 4.
4. Durante o período da atividade, retorne ao fórum e verifique que ponto
de vista prevaleceu, de modo que o grupo tenha um posicionamento.
5. A seguir, o grupo deverá escolher até quatro argumentos que sustentem
seu ponto de vista e redigir um texto coletivo, no qual esses argumentos
apareçam de modo articulado.
54 CEDERJ
MÓDULO 1
4
RESUMO
AULA
• O foco primordial da pesquisa é o seu objetivo. Por isso ela deve ser muito
bem planejada. A prática de aproveitar a pesquisa para saber mais alguma
coisa pode se traduzir num enorme desperdício de dinheiro, sem vantagens
palpáveis para a empresa.
• O planejamento inicial deve contemplar o maior número possível de
informações já disponíveis, de modo a dar a melhor sustentação ao estudo
que será realizado.
• Briefing é o documento em que o solicitante apresenta um breve histórico
do problema e explica o que necessita que seja respondido pela pesquisa,
assim como a data em que precisa receber o relatório conclusivo.
• A resposta ao briefing será dada por meio de um novo documento, em que
o responsável definirá mais detalhadamente o estudo a ser realizado.
• As pesquisas de mercado podem ser realizadas pela própria empresa ou
por institutos de pesquisa.
• Se a decisão for por comprar a pesquisa, a concorrência deve ser feita a
partir do briefing.
CEDERJ 55
5
AULA
Pesquisas quantitativas —
etapas iniciais
Metas da aula
Apresentar as condições para realização de pesquisas quantitativas;
estabelecer os procedimentos que norteiam as pesquisas
de mercado com uso de metodologia quantitativa e
discutir os cuidados que devem ser tomados em cada uma de suas
diferentes etapas, desde os momentos iniciais, passando pela coleta de
dados e chegando às etapas finais, que incluem a análise dos resultados.
objetivos
INTRODUÇÃO Quando a população era pequena e a produção era manual, o consumidor sabia
quem produzia os melhores sapatos, casacos, tecidos, móveis ou barcos. E sabia
também onde encontrá-los; bastava procurá-los – e era o que se fazia.
Na sociedade atual – superpovoada, superinformada, com produção altamente
diversificada e em grandes volumes –, não é mais suficiente fazer o melhor
produto, mesmo que com o melhor preço. Se ninguém ou poucos sabem que
aquele é o melhor produto disponível, não será possível atingir uma venda em
quantidade suficiente para tornar o preço competitivo. É preciso, portanto,
saber atingir o consumidor.
Por outro lado, nem todos os consumidores se contentam mais com os mesmos
!
sapatos, ou casacos, ou tecidos, ou móveis, ou barcos...
Partindo dos conceitos que você pôde construir ao longo do Módulo 1, neste
segundo módulo, você aprenderá o que fazer para que sua pesquisa quantitativa
gere o conhecimento de que você e sua empresa precisam.
VAMOS PENSAR?
58 CEDERJ
MÓDULO 2
• Será que, para inaugurar esse novo segmento, a empresa tem
5
condições de montar uma pesquisa quantitativa com os itens que
AULA
efetivamente são importantes no segmento pasta de dentes?
• Seria possível formular hipóteses adequadas que envolvam aquilo
que o consumidor de pasta de dentes valoriza?
• A empresa conhece, por exemplo, a freqüência de uso, de compra
e o perfil de seu novo consumidor?
Tudo indica que a resposta a essas perguntas seja: não!
! Lembre-se de
que o conhecimento é a
informação acumulada ao longo
de sucessivas análises, conforme
você viu na Aula 1.
CEDERJ 59
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas iniciais
!
Pesquisa Quantitativa
60 CEDERJ
MÓDULO 2
A título de exemplo, veja uma situação em que deveria ser
5
realizada uma pesquisa quantitativa.
AULA
ESTUDO DE CASO
CEDERJ 61
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas iniciais
62 CEDERJ
MÓDULO 2
concorrentes, de modo que todos recebem, ao final do trabalho, sua
5
MARKET SHARE
participação de mercado para vários produtos. Por meio deste tipo de
AULA
É a participação de
pesquisa é possível analisar tendências de MARKET SHARE, estratégias de mercado de uma
empresa, produto
estoques, abastecimentos e preços por canal de distribuição.
ou serviço.
DEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS
Atividade Final
Para compreender de que forma as variáveis serão utilizadas na elaboração
do instrumento de coleta de dados, vamos voltar ao exemplo da empresa
de televisores, que vimos anteriormente.
CEDERJ 63
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas iniciais
Na definição das variáveis com que vamos trabalhar, o primeiro passo é partir
do concreto, ou seja, do que “eu já sei”.
Relendo o caso, percebemos as coisas que já sabemos:
1. Os produtos são de qualidade.
2. Os consumidores reconhecem essa qualidade.
3. A empresa investe em publicidade.
No entanto, não sei se:
1. As campanhas publicitárias estão adequadas ao público-alvo.
2. As campanhas promocionais agradam ao público.
3. As campanhas publicitárias conseguem persuadir o público-alvo.
4. Os consumidores reconhecem na qualidade uma justificativa bem balizada
para os preços.
5. Os consumidores percebem os preços como elevados demais em relação
à concorrência.
Além desses fatores, também não tenho qualquer informação sobre:
1. A avaliação da estética dos produtos.
2. Os diferenciais que os produtos oferecem.
Agora pense e escolha: se você fosse desenhar essa pesquisa, onde centraria
seus esforços?
( ) Na qualidade dos produtos?
( ) Na questão do preço?
64 CEDERJ
MÓDULO 2
5
Resposta Comentada
AULA
Acredito que você concorde comigo que a melhor solução é avaliar a questão do preço,
visto que essa é a hipótese mais provável para o problema da Veja Bem.
Portanto, vamos partir do que já sabemos, das hipóteses que já levantamos e de alguns
outros fatores que não estão nas nossas hipóteses iniciais mas que não devem ser
descartados. O conjunto de elementos que sair daí serão as variáveis que devem ser
consideradas.
Neste caso, agora é possível listá-las:
- Adequação das campanhas publicitárias e promocionais ao público-alvo.
- Preço percebido x preço real.
- Relação preço x qualidade.
- Diferenciais do produto.
A partir deste exemplo, podemos estabelecer três itens como elementos definidores das
variáveis a serem consideradas:
1. os elementos advindos do conhecimento prévio do assunto, como resultados anteriores
de pesquisa e dados secundários presentes no SIM ou disponíveis no mercado, além do
conhecimento (expertise) da própria empresa;
2. os elementos advindos das hipóteses;
3. os elementos correlatos às hipóteses levantados durante o planejamento.
A dinâmica do levantamento desses elementos comprova, por si só, que uma única pessoa
não é capaz de chegar a todos eles. É necessário que essa fase seja compartilhada,
coletivizada, não apenas entre aqueles que têm conhecimento do problema dentro da
organização como também entre os responsáveis pela execução do estudo.
Claro está que algumas variáveis mais simples terão de aparecer, a fim de que se
possa segmentar o estudo a posteriori; entre elas destacamos idade, sexo, escolaridade,
freqüência e local de compra de um produto. Estas são de simples coleta, mas há outras
mais complexas de serem obtidas, como o nível de renda – que deverá ser obtido como
conseqüência de um conjunto de variáveis que, analisadas em bloco, fornecerão essa
informação.
Só após essa etapa é que se deverá pensar no instrumento de coleta de dados.
CONCLUSÃO
CEDERJ 65
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas iniciais
RESUMO
66 CEDERJ
6
AULA
Pesquisas quantitativas
– amostragem
objetivos
2
determinar o tipo de técnica que deve ser utilizada
em cada caso.
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – amostragem
INTRODUÇÃO Em 1935, George Gallup criou o American Institute of Public Opinion, a fim
de realizar levantamentos semanais sobre questões nacionais, políticas e de
consumo. Em virtude dos fatores custo e tempo, além da necessidade de
gerar lucro, Gallup desenvolveu um método de amostragem – que envolvia
o estabelecimento de cotas com base em sexo, idade e região geográfica
– que não necessitava de mais de 3.000 entrevistados em todo o território
dos EUA. Na eleição presidencial de 1936, entre Roosevelt e Landon, Gallup
previu a vitória de Roosevelt, enquanto uma pesquisa da Literary Digest, com
2,5 milhões de assinantes de telefones, previu a vitória de Landon. Roosevelt
ganhou a eleição com 61% dos votos. A partir desse momento, pequenas
amostras cientificamente calculadas passaram a ser o padrão utilizado nas
pesquisas. Muitos avanços foram alcançados, e hoje podemos trabalhar com
amostras muito menores, com precisão ainda maior.
O que é universo?
Universo é qualquer conjunto de “indivíduos”, todos
apresentando uma característica comum, mesmo que esse
conjunto tenda ao infinito.
68 CEDERJ
MÓDULO 2
!
6
A amostra de uma
AULA
pesquisa quantitativa
é, portanto, uma parcela
determinada do universo que preserva
suas características e permite que seja
estudado com precisão, baixo
custo e rapidez.
1. Custo baixo.
2. Rapidez de obtenção de dados.
3. Possibilidade de obtenção de dados sobre um número maior de
características da população (como conseqüência dos itens 1 e 2).
4. Viabilidade: para certos casos é o único método possível (por
exemplo: controle de qualidade de um produto que é destruído
para conhecer suas qualidades).
5. Qualidade: quando se deseja grande confiabilidade e esta
não pode ser garantida pela vastidão de um censo.
CEDERJ 69
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – amostragem
!
amostragem não-probabilística.
Você já estudou
um pouco sobre
amostragem em Gestão
de Marketing I.
70 CEDERJ
MÓDULO 2
Em termos estatísticos, as margens de erro não devem ultrapassar
6
5%. No entanto, em se tratando de pesquisa de mercado, esses níveis nem
AULA
sempre podem ser atingidos, em função de custo e de prazos. Ainda assim,
deve-se procurar a todo custo trabalhar com margens de erros inferiores a
10%, a não ser que o tipo de estudo justifique decisão em contrário.
Com o objetivo de facilitar os cálculos relativos a tamanhos de
amostras probabilísticas, os estatísticos produziram tabelas básicas
que associam tamanhos de amostra à obtenção de resultados com uma
determinada exatidão, como mostra a Tabela 6.1.
Como na maioria dos casos em pesquisa de mercado nos
encontramos frente a populações muito numerosas, tendendo para
infinito (acima de 100.000 pessoas), os estatísticos desenvolveram
tabelas-base que se prestam ao uso com grandes populações, para que
possam verificar o tamanho da amostra em relação à margem de erro.
A Tabela 6.1 sintetiza uma dessas tabelas-base. Nela se estabe-
lecem diferentes tamanhos de amostra (em quatro faixas, de 100 a 1.000
pessoas), associando, para cada tamanho de amostra, uma margem
de erro diferente.
Saiba mais
Para aprender um pouco mais sobre o cálculo das amostras, veja no
Anexo 2 um quadro de fórmulas básicas, extraído do livro
Comportamento do consumidor e Pesquisa de mercado, de Roberto
M. Pinheiro, Guilherme C. de Castro, Helder Silva e José Mauro Nunes,
publicado pela Editora da FGV.
CEDERJ 71
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – amostragem
AMOSTRAGENS PROBABILÍSTICAS
2. Aleatória estratificada
72 CEDERJ
MÓDULO 2
A amostragem estratificada reduz o erro, na medida em que, ao
6
definirmos os estratos (no caso de A a F), vamos buscar entrevistar pessoas
AULA
de todos os segmentos, evitando correr o risco de deixar um ou mais
estratos sem representação, o que criaria um viés e, conseqüentemente,
perda de confiabilidade dos resultados.
Para proceder ao processo de seleção de amostras estratificadas,
devem ser seguidas as seguintes etapas:
a. divide-se a população inteira em subpopulações distintas,
denominadas estratos;
b. dentro de cada estrato, seleciona-se uma amostra dos seus
elementos;
c. calcula-se a média e a variância amostral de cada estrato;
d. as médias e as variâncias de todos os estratos são convenien-
temente ponderadas para a obtenção da estimativas da média e das
variâncias globais.
3. Por conglomerados
4. Amostragem sistemática
CEDERJ 73
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – amostragem
AMOSTRAGENS NÃO-PROBABILÍSTICAS
1. Por conveniência
74 CEDERJ
MÓDULO 2
6
Você encontra mais informações sobre amostragem
AULA
por conveniência em: MALHOTRA, N. K. Pesquisa de
Marketing. Porto Alegre, Bookman, 2001.
2. Por julgamento
3. Por quota
CEDERJ 75
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – amostragem
CONCLUSÃO
Atividade Final
Crie uma situação em que haja necessidade de realizar uma pesquisa quantitativa. A seguir,
defina a técnica de delimitação de amostragem que deverá ser utilizada, justificando sua
escolha. Para isso, apresente os argumentos que impediram que sua escolha recaísse sobre
cada uma das outras técnicas.
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
76 CEDERJ
MÓDULO 2
6
RESUMO
AULA
• Universo é qualquer conjunto de “indivíduos”, todos apresentando uma
característica comum, mesmo que esse conjunto tenda ao infinito.
• A amostra de uma pesquisa quantitativa é uma parcela determinada do
universo que preserva suas características e permite que ele seja estudado
com precisão, baixo custo e rapidez.
• Vantagens do uso de amostragem:
- Custo baixo
- Rapidez
- Grande quantidade de dados
- Viabilidade
- Qualidade
• Tipos de amostragem probabilística:
- amostragem aleatória simples
- amostragem aleatória estratificada
- amostragem por conglomerados
- amostragem sistemática
• Tipos de amostragem não-probabilística:
- amostragem por conveniência
- amostragem por quota
- amostragem por julgamento
CEDERJ 77
7
AULA
Pesquisas quantitativas
– coleta de dados
objetivos
1
reconhecer os diferentes métodos de coleta de dados;
identificar o uso de técnicas específicas de disfarce
2 e de levantamento de informações, como o Critério Brasil.
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – coleta de dados
os dados que nós avaliamos para tomar nossa decisão. O critério reflete
A coleta dos dados pode ser realizada através dos seguintes meios:
• entrevistas pessoais;
• pesquisa por autopreenchimento;
• pesquisa por telefone.
Entrevistas pessoais
80 CEDERJ
MÓDULO 2
A entrevista na rua ou em locais de grande concentração
7
É preciso que o tema da pesquisa seja direcionado a toda a popu-
AULA
lação ou a segmentos específicos.
Devido às características do local e da situação (normalmente
entrevistado e entrevistador estão de pé e com muito movimento ao
redor), os questionários não devem ser muito extensos.
A representatividade da amostra com esse processo é difícil de ser
medida. Por isso, as instruções aos entrevistadores devem ser diretas e
objetivas, como por exemplo:
1. entrevistar todas as terceiras pessoas que atravessem a rua;
2. mudar de calçada a cada meia hora;
3. mudar de rua a cada duas horas;
4. mudar de bairro todos os dias.
CEDERJ 81
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – coleta de dados
82 CEDERJ
MÓDULO 2
?
7
Quando, por
AULA
exemplo, é feita uma
pesquisa com fornecedores de
uma empresa, há possibilidade de
conhecê-los, localizá-los, substituí-los
ou de recuperar a resposta; mas quando
a resposta é esperada a partir de um
questionário colocado junto à embalagem
de um produto vendido, não há como
saber de quem se trata; portanto, se
o questionário não vem, não há
mais como recuperá-lo.
CEDERJ 83
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – coleta de dados
Atividade 1
Imagine um questionário que tenha perguntas mais difíceis, levando a uma reflexão do
respondente. Nesse caso, podemos imaginar que surgirão dúvidas do respondente.
Qual seria a melhor técnica? Entrevista pessoal, entrevista por telefone, questionário
autopreenchido tradicional ou questionário autopreenchido pela internet? Qual técnica
geraria uma menor fonte de erros?
Resposta Comentada
A resposta seria a entrevista pessoal. Nessa técnica, se o respondente não
compreender a pergunta, ele poderá perguntar ao entrevistador. Na entrevista
por telefone, a fonte de erros gerada será maior, pois o respondente tem menor
paciência (e disponibilidade) para uma entrevista por telefone. Logo, não
perguntará todas as eventuais dúvidas que tenha, e irá começar a responder
qualquer coisa para se desvencilhar do questionário. Nas demais técnicas, a
fonte de erro será muito maior do que nas anteriores, pois não há a quem o
respondente perguntar...
84 CEDERJ
MÓDULO 2
7
Pré-conhecimento
AULA
baixo baixo alto baixo
das questões
Fraude do
alto baixo baixo baixo
entrevistador
Dificuldade de
supervisão e alto médio baixo baixo
controle
Controle sobre
baixo alto alto alto
quem responde
Influência do
alto alto baixo baixo
entrevistador
Falta de
sinceridade nas baixo alto alto alto
respostas
! Classifica-se
como baixo o pré-
conhecimento das questões no
questionário autopreenchido pela
internet considerando processos em que o
respondente só lê a pergunta seguinte
após responder a anterior.
O DISFARCE
CEDERJ 85
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – coleta de dados
86 CEDERJ
MÓDULO 2
RESUMO
7
AULA
1. Toda coleta de dados é feita através de um instrumento compatível com o
estudo a ser realizado.
2. Nas pesquisas quantitativas, a coleta de dados pode ser realizada por meio
de entrevistas pessoais; por questionários de autopreenchimento; ou de
entrevistas por telefone.
3. As entrevistas pessoais podem ser realizadas:
• na rua ou em locais de grande concentração – quando o tema da pesquisa
for direcionado a toda a população ou a um segmento específico;
• no domicílio ou no escritório – para questionários com muitas perguntas
ou com perguntas mais complexas.
4. Questionários de autopreenchimento podem ser veiculados em diferentes
mídias, e respondidos por correio e pela internet. De custo muito baixo, por
vezes produz resultados que não refletem a realidade.
5. A pesquisa por telefone só pode ser utilizada quando o público estiver
segmentado apenas para aqueles que possuem telefone. Sua principal
vantagem é a rapidez; a maior desvantagem é o alto índice de perda.
6. A escolha do melhor método de coleta deve considerar um conjunto de
elementos, como prazo, custo e público, variando grandemente de uma
situação para outra.
7. Por vezes, é necessário driblar a resistência do respondente, usando disfarces,
ou seja, perguntas que refletem um perfil a partir do qual se pode chegar
àquilo que o respondente prefere omitir.
8. A necessidade de disfarce se manifesta mais fortemente no que diz respeito
à renda do entrevistado, situação em que é indicado o uso do Critério Brasil.
CEDERJ 87
Anexo à Aula 7
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexo
SISTEMA DE PONTOS
Posse de itens
Tem
Não tem
1 2 3 4 ou +
Televisão em cores 0 2 3 4 5
Rádio 0 1 2 3 4
Banheiro 0 2 3 4 4
Automóvel 0 2 4 5 5
Empregada mensalista 0 2 4 4 4
Aspirador de pó 0 1 1 1 1
Máquina de lavar 0 1 1 1 1
Videocassete 0 2 2 2 2
Geladeira 0 2 2 2 2
Freezer (aparelho
independente
0 1 1 1 1
ou parte da geladeira
duplex)
90 CEDERJ
CORTES DO CRITÉRIO BRASIL
Dados LS E 96 LSE
TOTAL BRASIL
Classe PONTOS Levantamento
(%)
socioeconômico
A1 30-34 1 IBOPE 1996
A2 25-29 4
B1 21-24 7
B2 17-20 12
C 11-16 31
D 6-10 33
E 0-5 12
Televisores
CEDERJ 91
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexo
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada doméstica
Aspirador de pó
Máquina de lavar
92 CEDERJ
Videocassete/DVD
Geladeira e Freezer
As possibilidades são:
Observações importantes
CEDERJ 93
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexo
com renda pessoal mensal acima de US$ 50.000. Em casos como esse, o
pesquisador deve procurar outros critérios de seleção que não o CCEB.
A outra observação é que o CCEB, como os seus antecessores,
foi construído com a utilização de técnicas estatísticas que, como se
sabe, sempre se baseiam em coletivos. Em uma determinada amostra,
de determinado tamanho, temos uma determinada probabilidade de
classificação correta, (que, esperamos, seja alta) e uma probabilidade
de erro de classificação, (que, esperamos, seja baixa).
O que esperamos é que os casos incorretamente classificados
sejam pouco numerosos, de modo a não distorcer significativamente os
resultados de nossa investigação.
Nenhum critério, entretanto, tem validade sob uma análise
individual. Afirmações do tipo “... conheço um sujeito que é obviamente
classe D, mas pelo critério é classe B...” não invalidam o critério que é
feito para funcionar estatisticamente. Servem, porém, para nos alertar,
quando trabalhamos na análise individual, ou quase individual, de
comportamentos e atitudes (entrevistas em profundidade e discussões
em grupo respectivamente). Em uma discussão em grupo, um único
caso de má classificação pode pôr a perder todo o grupo. No caso de
entrevista em profundidade; os prejuízos são ainda mais óbvios. Além
disso, em uma pesquisa qualitativa, raramente uma definição de classe
exclusivamente econômica será satisfatória.
Portanto, é de fundamental importância que todo o mercado
tenha ciência de que o CCEB, ou qualquer outro critério econômico,
não é suficiente para uma boa classificação em pesquisas qualitativas.
Nesses casos deve-se obter, além do CCEB, o máximo de informações
(possível, viável, razoável) sobre os respondentes, incluindo, então, seus
comportamentos de compra, preferências e interesses, lazer e hobbies e
até características de personalidade.
Uma comprovação adicional da conveniência do Critério de
Classificação Econômica Brasil é sua discriminação efetiva do poder
de compra entre as diversas regiões brasileiras, revelando importantes
diferenças entre elas.
94 CEDERJ
Distribuição da população por região
Classe Norte/Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
% % % %
A1 1 1 1 1
A2 3 4 5 4
B1 3 8 7 8
B2 6 14 13 10
C 20 35 35 28
D 37 32 30 38
E 30 6 8 13
CEDERJ 95
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexo
A1 A2 B1 B2 C D E Total
% % % % % % % %
Máq. de lavar
96 95 91 85 66 32 4 58
roupa
Máq. de secar
58 40 28 16 7 2 9
roupa
Máq. de lavar
68 44 26 8 1 5
louça
Geladeira 100 100 100 100 99 94 31 89
Freezer 87 75 53 40 18 5 19
Forno de
89 78 54 34 11 2 15
microondas
Aspirador de pó 83 76 66 43 15 2 19
Mais de 4 rádios 51 45 42 50 33 5
Televisor 100 100 100 100 99 95 62 93
2 ou mais
100 98 40 21 6 1 11
televisores
CD Player 96 92 81 63 32 9 1 30
Videocassete 100 98 94 87 47 4 37
Telefone 98 96 86 67 36 11 1 33
Câmera de vídeo 63 35 16 8 1 - - 4
Microcomputador 69 51 32 11 3 - - 7
Fax 44 22 12 4 1 - - 3
Automóvel 100 99 96 80 45 8 - 37
2 ou mais
99 70 35 16 3 - - 12
automóveis
Empregada
96 58 30 12 5 1 - 8
doméstica
Chefe com nível
92 69 42 16 3 - - 9
superior
96 CEDERJ
Pesquisas quantitativas
8
AULA
– construção de instrumentos
de coleta
objetivo
1
montar um instrumento de coleta de dados, tomando
os cuidados necessários para que seja válido, inclusive
reconhecendo a necessidade do pré-teste.
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
98 CEDERJ
MÓDULO 2
c. Pergunta de múltipla escolha
8
Pergunta para a qual é possível a aceitação de mais de uma
AULA
alternativa de resposta, como, por exemplo: “Que marcas você
conhece do produto P?” É fundamental que se consiga listar todas as
possíveis opções de resposta, a fim de evitar a indução da resposta
do entrevistado.
Se, por exemplo, o entrevistador for ler (ou se for um questionário
de autopreenchimento) todas as opções de resposta a uma pergunta, ele
tenderá a refletir apenas sobre as opções mostradas – e talvez se esqueça
de algum fator importante não mostrado no “estímulo”.
Uma boa forma de evitar que se esqueçam opções de resposta é
testar as perguntas junto a algumas pessoas, estimulando-as a pensar
em outras opções. A opção: "Outras. Quais?" também é importante
para fechar o assunto.
Não devemos pensar que é impossível usar uma pergunta com dez,
quinze ou vinte opções de resposta. Pode-se reduzir o viés numa pergunta
desse tipo utilizando um disco com todas as opções de resposta ou um
conjunto de cartões, cada um com uma ordem de respostas diferente.
Assim, podemos evitar que uma resposta sempre seja lembrada e outra
sempre esquecida.
d. Perguntas com escalas de avaliação e escalas diferenciais
semânticas
São as usadas para que o entrevistado dê uma nota, utilizando
uma escala, a qual pode variar desde 1 a 4 até de 0 a 10, mas não deve
ultrapassar essa marca. Em muitos casos, a escala se apresenta associada
a uma característica qualitativa como, por exemplo: Muito satisfeito = 5;
Satisfeito = 4; Indiferente = 3; insatisfeito = 2 e; Muito insatisfeito = 1.
e. Pergunta filtro
Para verificar se está sendo entrevistada a pessoa correta, ou se
deve ou não ser aplicada a pergunta seguinte. Ex.: "Você costuma usar
escova de cabelo? Se sim, continuar; se a resposta for não, pular para a
pergunta de número n."
f. Pergunta aberta
É a que dá ao entrevistado a oportunidade de colocar seu ponto
de vista, sem restrições. Esse tipo de pergunta, por um lado, dificulta e
encarece a tabulação dos dados, podendo dar margem a interpretações
por parte do entrevistador e do codificador; por outro, possibilita que
CEDERJ 99
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
Perguntas específicas;
Obter a maioria das
Parte principal algumas podem ser
informações almejadas
do questionário difíceis e complexas
pela pesquisa
Fonte: AAKER, David, KUMAR, V. & DAY, George. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001.
100 C E D E R J
MÓDULO 2
Além da estrutura, é necessário ter alguns cuidados suplementares,
8
que listamos a seguir:
AULA
• Usar frases curtas, em ordem direta, evitando todos os elementos
desnecessários.
• Usar palavras simples, de fácil compreensão por todos.
• Redigir as perguntas de forma clara, para evitar ambigüidades.
• Verificar se as perguntas não dirigem a resposta.
• Distribuir as perguntas uniformemente pelo questionário,
alternando as objetivas com as subjetivas, para não cansar
o estrevistado.
Mesmo tomando toda essa precaução, é possível que haja
problemas com o questionário. Assim, para que se tenha absoluta certeza
de que o questionário está bem construído, antes de aplicá-lo é necessário
realizar um pré-teste, a fim de evitar problemas que só seriam percebidos
mais tarde, depois de todos os entrevistados já terem sido ouvidos.
O PRÉ-TESTE DO QUESTIONÁRIO
- 80%
Que porcentagem de suco de
após o pré-teste
- 5%
laranja você acha que uma
- 25%
garrafa de Fanta tem?
- 58%
C E D E R J 101
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
RESUMO
102 C E D E R J
MÓDULO 2
Atividade Final
8
AULA
Esta é uma atividade a ser realizada na plataforma CEDERJ, nas Comunidades
Virtuais. Para realizá-la, execute os seguintes passos:
• Entre na página http://novaplataforma.cederj.edu.br/plataforma e digite
seu login e sua senha.
• No quadro “Minhas Disciplinas”, selecione “Desenvolvimento de Projeto
de Pesquisa”.
• No quadro “Comunidades Virtuais”, clique em fórum e você deverá visualizar o fórum da Aula 8.
Clique nele e siga as instruções propostas pelo tutor.
Tarefa
A partir do material que se segue, responda às questões propostas. A seguir, discuta a distância
com seu grupo e busque um consenso, agregando as sugestões de todos. Ao finalizar, encaminhe
o trabalho realizado para seu tutor na data marcada. Lembre-se de que trabalhos de pesquisa
de mercado envolvem sempre equipes multidisciplinares, no interior das quais a busca do
consenso é sempre um ideal a ser alcançado.
Comentário
Não há uma resposta que seja a única correta para as questões apresentadas.
Por isso, o importante é trocar opiniões com os componentes do seu grupo, a partir
das respostas que você deu às três questões indicadas.
C E D E R J 103
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
( ) Completamente satisfeito.
( ) Razoavelmente satisfeito.
( ) Um pouco insatisfeito.
( ) Completamente insatisfeito.
2. O que a Enterprise poderia ter feito melhor? Por favor, seja específico.
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Excelente.
( ) Bom.
( ) Razoável.
( ) Fraco.
( ) NRA.
104 C E D E R J
MÓDULO 2
5. Você foi ao escritório da Enterprise:
8
AULA
( ) Tanto no início quanto no fim da locação.
( ) Nenhuma vez.
( ) Nenhuma vez.
( ) Menos de 5 minutos.
( ) Entre 5 e 10 minutos.
( ) Entre 11 e 15 minutos.
( ) Entre 16 e 20 minutos.
( ) Entre 21 e 30 minutos.
( ) NRA.
( ) Entre 5 e 10 minutos.
( ) Entre 11 e 15 minutos.
( ) Entre 16 e 20 minutos.
C E D E R J 105
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
( ) Entre 21 e 30 minutos.
( ) NRA.
( ) Excelente.
( ) Boa.
( ) Razoável.
( ) Fraca.
( ) NRA.
A rapidez com que o carro alugado foi levado ao local onde você estava e
deixado com você ou apanhado no local ao final?
( ) Excelente.
( ) Boa.
( ) Razoável.
( ) Fraca.
( ) Excelente.
( ) Bom.
( ) Razoável.
( ) Fraco.
106 C E D E R J
MÓDULO 2
Ao fim da locação?
8
AULA
( ) Excelente.
( ) Bom.
( ) Razoável.
( ) Fraco.
( ) Excelente.
( ) Boa.
( ) Razoável.
( ) Fraca.
( ) Excelente.
( ) Boa.
( ) Razoável.
( ) Fraca.
( ) Sim.
( ) Não.
( ) NRA.
( ) Manutenção do automóvel.
( ) Automóvel roubado.
( ) Negócios.
C E D E R J 107
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – construção de instrumentos
de coleta
( ) Lazer/férias.
( ) Outras razões.
11. Da próxima vez que você precisar alugar um carro na cidade em que
mora, qual a probabilidade de você telefonar para a Enterprise?
( ) Provavelmente telefonarei.
( ) Talvez telefone.
( ) Duas vezes.
( ) Uma vez.
( ) Duas vezes.
108 C E D E R J
9
AULA
Pesquisas quantitativas –
trabalho de campo
objetivo
1
identificar as etapas e cuidados que devem revestir
o trabalho de coleta de dados no campo.
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – trabalho de campo
110 C E D E R J
MÓDULO 2
Nesse treinamento todas as técnicas de entrevistas deverão ser
9
abordadas e transmitidas aos entrevistadores, e todas as eventuais
AULA
dúvidas devem ser esclarecidas. Os entrevistadores deverão receber, ainda,
uma RESENHA DA INSTRUÇÃO, para que possam acompanhar, de perto, as
explicações dadas ao supervisor. Tal resenha deverá permanecer com os RESENHA DA
INSTRUÇÃO
entrevistadores durante todo o tempo de trabalho, para consulta sempre
É o documento-
que houver necessidade. síntese dos
procedimentos, que
Os questionários deverão ser analisados pela equipe de campo, deverá ser utilizado
pelo entrevistador
item por item, acompanhados das explicações sobre a instrução ao
ao longo de
entrevistador. todo o campo.
Caro entrevistador
Você é a peça mais importante deste estudo, pois a coleta de dados é a etapa que
determina a boa ou a má qualidade de um estudo.
Se os dados forem coletados erroneamente, teremos resultados falsos; conseqüentemente,
serão tomadas medidas erradas relativas a uma política de mercado referente aos produtos
em estudo.
Por este motivo, você encontrará, a seguir, as instruções para a execução correta do
trabalho de campo, a fim de que este possa ser padronizado para toda a equipe.
Com o objetivo de manter a padronização, o seu trabalho será verificado por nós,
tomando como base as instruções dadas. Esta verificação é realizada no decorrer da pesquisa.
Trata-se de uma revisita ao entrevistado, durante a qual o mesmo questionário que você
aplicou será “checado”, pergunta por pergunta.
Caso as respostas da entrevista não coincidam com as anotadas por você no questionário,
o fato será considerado FRAUDE, e conseqüentemente todo o seu MATERIAL será ANULADO
– mesmo que o restante esteja correto –, não lhe cabendo pagamento algum.
C E D E R J 111
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – trabalho de campo
1. Quem entrevistar
Entende-se por dona de casa a pessoa responsável pelas atitudes domésticas, ou seja,
aquela que determina o que se compra, o que se come, além de coordenar as atividades do
lar, que em geral é a esposa do chefe de família.
Caso mães e filhas casadas, sogras e noras habitem a mesma casa, entrevistar aquela
que for a mais responsável pelo lar (a que melhor possuir os requisitos acima mencionados).
Empregadas domésticas não deverão ser entrevistadas.
2. Onde entrevistar
112 C E D E R J
MÓDULO 2
9
AULA
2.2. Procedimento no cluster
Deverão ser realizadas vinte entrevistas em cada casa cluster. Caso não complete
a cota (vinte entrevistas) no quarteirão central, passe para os adjacentes até completá-la.
A ordem a ser cumprida nos adjacentes é a apresentada no desenho anterior.
Após completar a cota de vinte entrevistas em um cluster, mude para outro cluster
determinado pelo supervisor e reinicie o processo já adotado. Caso não seja completada a
cota de vinte entrevistas no cluster, não se deverá efetuá-las em outros quarteirões, e sim
levar o problema ao supervisor.
Recusa: Caso o entrevistado se recuse a dar a entrevista, o entrevistador deverá
anotar, na folha de recusa, o endereço e o motivo da recusa.
C E D E R J 113
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – trabalho de campo
A CHECAGEM
Atividade Final
Uma empresa fabricante de materiais para surfe contratou alguns estudantes
para fazer uma pesquisa quantitativa em um grande shopping center da
Zona Sul do Rio de Janeiro, a fim de conhecer a imagem que os praticantes
do esporte tinham da empresa em questão.
Os entrevistadores se posicionavam perto das escadas rolantes e abordavam
os homens, perguntando se praticavam surfe. Caso a resposta fosse negativa,
insistiam perguntando se tinham algum familiar que praticasse. Se, ainda
assim, a resposta fosse negativa, o entrevistador perguntava se o entrevistado
conhecia alguém que praticasse surfe.
Analise a abordagem utilizada pelos entrevistadores à luz do que você
aprendeu, ressaltando:
a. pontos positivos e negativos da abordagem;
b. existência ou não de possibilidade de viés;
c. validade dos dados colhidos nessa pesquisa;
d. circunstâncias em que os problemas teriam sido identificados;
e. possibilidades de correção dos problemas encontrados.
114 C E D E R J
MÓDULO 2
9
Resposta Comentada
AULA
Mais uma vez, não há uma resposta que seja a única correta, menos ainda quando
pedimos que você indique pontos positivos e negativos; entretanto, alguns aspectos
são bastante claros. Vamos a eles:
Inicialmente você deve ter percebido que entrevistar alguém ao pé da escada rolante
de um shopping center não é uma boa opção, por pelo menos duas razões. Primeiro,
porque a escada é um local onde não é possível parar, menos ainda para uma
entrevista; segundo, porque o entrevistador teria de acompanhar o movimento da
escada para fazer as perguntas ao entrevistado. Ou seja, não haveria “clima” para
realizar uma entrevista pessoal, que sempre demanda um tempo significativo.
Outro aspecto negativo que você deve ter percebido é que o entrevistador não sabia
exatamente a quem abordar – bastava ser homem e estar descendo a escada rolante,
como se não houvesse mulheres que praticassem surfe. Além disso, se a pessoa não
tivesse qualquer relação com o esporte, era suficiente que ela “conhecesse alguém
que praticasse”.
Nessas circunstâncias, é imensa a possibilidade de acontecerem vieses nessas respostas,
como resultado das mais variadas distorções: local da entrevista, pessoa entrevistada,
possibilidade de respondente... Assim, os dados colhidos não possuem qualquer validade
numa pesquisa que exija alguma metodologia de coleta de dados.
Um ponto positivo desse processo foi o local escolhido: shopping centers são locais
freqüentados por jovens – que são a grande maioria dos praticantes desse esporte. Ainda
mais que, como foi mencionado, o shopping está localizado na Zona Sul da capital.
Para corrigir esses problemas, o primeiro passo é definir quem pode responder ao
questionário – não é correto contar respostas de amigos ou parentes do público-alvo
da entrevista. Além disso, talvez fossem obtidas mais respostas se, por exemplo, as
entrevistas fossem feitas numa praia que costumasse reunir surfistas.
C E D E R J 115
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – trabalho de campo
RESUMO
116 C E D E R J
10
AULA
Pesquisas quantitativas –
etapas finais
Salvador Giner
PROCESSAMENTO DE DADOS
118 C E D E R J
MÓDULO 2
10
Em um questionário muito longo, com centenas de perguntas
AULA
sobre atitudes ou imagens, um respondente pode se rebelar
Falta de cooperação
e dar sempre a mesma resposta em uma lista de questões
(por exemplo, em uma escala com concordo/discordo).
C E D E R J 119
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
Pergunta: Por que você bebe essa marca de cerveja? (A marca foi citada na pergunta anterior.)
Respostas típicas:
Categoria de Resposta Itens de Código
1. Porque é mais gostosa; Resposta Numérico
Mais gostoso/gosta do sabor/ 1, 2, 3, 4 1
2. Tem um sabor melhor; mais gostosa que as outras
120 C E D E R J
MÓDULO 2
A reespecificação de variáveis deve ser adotada quando as variáveis
10
podem ser tratadas em grandes grupos, devido à sua similaridade. Assim,
AULA
por exemplo, é possível reespecificar para uma variável “oportunidade
de negócio” itens como: preço/relação custo-benefício/baixa taxa
de juros para financiamento/aproveitamento de pontos em cartões de
fidelidade etc. Isso não impede que cada variável seja tratada isoladamente,
mas por meio desse mecanismo tem-se a possibilidade de visualizar grandes
focos do produto.
Usa-se a transformação de escalas quando há necessidade de
permitir a comparação entre escalas diferentes. Esse tipo de adequação
ocorre, habitualmente, entre moedas, ou entre escalas de valor inteiro e
de centavos de uma mesma moeda.
Atualmente, com o desenvolvimento de aplicativos específicos,
já é possível contar com softwares estatísticos capazes de realizar os ajustes,
de acordo com o necessário.
Concluídos os ajustes, chega-se ao momento da tabulação.
C E D E R J 121
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
1.231 100,00
1.231 100,00
CRUZAMENTO DE QUESTÕES
10
um retrato pobre, que não nos ajudará a entender o problema. Entretanto,
AULA
cruzando as questões, poderemos entender qual é a freqüência de compra
de um sabonete hidratante da marca x, por mulheres entre trinta e quarenta
anos, que moram no bairro y, e que também compram o sabonete z (não-
hidratante). Esta informação é que ajudará ao tomador de decisão planejar
ações específicas para públicos específicos, em regiões determinadas.
Quando temos dúvidas se uma variável ajudaria a entender o
comportamento de outra, é preferível pedir o cruzamento das questões
que abordam as referidas variáveis. Dessa forma, poderemos esclarecer
as dúvidas.
Muitas vezes, descobrimos interessantes informações como
conseqüência desses cruzamentos. Outras vezes, na fase de aprovação
do instrumento de coleta de dados, já imaginamos que determinadas
questões deveriam ser cruzadas com outras. Nesse caso, é interessante já
deixar claro para o executor da pesquisa que esses cruzamentos deverão
ser realizados.
Entretanto, o mais comum é que, na fase de análise dos resultados,
para que se consiga entender melhor o problema, novos cruzamentos
sejam demandados, até que se tenha conseguido que os dados
confessem a verdade.
! Analisar é
separar o todo em partes
para verificar o quanto cada
parte influencia no todo.
C E D E R J 123
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
O relatório final
124 C E D E R J
MÓDULO 2
Embora não haja um formato rígido ou único para o relatório,
10
ele não pode deixar de conter alguns itens:
AULA
1. Páginas iniciais: devem fornecer as informações básicas
e facilitar a consulta, depois de arquivado.
• página de rosto – deve conter a natureza do estudo, quem o
solicitou (ou contratou), data, organização executora, de preferência
com e-mail do responsável;
• sinopse ou resumo executivo – deve ser muito sintético, contendo
as principais informações referentes ao objetivo do estudo, à metodologia,
às conclusões e às recomendações;
• índice – contendo títulos, subtítulos e anexos, com as respectivas
páginas.
2. Introdução – nesta seção é preciso resgatar o contexto do estudo,
de preferência trazendo os dados do briefing, para que se possa comparar
o nível de conhecimento do problema antes e depois da realização da
pesquisa.
3. Objetivos – explicitar os objetivos do estudo, de preferência
sendo fiel ao briefing.
4. Metodologia – descrição total da metodologia da pesquisa,
incluindo tipo de pesquisa, dados relativos à coleta de dados, período de
realização, procedimentos de amostragem e o questionário, relatando,
inclusive, possíveis correções de rumo que tenham sido realizadas
ao longo do processo.
5. Resultados – trata-se do núcleo central do relatório. Ali os
resultados devem aparecer, questão a questão, cruzamento a cruzamento.
Nesse tipo de documento, não se deve fazer nenhum tipo de seleção, ou
seja, todas as informações devem estar explicitadas, de preferência em
gráficos. As tabelas — ou o todo da base de dados — devem ser entregues
em meio magnético.
C E D E R J 125
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
Apresentação ao cliente
126 C E D E R J
MÓDULO 2
Para que os resultados de pesquisa possam ser maximizados,
10
gerando planos de ação, é importante realizar uma discussão após a
AULA
apresentação dos resultados. Nesses casos, é aconselhável identificar
as áreas que demandam ações e, durante a discussão dos resultados,
identificar qual profissional da empresa deverá ser o responsável por
um plano de ação para trabalhar sobre o ponto identificado. Em muitos
casos, quando não se aproveita o momento mágico da apresentação da
pesquisa, os resultados se perdem, sem gerar ações de melhoria.
Atividade Final
Balanço Patrimonial
A partir do material que se segue, sua tarefa é analisar os resultados da pesquisa elaborando
um relatório final. Discuta com seu grupo, a distância, para chegar a uma proposta de consenso.
Encaminhe o trabalho realizado para seu tutor a distância.
PESQUISA DATAFOLHA
• 304 entrevistas;
• assinantes da Folha;
• residentes na cidade de São Paulo;
• leitores do caderno Veículos pelo menos duas vezes por mês;
• campo realizado entre 18 de fevereiro e 31 de março de 2002.
C E D E R J 127
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
SEXO
Masculino 64 20 16
Feminino 36 33 31
IDADE
18 a 30 anos 43 50 7
31 a 40 anos 51 31 18
41 anos ou mais 61 15 24
RENDA FAMILIAR
Até 10 s.m. 40 13 47
Mais de 10 a 20 s.m. 40 32 28
Mais de 20 s.m. 64 24 12
ESTADO CIVIL
Casado(a) 63 16 21
Solteiro(a) 36 46 18
ESCOLARIDADE
Até 2º grau 36 23 41
Superior 64 24 12
TOTAL 56 24 20
128 C E D E R J
MÓDULO 2
• Questão: qual potência de motor compraria, sem levar em
10
conta o preço?
AULA
Resposta estimulada e única – em %
SEXO
Masculino 72 24 4
Feminino 54 41 5
IDADE
18 a 30 anos 57 43 -
31 a 40 anos 64 31 5
41 anos ou mais 72 24 4
RENDA FAMILIAR
Até 10 s.m. 53 40 7
Mais de 10 a 20 s.m. 70 23 7
Mais de 20 s.m. 70 28 2
ESTADO CIVIL
Casado(a) 70 26 4
Solteiro(a) 60 34 6
ESCOLARIDADE
Até 2º grau 64 29 7
Superior 69 28 3
TOTAL (%) 68 28 4
C E D E R J 129
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Pesquisas quantitativas – etapas finais
RESUMO
130 C E D E R J
Desenvolvimento do Projeto
de Pesquisa
Anexos
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexos
ANEXO 1
- Banco do Brasil
- Banco Central do Brasil
- Ministério da Agricultura
Governos - Ministério da Saúde
- Embratur
- Secretaria da Receita Federal
- Prefeituras Municipais
- Fiesp/Ciesp
- Fed. Centro Ind. Est. SP
- ANFAVEA
- SINDIPEÇAS
Instituições não- - ABAV
governamentais - Assoc. Bras. Agências Viagem
- DIEESE – Depto Intersindical
Estudos Estatísticas FGV
- FIPE – Fund. Inst. Economia
FEA/USP
132 C E D E R J
Dados do consumidor = dados AC Nielsen do Brasil
sobre compras e circunstâncias de Ibope
como foram realizadas Marplan
C E D E R J 133
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexos
ANEXO 2
Legenda
N = tamanho do universo
n = tamanho da amostra
S2 = variância da amostra*
e = valor de tolerância em relação aos resultados da pesquisa
(erro amostral)
Z = desvio-padrão relacionado ao índice de confiança
134 C E D E R J
Para cálculos envolvendo proporções
S2 = 0,25
OBS.: Como a variância não é conhecida, estima-se a maior variância
possível numa proporção: 50% favorável (1⁄2) e 50% desfavorável (1⁄2)
em relação ao que estiver sendo analisado. Logo, 1⁄2 x 1⁄2 = 0,25.
Para Universos Infinitos:
n = (0,25*Z2)/(e2)
Para Universos Finitos:
n = (0,25*Z2*N)/( 0,25*Z2 + e2*(N - 1))
Considerações iniciais:
- Pesquisa do tipo proporcional.
- Universo muito grande - Fórmula para cálculo do tipo infinito.
n = (0,25*Z2)/(e2)
Cálculos:
e (erro) = 2.700.000/90.000.000 = 0,03 ou 3%
para 95% de confiança -> Z = 1,96 (vide tabela). Então:
n = (0,25*(1,96)2)/(0,03)2 = 1.068 eleitores devem ser
entrevistados.
C E D E R J 135
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Anexos
(2) Numa cidade do Norte do país foi realizada uma amostra piloto
para saber qual era o nível de consumo de tubos de pasta de dente
por mês por família. Determinou-se a variância desta amostra
piloto: 1,56. Tal cidade possui 2.000 famílias. É aceita como erro
uma tolerância de 300 tubos de pasta de dente e um índice de
confiança de 95%. Qual o tamanho da amostra, se quisermos
realizar uma pesquisa para saber o potencial de mercado desta
referida cidade?
Considerações iniciais:
- Pesquisa do tipo estimativa de médias.
- Universo pequeno - Fórmula para cálculo do tipo finito.
n = (S2*Z2*N)/( S2*Z2 + e2*(N - 1))
N (tamanho do universo) = 2.000
S2 = 1,56
nível de confiança (95%) -> Z = 1,96
e = 300 tubos de pasta -> 300/2.000 = 0,15. Logo:
n = (1,56*1,962*2.000)/(1,56*1,962+0,152*(2.000-1))
n = 235 a serem pesquisados.
136 C E D E R J
Consumo máximo = 3 embalagens/mês
S2 = ((L - l)/6)2
S2 = ((3-0)/6) 2
S2 = 0,25
Nível de confiança (99,7%) -> Z = 3
e = 3.000/20.000 = 0,15. Daí:
n = (0,25*3 )/(0,15) = 2,25/0,0225
2 2
C E D E R J 137
Desenvolvimento do Projeto
de Pesquisa
Glossário
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
AD HOC
AMOSTRA
AMOSTRA ALEATÓRIA
AMOSTRAGEM
140 C E D E R J
ordenada a população, seleciona-se a amostra probabilística); amostragem
por estágios múltiplos (envolve o uso de um tipo de amostragem aleatória
em cada um dos seus estágios); amostragem estratificada, por cotas etc.
AWARENESS
BANDEIRA
Veja: Cruzamento.
BASE
BIAS
Veja: Viés.
BRAINSTORMING
BRIEFING
C E D E R J 141
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
CAMPO
CENTRAL LOCATION
CHECKING
Veja: Verificação.
CLASSE SOCIOECONÔMICA
CLUSTER
CÓDIGO DE ÉTICA
142 C E D E R J
CONFERÊNCIA
Veja: Verificação.
CRUZAMENTO
DADOS DE CLASSIFICAÇÃO
DAY-AFTER RECALL
DESK RESEARCH
C E D E R J 143
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
DESVIO PADRÃO
DISCUSSÃO EM GRUPO
ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE
EXTRAPOLAÇÃO
144 C E D E R J
F
FILTRO
FLAGRANTE
FOCUS GROUP
HEAVY USER
LEMBRANÇA ESPONTÂNEA
LEMBRANÇA ESTIMULADA/INDUZIDA
C E D E R J 145
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
LEMBRANÇA
LIGHT USER
MÉDIA ARITMÉTICA
MEDIANA
MEDIUM USER
MERCADO
146 C E D E R J
MERCADO-TESTE
MÍDIA
MODA
MODERADOR
NA
NET
C E D E R J 147
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
OMNIBUS
PAINEL
PANTRY CHECK
PARTICIPAÇÃO
PENETRAÇÃO
PERGUNTA ABERTA/EXPLORATÓRIA
148 C E D E R J
PERGUNTA FECHADA/OBJETIVA
PESQUISA QUALITATIVA
PESQUISA QUANTITATIVA
PESQUISA REGULAR
PESQUISA DE MÍDIA
C E D E R J 149
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
PESQUISA DE MERCADO
PESQUISADOR DE MERCADO
PONDERAÇÃO/PESO
PRÉ-TESTE
PROJEÇÃO
PÚBLICO-ALVO
150 C E D E R J
Q
QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO-PILOTO
QUOTA
RECALL
RECALL TEST
Veja: Lembrança.
RETORNO
Veja: Volta.
SAMPLE
SAMPLING
SHARE
Veja: Participação.
SHARE OF MIND
152 C E D E R J
T
TESTE DE MERCADO
TESTE-PILOTO
TOP OF MIND
UNIVERSO
C E D E R J 153
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa | Glossário
VERIFICAÇÃO
VIÉS
VOLTA
154 C E D E R J
Desenvolvimento do Projeto de Pesquisa
Referências
CEDERJ 155
Aulas de 1 a 10
AAKER, David A.; KUMAR, V.; DAY, George S. Pesquisa de marketing. São Paulo:
Atlas, 2004.
Um clássico da área, este livro é uma das referências mundiais em amostragem e, entre
os que abordam esse tema de forma mais abrangente, o único que tem tradução para
o português.
Uma obra que sintetiza, de forma clara e objetiva, os principais conceitos de marketing,
incluindo comportamento do consumidor e pesquisa de mercado.
O autor aborda, neste livro, a pesquisa de mercado de uma forma mais detalhada, com
foco especial em casos que mostrem o sucesso e o insucesso de algumas abordagens,
propondo uma grande quantidade de exercícios.
Claro, conciso e acessível, este livro explica como conduzir um projeto de pesquisa
do início ao fim. Mostra aplicações de metodologias de pesquisa em diversos campos
do conhecimento.
156 CEDERJ
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