ACA355 Abr 18
ACA355 Abr 18
ACA355 Abr 18
ACA355/abr18
Data de entrada de material para análise: 27/04/18
Data de confecção do laudo e retorno: 30/04/2018
Técnico: Silvia Megumi Kato CREA 5.060.022.492
Fone: (11)99900-1155 e-mail: [email protected]
Objetivos:
( ) Resolução de problema específico ( )Orientação técnica
( ) Desenvolvimento/acompanhamento ( ) Responsabilidade técnica (CREA/CFO/...)
(X) Clínica Vegetal ( ) Palestra de Capacitação Técnica ( ) Outros____________________
Cultura: Alface, diversos materiais, principalmente Salanova (RZ);
Problema: Podridão de raízes e manchas foliares
Descrição: 5 plantas de 3 materiais remetidos para análise (recebido em 27/04), os quais todos estão com
substrato escurecido e pouca formação de raízes, o amarelecimento de folhas mais velhas é generalizado e
homogêneo (vide fotos de campo) como uma condição fisiológica da planta em preservar pontos de
crescimento (miolo), a planta ‘desmancha’ nutrientes das folhas mais velhas, já que não consegue
fotossintetizados necessários a isso, também deixando estas, suscetíveis à manchas de folha.
Água (sem diluição) remanescente do substrato das 3 plantas do tipo Friseè, com pH 6,25 e Ec 1,560
mS/cm3 (seria normal em casos de plantas bem formadas, porém pelo estado geral das raízes, poderia ser
mais baixo, para não provocar ferimentos nas raízes e facilitar ainda mais a entrada de patógenos).
Diagnóstico: De uma forma geral, Thielaviopsis spp (descrito o T. basicola) em todas as amostras recebidas,
com incidência variável de antracnose (Microdochium spp), possivelmente em função de produtos aplicados.
Nas folhas, apesar das manchas e sintomas similares à antracnose encontrada em outra análise, estas
não estão mais na planta.
Há germinação de pontos com micélio germinando, porém não é possível afirmar que seja o fungo, já
que este costuma ser bem fino e dificilmente estoura a célula, sendo mais difícil de identificar.
No tipo Friseè (ou Brunela), igualmente as raízes estão bastante danificadas (mais ainda quando a
parte aderida do substrato foi retirada para extração da solução para análise);
Sem presença de problema nos vasos condutores de água e presença de grande quantidade de
esporos de Thielaviopsis nas raízes mais danificadas.
Nas folhas, seja nesse material, como na versão roxa, há tanto esporos de Cladosporium (fungo
contaminante/oportunista de tecido morto) e também esporos de antracnose, já diagnosticado antes.
Acima, sintoma da mancha foliar no centro da lesão, esporos do Cladoporium e esparsos, antracnose.
Na versão Friseè, roxa, raízes escurecidas junto às brancas e igualmente com Thielaviopis spp
Assim como colocado anteriormente, Thielaviopsis é um fungo não sistêmico (infecção radial e
localizado) cujo principal causa é a debilidade da planta como um todo, por limitar a absorção de água e
minerais à planta, favorecendo a entrada de patógenos de folha, como antracnoses (que de uma forma ou de
outra, estão sendo controlados). Por não ter fluxo normal de água e minerais, supõe-se também que o fluxo de
fungicidas sistêmicos pelas raízes também seja limitado, havendo dificuldade de controle.
Também pelo motivo apontado acima, é mais eficiente o uso de agente de controle biológico (no caso,
o Bacillus subtilis, que é uma bactéria e se desloca com o fluxo de água e consegue infectar patógenos não
sistêmicos).
Há ainda, em partes com apodrecimento mais avançado, a formação de micélio de outros fungos que,
mesmo não sendo o principal, são responsáveis por terminar de matar a planta.
Nas folhas destes também é possível ver pontos de escape de esporos da antracnose sob lesões.
Segundo Flávia, em outro lote de produção, com aplicação preventiva de Score (fungicida sistêmico, do
grupo do triazól) conseguiu controle da antracnose.
Da experiência com manchas foliares (mesmo que relativamente recentes como o Microdochium),
plantas que tem o sistema radicular bem formado e sadio são mais fáceis de serem controlados e não
necessariamente está relacionado com eficiência por este ou outro produto.
Ainda em relação aos triazóis, estes podem paralisar desenvolvimento da planta (análogos à
reguladores de crescimento usados para produção de flores em vaso ou amadurecimento de árvores de frutas)
e não ser muito interessante sua aplicação sucessiva (considerar também que este é sistêmico e não tem
efeito sobre esporos ainda em formação ou sob tecido morto e sem vasos condutores de água).
Recomendações e Observações:
Além da consideração com relação aos produtos (manejo de fungicidas e intervalo entre
pulverizações) para controle da antracnose, o principal ponto a ser observado é com relação à evitar a
instalação de Thielaviopsis no sistema, controle com produtos (químicos ou biológicos) e conferir resistência à
planta (adubação equilibrada*) e também condições de ambiente (monitoramento de temperatura da água e
tempo de oxigenação das raízes).
*com relação à adubação, o balanço de N:P2O5: K2O, se o Magnésio citado é o Nitrato de magnésio, tinha a
relação 1:0,3:1,4 e será modificado para 1:0,5:1,5;
Se o Magnésio citado é o Sulfato de Magnésio, a relação anterior era 1:0,4:1,7 e passará a ser 1:0,6:1,85.
Em ambos os casos, o aumento do teor de fósforo é benéfico para a formação de raízes e resistência da planta
à menor oxigenação, bem como tolerância à doença e, apesar de no segundo caso, com folhas mais duras e
portanto tolerantes à doenças, teria como qualitativamente uma planta mais bonita com uso de Nitrato de
Magnésio.
Observações: Observar orientações gerais de registro do produto para a cultura, dose, carência,
compatibilidade ou não com outros defensivos, adubos e afins,intervalos entre aplicações, segurança de
aplicação/aplicador, bem como dados de fitotoxidez recomendados.
*Muitos dos produtos recomendados podem não ter registro para a cultura e podem ocorrer problemas de
fitotoxidez e para isso, efetuar pequenos testes em poucas plantas para evitar essas perdas na produção.