Cultivo de Tomate

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A) Praticamente toso o plantio de tomate para a indústria vem sendo feito por

meio de transplante de mudas utilizando-se o preparo convencional do solo


ou o plantio direto na palha.

Esse sistema de transplante tem como vantagens o menor gasto de


sementes; menor tempo de permanência da planta no campo; redução das
despesas com irrigações e pulverizações; e a redução dos níveis de infecção
precoce por Geminivírus e Tospovírus. Em razão do alto custo do transplante
manual, que é muito trabalhoso e demorado, exigindo de oito a dez dias-
homens/ha, este sistema somente se viabilizou com a introdução das
máquinas transplantadeiras. Entretanto, a produção de mudas tem que ser
feita sob rigoroso controle sanitário, para evitar que elas sejam focos de
disseminação de pragas e doenças.

No transplante, utilizam-se fileiras simples, distanciadas de 1,0 a 1,2 m, com


cinco plantas por metro linear, o que corresponde a uma população variável
de 42 mil a 50 mil plantas/ha. Atualmente, com a utilização de cultivares
híbridas mais vigorosas, existe a tendência de se utilizar, na Região Centro-
Oeste, populações de 30 mil a 35 mil plantas por hectare, porém em algumas
regiões, vêm sendo utilizadas menos de 30 mil plantas por hectare.

Com transplantadeira mecânica e fileira simples, o espaçamento é de 1,0 m


entre linhas e três plantas por metro linear, resultando em uma população de
30 mil plantas/ha. Com fileiras duplas, o espaçamento mais utilizado é o de
1,2 m entre as fileiras duplas e 0,7 m entre as linhas de cada fileira dupla.

Da semeadura à emergência das plântulas, as irrigações devem ser leves e


freqüentes, de modo a manter os primeiros 10 cm do solo sempre
umedecidos. Nesta fase, o turno de rega deve ser de 1 a 2 dias, dependendo
do tipo de solo e das condições climáticas. Em solos arenosos e/ou em
regiões de temperatura elevada e de baixa umidade relativa do ar, o turno de
rega deve ser diário. Irrigações freqüentes também são recomendadas por
ocasião do transplante. Neste caso, deve-se irrigar preferencialmente pela
manhã, quando a temperatura é mais amena e as plantas estão geralmente
túrgidas.

B) Os frutos de tomate possuem importância nutricional, pois é fonte de vários


nutrientes fundamentais à dieta balanceada como vitamina C, pró-vitamina A
(beta-caroteno) e antioxidantes (licopeno e outros carotenóides).O tomate é
muito rico em vitamina B e C, Ferro e Fósforo.

O teor de sólidos solúveis (SS) é um importante atributo de qualidade durante


o estádio de amadurecimento para muitas frutas frescas. O SS se caracteriza
pelas substâncias dissolvidas no conteúdo celular. Entre estas se destacam
as vitaminas, pectinas, fenóis, ácidos orgânicos, pigmentos e principalmente
os açúcares que representam 85 a 90% dos SS. O SS é determinado em °Brix
por meio de um instrumento chamado refratômetro. A quantidade de açúcares
armazenados em frutos de tomate é o principal constituinte da qualidade pós-
colheita, estando diretamente relacionado ao seu sabor. Este influencia o
rendimento, a consistência e a qualidade do produto final. O teor de SS é
influenciado pela adubação, temperatura, irrigação e principalmente pelo
caráter genético da cultivar. Esse atributo aumenta concomitantemente com
a evolução do estágio de amadurecimento do fruto.

A quantidade de vitamina C no fruto é dependente do cultivar e varia de (18 a


40 mg em 100 g do fruto) conforme as condições agronômicas. Os teores
desta vitamina normalmente diminuem com a maturação e armazenamento
de muitos vegetais. Isso acontece devido à ação da enzima ácido ascórbico
oxidase (ascorbinase) ou por meio da ação de enzimas oxidantes como a
peroxidase.Temperaturas elevadas e redução na adubação nitrogenada
promovem incremento no teor de vitamina C.

C) Muitas doenças tem sido relatadas atacando o tomateiro, causando grande


redução da produtividade e da qualidade do produto. O conhecimento da
etiologia, da sintomatologia e dos métodos gerais de controle permite a
identificação precoce e o tratamento preventivo das doenças. Para isso,
recomendam-se vistorias freqüentes na lavoura, procurando identificar as
anomalias como crescimento deficiente, murcha, manchas, mofos etc.

Há uma série de medidas que o tomaticultor pode tomar para evitar


doenças e pragas na plantação do tomate, são elas: evitar o cultivo de plantas
da mesma família do tomate como a batata e a berinjela, próximos ao plantio
do tomate usar proteção contra chuvas, ventos e geadas e insolação; plantar
sementes e mudas sadias; usar substrato estéril; lavar as mãos com água e
sabão e desinfestar os pés em caixa de cal ao entrar na estrutura; fazer
pulverizações preventivas com fungicidas ou inseticidas quando necessário,
utilizando para isso equipamentos de proteção adequados desinfestar solos
suspeitos de contaminação ou contaminados; usar água de boa qualidade
isenta de patógenos e plantar cultivares resistentes

Agentes causadores de doenças:

Bactérias, fungos, vírus, nematoides, distúrbios fisiológicos.

 Cancro-bacteriano (Clavibacter michiganensis subsp. Michiganensis).

É pouco freqüente em tomateiro rasteiro, comparativamente ao tomateiro


envarado, certamente em função do menor manuseio. Os sintomas de
infecção sistêmica são a murcha total ou parcial da plantas e descoloração
vascular. A infecção localizada se caracteriza por queima das bordas dos
folíolos, pequenos cancros cor de palha, facilmente observáveis nos
pedúnculos, e manchas do tipo olho-de-perdiz nos frutos .

 Mancha-bacteriana (Xanthomonas campestris pv. vesicatoria).

Esta doença é favorecida por temperaturas mais altas (20 a 30°C). Apresenta
sintomas foliares bastante semelhantes aos da pinta-bacteriana. Nos frutos,
porém, as lesões são maiores, mais claras e mais profundas que as da pinta-
bacteriana. Também provoca queda de flores quando o ataque ocorre por
ocasião do florescimento.
 Pinta- bacteriana (Pseudomonas syringae pv. Tomato).

Também conhecida por mancha-bacteriana pequena ou pústula-bacteriana,


é muito freqüente em condições de temperaturas amenas (18a 24°C) e alta
umidade. Ataca toda a parte aérea da plantas. É primeiramente observada
nas folhas baixeiras, na forma de pequenas manchas necróticas de coloração
marrom, normalmente circundadas por um halo amarelo. Os sintomas são
mais característicos nos frutos, com a formação de pontuações negras
superficiais, que podem ser arrancadas com a unha. O ataque durante a
floração pode provocar intensa queda de flores.

 Murcha-bacteriana (Pseudomonas solanacearum).

Associada a solos muito encharcados e à alta temperatura, esta doença é


mais problemática no verão e em regiões de clima mais quente. A bactéria
pode permanecer por vários anos no solo. O sintoma principal é a murcha da
planta, de cima para baixo, a partir do início da floração, permanecendo as
folhas verdes. A parte inferior do caule se toma amarronzada e ocorre a
exsudação de um pus bacteriano quando se faz o "teste-do-copo". O teste
consiste em colocar um pedaço de caule da plantas suspeita em um copo com
água. Em caso positivo, observa-se a exsudação de um pus bacteriano na
água.

 Talo-oco ou podridão mole dos frutos (Erwinia spp.).

Doenças causadas principalmente por Erwinia carotovora subsp. carotovora


e por E. chrysanthemi. Esta última ocorre em locais com temperaturas mais
elevadas. Essas bactérias são as responsáveis pelas podridões em tomate. A
bactéria penetra através de ferimentos, daí a importância de controlar os
insetos que provocam furos nos frutos. Requer temperatura e umidade
elevadas para se tornar problema de importância econômica.

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