Segmentos Básicos Da Linguagem - Consoantes
Segmentos Básicos Da Linguagem - Consoantes
Segmentos Básicos Da Linguagem - Consoantes
Muitos alunos, sem conhecimento prévio em fonética, diriam que são cinco vogais: I, E, A, O e
U. No entanto, essa resposta está baseada na ortografia, com pouca ou nenhuma relação com
a fala.
Ao contrário das consoantes, que podem ser descritas com base em diferentes pontos de
articulação, as vogais não podem ser facilmente descritas apenas com critérios articulatórios.
Em vez disso, são definidas em termos de um espaço vocal abstrato, que serve como um
sistema de coordenadas conhecido como quadro de vogais cardinais.
1. Uma vogal com a posição mais alta da língua e a qualidade mais anterior. Este é o som
"E" mais alto possível.
2. Uma vogal oposta, com a posição mais baixa da língua, ou seja, com a boca aberta, e a
qualidade mais posterior. Este som envolve a língua baixa e posicionada para trás.
4. Um som produzido com uma qualidade posterior, onde a língua está extremamente
alta na boca.
Uma linha vertical direita de três medidas em relação às quatro da linha superior,
formando um ângulo de 90 graus.
Esse quadro de referência permite definir dois parâmetros principais para classificar as vogais:
2. Altura da Língua: vogais com posição alta da língua e vogais com posição baixa.
Assim, obtemos os quatro pontos de referência: E (vogal alta e anterior), A (vogal baixa e
anterior), O (vogal baixa e posterior) e U (vogal alta e posterior).
Entre esses quatro pontos principais, podemos inserir dois passos equidistantes em termos
auditivos, definindo outras vogais. As linhas horizontais auxiliares nos ajudam a identificar duas
outras vogais:
Esses dois conjuntos de vogais cardinais permitem uma classificação completa e detalhada dos
sons vocálicos, usando o quadro de vogais cardinais como referência para estudar e comparar
diferentes qualidades vocálicas.
1. Articulação de Vogais
3. Monoftongos e Ditongos
4. Nasalização
5. Sonorização
6. Semivogais
Tópicos Detalhados:
7. Semivogais e Aproximantes
Tradução do Conteúdo:
Altura da Língua: Refere-se ao quão alta ou baixa a língua está na boca ao produzir a
vogal. Isso inclui categorias como vogais altas, médias-altas, médias-baixas e baixas.
Arredondamento dos Lábios: Algumas vogais são produzidas com lábios arredondados,
enquanto outras têm lábios não arredondados ou estendidos (espalhados).
Monoftongos: São vogais simples que envolvem uma única posição articulatória e não
mudam de qualidade durante a pronúncia. Estão presentes em todas as línguas e
podem ser posicionados no diagrama de vogais cardinais em relação às suas
qualidades extremas.
Ditongos: São vogais compostas que envolvem uma mudança de qualidade ao longo
da pronúncia, criando um som que parece ter duas partes: um "início" e um
"término", separados por uma transição (chamada de deslize ou glide).
7. Semivogais e Aproximantes
As semivogais, ou aproximantes, são sons que se assemelham a vogais, pois permitem uma
passagem quase livre de ar. No entanto, elas têm um nível de constrição ligeiramente maior do
que as vogais correspondentes. Exemplos incluem o /j/ (aproximante palatal) e o /w/
(aproximante lábio-velar), que ocorrem em várias línguas.
Limitação: Esse método é válido apenas para línguas com sistemas de escrita
fonográficos.
Fonema Único para "O": O som O é tratado como um único fonema vocálico.
2. Análise Fonêmica: Se possível, realize uma análise fonêmica para refinar a contagem de
segmentos com base no sistema sonoro da língua.
Vídeo 4- Suprassegmentais
Segmentos de Vogais e Consoantes e Características Suprassegmentais
Vogais e Consoantes são os blocos básicos da fala. Juntas, elas formam sílabas, unidades
maiores e, eventualmente, enunciados completos. Sobre os segmentos, há características
adicionais que não afetam apenas um único segmento, mas uma sequência de segmentos.
Essas características adicionais são conhecidas como características suprassegmentais, não
segmentais ou prosódicas. Utilizaremos o termo mais comum, suprassegmental, e
discutiremos suas bases fonéticas.
Características Suprassegmentais
1. Intensidade (Loudness):
o Aplicação Fonética: Em uma fala normal, algumas sílabas são acentuadas com
maior intensidade. Isso se deve ao aumento da atividade respiratória, em que
mais ar é empurrado dos pulmões para produzir sílabas tônicas. A identificação
de sílabas tônicas ocorre através de uma combinação de intensidade, altura
(pitch) e duração da vogal.
2. Altura (Pitch):
o Exemplo Fonético: Frases podem ter diferentes níveis de altura (pitch) que
ajudam a dividir a fala em partes significativas. Em inglês britânico padrão, por
exemplo, "Mary gave money to her father" apresenta três níveis de pitch,
enquanto "I sat by the window reading a book" possui quatro níveis de pitch.
3. Duração (Length):
Articulações Secundárias
1. Labialização:
o Exemplo: Esse efeito pode ocorrer junto com outras articulações primárias.
2. Palatalização:
3. Velarização:
4. Faringealização:
Coarticulação
Resumo
Estas características são cruciais para a percepção e produção da fala natural, pois contribuem
para a clareza, ritmo e melodia da fala. O entendimento dessas características requer prática e
estudo aprofundado de fonologia suprassegmental.
4o
2. Fluxo de Ar Pulmonar
3. Fluxo de Ar Glotal
Variantes:
4. Fluxo de Ar Velárico
O fluxo velárico requer duas oclusões: uma na região velar (parte posterior da boca,
onde a língua se aproxima do palato mole) e outra na parte frontal da boca. Esta
configuração cria uma câmara fechada entre as duas oclusões.
Fluxo Velárico Ingressivo (Cliques): Quando a parte central da língua é abaixada, cria-
se um efeito de sucção, que resulta em um som de clique ao liberar a oclusão frontal.
Esses sons são comuns em línguas africanas, especialmente nas do grupo Khoisan.
Cliques são utilizados em diversos contextos culturais e linguísticos e são divididos em
tipos, como:
Esses sons são geralmente surdos (sem vibração das cordas vocais), mas pode-se
adicionar um zumbido vozeado como articulação secundária.
Pulmonar Ingressivo: Embora o fluxo pulmonar egressivo seja o mais comum, o fluxo
pulmonar ingressivo também existe, embora seja usado raramente na fala normal.
Pode ser encontrado em expressões emocionais específicas, como suspiros ou
lamentos.
Velárico Egressivo: Este tipo de fluxo é quase impossível de ser produzido por causa
das limitações anatômicas dos órgãos vocais. Ao contrário dos outros fluxos de ar, o
velárico egressivo exige uma configuração de pressão que os órgãos humanos
normalmente não conseguem gerar com facilidade.
O zumbido (ou humming) pode ser adicionado como uma articulação secundária,
especialmente com sons de clique. Isso introduz um elemento de vozeamento em sons
que normalmente são surdos. O zumbido é produzido pela vibração das cordas vocais
e pode ser utilizado para enriquecer sons ou adicionar uma camada de expressão
durante a fala.
7. Resumo da Aula
Com o entendimento dos fluxos pulmonar, glotal e velárico, além das variações e usos
específicos de cada um, os alunos são capazes de compreender melhor como esses
mecanismos afetam a pronúncia e a estrutura dos sons. Este conhecimento é essencial
para a análise fonética e para a descrição das características únicas dos sons em
diversas línguas, permitindo uma análise mais completa da diversidade linguística.
1. Consoantes:
2. Vogais:
o As vogais no IPA são organizadas com base no gráfico de vogais cardinais, que
define as posições extremas da língua (mais à frente, mais atrás, mais alta,
mais baixa) para produzir os diferentes sons vocálicos.
o No gráfico, as vogais primárias incluem sons como "zzz" (que representa uma
vogal anterior alta, sem arredondamento) e "ooo" (uma vogal posterior
arredondada).
o Além disso, o IPA inclui vogais centrais (como o som schwa /ə/, que ocorre em
sílabas átonas em muitas línguas). Essa classificação central é comum em
várias línguas, incluindo o inglês.
3. Diacríticos:
o Exemplo: O diacrítico "ʰ" indica que uma plosiva é aspirada, como o "p" em
"Paul" na transcrição estreita, onde o som tem uma pequena "explosão" de ar
após a produção.
Princípios do IPA
1. Fundação e Objetivos:
Paul Passy: Professor francês e editor do primeiro jornal da IPA, que foi
um dos pioneiros na padronização fonética.
2. Princípios-Chave:
o Um símbolo por fonema: Cada som distinto (fonema) deve ter um símbolo
único, evitando combinações ou letras múltiplas para representar um único
som.
o Consistência: Um símbolo específico deve representar o mesmo som em todas
as línguas, garantindo uma representação uniforme.
3. Publicações e Manutenção:
o Desde sua primeira versão em 1888, a IPA se esforça para melhorar o alfabeto,
corrigindo símbolos problemáticos e expandindo a cobertura para mais
línguas.
o Origem: Este sistema remonta aos esforços de Henry Sweet e Daniel Jones,
que procuraram criar um sistema mais acessível para o uso cotidiano e para o
ensino.
o Esse sistema foi desenvolvido com base nos estudos de linguistas renomados,
como John Wells, e é amplamente utilizado para padronizar a pronúncia
britânica em recursos educacionais.
Características do IPA
Símbolos Exclusivos para Cada Som: No IPA, cada som (ou fonema) tem um símbolo
único, evitando ambiguidades. Isso permite que sons que não têm uma representação
exata no alfabeto regular (como o som de "th" no inglês) sejam representados de
forma clara.
Cobertura de Todas as Línguas: Foi desenvolvido para ser aplicável a qualquer idioma,
cobrindo sons comuns e específicos, como cliques e ejetivas, usados em algumas
línguas africanas.
Princípios do IPA
Uso de Caracteres Romanos: Sempre que possível, são usados caracteres do alfabeto
romano para facilitar a leitura.
Evitar Ambiguidade: Cada som tem um símbolo único, evitando múltiplas letras ou
combinações para o mesmo som.
Importância e Aplicação
Ensino de Línguas: Ajuda alunos a entenderem e reproduzirem sons que não existem
na língua nativa.
Em resumo, o IPA é uma ferramenta essencial para representar sons de maneira universal e
detalhada, facilitando a comunicação entre estudiosos e profissionais de linguagens e sons ao
redor do mundo.
Meu nome é Steve Pinker, sou professor de psicologia na Universidade de Harvard, e hoje vou
falar sobre a linguagem. Embora eu não seja linguista, sou cientista cognitivo.
Meu interesse pela linguagem não é como um objeto em si, mas como uma janela para a
mente humana.
Principais Pontos:
4. A Universalidade da Linguagem:
o Segundo Darwin, "o homem tem uma tendência instintiva para falar".
7. Exemplo de Dialeto:
o Crianças formam frases com base em regras internas, como "hold on, sticky"
para expressar ideias complexas.
o Variabilidade nos sons das palavras e falta de segmentação clara entre palavras
em discursos contínuos.
o É uma janela para a natureza humana e uma das maravilhas do mundo natural.
Ao longo da história, a linguagem tem sido o meio pelo qual realizamos coisas
extraordinárias, como desenvolver sociedades e transmitir conhecimentos. Essa
capacidade de compartilhar e coordenar ações por meio das palavras coloca a
linguagem no centro de estudos que buscam entender a natureza humana.
Essas questões têm profundas implicações sobre o que significa ser humano, e a
exploração dessas questões é essencial para entender tanto a biologia quanto a
psicologia humana. Esses estudos podem revelar como nosso cérebro se diferencia dos
cérebros de outras espécies e esclarecer os processos internos que tornam possível a
comunicação linguística.
A linguagem parece algo tão natural para os humanos que muitas vezes esquecemos
quão complexa e milagrosa ela é. Steve Pinker destaca que basta ouvir alguém fazendo
ruídos ao exalar (ao falar) para perceber que esses sons são, na verdade, informações
codificadas.
Linguagem é um traço universal em todas as culturas estudadas até hoje. Existem cerca
de 6.000 línguas faladas no mundo, cada uma complexa à sua maneira, e antropólogos
nunca encontraram uma sociedade humana sem uma língua complexa.
Darwin afirmou que "o homem tem uma tendência instintiva a falar", o que se observa
na forma como crianças começam a balbuciar. Em contraste, habilidades como
escrever ou cozinhar não são instintivas e precisam ser ensinadas. Essa universalidade
reflete uma capacidade inata da nossa espécie de se expressar verbalmente, algo que
se manifesta em todas as culturas, independentemente de seu desenvolvimento
tecnológico ou histórico.
Escrita: Embora a linguagem falada seja universal, a escrita foi inventada apenas
algumas vezes na história, cerca de 5.000 anos atrás, sendo a escrita alfabética
inventada uma única vez pelos cananeus.
7. Exemplo de Dialeto
Steve Pinker explica que os dialetos, como o Vernáculo Afro-Americano (ou Ebonics),
têm regras gramaticais complexas próprias. Por exemplo, em Ebonics, a expressão “he
be working” indica que uma pessoa possui um emprego, enquanto “he working”
significa que está trabalhando naquele momento.
Essa distinção, inexistente no inglês padrão, mostra que dialetos são, na verdade,
sistemas linguísticos com suas próprias regras complexas, desafiando a ideia de que
são simplificações ou corrupções de uma língua “correta”.
Chomsky propôs a ideia de uma "gramática universal" inata que ajuda as crianças a
aprenderem regras gramaticais rapidamente. O teste do “pobreza do estímulo”
argumenta que as crianças desenvolvem uma gramática complexa sem terem recebido
estímulos suficientes para aprendê-la apenas pela experiência.
Um exemplo famoso de Chomsky, “colorless green ideas sleep furiously” (ideias verdes
incolores dormem furiosamente), demonstra como a sintaxe pode estar correta
mesmo sem sentido. Esse conceito destaca a importância da estrutura interna da
linguagem, que permite construir frases novas de maneira significativa.
Cada som (fonema) varia dependendo do som anterior e do som seguinte, o que gera
diferentes formas acústicas para o mesmo som, como no exemplo de "Cape Cod" no
texto.
A linguagem falada não tem divisões claras entre palavras, o que complica ainda mais
para a tecnologia. Para humanos, essas divisões são naturais devido ao conhecimento
prévio e à capacidade de interpretar contexto, mas essa habilidade é difícil de
programar em máquinas.
Uma frase como “se você pudesse passar o guacamole” é interpretada como um
pedido gentil e não como uma especulação hipotética, graças ao conhecimento
pragmático.
É uma habilidade humana única que nos permite expressar infinitas ideias a partir de
um conjunto finito de ferramentas mentais. A exploração da linguagem não apenas
revela a complexidade da mente humana, mas também destaca a maravilha do mundo
natural, fazendo dela um campo de estudo profundamente fascinante e indispensável.
Diante desse contexto, levanta-se a seguinte questão: em que medida e sob quais condições
os estudos de fonética e fonologia são inseridos nos cursos de Pedagogia e Normal? Com
base nisso, este artigo busca evidenciar a importância desses estudos na formação de docentes
voltados para a alfabetização, destacando a relevância de articular teoria e prática para auxiliar
o processo de ensino-aprendizagem da criança em fase inicial de alfabetização.
Ao ingressar na escola, a criança experimenta um certo estranhamento, uma vez que seu
contato prévio com a linguagem limitava-se à oralidade informal e à comunicação cotidiana. No
ambiente escolar, surgem novas normas e exigências, como falar de forma “correta” e lidar
com a modalidade escrita da língua, o que pode ser abrupto para muitas crianças. Este contato
inicial com a escrita exige uma adaptação complexa, pois envolve um conhecimento prévio da
estrutura da fala que muitas vezes não é abordado de maneira explícita e gradual, levando a
uma transição que nem sempre é fluida.
A produção de fala infantil, embora pareça desordenada, possui padrões sistemáticos. Segundo
Leonard (1991 apud Othero, 2005), as crianças utilizam estratégias para simplificar as palavras
que ouvem, adaptando-as às suas capacidades de produção. A partir dessa observação, é
possível que o docente alfabetizador identifique desvios fonológicos na fala da criança e os
trate adequadamente, de modo a apresentar variações linguísticas da língua materna e ajudá-
la a desenvolver uma pronúncia eficaz e uma escrita correta.
Quando as crianças iniciam a educação formal, trazem uma realidade fonológica da qual seus
professores muitas vezes não têm pleno conhecimento. Por isso, estudos fonéticos e
fonológicos são fundamentais para que os docentes possam compreender e abordar de
maneira mais efetiva as dificuldades enfrentadas pelos alunos na transição para a língua
escrita, onde combinações de letras se correlacionam com fonemas (unidades sonoras), que
constituem a base da fala.
Esta temática tem sido discutida amplamente por fonoaudiólogos, psicólogos e linguistas, que
demonstram a forte relação entre alfabetização, letramento e conhecimento dos processos
fonológicos na aquisição da linguagem oral e escrita. No passado, conforme Soares (2004), a
alfabetização foi abordada maioritariamente do ponto de vista psicológico, desconsiderando
aspectos linguísticos fundamentais, como a fonética e a fonologia. Houve uma crença
predominante de que a criança se alfabetizava apenas pela imersão no ambiente de escrita.
Embora os avanços na pesquisa de alfabetização tenham ampliado nossa compreensão, essa
visão ainda persiste em alguns aspectos do sistema educacional.
Este processo ocorre quando há uma redução no encontro de duas consoantes dentro
de uma mesma sílaba. A redução acontece pelo apagamento de uma das consoantes,
simplificando a estrutura silábica. Esse fenômeno é comum na fala infantil e reflete o
esforço da criança em adaptar palavras complexas à sua capacidade de produção.
Exemplos:
o fruta → [«fu.ta]: o encontro [fr] é reduzido para [f], produzindo algo como
“futa”.
Exemplo:
Esses processos de estruturação silábica são parte de um conjunto mais amplo de adaptações
fonológicas que ocorrem durante a aquisição da linguagem. Identificar e compreender esses
processos auxilia o professor alfabetizador a apoiar melhor a criança em sua transição para a
linguagem escrita, pois o entendimento dessas adaptações permite antecipar e corrigir
possíveis interferências na aquisição da leitura e da escrita.
O apagamento de sílaba átona pode ocorrer tanto em sílabas pré-tônicas como pós-
tônicas, simplificando a palavra para tornar a produção mais fácil para a criança.
Exemplo Adicional:
Exemplos:
Este processo envolve o apagamento de consoantes líquidas — que podem ser laterais
(como /l/) ou não-laterais (como /r/) — no final de sílabas ou no final de palavras. Isso
ocorre frequentemente em palavras que terminam com esses sons, sendo uma
simplificação comum na fala infantil.
Exemplos:
Neste caso, uma consoante líquida, seja lateral (como /l/) ou não-lateral, é eliminada
quando ocorre entre duas vogais. Esse processo reduz a complexidade da palavra ao
suprimir uma consoante interna, facilitando a articulação.
Exemplos:
Esse processo ocorre quando uma consoante líquida (lateral ou não-lateral) é apagada
no início de uma palavra. Esse tipo de apagamento é comum em palavras com
consoantes iniciais que podem ser difíceis para as crianças pronunciarem,
especialmente durante as fases iniciais da aquisição de linguagem.
Exemplo:
7. Metátese
Exemplos:
o trator → [tay. «toy]: o som [tra] é reorganizado para [tar], e o /r/ final é
semivocalizado, resultando em algo como "taytoy".
8. Epêntese
A epêntese é a inserção de uma vogal entre duas consoantes. Esse processo facilita a
produção de palavras ao adicionar uma vogal, tornando mais fácil para a criança
pronunciar encontros consonantais que poderiam ser complexos.
Exemplos:
o brabo → [ba. «ra.bu]: uma vogal [a] é inserida entre as consoantes [b] e [r],
resultando em "barabu".
o gruda → [gu. «ru.da]: a inserção da vogal [u] entre [g] e [r] torna a palavra
"guruda".
b) Processos de Substituição
Exemplos:
o zebra → [«se.pa]: o som sonoro [z] é substituído pelo som surdo [s], e [b] é
substituído por [p], resultando em "sepa".
2. Anteriorização
Exemplo:
o chave → [«sa.ve]: o som palatal [ʃ] é substituído pelo som alveolar [s],
simplificando a palavra.
3. Substituição de Líquida
A substituição de líquida ocorre quando uma consoante líquida (como /r/ ou /l/) é
trocada por outra líquida. Essa substituição pode ser uma adaptação para tornar a
produção sonora mais fácil, especialmente em palavras onde as líquidas são mais
complexas de articular.
Exemplos:
4. Semivocalização de Líquida
Neste processo, uma consoante líquida (como /r/ ou /l/) é substituída por uma
semivogal, como [y]. Essa alteração simplifica a articulação da palavra, convertendo a
consoante líquida em um som mais próximo de uma vogal.
Exemplos:
5. Plosivização
Exemplos:
6. Posteriorização
Exemplo:
o sapo → [«ka.pu]: a consoante alveolar [s] é substituída por uma velar [k],
resultando em "kapu".
7. Assimilação
A assimilação ocorre quando um som é modificado devido à influência de outro som
na mesma palavra. Esse fenômeno acontece quando um som adquire características do
som adjacente, tornando-se igual ou similar a ele, o que facilita a produção.
Exemplos:
o girafa → [vi.«ra.fa]: o som [ʒ] é influenciado pelo som [v], resultando em "vira-
fa".
8. Sonorização Pré-Vocálica
Exemplos:
o confusão → [gõn.vu.«zãw]: o som surdo [k] é substituído pelo sonoro [g], e [f]
é substituído por [v], resultando em "gonvuzão".
Tipificação do Texto
O texto aborda a relação entre os processos fonológicos na aquisição da fala e o papel deles na
alfabetização, argumentando que os estudos fonéticos e fonológicos são essenciais para a
formação dos professores alfabetizadores. A seguir, o conteúdo do texto foi dividido e
classificado em categorias principais, que descrevem e contextualizam as principais ideias
apresentadas.
1. Introdução ao Problema
Lacuna Teórica e Prática na Educação: O texto inicia expondo a lacuna nos cursos de
Pedagogia e Normal em relação à conexão entre teoria e prática na formação de
professores alfabetizadores, especialmente no que diz respeito ao ensino fonético e
fonológico.
Influência Histórica da Fala sobre a Escrita: Estudos do século XIX sugerem que
mudanças linguísticas observadas na escrita são, na realidade, reflexos de alterações
que primeiro ocorreram na fala.
Escrita como Influenciadora da Fala: Schwindt et al. (2007), apoiados por Kato (1990),
desafiam a visão de uma relação unidirecional, afirmando que a escrita também exerce
influência sobre a fala após o estágio de letramento.
Integração entre Fala e Escrita na Alfabetização: Os estudos revelam que fala e escrita
são elementos interdependentes na alfabetização, onde a escrita não apenas se origina
na fala, mas também a influencia. Isso exige que os professores compreendam as bases
fonológicas da fala para atuar efetivamente no processo de alfabetização.
8. Considerações Finais
O artigo oferece um panorama dos estudos fonológicos realizados em Portugal, com ênfase nas
teorias desenvolvidas a partir da obra de Chomsky e Halle (1968). A estrutura do artigo
abrange desde o levantamento histórico dos estudos iniciais até as influências mais modernas
na fonologia portuguesa, destacando a continuidade e evolução das pesquisas. Os principais
aspectos abordados podem ser tipificados e sintetizados da seguinte forma:
Influência de Chomsky e Halle: A partir dos anos 60, com a introdução da fonologia
generativa (notadamente em The Sound Pattern of English), houve uma mudança de
foco na análise fonológica, incorporando métodos que buscavam entender a estrutura
subjacente dos sistemas fonológicos e suas regras.
Evolução das Teorias: O artigo diferencia a fonologia generativa clássica das teorias
subsequentes, como a fonologia auto-segmental e a geometria de traços. Estas teorias
focam na estrutura interna dos segmentos e nas relações hierárquicas dos traços,
promovendo uma análise mais detalhada e complexa dos sistemas prosódicos, como o
acento e a entoação.
Síntese Geral
O artigo revela que os estudos fonológicos em Portugal passaram por uma transição
significativa ao longo do tempo, indo de descrições dialetológicas e estruturais para
uma abordagem formal e generativa, influenciada por teorias de ponta. Os linguistas
portugueses construíram sobre um rico patrimônio de estudos filológicos e dialetais,
adaptando teorias estrangeiras para uma análise aprofundada da fonologia do
português, incluindo a prosódia e a estrutura segmental.
Preparação da fonética e da fonologia no ensino do
português (ensino básico e secundário) algumas
considerações preliminares.
2. Ponto de Partida
Essas noções auxiliam os alunos na compreensão da relação entre som e escrita, aumentando
a sensibilidade fonológica e auxiliando na resolução de dificuldades ortográficas. O autor
também aponta que, sem esse conhecimento, os estudantes podem enfrentar desafios que
poderiam ser facilmente evitados com uma educação fonética precoce e clara. Esse ponto de
partida é reforçado pela análise de materiais didáticos e currículos, que mostram que a
fonética ainda não recebe a devida atenção.
Essas noções também desenvolvem nos alunos uma "sensibilidade auditiva" que é essencial
para distinguir aspectos fônicos dos gráficos. Por exemplo, em versos poéticos onde o som das
palavras se repete, é importante que os alunos consigam identificar aliterações e assonâncias,
mesmo quando os sons podem parecer confusos devido à ortografia. Isso prepara os
estudantes para uma análise literária mais completa, permitindo-lhes apreciar os recursos
estilísticos que se baseiam em características fonéticas.
4. Argumentos Teóricos e Metodológicos
Nesta seção, o autor reúne argumentos a favor do ensino precoce de fonética e fonologia. A
fonologia é vista como um componente integral da língua e essencial para uma compreensão
completa da estrutura linguística, enquanto a sensibilização fonológica auxilia os alunos na
correção de erros ortográficos e na compreensão das variações linguísticas.
Aqui, o autor examina como os currículos escolares tratam a fonética e a fonologia. Nos
programas de ensino básico, há uma ênfase predominante em temas morfossintáticos,
enquanto a fonética e a fonologia recebem pouca atenção. No ensino secundário, ainda que
haja uma introdução desses temas, eles aparecem de forma fragmentada e insuficiente.
6. Gramáticas Escolares
O autor analisa quatro gramáticas escolares (Azeredo et al., 1985; Ferreira e Figueiredo, 1990;
Figueiredo e Bizarro, 1997; J. C. Pinto, 1998) para compreender o espaço destinado à fonética e
fonologia. Observa-se que poucas gramáticas dedicam capítulos específicos a esses temas; em
vez disso, frequentemente, eles são subordinados a outros tópicos como morfologia.
Em algumas gramáticas, a distinção entre plano fônico e gráfico é respeitada, mas em outras,
essa diferenciação não é clara, o que gera confusão entre transcrição fonética e ortográfica.
Apenas algumas gramáticas, como a de J. C. Pinto (1998), mantêm uma abordagem integrada,
oferecendo uma visão mais consistente desses conceitos.
7. Considerações Globais
O autor reflete sobre a ausência de uma abordagem explícita e estruturada para a fonética e
fonologia no ensino pré-universitário, sugerindo que esses temas são vistos como "domínios
menores". Ele defende a sistematização desses conteúdos, propondo uma estrutura
pedagógica que inclua a fonética e fonologia como elementos centrais do currículo.
Sugere-se que os programas escolares passem a considerar explicitamente a importância da
fonética e da fonologia, criando blocos específicos de ensino para esses tópicos. O autor
também propõe uma reformulação e atualização dos conceitos abordados nas gramáticas
escolares, promovendo um exame crítico das informações científicas disponíveis e da
terminologia utilizada para descrever fenômenos fonológicos e fonéticos.
8. Proposta Final
Esses conteúdos são vistos como essenciais para uma Aparelho fonador: Descrição
das partes e da função dos órgãos que produzem os sons da fala.
O autor finaliza com uma proposta de temas avançados, sugerindo o ensino dos "grandes
fenômenos" fonéticos no português europeu contemporâneo, como:
Diferenças entre plano fônico e plano fonológico: Explicação das distinções entre a
realização física dos sons (plano fônico) e sua representação abstrata e funcional na
língua (plano fonológico).
Esses fenômenos são considerados fundamentais para o ensino de uma fonética e fonologia
aplicadas, ajudando os alunos a entenderem a complexidade e as nuances da língua
portuguesa.
Conclusão
O autor defende a necessidade de uma reforma curricular para integrar a fonética e a fonologia
de forma mais visível e explícita no ensino da língua portuguesa. Essa abordagem sistemática e
progressiva, começando no ensino básico, é vista como essencial para que os alunos
desenvolvam uma compreensão completa e sofisticada da língua, possibilitando um uso mais
eficaz e consciente do português.
Como ensinar:
Atividade prática:
Jogo de Identificação de Sons: Peça aos alunos para ouvirem atentamente uma série
de palavras e identificar quais palavras começam ou terminam com o mesmo som. Por
exemplo: "Qual palavra começa com o mesmo som que 'sol': 'sapato', 'pato' ou 'mel'?"
Como ensinar:
Divida as palavras em sílabas: Comece ensinando que palavras podem ser divididas em
sílabas, como em "ca-sa" ou "es-co-la". Peça aos alunos que batam palmas ou batam o
pé para cada sílaba falada.
Atividade prática:
Bater palmas para sílabas: Peça aos alunos para baterem palmas enquanto pronunciam
cada sílaba de palavras que você escreve no quadro. Isso ajuda a identificar as divisões
entre as sílabas.
Jogo dos Constituintes: Dê palavras curtas, como "sol" ou "mar", e pergunte aos alunos
para identificar o ataque e a rima de cada palavra.
3. Métodos de Treinamento para Consciência Fonológica
Como ensinar:
Sílabas antes dos fonemas: Comece com atividades que envolvem sílabas (como
separar palavras em sílabas) e depois passe para a identificação de sons dentro das
sílabas (consciência fonêmica).
Aprimore gradualmente: Ensine a identificar rimas e sons iniciais, depois passe para a
manipulação de sons, como remover, adicionar ou substituir sons em palavras.
Atividade prática:
Completar Palavras: Mostre aos alunos imagens de objetos comuns (como "sol" ou
"pato") e peça que identifiquem a primeira sílaba ou o som inicial da palavra
representada na imagem.
Jogo de Sílabas e Fonemas: Diga uma palavra e peça para os alunos identificar as
sílabas; em etapas mais avançadas, eles podem identificar os fonemas específicos.
Como ensinar:
Atividades auditivas: Faça jogos que incentivem as crianças a prestar atenção em sons
específicos, como encontrar rimas ou identificar sons repetidos em uma lista de
palavras.
Características dos sons: Explique a diferença entre sons "vozeados" (com vibração nas
cordas vocais, como "z") e "não-vozeados" (sem vibração, como "s"). Use a mão na
garganta para sentir a vibração.
Atividade prática:
Jogo de Vibração: Peça para os alunos colocarem as mãos na garganta enquanto dizem
palavras que começam com sons vozeados e não-vozeados. Eles devem identificar se
sentem a vibração.
Sons do Cotidiano: Traga objetos que produzem sons distintos (como um sino e um
tambor) e peça que as crianças identifiquem os sons de olhos fechados. Relacione isso
com a discriminação de sons de fala.
Objetivo: Explicar a relação entre oralidade e escrita, enfatizando a transição entre esses dois
sistemas.
Como ensinar:
Explique a diferença: Fale sobre a diferença entre falar e escrever. Mostre que algumas
palavras são faladas de forma diferente do que são escritas, especialmente em dialetos
regionais.
Atividades de leitura: Leia palavras que podem ser escritas de formas diferentes do
que se fala (por exemplo, a pronúncia de "próximo" versus "próxmo" no português
brasileiro) e discuta com os alunos.
Atividade prática:
Lista de Palavras Regionais: Peça para os alunos darem exemplos de palavras que
conhecem e que são pronunciadas de maneira diferente em sua região. Isso ajudará a
perceber a diversidade linguística e as diferenças entre fala e escrita.
Como ensinar:
Atividade prática:
Jogo de Dialetos: Mostre aos alunos uma lista de palavras e discuta as diferentes
formas de pronúncia em várias regiões. Pergunte se eles conhecem alguma dessas
variações.
Como ensinar:
Use rimas e aliterações: Encoraje os alunos a encontrar palavras que rimam ou que
começam com o mesmo som, para desenvolver habilidades de segmentação
fonológica.
Atividade prática:
Tabelas de Sons e Letras: Crie tabelas que mostrem letras e os sons correspondentes.
Peça para os alunos associarem imagens de objetos a essas letras e sons.
Como ensinar:
Atividade prática:
Identificação da Sílaba Tônica: Dê aos alunos uma lista de palavras e peça para eles
identificarem a sílaba mais forte (tônica) em cada uma. Em seguida, discuta como a
acentuação pode afetar o significado.
Jogo de Palavras com Acentos: Dê pares de palavras com significados diferentes, mas
que mudam apenas pela posição do acento, e discuta com os alunos.
Essas orientações e atividades fornecem uma base sólida para o professor introduzir a
consciência fonológica de forma gradual e prática, com atividades lúdicas que facilitam a
aprendizagem dos alunos e promovem uma compreensão mais profunda da língua.
Conteúdo:
Conteúdo:
o Exercício de tom e intensidade: Peça aos alunos para dizer uma palavra várias
vezes, aumentando e diminuindo o tom e a intensidade, e discutam como isso
altera a percepção do que foi dito.
Conteúdo:
Conteúdo:
o Aspectos como tom e acento são fundamentais para uma boa pronúncia e
fluência.
o Atividade de leitura: Peça aos alunos para lerem frases com diferentes
intenções (perguntas, afirmações, exclamações) e discutam como a entoação
muda o significado.
Conteúdo:
o Exercício de ritmo: Peça aos alunos para bater palmas enquanto dizem uma
frase, focando no ritmo natural da língua.
o Análise de entoação: Leia uma frase como afirmação e depois como pergunta,
e peça aos alunos para identificarem as diferenças de tom e entoação.
Conteúdo:
Conteúdo:
o Análise de clíticos: Mostre como pronomes átonos (como "me", "te") se unem
a outras palavras, formando palavras prosódicas, e como isso influencia o
ritmo e a entoação.
Conteúdo:
Conteúdo:
Objetivos da Introdução
Principais Conceitos
4. Estudo da Homofonia
A transcrição fonética é uma ferramenta poderosa para compreender a estrutura sonora das
palavras e suas representações gráficas. A proposta inclui o uso do Alfabeto Fonético
Internacional (AFI) para facilitar a aprendizagem.
Tabelas e Exemplos
6. Estudo da Aliteração
Expressividade Sonora: Discussão sobre como a repetição de sons cria efeitos sonoros
específicos.
Instruções de Transcrição
Normas para Notação de Sons: Tabelas detalhadas com símbolos e exemplos de uso.
Atividades de Audição
A inclusão da fonética e fonologia no ensino básico e secundário é uma medida que visa
enriquecer a compreensão dos alunos sobre a língua portuguesa. Essa abordagem não apenas
facilita a aquisição de habilidades ortográficas e fonológicas, mas também aprofunda a
consciência sobre a diversidade linguística e a complexidade do idioma.
Considerações Finais