Protocolos Endodontia Centro Universitário Uninovafapi

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - POP


ENDODONTIA

ANAMNESE
Queixa principal, relato de problemas sistêmicos, uso de medicações, alergias ou reações
adversas a medicações ou alimentos.

EXAME CLÍNICO
Cavidade oral tecidos duros e moles, O’leary, PSR, Odontograma, teste sensibilidade, percussão
vertical e horizontal, teste de cavidade e/ou anestesia quando necessário, radiografia.

DIAGNÓSTICO - TERMINOLOGIA DIAGNÓSTICA - ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE ENDODONTIA


PULPAR
Polpa Normal: Diagnóstico clínico em que a polpa está livre de sintomas e responde de forma
normal aos testes de sensibilidade.
Pulpite Reversível: Diagnóstico clínico baseado em aspectos subjetivos e objetivos que indicam
que a inflamação poderia ser resolvida e a polpa voltar ao seu estado normal.
Pulpite Irreversível Sintomática: Diagnóstico clínico baseado em resultados subjetivos e
objetivos que indicam que a polpa vital inflamada é incapaz de reparar, dor que persiste às
mudanças de temperatura, dor espontânea, dor referida.
Pulpite Irreversível assintomática: Diagnóstico clínico baseado em resultados subjetivos e
objetivos que indicam que a polpa vital inflamada é incapaz de reparar. Sem sintomas clínicos,
porém com inflamação produzida por cárie ou trauma.
Necrose Pulpar: Diagnóstico clínico indicativo de morte pulpar. Geralmente sem resposta aos
testes de sensibilidade.
Dente Previamente Tratado: Diagnóstico clínico indicativo que o dente foi tratado
endodonticamente e que os canais estão obturados com algum tipo de material de
preenchimento que não seja medicação intracanal.
Dente com Terapia Previamente Iniciada: Diagnóstico clínico indicativo que o dente foi
previamente tratado de forma parcial (pulpotomia, pulpectomia)

APICAL
Tecidos Apicais Normais: Dente com tecidos perirradiculares que não estão sensíveis à
percussão ou palpação. A lâmina dura está intacta e o espaço do ligamento periodontal se
apresenta uniforme.
Periodontite Apical Sintomática: Inflamação, geralmente do periodonto apical, com sintomas
clínicos como: resposta dolorosa ao morder ou percussão ou palpação. Pode estar associada a
uma área radiolúcida como pode não estar.
Periodontite Apical Assintomática: Inflamação e destrição do periodonto apical de origem
pulpar, se observa uma área radiolúcida periapical e não há sintomas clínicos.
Abscesso Apical Agudo: Reação inflamatória à necrose e infecção pulpar caracterizada por uma
rápida aparição, dor espontânea, dor de dente à pressão, formação de pus e aumento de volume
dos tecidos circundantes.
Abscesso Apical Crônico: Reação inflamatória à necrose e infecção pulpar caracterizada por uma
aparição gradual, com muito pouco ou nenhum desconforto e descarga intermitente de pus
através de uma fístula.
Osteíte Condensante: Lesão radiopaca difusa representando um tecido ósseo localizada a um
estímulo inflamatório de baixa intensidade, de reação habitualmente vista no ápice do dente.
PROCEDIMENTOS
Terapia invasiva (biopulpectomia, necropulpectomia I, necropulpectomia II)

PROGNÓSTICO
Favorável, desfavorável

PASSOS CLÍNICOS TERAPIA INVASIVA


1. Tomada do comprimento aparente do dente (CAD) na radiografia diagnóstico,
definição do comprimento de trabalho provisório (CTP)
2. Antissepsia intraoral com clorexidina 0,12%, bochecho por um minuto
3. Anestesia de acordo com elemento dentário a ser submetido ao tratamento
4. Remoção tecido cariado com brocas de baixa rotação e colheres de dentina
5. Acesso coronário
5.1. Incisivos/ Caninos
O acesso é feito no centro da face lingual, com a broca posicionada ligeiramente para
incisal do cíngulo com broca esférica em alta rotação compatível com tamanho da coroa dental,
trabalhando em ângulo reto ao longo eixo do dente, após atingir a câmara pulpar, mudar
inclinação da broca em direção longo eixo, remover teto da câmara dando forma à cavidade, de
acordo com anatomia interna da câmara pulpar, triangular com base voltada para incisal para
incisivos e oval para caninos com o longo eixo no sentido inciso-cervical, realizar desgaste
compensatório na parede lingual com brocas 3080, 3081, 3082 (pontas inativas), cuidado para
não tocar parede vestibular do acesso.
5.2. Pré molares superiores/inferiores
O acesso é realizado através da face oclusal, com a broca paralela ao longo eixo do dente,
no centro do sulco principal dos pré-molares com broca esférica em alta rotação, após atingir a
câmara pulpar remove-se o teto, na sequência as paredes laterais da cavidade endodôntica
devem ser realizadas com brocas tronco-cônicas com ponta inativa (3080, 3081, 3082), dando
uma ligeira divergência para oclusal, a forma de contorno deve ser ovóide com maior diâmetro
no sentido vestibulo-lingual para pré molares superiores e circular para pré molares inferiores.
5.3. Molares superiores
O acesso é feito através da superfície oclusal, a penetração inicial é feito no centro exato
da fossa principal mesial, com broca dirigida para o lado palatino, buscando a entrada do canal
palatino com broca esférica de comprimento normal e em alta rotação compatível com
tamanho da coroa dental, remove-se teto e o acabamento final e a divergência das paredes da
cavidade é completada com brocas tronco-cônicas com ponta inativa (ENDO Z, 3080, 3081,
3082), a forma final da cavidade é triangular de base voltada para vestibular.
5.4. Molares inferiores
O acesso é feito através da superfície oclusal, a penetração é feita no centro do sulco
principal, com a broca voltada para a direção distal, buscando a entrada do canal distal com
broca esférica de comprimento normal e em alta rotação compatível com tamanho da coroa
dental, remove-se teto, remove-se teto e o acabamento final e a divergência das paredes da
cavidade é completada com brocas tronco-cônicas com ponta inativa (ENDO Z, 3080, 3081,
3082), a forma final da cavidade é trapezoidal, de base maior voltada para mesial ou
retangular, refletindo a anatomia da câmara pulpar.
6. Isolamento absoluto no dente a ser tratado ou fenestrado em casos de fragilidade da
coroa dental
7. Irrigação com solução de hipoclorito de sódio
7.1. Milton- hipoclorito de sódio a 1% - para biopulpectomia
7.2. Labarraque - hipoclorito de sódio a 2,5% - para necropulpectomia I ou II
7.3. Soda clorada - hipoclorito de sódio a 4- 5% - para necropulpectomia II
8. Instrumentação
8.1. Instrumentação manual
• Biopulpectomia
• Em molares realizar remoção interferência cervical com limas H e
brocas CP Drill ou de forma mecanizada com lima SX ou Pro Glider
• Remoção da polpa no CTP – limas K compatíveis com diâmetro do
conduto
• Odontometria eletrônica foraminal
• Odontometria radiográfica para definição do comprimento real do
dente (CRD) e comprimento real de trabalho (CRT)
• Definição instrumento apical inicial (IAI)- limas K compatíveis com
diâmetro do canal um milímetro aquém do comprimento real do dente
(CRD)
• Definição do IAF no comprimento real do dente (CRD) para
desbridamento foraminal
• Confecção do batente – IAI mais três instrumentos no CRT ( limas K ou
flexofile se houver curvatura) para identificação instrumento memória
(IM)
• Repassar IAF no CRD
• Escalonamento regressivo com limas K de diâmetro crescente
diminuindo um milímetro do CRT, repassando instrumento memória
(IM) a cada troca de limas
• Repassar instrumento apical foraminal (IAF) no comprimento real do
dente (CRD)
• Entre todas as trocas de lima, irrigação com Milton
• Necropulpectomia I ou II
• Descontaminação do conduto com limas de grande calibre descendo
progressivamente até CTP
• Em casos de condutos atrésicos, descontaminar em terços com lima de
pequeno calibre, aumentando freqüência da irrigação até CTP
• Odontometria eletrônica foraminal
• Odontometria radiográfica para definição do comprimento real do
dente (CRD) e comprimento real de trabalho (CRT)
• Definição instrumento apical inicial (IAI)- limas K compatíveis com
diâmetro do canal um milímetro aquém do comprimento real do dente
(CRD)
• Definição do IAF no comprimento real do dente (CRD) para
desbridamento foraminal
• Confecção do batente – IAI mais três instrumentos no CRT ( limas K ou
flexofile se houver curvatura) para identificação instrumento memória
(IM)
• Repassar instrumento apical foraminal (IAF) no comprimento real de
trabalho (CRD)
• Escalonamento regressivo com limas K de diâmetro crescente
diminuindo um milímetro do CRT, repassando instrumento memória a
cada troca de limas
• Repassar instrumento apical foraminal (IAF) no comprimento real do
dente (CRD)
• Entre todas as trocas de lima, irrigação com Labarraque ou soda clorada
8.2. Instrumentação mecanizada ProTaper Next (híbrida)
▪ Biopulpectomia
• Em molares realizar remoção interferência cervical com limas
H e brocas CP Drill ou de forma mecanizada com lima SX ou Pro
Glider
• Remoção da polpa no CTP – limas K compatíveis com diâmetro
do conduto
• Odontometria eletrônica foraminal
• Odontometria radiográfica para definição do comprimento real
do dente (CRD) e comprimento real de trabalho (CRT)
• Definição instrumento apical inicial (IAI)- limas K compatíveis
com diâmetro do canal um milímetro aquém do comprimento
real do dente (CRD)
• Definição do IAF no comprimento real do dente (CRD) para
desbridamento foraminal
• Uso das limas do sistema mecanizado, intercalando com limas
manuais (de acordo com calibre de canal):
o lima manual kerr número 20
o lima mecanizada Pro Taper Next X1
o lima manual kerr número 25
o lima mecanizada Pro Taper Next X2
o lima manual kerr número 30
o lima mecanizada Pro Taper Next X3
o lima manual kerr números 35 e 40
o lima mecanizada Pro Taper Next X4
o lima manual kerr números 45 e 50
o lima mecanizada Pro Taper Next X5, todas no
comprimento real de trabalho (CRT)
o Repassar instrumento apical foraminal (IAF) no
comprimento real do dente (CRD)
• Entre todas as trocas de lima, irrigação com Milton

• Necropulpectomia I e II
• Descontaminação do conduto em terços com lima de pequeno
calibre, aumentando freqüência da irrigação até CTP
• Odontometria eletrônica foraminal
• Odontometria radiográfica para definição do comprimento real
do dente (CRD) e comprimento real de trabalho (CRT)
• Definição instrumento apical inicial (IAI)- limas K compatíveis
com diâmetro do canal um milímetro aquém do comprimento
real do dente (CRD)
• Definição do IAF no comprimento real do dente (CRD) para
desbridamento foraminal
• Uso das limas do sistema mecanizado, intercalando com limas
manuais (de acordo com calibre de canal):
o lima manual kerr número 20
o lima mecanizada Pro Taper Next X1
o lima manual kerr número 25
o lima mecanizada Pro Taper Next X2
o lima manual kerr número 30
o lima mecanizada Pro Taper Next X3
o lima manual kerr números 35 e 40
o lima mecanizada Pro Taper Next X4
o lima manual kerr números 45 e 50
o lima mecanizada Pro Taper Next X5, todas no
comprimento real de trabalho (CRT)
• Repassar instrumento apical foraminal (IAF) no comprimento
real do dente (CRD)
• Entre todas as trocas de lima, irrigação com Labarraque

9. Secagem do canal com pontas suctoras e cones de papel absorvente esterilizados


compatíveis com instrumento memória (IM)
10. Ativação EDTA por três minutos com instrumento memória (IM)
11. Irrigação com a solução irriagadora utilizada no caso
12. Colocação medicação intracanal
• Otosporim em biopulpectomia – instrumentação não concluída
• Formocresol em necropulpectomia I ou II– instrumentação não concluída
• Calen puro – biopulpectomia – instrumentação concluída
• Calen PMCC- necropulpectomia I ou II – instrumentação concluída
13. Selamento com bolinha de algodão esterilizada na entrada do conduto e restauração
provisória da cavidade
14. Remoção do isolamento absoluto
15. Avaliação oclusal
16. Obturação ( 15 dias após em casos de necropulpectomia II, paciente tem que estar em
silêncio clínico)
• Isolamento absoluto
• Remoção restaurador provisório
• Remoção medicação intracanal com solução irrigadora selecionada e instrumento
memória (IM)
• Secagem do canal com pontas suctoras e cones de papel absorvente esterilizados
compatíveis com instrumentos mecanizados (IM)
• Ativação EDTA por três minutos com instrumento memória (IM)
• Irrigação com a solução irriagadora utilizada no caso
• Descontaminação cone gutapercha equivalente instrumento memória (IM) e
acessórios – 3 minutos em solução de Labarraque ou soda clorada.
• Radiografia de prova de cone - Conemetria (convencional para instrumentação
realizada com limas manuais ou cone único para instrumentação mecanizada)
• Preparo cimento endodôntico até obtenção de massa lisa, homogênea e brilhante
• Condensação lateral ativa – abrir espaço com espaçadores digitais e inserir cones de
gutapercha acessórios envoltos no cimento endodôntico, compatíveis com diâmetro
do conduto até preenchimento no limite cervical do dente.
• Prova radiográfica da qualidade da obturação
• Corte excesso de gutapercha até limite coroa anatômica
• Limpeza cavidade com bolinha de algodão e álcool ou óleo de banana ( depende do
cimento utilizado)
• Selamento cavidade com cimento de ionômero de vidro (não colocar algodão)
• Remoção isolamento
• Avaliação oclusal
• Radiografia final
• Encaminhamento para restauração definitiva
RETRATAMENTO ENDODÔNTICO

• Remoção da guta percha com brocas Gates Glidden nos terços cervical e médio (parte
reta do canal)
• Penetração com limas tipo Kerr de maior calibre para menor calibre até o limite da
obturação
• Utilização das limas tipo Hedstroen de menor para maior calibre até a completa
remoção da guta percha
• Realizar instrumentação conforme protocolo de necropulpectomia II

OBS: Nos casos em que a obturação estiver bem condensada deve ser utilizado
solvente (eucaliptol) como substância auxiliar.

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