APRESENTAÇÃO

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APRESENTAÇÃO

A apresentação da apostila busca introduzir o aluno ao estudo das origens da


humanidade a partir de uma perspectiva bíblica, focando no Pentateuco. O texto sugere
que o estudo desse conjunto de livros da Bíblia permitirá ao aluno entender como o
homem surgiu, o propósito de sua criação e as condições impostas por Deus para o
cumprimento desse propósito. Também aborda a introdução do mal, suas
consequências, e a resposta divina de misericórdia e redenção para salvar o homem do
sofrimento causado pela desobediência.
O autor destaca ainda o papel do povo hebreu na história da redenção, mostrando como
eles foram escolhidos por Deus para um propósito específico, mas falharam, levando à
implantação de uma nova estratégia no Novo Testamento. O Pentateuco também detalha
a formação da nação de Israel e sua jornada pelo deserto até a Terra Prometida. O
estudo da disciplina tem o objetivo de esclarecer de forma simples e clara as questões
das origens humanas e a história do povo hebreu.
AMBIENTAÇÃO
O Pentateuco, composto pelos primeiros cinco livros da Bíblia, é a parte inicial das
Escrituras Sagradas e abrange o período histórico desde a criação do mundo até o fim da
jornada do Êxodo, antes da entrada dos israelitas em Canaã (cerca de 4000 a.C. a 1405
a.C.). As Escrituras Sagradas, escritas ao longo de mais de 15 séculos por cerca de 40
autores, revelam a visão de Deus sobre a criação, a entrada do mal no mundo e o plano
de redenção para a humanidade.
Esses textos mostram o relacionamento entre Deus e o homem, explicando a origem do
universo e da humanidade de forma simples e clara, e destacam como Deus age para
restaurar o homem após a queda, respeitando seu livre arbítrio. O Pentateuco apresenta
as bases da história humana, desde a perfeição inicial do homem até sua queda e as
consequências do pecado, propondo o plano divino para restabelecer essa perfeição.

PROBLEMATIZAÇÃO
A problemática da autoria do Pentateuco envolve a tensão entre a tradição religiosa, que
atribui os cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio) a Moisés, e as análises críticas modernas, como a Teoria
Documentária, que sugerem múltiplas fontes e autores ao longo do tempo. Essa teoria,
proposta no século XIX por estudiosos como Julius Wellhausen, baseia-se em diferentes
estilos literários, vocabulário, e contradições internas dos textos, indicando que o
Pentateuco seria uma compilação de documentos de várias épocas: Javista (J), Eloísta
(E), Deuteronomista (D) e Sacerdotal (P).
Os teólogos conservadores contestam essa crítica com base em argumentos tanto
históricos quanto teológicos. Eles defendem que a autoria mosaica é uma tradição
robusta, sustentada pela coerência interna dos textos e pela validação de outros autores
bíblicos (como Jesus e os apóstolos no Novo Testamento). Para esses estudiosos, a
unidade teológica e a estrutura narrativa do Pentateuco são sinais de um único
propósito, que seria atribuído à liderança e ao papel central de Moisés. Além disso, há
quem argumente que mesmo que Moisés tenha utilizado fontes ou sido auxiliado por
escribas, isso não invalida a sua autoria ou o fato de que ele foi o principal responsável
por transmitir a revelação divina.
Sobre a justiça da crítica, é importante reconhecer que a alta crítica trouxe luz a
aspectos literários e históricos que enriquecem o estudo bíblico. No entanto, o que está
em debate é se essas teorias realmente abalam a fé na revelação divina e a inspiração do
texto sagrado. Muitos teólogos conservadores veem a crítica como uma abordagem
excessivamente cética, ignorando a tradição religiosa e os aspectos sobrenaturais que
fundamentam a fé no texto bíblico.
Se as teorias da alta crítica estiverem corretas, as implicações para o estudo teológico
podem ser profundas. Isso poderia desafiar a compreensão tradicional da inspiração
bíblica e levantar questões sobre a historicidade de Moisés. No entanto, não
necessariamente causaria prejuízo às doutrinas fundamentais do cristianismo, como
a criação, o pecado, a redenção e a aliança, pois essas doutrinas não dependem
exclusivamente da autoria mosaica, mas da revelação de Deus na história. Assim,
mesmo que o Pentateuco tenha uma origem complexa, muitos teólogos afirmam que ele
ainda pode ser visto como inspirado e autoritativo.
Em síntese, a crítica ao Pentateuco traz questões importantes, mas também deve ser
analisada à luz da fé e da tradição, considerando que, para muitos, a autoridade das
Escrituras transcende a discussão sobre autoria humana.

TROCANDO IDEIAS COM OS AUTORES

1. Merece Confiança o Antigo Testamento?


Este livro, escrito por Gleason Archer, é uma obra apologética que visa defender a
veracidade e confiabilidade do Antigo Testamento. O autor explora diversas críticas e
supostas contradições levantadas contra as Escrituras hebraicas, abordando questões
históricas, textuais e arqueológicas. Archer busca demonstrar que, apesar das objeções
modernas, o Antigo Testamento permanece uma fonte histórica confiável e inspirada. O
livro é útil para leitores que desejam respostas racionais e bem fundamentadas às
críticas frequentes sobre o Antigo Testamento, incluindo a harmonia entre as passagens
difíceis e a história secular.
2. Conheça Melhor o Antigo Testamento – Stanley Ellisen
Neste livro, Stanley Ellisen oferece uma introdução acessível ao Antigo Testamento,
com uma abordagem panorâmica dos principais eventos, personagens e temas das
Escrituras hebraicas. O autor organiza a narrativa de maneira cronológica, conectando
eventos históricos e contextos culturais que ajudam o leitor a entender melhor as
Escrituras. O foco é tanto teológico quanto histórico, destacando a relevância contínua
dos ensinamentos do Antigo Testamento para a fé cristã. É uma leitura ideal para
iniciantes e estudiosos que buscam uma visão geral clara e concisa, além de fornecer
insights valiosos sobre a interpretação dos textos.
3. Introdução à Leitura do Pentateuco – Jean-Louis Ska
Nesta obra acadêmica, Jean-Louis Ska, um respeitado estudioso bíblico, oferece uma
introdução abrangente ao Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia). O autor
apresenta uma análise detalhada das questões literárias, históricas e teológicas que
envolvem o estudo do Pentateuco. Ele examina as diferentes tradições e fontes que
compõem esses textos, como a teoria das fontes JEDP (Javista, Eloísta, Deuteronomista
e Sacerdotal), bem como os temas principais que permeiam essas obras, como a aliança,
a criação e o êxodo. Ska também discute o impacto do Pentateuco na formação da
identidade religiosa de Israel. O livro é uma referência acadêmica importante,
recomendada para estudantes avançados e acadêmicos interessados em uma leitura
crítica e aprofundada dos textos bíblicos.
Esses três livros oferecem perspectivas complementares sobre o Antigo Testamento:
Archer defende sua confiabilidade, Ellisen fornece uma introdução acessível, e Ska
oferece uma análise acadêmica mais profunda, especialmente focada no Pentateuco.

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