A Casa
A Casa
A Casa
No final de uma estrada isolada, havia uma casa velha e em ruínas, cercada por uma densa
neblina. Os moradores da pequena cidade próxima sempre evitavam aquele lugar, contando
histórias de almas perdidas e eventos inexplicáveis. Porém, para os jovens ousados, a casa
era um desafio, um teste de coragem.
Uma noite, um grupo de amigos decidiu explorar a casa. Armados com lanternas e
coragem, eles cruzaram o portão enferrujado e entraram. O interior estava em silêncio
absoluto, exceto pelo som de suas próprias respirações e o rangido das tábuas sob seus
pés. As paredes estavam cobertas de mofo e os móveis, cobertos de poeira, pareciam ter
sido deixados de lado há décadas.
Enquanto exploravam, um deles, Lucas, encontrou um velho diário empoeirado sobre uma
mesa. As páginas estavam amareladas, mas ele conseguiu ler algumas passagens que
falavam de uma família que vivera ali. A última entrada, porém, fez seu coração parar: "Eles
estão de volta. Não posso escapar."
Lucas, preocupado, decidiu voltar ao ponto de encontro. Ao fazer isso, notou que as luzes
das lanternas começaram a piscar. O sussurro se transformou em gritos distantes, e ele
sentiu uma presença gelada atrás de si. Virou-se, mas não havia ninguém ali. Com o
coração disparado, apressou-se para encontrar seus amigos.
Mas quando chegou ao local onde se reuniriam, não havia sinal deles. A casa estava
estranhamente silenciosa, e Lucas começou a sentir que a casa estava viva, mudando ao
seu redor. Desesperado, ele correu de quarto em quarto, chamando pelos amigos, mas tudo
o que recebeu foi eco de sua própria voz.
Finalmente, ao entrar em um quarto escuro, ele viu uma figura pálida e empoeirada em um
canto. Era uma mulher com olhos vazios que o encarava fixamente. “Você não deveria ter
vindo”, ela sussurrou.
Sem pensar, Lucas saiu correndo, mas a porta se fechou com um estrondo atrás dele. O
desespero tomou conta, e ele sentiu que estava preso naquela casa. Ele se lembrou do
diário, das palavras que não conseguira entender. “Eles estão de volta.”
Naquela noite, enquanto a cidade dormia, a casa continuou a sussurrar, agora com novas
vozes, e os jovens que ali entraram nunca mais foram vistos. E a casa, por fim, manteve
seu segredo, atraindo novas vítimas para seus corredores sombrios.