Historia Do Desenvolvimento Da Cartografia

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ISTITUTO SUPERIOR MUTASSA

UNIDADE ORGANICA DE MANICA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE HISTORIA COM HABILIDADE EM GEOGRAFIA

HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DA CARTOGRAFIA

DISCENTE: SAMISSONE ARONE MANANGA


2º ANO
CADEIRA: CARTOGRAFIA

MANICA, AGOSTO DE 2024


INSTITUTO SUPERIOR MUTASSA

UNIDADE ORGANICA DE MANICA

SAMISSONE ARONE MANANGA

TRABALHO DE INVESTIGACAO CIENTIFICA


REFERENTE A CADEIRA DE CARTOGRAFIA,
COMO REQUISSITO DO PRIMEIRO TRABALHO
CIENTIFICO.

DOCENTE:

MANICA, AGOSTO DE 2024


Índice

1. Introdução....................................................................................................................................4

1.1. Objetivos do trabalho................................................................................................................4

1.1.1. Objetivo geral........................................................................................................................4

1.1.2. Objetivo especifico................................................................................................................4

1.2. Metodologia..............................................................................................................................4

2. História do desenvolvimento da cartografia................................................................................5

2.1. Na atiguidade............................................................................................................................6

2.3. Os Gregos.................................................................................................................................6

3. Conclusão..................................................................................................................................10

4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................11
1. Introdução
O presente trabalho abordara se sobre a História do desenvolvimento da cartografia, é
importante referir que o desenvolvimento da cartografia, desde épocas remotas até o século em
que vivemos, tem acompanhado o progresso da civilização. Esta ciência apareceu no seu estágio
mais elementar sob a forma de mapas de itinerários rupestres, feitos pelas populações nômadas
primitivas que, partindo dos princípios da observação e da necessidade de localização de aldeias,
de povos, rotas de viagens, de guerras, entre outros elementos.
Desta forma, a cartografia já se caracterizava como uma forma de poder e de receber
sobre o local. A História reputa aos babilônios a confecção do mapa mais antigo até então
encontrado.
Contudo, a história do desenvolvimento da cartografia foi incrementada pelas guerras,
descobertas cientificas, pelo desenvolvimento das artes e das ciências, e pelos movimentos
históricos que possibilitaram e exigiram maior precisão na representação gráfica da superfície da
Terra.
1.1. Objetivos do trabalho
1.1.1. Objetivo geral
a) Conhecer a historia do desenvolvimento da cartografia.
1.1.2. Objetivo especifico
b) Descrever a historia do desenvolvimento da cartografia;
c) Identificar os percursores do desenvolviemto da cartografia;
d) Explicar a historia do desenvolvimento da cartografia.
1.2. Metodologia
Para o efeito do presente trabalho recorri ao método de pesquisa bibliográfica como o
método crucial para a concretização do mesmo.
2. História do desenvolvimento da cartografia
A cartografia nasce nas chamadas “pinturas rupestres”. Nasceu em conjunto com a
escrita, a arte pictórica e a matemática (NOGUEIRA, 2008). Nas pinturas rupestres estão as
matrizes de toda as formas de expressão, comunicação e representação do espaço
(LÉVISTRAUSS, 1970). Assim, a produção do espaço está indissociavelmente ligada à sua
compreensão, e sua expressão como representação. Nem todos os povos chegaram a desenvolver
a escrita, e também nem todos mostraram aptidão para os cálculos. Por outro lado, quase todos
os povos conhecidos na história desenvolveram algum tipo de sistema ou representação da
localização. Conforme Raisz (1959, p. 11):

La historia de los mapas es más antigua que la Historia misma, entendiendo por tal la
documentación escrita sobre hechos pretéritos. La confección de los mapas precede a la
escritura, como se deduce del hecho, comprobado por exploradores y viajeros, de que
varios pueblos primitivos que no llegaran a emplear ni conocer la escritura fueron muy
hábiles en el trazado de mapas. Es una observación general de los viajeros por todas las
partes del mundo que, preguntando un nativo por el camino que conduzca a cierto lugar,
tomará una varita y dibujará en el suelo un esquema del camino, añadiendo a veces
ramitas o guijarros para señalar algún punto notable. Siempre resultan estos dibujos
verdaderos mapas, aunque rudimentarios, a escala como visto el terreno desde arriba.

Desta forma, a Cartografia já se caracterizava como uma forma de poder e de saber sobre
o local. A História reputa aos babilônios a confecção do mapa mais antigo até então encontrado.
Trata-se de um mapa esculpido em uma placa de barro cozido desenhado por volta de 2.500 anos
a.C., e que foi encontrado nas ruínas da cidade de Ga-Sur, cerca de 300 quilômetros ao norte da
Babilônia, na baixa Mesopotâmia (hoje território iraquiano de Babil, ao sul de Bagdad). Esse
mapa mostra o vale do rio Eufrates cercado por montanhas, além da indicação de postos de
localização como pontos cardeais.

Posteriormente, com o advento do comércio entre os povos e com o conseqüente


aparecimento dos primeiros exploradores e navegadores que descobriram novas terras e novas
riquezas, ampliando o horizonte geográfico conhecido, o homem sentiu necessidade de conhecer
novas rotas e se localizar sobre a superfície da Terra. Há indícios de que os egípcios, em 2.300
a.C., já navegavam para Biblos, na Fenícia, de onde voltavam carregados de madeira de cedro.
Estabeleceu-se, portanto, o marco inicial da Cartografia como ciência da localização. Sua
evolução foi incrementada pelas guerras, descobertas científicas, pelo desenvolvimento das artes
e das ciências, e pelos movimentos históricos que possibilitaram e exigiram maior precisão na
representação gráfica da superfície da Terra. Desta forma, dividimos este estudo em marcos
históricos reconhecidos pela sociedade moderna para que possamos compreender melhor as
contribuições das diversas sociedades.

2.1. Na atiguidade
Este período corresponde à construção das bases epistemológicas da representação da
Terra. Tanto na Antiguidade como no século em que vivemos, as regras sobre as formas de
desenhar mapas – ou cartas, como também são chamadas – ainda continuam sendo ditadas pelas
necessidades dos seres humanos. Os chineses, por exemplo, utilizavam os mapas não somente
para orientação e localização, mas também como ferramenta para que os administradores
pudessem demarcar fronteiras e fixar impostos, e os militares os utilizavam como arma
estratégica. De acordo com a datação dos primeiros achados de documentos, os estudos
cartográficos desenvolvidos na China surgem por volta do século IV a. C., representando, de
forma detalhada, suas terras e suas águas. A construção de mapas pelos egípcios também
remonta à Antiguidade, em função de eles já conhecerem e dominarem as técnicas da
triangulação, que consiste na determinação de distâncias baseadas na Matemática, e seriam
utilizadas, posteriormente, por muitos outros povos. Os egípcios determinavam, assim, uma base
para se chegar às distancias desejadas. Eles também utilizavam um instrumento chamado nível
(uma armação em forma de A com um pêndulo amarrado no topo), que servia para medir áreas
de terras. “A medição era quase vital para os faraós e sacerdotes, já que suas riquezas eram
garantidas basicamente pelos impostos cobrados sobre a terra, pagos em cereais, ouro, lã e outras
especiarias.” (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 p,35) Com essa prática, os egípcios
desenvolveram a agrimensura, o cadastro e o mapeamento das minas de ouro, portanto, são os
responsáveis pela elaboração dos primeiros mapas temáticos.

2.3. Os Gregos
Mas quem achou o mapa do tesouro da Cartografia foram os gregos. “Eles foram os
primeiros a ter comprovadamente bases científicas de observação” (LUCÍRIO E HEYMANN,
1992 p,35.) Na Grécia Antiga, os primeiros fundamentos da ciência cartográfica foram lançados
quando Anaximandro (610 a 546 a. C.) e Hecataeus (c. 550 a 475 a.C), ambos da cidade de
Mileto, tentaram representar a Terra como um disco flutuante, onde um oceano circundava os
três continentes conhecidos: Europa, Ásia e África. “Ainda no século VI a.C., “na escola de
Pitágoras desenvolveu a tese da Terra esférica. Esta suposição tinha base em observações
práticas, como a sombra projetada por um eclipse, e considerações filosóficas, como o fato de a
esfera ser a forma geométrica mais perfeita. Contudo, somente por volta de 350 a. C., com as
teorias do filósofo grego Aristóteles, a esfericidade da Terra passou a ser aceita pelos homens da
ciência”. (LUCÍRIO E HEYMANN, 1992 op.cit, 35).

Na visão do mesmo autor, durante a Antiguidade, os gregos começaram a representar a


Terra como um disco flutuante. Esta concepção ficou conhecida como a Teoria do Prato e foi
representada pelos primeiros mapas-múndi de Anaximandro de Mileto (610 a 546 a.C). A quebra
deste paradigma só acontece com as comprovações matemáticas e astronômicas de esfericidade
da Terra elaboradas por Pitágoras (c. 582 a.C). A idéia de esfericidade é comprovada também
por Aristóteles (384 - 322 a.C), que além de formular os argumentos de obliqüidade do eixo,
conceito de linha do Equador, de trópicos e de zonas, também desenvolveu o conceito filosófico
de esfericidade com base na comparação teológica da esfera como forma geométrica mais
perfeita e a obra prima dos deuses – a morada do homem.

Deste modo, a cartografia é um dos conhecimentos básicos desenvolvidos pela


humanidade para sobreviver no espaço, reproduzi-lo, modificá-lo, e adaptá-lo às suas
necessidades sociais. De início cada povo possuía suas particularidades na arte e conhecimento
de mapear. Os esquimós eram exímios desenhistas e seus mapas se aproximavam mesmo da
perfeição, em relação à vista aérea, apesar da falta de conhecimento das projeções; os índios pré-
colombianos do que viria a ser a América do Norte tinham uma boa capacidade de mapear e seus
mapas serviam a seus objetivos, embora fossem rudimentares. Os aborígenes das Ilhas Marshall
desenvolveram uma cartografia com talas e conchas reproduzindo com perfeição a direção das
correntes marítimas. Os astecas, por sua vez, desenvolviam mapas que respeitavam os traçados,
mas a alegoria pictórica era a sua maior característica; e os chineses desenvolveram uma
civilização inteira com base na cartografia, havendo representações do mapa-múndi, incluindo o
continente americano, já em 224 a. C. (RAISZ, 1959, p. 12-15), fato derivado de seu conhecido
avanço marítimo.

O apogeu do conhecimento cartográfico, na Antiguidade Ocidental foi atingido pelos


gregos, cujas técnicas cartográficas se aproximavam das modernas antes do advento das
geotecnologias. Os chamados “geógrafos jônicos” foram os precursores do casamento entre
cartografia, trigonometria e astronomia. Anaximandro de Mileto (611 – 546 a. C.) desenvolveu o
primeiro mapa-múndi conhecido, enquanto que Hecateo, em sua obra “Geografia” desenhou um
mapa da terra em forma de disco em 500 a. C. Demócrito (450 – 360 a. C.) inovou com a
produção da grade de coordenadas representando a latitude e a longitude – vinte séculos antes de
Descartes e seu sistema de variáveis – enquanto que Dicearco de Messina (326 – 296 a. C.),
trabalhando em sua obra “Geografia da Grécia”, ao medir as dimensões das montanhas do
território grego, desenvolveu estudos sobre o fenômeno da dioptria6 e complementou a grade de
coordenadas com os primórdios dos paralelos e meridianos (RAISZ, 1959, p. 17-20).

No século XIX, Estrabão terminaria seu livro fundamental, “Geografia”, discutindo


problemas cartográficos e revisando o conhecimento de então, e no ano 120, Marino de Tiro
desenvolveu um sistema de cartas geográficas semelhante ao que usamos atualmente. Ptolomeu
(90 – 168) encerrou esta Era com a produção de sua obra, “Geografia”, na qual constavam oito
mil nomes de lugares conhecidos e suas características, um atlas com 28 mapas do mundo então
conhecido, e seu famoso sistema planetário geocêntrico, além de um tratado de sistemas de
projeções (RAISZ, 1959, p. 21-23).

A cartografia romana relegaria praticamente todo o aprendizado social e territorial dos


gregos. Os romanos não estavam interessados em questões filosóficas e especulativas, e sim
político-militares e jurídico-administrativas. Seus mapas eram, em geral, de grande escala,
representando pequenas regiões, e, mais raramente, os domínios totais do Império Romano. Os
conhecimentos gregos foram, em grande parte, esquecidos, e continuaram a ser praticados
apenas pelos árabes durante a Idade Média.

O esvaziamento cartográfico romano abriu as portas para a devastação intelectual


realizada pela Igreja Romana durante a Idade Média, período em que os mapas estavam mais
preocupados com a harmonia divina – com o retorno da concepção da Terra como uma
superfície plana – do que com a representação da realidade. O Renascimento na Europa
Ocidental, a partir do século XV, na cartografia, é o período de redescoberta da cartografia
grega. A partir daí se retoma, paulatinamente, o aprendizado grego, ampliado com as novas
possibilidades técnicas. Com as grandes navegações, a cartografia europeia vai se apropriar dos
conhecimentos cartográficos dos outros povos. Não por acaso, as maiores escolas cartográficas
deste período serão Portugal, Espanha, e, principalmente a partir do século XVI, a Inglaterra, a
França e a Holanda (RAISZ, 1959, p. 23-40).

Porém, Joly (2008) para quem a cartografia esteve sempre tão ligada à geografia, que
seus objetivos passaram a ser, em termos de representação, também os objetivos da cartografia,
possui, afinal, visão mais ampla. Segundo Joly (2008, p. 74, grifos nossos):

O espaço geográfico é, com efeito, um “sistema” complexo de equilíbrios


móveis que, num lugar e num momento dados, são regulados por causas múltiplas,
interdependentes e interativas, elas próprias portadoras de consequências (sic) para o
futuro. Ele integra, assim, não apenas um certo volume, mas ainda uma certa duração sob
a forma de heranças e de potencialidades. É sobre a análise e explicação desses
equilíbrios que se baseia a geografia científica e, por consequência (sic), a cartografia
temática, que é sua expressão gráfica. Nisso ela recebe uma grande ajuda dos meios
modernos de que o cartógrafo dispõe: sensoriamento remoto, tanto aéreo como por
satélite, cálculo eletrônico e cartografia computadorizada. Analisar o espaço geográfico
[além de representá-lo] tornou-se, assim, o segundo grande objetivo da cartografia,
no decorrer do século XX.

De igual modo que a escrita e a arte de contar mostraram-se, historicamente, habilidades


de extrema importância para as mais diversas sociedades, assim também está a cartografia,
adaptada, reeditada, cada vez mais específica para cada caso, mais dinâmica, e mais política.
Dado que o conhecimento dos objetos e atributos do espaço serviram sempre de trunfos do
poder, o conhecimento das informações geográficas é necessário para o tratamento do corpo
político da sociedade (RAFFESTIN, 1993). Contudo, no andamento da construção histórica
caminhou-se para a usurpação dos atributos coletivos em prol de uma minoria que deteve a
informação. Deste modo, a cartografia, assim como outras variadas formas de conhecimento e
informação, foi concentrada nas mãos de uma minoria, em detrimento da maioria (LACOSTE,
1988).

Atualmente, a cartografia é uma técnica cada vez mais modelada e simbolizada, e que,
por vezes, pode se fechar às necessidades sociais, a depender de quem manuseá-la. Outrora
expressa livremente nas cavernas, hoje, após muitos anos de domesticação do pensamento
através do sistema oficial de educação, o cidadão comum parece ter perdido o seu senso
mapeador e sua própria capacidade de compreender a produção social do espaço, e a apropriação
coletiva e privada dos objetos e atributos do território. Sem compreender os usos do território,
torna-se inviável qualquer análise política, sociológica ou econômica.

3. Conclusão
Conforme pudemos verificar, objetivando representar a terra, o homem desenvolveu uma linguagem
apropriada e bastante eficaz: os mapas! Foi com o desenvolvimento da cartografia que o homem pode dispor de
representações da superfície da terra em diversas escalas e em diversas projeções.

Os mapas, os croquis, as plantas, não cessaram de acompanhar a aventura humana sobre a terra. A
utilização da cartografia foi utilizada nas conquistas de novas terras, assim como auxiliadoras dos grandes
exploradores. Foi graças às representações cartográficas que os homens puderam elaborar uma imagem do mundo e,
ao mesmo tempo, possibilitou a ação humana sobre este, agindo, transformando-o e tomando posse. Conforme
vimos, a história da geografia é inseparável da história da cartografia. Desde os primórdios o homem se relacionou
com o espaço em que vive e este sempre foi representado.
4. Referências Bibliográficas
JOLY, F. A cartografia. 11ª Ed. Campinas: Papirus, 2008.

LACOSTE, Y. A geografia – isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. 3ª Ed.
Campinas: Papirus, 1989.

LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. São Paulo: EDUSP, 1970

NOGUEIRA, R. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados


espaciais. 2ª Ed. Florianópolis: EDUFSC, 2008.

RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993

RAISZ, E. Cartografía general. 2ª Ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1959.

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