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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD

AD2 – 2024-2

Disciplina: Imagem, Cultura e Tecnologias


Coordenador: Rita Ribes
Nome: Yanne de Souza Correia
Polo: São Pedro da Aldeia

O debate sobre a permissão ou proibição do uso do celular nas escolas é hoje um debate
candente. Para participar desse debate, pedimos que você busque duas reportagens atuais que
falem sobre esse tema e comente sobre elas.

a) Cole o conteúdo das duas reportagens, colocando a fonte de onde ela foi retirada (2,0).

Reportagem 1, Título: Especialistas criticam uso excessivo de celular na escola, mas não
indicam proibição

MEC deve apresentar proposta para proibir uso dos aparelhos nas escolas

O uso dos celulares nas salas de aulas gerou muitos debates nas últimas semanas. Apesar de
não fornecer muitos detalhes, o MEC (Ministério da Educação) informou que trabalha em
um projeto para proibir o aparelho nas escolas. Isso foi suficiente para suscitar as discussões.
Nesta semana, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), enviou à
Assembleia Legislativa do estado uma proposta para restringir o acesso ao aparelho nas
instituições de ensino, permitindo apenas fora do horário das disciplinas.

Em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a medida, reconhecendo que
o tema vai ser enfrentado com dificuldade. De acordo com a Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), ao menos um em cada quatro países do
mundo já implementou leis que proíbem o uso de smartphones nas escolas. Segundo o Pisa
(Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o uso excessivo do aparelho em salas
de aula atrapalha o desempenho dos alunos no Brasil e em outros países.

Para a pedagoga e psicopedagoga Lilian Miranda, há benefícios e desafios no uso do celular


em ambientes de aprendizagem. “O uso inadequado do celular, atualmente, precisa ser revisto
por todos grupos sociais. É um modelo que tem refletido no ambiente escolar”, avaliou.

Países como a Finlândia e a China, que adotam postura parecida, trabalharam a


conscientização social antes da proibição, de acordo com a especialista. Ela explicou que
todas as escolas brasileiras têm regras sobre o uso do aparelho, mas que enfrentam
dificuldades em criar limites para que o aluno entenda que não pode usar o equipamento de
“forma inadequada”.

Lilian, porém, destacou que a escola deve ser um ambiente de transformação e que a
proibição, talvez, não eduque o aluno. “Existe um prejuízo e passou da hora de ser debatido”,
pontuou. “Temos uma necessidade real de remodelar um comportamento social. Precisamos
pensar na escola como um local de transformação. Estaríamos educando com a proibição? Ou
poderíamos dialogar estratégias de restrição de acesso, do uso do aparelho como ferramenta
pedagógica, da conscientização, da roda de debates e envolver os alunos nesse processo?”

A psicopedagoga explicou que o uso excessivo do celular pode fazer o aluno perder o
desempenho da atenção sustentada, que é a capacidade de desenvolver uma tarefa por um
longo período de tempo, além de aumentar a ansiedade. Desse modo, prejudica a
aprendizagem. “Ele está querendo ampliar suas conexões”, explicou. “O pensamento dele está
sendo competido entre aula e o desejo de conectar.”

Apesar disso, a especialista elencou como necessário que os órgãos competentes trabalhem o
uso do aparelho nas escolas, capacitando os professores e educando os alunos. “Não vi a
âmbito nacional os órgãos competentes falando do uso do celular como uma ferramenta
válida”, destacou.

Ela explicou que não é possível mais projetar o ambiente de ensino sem a tecnologia e
pontuou que, muitas escolas públicas, não têm sequer o acesso a ferramentas de informática
que funcionam. “Pergunto se temos em todas as escolas todos os laboratórios com
ferramentas de informática? O governo tem condições de proporcionar essas ferramentas de
informática? Não teria? Então, porque não partimos do pressuposto de transformar essa
realidade?”, interpelou.

Conforme Lilian, é preciso pensar no aluno como social e em como atingir as famílias com
uma abordagem reflexiva sobre o uso demasiado da tecnologia. “Esse é um comportamento
não só do aluno, é um reflexo do que se vê na sociedade”, declarou.

Professor de educação física do ensino infantil e fundamental I e II, Adriano Michelini


classificou o uso do celular nas escolas como um “desafio”. Para ele, o aparelho se tornou um
“material escolar”. Ele diz não ser favorável à retirada total, mas acha importante ensinar o
aluno a como usar o aparelho como uma das formas no processo educacional.

O professor explicou ainda que, nas turmas em que leciona, tem “combinados” com os alunos.
“Tenho o combinado de não subir na quadra com celular porque, se cair uma bola no
aparelho, ninguém vai se responsabilizar. Fecho a porta da sala e ninguém entra [enquanto
estiverem na quadra]. Um ou outro, vai ter um conflito, mas nada maior. Dá para contornar”,
contou.

Apesar de alegar nunca ter qualquer conflito com um aluno sobre o tema, Michelini contou
que tem colegas professores que já enfrentaram, até mesmo, boletins de ocorrência. “O
professor pediu o celular para o aluno, que não quis entregar, e o professor colocou a mão no
telefone, e não pode…”, relatou.

Comissão de Educação do Senado vai avaliar proposta do MEC

O presidente da Comissão de Educação do Senado, Flávio Arns (PSB-PR), defendeu um


debate amplo sobre o tema. Ele, porém, disse não ter sido procurado pelo MEC para discutir o
assunto, e que ficou sabendo da proposta por meio da imprensa.

“Há benefícios importantes que um celular pode trazer para crianças, adolescentes e adultos”,
contou ao R7. “É um instrumento que o aluno pode ter em casa, no ônibus, para estudar. Mas
o uso excessivo, na escola, leva a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão,
suicídio, automutilação. O grande desafio é acharmos um ponto de equilíbrio, evitando os
excessos.”

Arns defendeu chamar o MEC, a Unesco, entidades sociais, pais e alunos para discutir o
assunto no Congresso Nacional. “É um tema que interessa: proibir, ou não. Mas devemos
trazer para essa conversa os professores e os estudantes para eles falarem o que pensam”,
ponderou.

O senador disse ainda que, independentemente do envio do projeto ao Congresso, o colegiado


vai aprovar requerimentos para iniciar o debate sobre o tema após as eleições municipais, que
ocorrem em 6 de outubro. Além disso, contou que a discussão pode suscitar a apresentação de
outra proposta por parte dos congressistas.

“Já na primeira audiência, o MEC estará presente”, finalizou. “Mas nada impede, os
senadores que decidem isso, se, em função do debate, houver uma iniciativa para
apresentação de um projeto fruto do entendimento de diversos partidos que fazem parte da
comissão.”
Para saber mais clique no link: Especialistas criticam uso excessivo de celular na escola, mas
não indicam proibição – Noticias R7

Reportagem 2, Título: Rio proíbe celulares nas escolas até no recreio; veja exceções

A medida veio depois de uma consulta pública, aberta em dezembro, em que 83% dos
respondentes concordaram com a restrição.

Um decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (2) proíbe o
uso de celulares nas escolas da rede municipal — inclusive no recreio. A medida entra em vigor em
30 dias.

Desde agosto, o estudante da prefeitura já não podia pegar no telefone dentro da classe, somente nos
intervalos. A partir de março, nem isso.

Diz o decreto:

“Fica proibida a utilização de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades
escolares da rede pública municipal de ensino nas seguintes situações:

• dentro da sala de aula;

• fora da sala de aula quando houver explanação do professor e/ou realização de trabalhos
individuais ou em grupo na unidade escolar;

• durante os intervalos, incluindo o recreio.”


• “Os celulares e demais dispositivos eletrônicos deverão ser guardados na mochila ou bolsa do
próprio aluno, desligado ou ligado em modo silencioso e sem vibração”, especifica o decreto.
• “A gente acredita que a escola é um local de aprendizagem e interação social. As crianças não
podem continuar ficando isoladas nas suas próprias telas, sem interagir umas com as outras,
sem brincar. A escola precisa dessa interação humana”, disse o secretário municipal de
Educação, Renan Ferreirinha.

Exceções

O aluno poderá mexer no celular nas seguintes exceções:

• antes da primeira aula do dia, desde que fora da sala;

• após a última aula do dia, desde que fora da sala;

• quando houver autorização expressa do professor regente para fins pedagógicos, como
pesquisas, leituras ou acesso ao material Rioeduca;

• para os alunos com deficiência ou com condições de saúde que necessitam destes dispositivos
para monitoramento ou auxílio de sua necessidade;

• durante os intervalos, incluindo o recreio, quando a cidade estiver classificada a partir do


Estágio Operacional 3;

• quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar em casos que
ensejem o fechamento ou interrupção temporária das atividades da unidade escolar, de acordo
com o protocolo do programa Acesso Mais Seguro;

• durante os intervalos para os alunos da Educação de Jovens e Adultos;

• quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar por motivos de força
maior.
• Em caso de descumprimento pelo aluno, “o professor poderá advertir o aluno e/ou cercear o
uso dos dispositivos eletrônicos em sala de aula, bem como acionar a equipe gestora da unidade
escolar”.
• Justificativas
• A medida veio depois de uma consulta pública, aberta em dezembro, em que 83% dos
respondentes concordaram com a restrição. O resultado saiu no último dia 23.
• Ao justificar o decreto, Paes citou a própria pesquisa da Secretaria Municipal de Educação e
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre limites no tempo de tela para crianças.
• “A análise [da Unesco] de uma grande amostra de jovens com idades entre 2 e 17 anos nos
Estados Unidos mostrou que um maior tempo de tela estava associado a uma piora do bem-
estar; menos curiosidade, autodisciplina e estabilidade emocional; maior ansiedade e
diagnósticos de depressão”, escreveu Paes.

“A tecnologia pode ter um impacto negativo se for inadequada ou excessiva. Dados de avaliações
internacionais em larga escala, tais como os fornecidos pelo Programa de Avaliação
Internacional de Estudantes (Pisa) — maior avaliação mundial de estudantes —, sugerem uma
correlação negativa entre o uso excessivo das tecnologias (...) e o desempenho acadêmico.
Descobriu-se que a simples proximidade de um aparelho celular era capaz de distrair os
estudantes e provocar um impacto negativo na aprendizagem em 14 países”, prosseguiu o prefeito.

Para saber mais, clique no link: Rio proíbe celulares nas escolas até no recreio; veja exceções | Rio de
Janeiro | G1 (globo.com)
b) Comente, destacando aspectos de uma e de outra (4.0).

As duas reportagens abordam o prejuízo que o uso inadequado e excessivo das telas
proporcionam no desenvolvimento do aluno, principalmente no aumento da dificuldade de
concentração.
Porém, a primeira reportagem enfatiza que a escola deve ser um ambiente transformador e a
proibição pode não educar o aluno. O ponto principal dessa matéria é o olhar voltado à
conscientização e utilização desse aparelho tecnológico de forma útil e intencional. Sempre
mantendo o aluno como o ponto principal desse debate.
A segunda reportagem está determinada em elencar os pontos negativos sem muita brecha a
flexibilização do uso da tela, destacando o baixo desempenho ligado a uso da tela, assim como o
aumento de doenças psicossomáticas nos jovens em idades escolares.
Apesar da dualidade entre a proibição e o uso consciente do celular em sala de aula, é nítido que
as duas notícias concordam sobre a utilização do aparelho para fins pedagógicos, nesse contexto
pode-se afirmar que ambas veem o celular como um recurso que poderia impulsionar o processo
de ensino e aprendizagem de alguma forma.

c) Diga o que você pensa sobre o tema, considerando os aspectos pedagógicos (4.0).

Em pleno século 21, com um oceano de possibilidades que a tecnologia oferece, penso que é um
desperdício proibir a utilização de um recurso que pode ser muito rico para o desenvolvimento
intelectual dos alunos, tanto em ambientes escolares ou não escolares. Principalmente se
levarmos em consideração que muitos alunos não tem a oportunidade de conhecer outros
mundos, senão aquele no qual está inserido.
Mas a preocupação nos pontos negativos da utilização da tela, é crescente. Por isso concordo
que como a escola é onde o aluno deveria ter contato com as mais diversas possibilidades e
dessa forma ampliar seu olhar sobre o mundo e se tornar um indivíduo crítico, que saiba se
posicionar de forma harmônica na sociedade, estabelecer regras é necessário para o
engendramento desse objetivo. Até porque a vida após a formação acadêmica é cheia de limites
que os alunos precisam aprender a seguir.
O celular e toda tecnologia pode ser utilizada transversalmente através de aplicativos,
plataformas e outros meios que o professor como mediador do conhecimento, deve nortear o
uso. O grande a grande barreira a ser superada é informatizar os docentes para que saibam
explorar esse universo de oportunidades e alavancar o aprendizado daquele assunto que está
sendo abordado.
Quanto ao uso inadequado, acredito que a conscientização é o caminho mais adequado para
seguir e diminuir a distância da sala de aula com o discente, que muitas vezes se sente obrigado
a estar ali. Eles devem ser incluídos em debates, em resoluções de problemas até chegar a um
sistema que funcione para toda hierarquia.
Ao invés da proibição do celular no intervalo, pode ser colocado como o tempo para superar
desafios propostos pela escola, criar um ranking onde os alunos veriam as suas posições e nos
horários livres da escola, quem estiver liderando a lista poderia propor uma atividade a ser
realizada naquela semana, como por exemplo aprender junto com os alunos um passo do tiktok,
que seja adequado ao ambiente, é claro. O objetivo seria criar dinâmica de aproximação afetiva
dos alunos com o corpo escolar, com os amigos e com a estrutura física da escola de forma que
despertasse o interesse em manter as relações assim como o ambiente e não se auto destruir e
prejudicar toda a instituição e o que ela representa.
Quem sabe poderíamos diminuir um dos pontos que prejudicam a existência da escola, que é a
evasão.
No projeto político pedagógico precisa ter espaço para o diálogo com o aluno, afinal como
contextualizar com o que não é visto, explorado e vivenciado. A tecnologia abre portas se for
bem aproveitada e fecha outras se for ignorada. Acredito que é possível achar o equilíbrio sobre
esse paradigma entre proibição x permissão da utilização do celular em ambiente escolar e
diminuir muito os efeitos negativos do uso inadequado da tela.

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