Cartilha Eletricidade Estatica 2020

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

É com grande satisfação que o SITIVESP –Sindicato


da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São
Paulo apresenta a versão atualizada da Cartilha de
Eletricidade Estática, edição 2020.

Esta publicação faz arte de nosso compromisso de


oferecer ao mercado informações e orientações que
permitam que os profissionais estejam atualizados
em relação às inovações em produtos, equipamentos,
ferramentas e técnicas, assim como às melhores
práticas em termos de qualidade, segurança e
sustentabilidade.

Temos buscado dar a nossa contribuição para a


atualização e a reciclagem de conhecimentos, por
entendermos que a tecnologia não para de avançar
e o nível de exigência das empresas no quesito
segurança é crescente.

O conteúdo mostrado a seguir é o resultado do


empenho dos profissionais das empresas associadas
que compõem o Departamento de Segurança
e Regulação das Atividades de Transporte do
SITIVESP. Eles merecem o nosso reconhecimento e
agradecimento, por dedicarem parte do seu tempo
para levar ao mercado informações técnicas que
contribuem para a melhoria dos processos e de
segurança nas empresas.

Douver Gomes Martinho


Presidente

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

ÍNDICE

1. Introdução..................................................... 4
2. Causas e Efeitos da Eletricidade Estática..... 5
3. Riscos........................................................... 9
4. Práticas Seguras........................................ 13
5. Prevenção da Eletricidade Estática............. 13
6. Perigos da Eletricidade Estática................. 14
7. Problemas Típicos em Aterramentos.......... 15
8. Manutenção e Inspeção............................. 17
9. Aterramento e “Jampeamento”................... 19
10. Aditivos Antiestáticos............................... 20
11. Sistemas de Tubulação............................ 21
12. Queda Livre de Líquidos........................... 22
13. Containers Plásticos................................. 22
14. Roupas de Funcionários........................... 24
15. Descarga de Gases Pressurizados........... 25
16. Operações de Processo............................ 25

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

1. Introdução

ELETRICIDADE ESTÁTICA
A eletricidade estática é, sem dúvida, o primeiro
fenômeno elétrico conhecido pelo homem.
CARGAS ESTÁTICAS: são cargas elétricas em
repouso, geradas a partir do movimento de sólidos
e líquidos em relação aos materiais com os quais
estão em contato. Este fenômeno chama-se
triboeletrificação.

A figura acima mostra que Contato + Pressão +


Separação contribuem para a formação de cargas
elétricas positivamente carregadas e negativamente
carregadas, gerando a partir daí a triboeletrificação.

A palavra ‘Estática’ é derivada do Grego e significa


“esperando para ser movimentada ou descarregada”.
Como o próprio nome diz, o termo se refere ao
fenômeno físico associado a cargas elétricas em
repouso.

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Eletricidade em repouso com uma voltagem típica


entre 3.000 e 100.000 Volts, mas com correntes
muito baixas, na faixa de micro ampère (µA).

Quem nunca sentiu aquela desagradável sensação


de levar um choque ao colocar a mão na porta na
hora de descer do carro ou colocar a mão em uma
maçaneta ao abrir portas?

Para maiores informações técnicas consultar a


norma técnica ABNT IEC/TS 60079-32-1.

2. Causas e Efeitos da Eletricidade


Estática

As causas
Essas incômodas descargas são provocadas pela
eletricidade estática, um fenômeno físico que você
não vê, mas sente. Ela contribui para uma perda
de produção, de tempo, de matéria-prima, podendo
ainda criar incêndios, choques em operadores e
causar graves danos aos componentes eletrônicos
sensíveis.

Os materiais são constituídos por átomos que têm


cargas elétricas positivas e negativas em igual
número. Por isso, estão eletricamente neutras. É, no
entanto, possível eletrizá-los, de forma que fiquem
com excesso de cargas positivas ou negativas,
diminuindo ou aumentando o número de elétrons
(cargas negativas), que são as cargas móveis, já
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que as cargas positivas, existentes no núcleo dos


átomos, são fixas.
Há várias formas de produzir este desequilíbrio de
cargas: tipo de revestimento utilizado nos bancos dos
nossos carros, os tecidos das roupas que usamos
e principalmente a capacidade que cada indivíduo
tem de captar a energia.

Sabe-se, por exemplo, que o emprego excessivo de


tecidos sintéticos é favorável à ocorrência dessas
pequenas descargas.

Locais de clima muito seco (o ar seco favorece


a separação das cargas - eletrização -, enquanto
o ar úmido favorece a sua aproximação com a
consequente neutralização da carga elétrica em
excesso) propiciam a ocorrência desse fenômeno.

Os efeitos
Estes fenômenos podem ocorrer friccionando
corpos como pentes passando pelo cabelo, despindo
camisolas (principalmente se forem de materiais
derivados dos plásticos), caminhando com sapatos
isolantes por um carpete. Também, afastar o corpo
do assento do carro, ao levantar-se para sair, pelo
simples fato de se produzir a separação entre os
dois corpos.

Estes efeitos podem ser economicamente


prejudiciais quando destroem componentes
eletrônicos, como certos circuitos integrados.

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Noutros casos, os efeitos podem ser devastadores,


quando se produzem descargas em ambientes com
vapores explosivos.
A razão porque as descargas são dolorosas é que se
produzem numa pequena área, com grande elevação
de temperatura, dando a sensação de picadas com
agulhas quentes, queimando localmente a pele.

O processo realizado durante a mistura das tintas


base solvente podem gerar este fenômeno, levando
a um início de incêndio caso os equipamentos
não estejam devidamente aterrados. Uma pequena
faísca gerada por este efeito poderá causar um dano
irreversível ao seu patrimônio e principalmente ao
seu colaborador.

Quando uma pessoa caminha sobre um piso


acarpetado, o pé entra em contato com o carpete.
Quando o pé se separa do carpete, cada fibra individual
transfere carga para o corpo da pessoa. Como o pé
entra em contato com centenas de milhares de fibras
no carpete, a quantidade de carga elétrica transferida
pode ser substancial.

CARGA
NEGATIVA

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Alguns exemplos de triboeletrificação:

Fluxo através de filtros

Despejando pós de caixas,


sacos e “big bags”

Máquina seladora

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3. Riscos

O principal risco causado pela eletricidade estática


reside na faísca de descarga (relâmpago) que ocorre
quando os materiais já carregados são aproximados
a outros materiais ligados a terra (aterrados).

A fabricação de resinas, tintas e vernizes pressupõem


a manipulação de certo número de substâncias,
altamente inflamáveis.

A periculosidade dessas substâncias pode ser ainda


mais acentuada pela maneira que serão manipuladas.
Essas substâncias são, de fato, geradoras de
eletricidade estática, e considerando-se ainda o seu
poder de inflamabilidade, seu uso torna-se bastante
delicado e crítico.

É necessário, portanto, tomar-se o máximo cuidado


na manipulação das mesmas, bem como ter sempre
presente certas precauções, cuja finalidade é reduzir
os riscos provocados pelas cargas eletrostáticas
geradas por tais substâncias.

Na indústria, as principais fontes de eletricidade


estática são o escoamento de líquidos através de
tubulações, bombas, filtros etc., a queda livre de
líquidos no interior de tanques com consequente
formação de espirros e esguichos, escorrimento
de pós e partículas finas no interior de tubulações,
tachos e reatores.

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Mesmo a água, ao correr por tubulações, pode gerar


eletricidade estática.

A carga eletrostática aumenta com o aumento da


velocidade de escoamento do líquido; a alta velocidade
aumenta a carga estática, uma vez que aumenta a força
e consequentemente a energia, com o qual um fluído
pode bater, em queda livre, nas superfícies internas
do reservatório. A possibilidade de formação de uma
carga estática sobre a superfície do líquido contido
num reservatório pode ser reduzida, diminuindo-se
a velocidade de escoamento dentro do reservatório.

Se a carga elétrica não é rapidamente dissipada,


pode crescer até alcançar uma tensão capaz de
provocar uma faísca sobre o mais próximo objeto
aterrado, ou seja, quando a diferença de potencial
entre os dois objetos for tão elevada e capaz de
ionizar o ar (aproximadamente 30.000 volts/cm). Se
essa faísca ocorrer em presença de uma mistura
inflamável (vapores de solventes com o ar), teremos
uma explosão acompanhada por incêndio.

A eletricidade estática não pode ser eliminada, mas


aterrando e conectando entre si todas as partes
condutivas de um sistema, poder-se-á prevenir pe-
rigosos acúmulos de eletricidade estática e con-
sequentes descargas elétricas. Tudo irá depender,
portanto, da maneira pela qual a carga passará do
líquido às paredes do sistema aterrado.

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Os materiais plásticos são notoriamente geradores


de eletricidade estática. A agitação (operação de
sacudir) de um saco de polietileno vazio pode criar
um potencial de 5.000 V, suficiente para fornecer
energia para uma centelha e incendiar uma atmos-
fera inflamável.

Deve-se evitar, portanto, sacudir sacos plásticos


sobre tanques contendo materiais inflamáveis.

Um outro fenômeno particularmente perigoso de


eletricidade estática é o “efeito indutivo”. Quando
um objeto metálico isolado é colocado perto de
uma fonte de eletricidade estática, uma parte da
carga estática passará por indução para o objeto
metálico isolado, e se esse for colocado perto de
um objeto metálico aterrado, terá uma descarga.

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Exemplos de geração de cargas em líquidos.

Produto fluindo por uma


tubulação

Movimentação de líquido - A carga gerada depende da área de


contato, velocidade do líquido e condutividade do mesmo.

Carregando líquido em
tanque

Agitando tanques

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4. Práticas seguras

• Uso de vestimentas de algodão;


• Não usar correntinhas, anéis, brincos, pulseiras
piercings etc.;
• Inspecionar todos os aterramentos antes de
iniciar a jornada de trabalho.

5. Prevenção da Eletricidade Estática

Não podemos dizer que é possível prevenir a


eletricidade estática, mas podemos reduzir os seus
efeitos controlando-a através de:

• Aterramento;
• Conexão;
• Umidificação;
• Limitando velocidade de líquidos;
• Ajustando fórmulas dos produtos;
• Plástico Antiestático;
• Mangueiras aterradas;
• Sapatos dissipativos;
• Filtração fechada;
• Inspeção de aterramentos;
• Energização.

Aterramento: forma especial de conexão na


qual um ou mais objetos condutivos conectados
estão também conectados à terra, de forma que
cada um está no mesmo potencial que a terra.

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Consequentemente, cada um está ao mesmo


potencial e descargas eletrostáticas entre eles não
ocorrem.

6. Perigos da eletricidade estática

A geração de eletricidade estática continua, onde


quer que pessoas, máquinas, líquidos ou sólidos
estejam em movimento. Na maioria das vezes esta
carga é transferida para a terra tão rápido quanto é
formada e ninguém a percebe. A única vez que a
eletricidade estática é detectada é quando se acumula
ou é descarregada.

O que é um Bom Aterramento?


• Rede de aterramento;
• Estrutura metálica do edifício;
• Vasos de Processo;
• Para a Terra.

“Todos os aterramentos devem estar conectados


a um terra comprovado!”

O que é um Mau Aterramento?


• Corrimão;
• Conduletes;
• Batente de porta;
• Motores;
• Postes metálicos.

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7. Problemas Típicos em Aterramentos

• Conexões soltas;
• Tipo errado de garra;
• Pontas cegas ou sujas;
• Não conectadas a um terra comprovado;
• Desgaste do cabo;
• Garra quebrada;
• Falta de conexão à terra de TODAS as partes
metálicas como plataformas, racks, carrinhos,
balanças etc.;
• Condutores Isolados: Aterramento e conexão
não funcionam se houver um condutor isolado
no sistema.

As medidas detalhadas a seguir devem ser


seguidas a fim de se evitar estes riscos.

Líquidos
• Evitar agitação violenta;
• Manter índices de fluxo tão baixos quanto
possível, por exemplo: abaixo de 1 m/s para
líquidos com condutibilidade < 1000 pS/m
• Usar aditivos antiestáticos para solventes com
condutibilidade < 1000 pS/m;
• Evitar aerossóis (também de líquidos com alta
condutibilidade);
• Evitar queda livre (por exemplo: > 1m);
• Evitar vapores.

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Pós / Sólidos não Condutivos


• Evitar agitação violenta e turbulência;
• Manter índices de fluxo baixos, exemplo:
abaixo de 25 ton/h para pós poliméricos com
µ
tamanhos particulares entre 1000 m ou 4 ton/h
para material granulado;
• Aumentar a umidade relativa do ar;
• Usar aditivos antiestáticos (durante a
preparação da matéria-prima);
• Empregar / infiltrar materiais condutivos
(filamentos), nas embalagens e filtros do
tipo ”bag“.

Gases
Evitar a presença de partículas líquidas ou sólidas.

Condutores Isolados
• Aumentar a umidade relativa do ar ambiente,
por exemplo, acima de 65% (observação:
inadequado na área Zona 0);
• Envolver em tela de alarme;
• Aplicar um revestimento condutor (tinta).

Nota: Em uma série de operações na fabricação de


tintas e resinas, onde essas condições não possam
ser cumpridas e, como consequência, se forma a
eletricidade estática, medidas como “aterramento”,
“jampeamento” e procedimentos operacionais, são
pré-requisitos para garantir uma operação segura.

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8. Manutenção e Inspeção

a. Equipamento
Os sistemas de “aterramento” deverão ser
inspecionados regularmente, procurando-se
manter sua integridade.

Testes realizados por um eletricista qualificado


deverão ser feitos pelo menos uma vez por ano.
Atenção especial deverá ser dada às condições
dos grampos de aterramento.

Os equipamentos deverão ser verificados antes


da operação e inspecionados frequentemente. As
seguintes inspeções deverão ser realizadas:

- Inspeções Diárias
Cabos, conexões e grampos de aterramento
deverão ser visualmente inspecionados por todos
os funcionários que operam o equipamento.
Equipamento em mau estado não deverá ser usado.

- Inspeções Mensais
Cabos flexíveis para aterramento, conexões e
mangueiras estão sujeitos a estragos, devendo
ser inspecionados mensalmente pelos usuários.
Atenção especial deve ser dada às condições
dos grampos de aterramento.

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- Inspeções Trimestrais
Funcionários e supervisores deverão inspecionar
as condições de aterramento dos equipamentos.
Quando necessário poderão requisitar auxílio dos
Departamentos de Manutenção e Segurança
Industrial.

- Inspeções Anuais
O Departamento de Manutenção, através de
funcionário qualificado, deverá inspecionar:
• Todo o sistema de aterramento;
• Cabos terra e todo o sistema de aterramento
em geral;
• A medição da resistência elétrica total do
sistema de aterramento deverá ficar abaixo
de 10 ohm, em combinação com para-raios,
abaixo de 2,5 ohm.

b. Limpeza
Devido à natureza das tintas e resinas, depósitos
isolantes podem se acumular no equipamento e
nos grampos. O adequado contato metal/metal é
essencial para manter a conexão e o aterramento.
Por isso, tanto os grampos quanto o equipamento ao
qual esses estão conectados deverão ser mantidos
limpos.

Materiais isolantes no piso e no equipamento deverão


ser removidos regularmente.

A pintura de pisos das áreas produtivas só será

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permitida se a tinta ou material de revestimento for


antiestático.

c. treinamento
Adequado treinamento e instruções a todos os
funcionários sobre os perigos potenciais da
eletricidade estática são obrigatórios.

9. Aterramento e “Jampeamento” (LIGAÇÃO


EM PONTE)

Aterramento e “jampeamento” reduzem eficazmente


os perigos do acúmulo de cargas estáticas. A adequada
combinação de “jampeamento” e aterramento
controla o acúmulo de carga ou diferença de potencial
entre as partes do equipamento fixo e equipamentos
móveis.

É importante que o projeto e a instalação de um


sistema de aterramento sigam as normas da ABNT
(NBR 5410 e NBR 5419).

O sistema deverá ter força mecânica adequada, para


evitar avaria acidental e ser projetado de forma a
garantir uma resistência ôhmica final para a terra,
não maior do que 10 ohms (se associado a para-
raios a resistência deve ser menor do que 2,5 ohms).

O equipamento fixo deverá estar permanentemente


conectado ao sistema de aterramento.

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Cabos terra conectados ao sistema de aterramento


principal deverão ser ligados na outra extremidade
do equipamento móvel, através de uma grande garra
tipo “jacaré”, ou grampo de solda, antes de este ser
utilizado.

Em filtro de pó todas as partes condutoras, cestos


de suporte de telas de filtro condutores, grampos,
braçadeiras etc., deverão ser aterrados.

10. Aditivos Antiestáticos

Pelas suas baixas condutibilidades, solventes


tais como hidrocarbonetos não polares, são
particularmente suscetíveis ao acúmulo de carga
estática. Nesse caso, a condutibilidade deverá ser
aumentada.

Se aditivos são usados (exemplo: stadis 450),


precisam estar presentes em todos os solventes
aromáticos e alifáticos (hidrocarbonetos) isolantes.

A água pode reduzir a eficiência de aditivos


antiestáticos. Portanto, os tanques devem estar
limpos e secos antes do uso. A presença de água nas
matérias-primas deve ser verificada. A contaminação
de matérias-primas com água durante os processos,
deve ser evitada.

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11. Sistemas de Tubulação

A eletricidade estática é gerada quando líquidos


fluem nas tubulações. Para reduzir eficazmente os
índices de geração estática, deverá ser observado o
seguinte:

a) Manter índices de fluxos tão baixos quanto


possível, através do controle do tamanho das
tubulações e a velocidade das bombas. A
velocidade máxima aceitável é de 1m/s para
solventes com baixa condutibilidade.

b) Verificar a continuidade elétrica nas tubulações


com conexões e juntas metálicas de flange que
possa isolar as várias seções da tubulação.
Nesses casos, será necessário fazer a ligação,
perpendicularmente, às flanges e juntas.

c) Válvulas esféricas com vedação em PTFE (teflon)


podem apresentar algum problema específico.
Neste caso, será necessário fazer a ligação
perpendicularmente à válvula.

d) Filtros, medidores ou outras obstruções em


tubulações acentuam a geração de carga estática.

e) Onde forem utilizadas mangueiras flexíveis, essas


deverão ser construídas de materiais solventes
resistentes, apropriados ao líquido que irão
conter, bem como ser projetadas para garantir

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a continuidade elétrica. A condutibilidade das


mangueiras deverá ser verificada mensalmente.

12. Queda Livre de Líquidos

No projeto de novos equipamentos, a queda livre


de solventes com baixa condutibilidade (<1000
pS/m) e baixo ponto de ignição (< 55º C) d e v e r á
ser evitada, porque isto também dá margem à
eletricidade estática.

A queda dos líquidos a mais de um metro não


deverá ser permitida. Os riscos associados ao
carregamento de tanques pode ser reduzido com
a utilização de sistemas fechados, redução dos
índices de envasamento, direcionamento do fluxo
ao longo das laterais dos reservatórios e extensão
das extremidades de descarga das linhas de entrega
para o interior do tanque, tanto quanto for possível.

13. Containers Plásticos

A crescente utilização de revestimentos plásticos


para sacos e tambores e os próprios containers
plásticos, tem aumentado o perigo da formação de
carga estática na superfície desses containers, onde
possíveis tipos de plásticos antiestáticos deverão
ser usados.
Deverá ser observado o seguinte:

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a) Se for viável, a matéria-prima deverá ser retirada


dos containers revestidos de plásticos ou sacos
plásticos, fora das áreas onde líquidos altamente
inflamáveis são usados. O conteúdo deverá ser
transferido para sacos de papel ou containers
de metal, antes de serem levados às áreas de
produção, locais esses que contêm líquidos
ou vapores altamente inflamáveis. Embora
esse procedimento possa reduzir a velocidade
do descarregamento de matéria-prima seca, a
geração de nuvens de pó em misturas de vapor
/ ar solvente deverá ser evitada tanto quanto
possível.

b) As recomendações do fornecedor, no que se


refere ao despejo de nitrocelulose umedecida
com solvente ou álcool, de containers revestidos
com plástico, devem ser seguidas à risca.

c) Da mesma forma, o uso de materiais plásticos


para embalagem de matéria-prima e containers
vazios, pode aumentar o risco da geração de
estática. Os invólucros deverão ser removidos
antes que os materiais ou containers sejam
transferidos para as áreas de produção, onde
existem vapores inflamáveis.

d) Revestimentos plásticos em recipientes de mistura


móveis, deverão ser retirados do recipiente fora
das áreas onde líquidos altamente inflamáveis
são processados.

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e) O uso de recipientes plásticos para solventes


inflamáveis deve ser evitado.

14. Roupas de Funcionários

Cargas estáticas podem ser geradas e acumuladas


por seres humanos. Para evitar sua formação
excessiva e assegurar que não sejam uma fonte
de risco em áreas onde concentrações inflamáveis
de vapor possam ocorrer, deverá ser observado o
seguinte:

a) Os operadores não deverão usar macacões 100%


sintéticos. Os macacões aprovados para uso
em ambientes antiestáticos deverão conter no
mínimo 60% de algodão. Deverá ser exigido dos
fornecedores desses macacões que confirmem
as propriedades antiestáticas de seus produtos.

b) Macacões, malhas etc., não deverão ser despidos


em áreas onde vapores inflamáveis possam estar
presentes.

c) Um operador poderá acumular uma perigosa


carga eletrostática se isolado, principalmente
sob condições de baixa umidade. A descarga
de eletricidade estática de uma pessoa fica
favorecida com a utilização de material condutor
em seu calçado. Nas áreas de produção o uso
de sapatos antiestáticos é compulsório para
os colaboradores diretamente envolvidos no
processo produtivo.
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15. Descarga de Gases Pressurizados

A descarga de gases pressurizados poderá causar


carga estática. Esta situação poderá ocorrer nas áreas
de produção em que tubulações de vapor ou de ar
comprimido apresentem vazamentos. Vazamentos
de vapor ou de ar em áreas perigosas deverão ser
consertados o mais rapidamente possível.

16. Operações de Processo

1. Entrega em tanques

O movimento dos caminhões tanques nas estradas


e o fluxo dos solventes nos tanques durante esse
movimento poderão gerar cargas estáticas tanto no
chassi do veículo quanto no solvente que estiver
sendo transportado.

Assim que um caminhão tanque chegar a uma


estação de carga ou descarga e antes que qualquer
outra operação seja realizada, o chassi deverá ser
aterrado com um fio terra flexível, do sistema de
aterramento estático.

A eficácia da continuidade da conexão por uma unidade


de comprovação de aterramento é recomendada.

A tubulação flexível para carga e descarga dos


tanques deverá ser construída de materiais
apropriados ao líquido a ser transferido, bem como
garantir a continuidade elétrica.
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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

Garantir boa umidade na área de descarregamento


também é uma boa prática (vide exemplo de
nebulizador em EPC´s).

2. Carregamento por Conduto

Os condutos utilizados para o carregamento de


sólidos e líquidos para os moinhos, reatores etc.,
deverão ser aterrados. No caso de moinhos esféricos,
os condutos deverão ser projetados de forma a ter
uma distância de separação não inferior a 10 cm,
para evitar a descarga de fagulhas e a altura mínima
praticável, para evitar excesso de queda livre e,
consequentemente, geração de carga estática. Os
diâmetros dos condutos de carga deverão ser tão
largos quanto possíveis.

3. Carregamento de Moinhos Esféricos

a) Moinhos de Aço
Na sua construção, moinhos esféricos deverão
prever e permitir a vazão de carga estática através
do corpo do moinho, desde que este esteja
aterrado por meio do sistema de aterramento de
estática.

As recomendações referentes às precauções


a serem tomadas durante o carregamento e o
projeto dos condutos, bem como as precauções
para a transferência de líquidos, deverão ser
observadas.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

b) Moinhos de Porcelana

As precauções específicas, além daquelas contidas


nos itens acima, deverão ser aplicadas:

I. Assegurar que os containers móveis, tubulações


etc., usados para receber a pasta do moinho,
estejam conectados a terra com braçadeiras ou
grampos antes do carregamento.

II. Permitir que o moinho permaneça inativo durante


pelo menos 15 minutos, imediatamente após a
paralisação, antes que qualquer outra operação
seja realizada.

III. Girar o moinho para a posição de descarga e


aguardar por mais 15 minutos. Não introduzir
qualquer tubo (aterrado) ou outro equipamento
no moinho.

IV. Antes de tornar a carregar o moinho, certificar-se


de que todos os containers móveis para resinas
ou solventes etc., estejam conectados a terra
com grampos ou braçadeiras de aterramento.

V. Acrescentar os solventes lentamente e, tanto


quanto possível, evitar salpicos, assegurando que
os containers dos solventes estejam corretamente
conectados e aterrados, antes que o conteúdo
seja transferido ao moinho.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

4. Operações com Comandos por Correias,


Correias Transportadoras etc.

Comandos por correias, correias transportadoras,


eixos girantes de alta velocidade etc., poderão
gerar cargas estáticas. Onde possível, deverão ser
construídos de materiais condutores ou receber
tratamento para dissipar as cargas estáticas.

5. Carregamento/Descarregamento de
Containers e/ou Tambores

Além das precauções escritas anteriormente, os


seguintes princípios deverão ser seguidos:

a) Evitar alta pressão e alto fluxo de carregamento


/ descarregamento.

b) Assegurar que todo o equipamento esteja


totalmente conectado ao sistema de aterramento.

c) Assegurar que o container que estiver sendo


carregado / descarregado não esteja isolado do
equipamento a ele associado.

6. Limpeza de Reservatórios

a) Se solventes de hidrocarbonetos forem usados


na limpeza, por técnica de pulverização, a
condutibilidade deverá ser aumentada, tratando-
se os solventes de acordo com o item - Aditivos
antiestáticos. As mesmas precauções de conexão
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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

e aterramento dos tanques, tubulações, containers


móveis, latas e tambores, e a prevenção de
quedas, livres deverão ser adotadas.

b) Onde os solventes inflamáveis forem pulverizados


sob pressão, o perigo de criar uma mistura
explosiva (solvente e ar) deverá ser avaliado e
precauções apropriadas deverão ser tomadas
para evitar a descarga estática.

c) Onde soluções de limpeza aquosas forem


pulverizadas na presença de vapores inflamáveis,
apropriadas precauções também deverão ser
tomadas, conforme já mencionado.

7. EPC´s (Equipamentos de Proteção coletiva)

Um bom equipamento de
proteção coletiva usado para
descarga de caminhões
é o chuveiro nebulizador,
que é instalado para deixar
o ambiente mais úmido,
propiciando maior segurança
no descarregamento de
inflamáveis.

A seguir, mostramos um exemplo de sistema de


nebulização de água para descarga de líquidos
inflamáveis.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

Outros exemplos são os sistemas testador tipo pedestal


para descarregamento de eletricidade estática, calçado
de com calcanheira para descarga antiestática e pulseira
para descarga antiestática.

Garras de aterramento Exemplo de aterramento


em tambores. em tambor.

Exemplo de aterramento em tambores x rack.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

Exemplo de aterramento de tambores em rack.

Exemplo de aterramento em área para descarregamento de carreta


tanque.

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Exemplo de conexão e aterramento.

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Aterramento em tubulação.

Aterramento em tambores com diques metálicos de contenção.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

Aterramento de mangotes de combustível.

Um mangote de abastecimento de combustível


é fabricado com material emborrachado e possui
dois terminais metálicos para o acoplamento com a
bomba e o bocal do tanque. O fluxo do combustível
no mangote pode gerar estática que ao desacoplar
pode fazer saltar uma micro centelha justo no ponto
de abastecimento do tanque. Por este motivo que
antes de conectar o mangote é colocado o cabo
de aterramento e este só será removido após a
desconexão.

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CARTILHA DE ELETRICIDADE ESTÁTICA DO SITIVESP

Supervisório de aterramento

O sistema de aterramento estático é interligado


ao caminhão tanque por meio de um grampo.
Após o caminhão ser aterrado ao monitor,
uma luz verde indica uma condição positiva,
autorizando o veículo a realizar a transferência
dos compostos. A luz vermelha indica uma
condição negativa, informando a ausência de
um aterramento adequado. Este sinal é enviado
ao supervisório que detecta o sinal, realizando
o inter travamento dentro do sistema impedindo
que as bombas e os equipamentos iniciem sem
que haja um aterramento satisfatório. O circuito
de inter travamento também desligará as bombas
e equipamentos se a conexão for perdida durante
a operação de carregamento/descarregamento.

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COMPONENTES DO DEPARTAMENTO DE
SEGURANÇA E REGULAÇÃO DAS ATIVIDADES DE
TRANSPORTE DO SITIVESP

Valdemar Ap. Conti - Bandeirante


Coordenador

Airton Sicolin - Sitivesp


Ary Machado - Universo
Bruna Mattos Correa - AkzoNobel
Carlos Henrique Carvalho - Solventex
Consuela Passos - Eucatex
Damasio Francisco - Lukscolor
Daniel Romão - Eucatex
Eliane Andrade Reis - Futura Tintas
Elizangela Mesquita - Axalta
Fabio Lima - Maxi Rubber
Fernanda Mello - Advance Tintas
Flavio Gomes - Sunchemical
Jaqueline Gomes - Arpol
Luis Eugenio - Flint
Luis Gustavo Dirksen - Weg
Paulo Rocha - Montana
Ricardo Esteves - Layout
Rodrigo Oliveira - Sun Chemical do Brasil
Susana Costa - Basf
Tamires Lopes Tanaka - Horos
Victor Kenji - Natrielli
Wagner Batista- Sherwin-Williams

Agradecimento especial
Agradecemos ao Engº. Sr. Marcelo Ferrari Tonche
Engº Eletricista da Empresa Lukscolor Tintas pela
revisão técnica desta cartilha.
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