Centro Paula Souza

ETEC “Dona Sebastiana de Barros”

Ensino Médio com Habilitação Profissional de Técnico em Meio
Ambiente

Lucas Alessandro De Andrade Ribeiro

Pedro Augusto Bruno De Carvalho
Pedro Paulo Descote De Souza

CASCA DE BANANA E SUAS PROPRIEDADES DE ADSORÇÃO DE

METAIS PESADOS

São Manuel - SP
2023
 Lucas Alessandro De Andrade Ribeiro
Pedro Augusto Bruno De Carvalho
Pedro Paulo Descote De Souza

CASCA DE BANANA E SUAS PROPRIEDADES DE ADSORÇÃO DE

METAIS PESADOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Ensino Médio com Habilitação Profissional de
Técnico em Meio Ambiente da Etec Dona
Sebastiana de Barros, orientado pela Prof.ª Ma.
Katia Andreza Locatelli, como requisito parcial
para obtenção do título de Técnico em Meio
Ambiente.

São Manuel - SP
2023
 AGRADECIMENTOS

É com sincera gratidão que expressamos nosso reconhecimento a todos que

contribuíram para a realização deste trabalho. Agradeço a Deus pela inspiração e
força durante todo o percurso.
À instituição, pela oportunidade de aprendizado e pelo ambiente propício à
pesquisa. Agradeço à Profª. Mestra Kátia Locatelli, nossa orientadora, por sua
dedicação, orientação e sabedoria compartilhada ao longo desta jornada acadêmica.
Agradecemos aos professores que nos acompanharam durante esses 3 anos
de muito aprendizado, destacando os nossos paraninfos, Victor Hugo e Aline Monte
pela paciência e dedicação conosco.
 CASCA DE BANANA E SUAS PROPRIEDADES DE ADSORÇÃO DE
METAIS PESADOS

RESUMO
Considerando o alto consumo da fruta banana e o resíduo produzido pela mesma a
sua casca, apesar de poder ser utilizado em compostagem e outras situações
agrícolas, ainda sim é muito descartado. Esse trabalho buscou avaliar a capacidade
de adsorção da farinha da casca de banana com relação a íons de chumbo presente
em solução. Utilizou-se uma metodologia de analise qualitativa no qual a reação
formava um composto de coloração intensa (Iodeto de Chumbo) que mostrava a
eficácia e a presença do chumbo ainda em solução. Os resultados demonstram que
a casca de banana apresenta um potencial adsortivo muito notável em relação ao
chumbo, no entanto apenas em condições especificas sendo duas delas o tempo de
contato entre os reagentes e o tamanho dos grânulos da farinha produzida.
 CASCA DE BANANA E SUAS PROPRIEDADES DE ADSORÇÃO DE
METAIS PESADOS

ABSTRACT
Considering the high consumption of bananas and the waste produced from their
peels, despite being useful for composting and other agricultural purposes, it is still
widely discarded. This study aimed to assess the adsorption capacity of banana peel
flour concerning lead ions present in a solution. A qualitative analysis methodology
was employed, where the reaction formed a compound with intense coloration (Lead
Iodide), indicating the effectiveness and presence of lead still in the solution. The
results demonstrate that banana peels exhibit a remarkably notable adsorptive
potential regarding lead, albeit only under specific conditions, two of which are the
contact time between the reagents and the size of the produced flour granules.
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7
1.1 Água E Contaminantes. ................................................................................. 7
1.2 Os Metais Pesados ........................................................................................ 8
1.3 Casca de Banana ........................................................................................... 9
2 Objetivo............................................................................................................... 11
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 12
3.1 Materiais utilizados ....................................................................................... 12
3.2 Produção Da Farinha Da Casca De Banana ................................................ 12
3.3 Preparo de soluções .................................................................................... 13
3.3.1 Solução-padrão de chumbo ................................................................... 13
3.3.2 Solução de iodeto de potássio ............................................................... 14
3.4 Determinação da capacidade de adsorção da farinha da casca de banana
mediante o metal chumbo ...................................................................................... 14
4 Resultados e Discussões.................................................................................... 15
4.1 Produção da farinha da casca de banana .................................................... 15
4.2 As análises ................................................................................................... 17
4.3 Resultados qualitativos ................................................................................ 19
5 Conclusão ........................................................................................................... 23
Referencias ............................................................................................................... 24
 7

1 INTRODUÇÃO

Muito se discute nos últimos anos sobre a temática ambiental e apesar do

avanço na área de ciências e nas tecnologias, a dinâmica populacional e a melhoria
nos padrões produtivos ainda alteram consideravelmente o meio ambiente. Com o
aumento exacerbado das indústrias, desde a época da Revolução Industrial, muito se
observa sobre como a ação humana impacta na utilização dos recursos naturais. A
poluição ambiental surge quando os resíduos descartados das indústrias interferem
na forma visual, física ou da segurança do meio. (FLECK, TAVARES, EYNG, 2013)
1.1 Água E Contaminantes.
A água no mundo para melhor utilização para o ser humano é a doce que é
composta por 3% de toda água mundial, onde a maior parte se encontra nas geleiras.
Devido a mal distribuição da água, muitas regiões do Brasil e do mundo acabam
sofrendo com esse requisito. Nordeste, região árida, pobre e seca do Brasil, recebe
cerca de 5% da água doce distribuída nacionalmente. Essa quantia insignificante
também é por conta da agricultura, desmatando, poluição entre outros. (MEDEIROS,
2020).
A água serve como recurso essencial para a existência de todos os seres vivos
do planeta nenhum sobrevive sem a mesma, por todo o globo conseguimos encontrá-
la em seus três estados, físico em regiões de temperatura abaixo de zero, gasoso é
encontrado em toda a atmosfera e líquido em lençóis freáticos, mares, oceanos, rios,
lagos como foi dito água é extremamente abundante.
Quimicamente dizendo e de conhecimento popular, a água é uma substância
pura composta, com uma composição definida que seria dois átomos de hidrogênio e
um de oxigênio, formando assim a fórmula molecular H2O, tendo como propriedades
físicas definidas e seus pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) são constantes sendo 0
e 100 ºC respectivamente, no nível do mar. Com o passar dos tempos, a comunidade
científica vem se preocupando com a qualidade adequada da água para o consumo
humano, pois cada vez ela tem se tornado mais escassa. Resende (2002) discute
essa questão, em suas palavras,
Como consequência do crescimento vertiginoso das atividades urbanas e
agropecuárias, experimentado pela maioria dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, há indicativos de que a qualidade da água pode ser
comprometida, de maneira tal que o homem ainda não dispõe de meios para
reversão do problema. Assim sendo, a alternativa técnica e econômica
 8

parece ser o controle efetivo dos fatores e processos que levam a

contaminação da água (p. 10).

Pesticidas orgânicos que são compostos por pelo menos um átomo de carbono
os famosos larvicidas, inseticidas entre outros, eles são organofosforados e
organoclorados uma característica deles é serem lipossolúveis em outras palavras
eles tendem a ter facilidade em se acumular em tecido adiposo, causando apneia,
ataques epilépticos e podendo até deixar em estado de inconsciência profunda.
(SANCHES et al., 2003).
Um processo químico que ocorre no meio ambiente denominado lixiviação
muitas vezes é o fator principal da contaminação de rios e lagos, a lixiviação é quando
um solúvel nesse caso a água retira os metais pesados de um sólido, geralmente isso
ocorre em aterros com uma má impermeabilização ou em lixões, acontece que nesses
locais há um excesso de materiais suscetíveis a esse processo como pilhas, baterias,
peças eletrônicas entre outros. (CAVALLET, 2013)
Metais pesados trazem a ideia de algo toxico mesmo em baixa dosagem, vindo
de descartes inapropriados das indústrias ou empresas que utilizam dos mesmos para
o seu serviço. Metais pesados contem suas próprias individualidades como massa e
número atômico elevado (LIMA; MERÇON, 2011).
O grupo de elementos desde o cobre ao chumbo são altamente nocivos para
saúde, muitos nem são encontrados em sua forma de origem na natureza e são
quimicamente mudados ou fundidos com outros metais para o aprimoramento do
mesmo e assim podendo serem utilizados com maior extensão (SILVA, 2014).
1.2 Os Metais Pesados
Os metais pesados (chumbo, mercúrio, zinco, alumínio, entre outros), são
encontrados em maior quantidade nos solos, mas também podem afetar a água, onde
se torna uma grande ameaça para a vida marinha e humana, além de poder chegar
até as residências dos seres humanos, seja por tomar a água poluída ou se alimentar
desses animais marinhos contaminados. Causando assim um problema ambiental.
(SILVA, 2014)
A água só pode ser encontrada com Chumbo, mercúrio, zinco, alumínio em
situações com intervenções humanas. (SANTANA; SANTOS; RESENDE, 2020). logo
o próprio meio ambiente não contém um mecanismo de defesa para tentar diminuir
ou neutralizar os mesmos.
 9

O chumbo devido a sua maleabilidade e resistência a corrosão é o principal

metal pesado utilizado em indústrias e tem sido estudado profundamente por causa
dos seus danos a fauna, flora e contaminações de águas subterrâneas e superficiais.
(SILVA, 2014).
Quantidades exorbitantes como bilhões de metais pesados são lançados no
meio hídrico atingindo a todos do planeta é praticamente impossível encontrar um
curso d’água sem contaminação.
A contaminação por metais pesados traz diversos malefícios para a saúde, o
contágio vem principalmente das vias respiratórias e gastrointestinais. Em seguida do
absorvimento ele pode ser encontrado nas correntes sanguínea, e em órgãos vitais.
(MANZINI; SÁ; PLICAS, 2010)
1.3 Casca de Banana
A banana, muito popular no Brasil e a fruta mais consumida no mundo, tem
papel fundamental em relação a comercialização e a sua produção, sendo de extrema
importância em relação a questão econômica e social, além de tratar-se de um
alimento de exportação agrícola (BONIOLO, 2008).
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
em 2020 o Brasil produziu 6,7 milhões de toneladas de banana em uma área de
aproximadamente 456 mil hectares, sendo que nos estados de São Paulo, Bahia e
Minas Gerais foram responsáveis por 40% dessa produção. O Brasil fica em quarto
lugar quando se fala a respeito da produção de banana no mundo, atrás da Índia,
China e Indonésia.
As variedades de banana mais cultivadas no Brasil são as de mesa, como a
prata, nanica, maçã e ouro. Cada bananeira produz de uma só vez, de 5 a 15
pencas e cada fruta madura pesa, em média, 100 gramas com uma
composição de 75% de água e 25% de matéria seca (CNABRASIL, p.1,
2021).

A maioria das indústrias alimentícias geram resíduos orgânicos que são

descartados no processo da produção de alimentos industrializados. A casca de
banana é uma delas, as indústrias muitas das vezes utilizam somente a polpa da
banana assim se desassociando da casca (BONIOLO, 2008).
O descarte da casca de banana em sua maioria não é algo corretamente
praticado e está também, pode ser utilizada para diferentes fins, podemos elencar:
1º como o preparo de farinha, sendo essa rica em fibras e de baixa densidade
calórica,
 10

2º utilizada para decorações de pratos típicos

3º. usada para composto orgânico.
Além de ser uma alternativa para descontaminar o ambiente, o uso da casca
de banana ajudará a diminuir o lixo gerado pelo próprio descarte da fruta, feito em
grandes quantidades no Brasil. (FERNANDES, 2007).
Estudos também apontam o grande potencial da casca de banana para
adsorção de metais pesados, principalmente o chumbo que é encontrado em
concentrações gigantescas nos efluentes industriais (FERNANDES et al. 2011).
O Brasil atualmente é o quarto maior produtor de banana no mundo perdendo
apenas para China, Índia e Indonésia. (TPA.AO, 2022),
A adsorção é um processo de separação que vem se destacando por ser um
método eficaz e econômico no tratamento de efluentes. Existem dois tipos de
materiais adsorventes no processo de adsorção, o carvão ativado, o mais
utilizado comercialmente e os materiais adsorventes alternativos, que vem
sendo estudados. (SILVA, 2014, p. 11).

Milena Boniolo foi uma pioneira a utilizar esse resíduo para a adsorção de
metais em 2006, o trabalho lhe rendeu o título Jovem Cientista 2006 na categoria
graduado. (SANTANA; SANTOS; RESENDE; 2020)
 11

2 OBJETIVO

Essa pesquisa busca analisar o potencial de adsorção de metais pesados da

farinha produzida pela casca de banana mediante uma solução aquosa de
concentração conhecida do chumbo (Pb).
 12

3 METODOLOGIA

Neste capítulo descrevem-se todos os procedimentos experimentais e técnicas

realizadas nos ensaios de adsorção do metal chumbo, bem como o preparo da farinha
da casca de banana para a sua utilização.

3.1 Materiais utilizados

• Centrífuga, marca Spinplus
• Estufa de cultura bacteriológica, marca SolidSteel
• Liquidificador
• Tubo de ensaio
• Placa de Petri
• Béquer, diversos volumes
• Espátula
• Pipeta Pasteur
• Balança semi-analítica, marca Marte
• Medidor de pH Instrutherm
• Balão volumétrico 250,0 mL
• Nitrato de chumbo, Pb(NO3)2
• Iodeto de potássio, KI
• Água deionizada

3.2 Produção Da Farinha Da Casca De Banana

Foram coletadas cascas de bananas maduras, de variedades, em dias
alternados no refeitório de nossa unidade escolar e essas cascas foram colocadas em
uma superfície telada por 3 dias seguidos para secagem ao Sol, conforme Figura 1.
 13

Figura 1 - Cascas de banana secando no Sol.

Fonte: Dos autores.

Vale ressaltar que as cascas das bananas ficavam no Sol por

aproximadamente 10h, em seguida eram armazenadas em um recipiente de plástico
com tampa até o dia seguinte, no qual essas cascas retornavam ao Sol.
Após o período de secagem, as cascas foram trituradas com o uso de um
liquidificador, até a formação de uma farinha da casca de banana. Essa farinha foi
submetida ao processo de peneiração para melhor homogeneização do tamanho de
seus grânulos.
Esse procedimento foi repetido algumas vezes, até a obtenção de uma
quantidade considerada suficiente para os testes.
Posteriormente, toda a farinha produzida foi colocada em um béquer de 1 L e
foi adicionado água deionizada (SILVA et al., 2020). Essa mistura ficou em contato
por aproximadamente 50 minutos.
Transcorrido esse tempo, a mistura foi filtrada e toda a farinha de banana foi
colocada para secar em uma estufa à 65 ºC por 48 horas. Ao final, foi obtido a farinha
da casca de banana utilizada em todos os testes dessa pesquisa.

3.3 Preparo de soluções

3.3.1 Solução-padrão de chumbo
Foi preparada uma solução de Nitrato de Chumbo, Pb(NO3)2 com concentração
0,05mol/L, que foi chamada de solução-padrão de chumbo.
Para isso foi pesado em uma balança semi-analítica 4,140g de do reagente e
dissolvido em um béquer com água destilada. Após total dissolução, a solução foi
 14

transferida para um balão volumétrico de 250 mL e foi ajustado até o menisco com
água destilada.
3.3.2 Solução de iodeto de potássio
Foi preparada uma solução de iodeto de potássio com concentração de
0,05mol/L que foi chamada de solução de iodeto de potássio.
Para isso foi pesado em uma balança semi-analítica 2 gramas do reagente e
dissolvido em um béquer com água destilada. Após total dissolução, a solução foi
transferida para um balão volumétrico de 250 mL e foi ajustado até o menisco com
água destilada.
3.4 Determinação da capacidade de adsorção da farinha da casca de banana
mediante o metal chumbo
Foi pesado 10 gramas da farinha da casca de banana em um tubo de ensaio,
em seguida foi adicionado 10,0 mL da solução-padrão de nitrato de chumbo. Esses
reagentes permaneceram em contato por 12, 24 e 48 horas.
Após o tempo transcorrido, com uma pipeta foi extraído o máximo do líquido
sobrenadante possível.
Essa amostra foi centrifugada por 10 minutos a 400 rpm.
Depois de centrifugada, uma alíquota de 5,0 mL foi utilizada e transferida para
outro tubo de ensaio e a esse foi adicionado 10,0 mL de solução de iodeto de potássio
0,05 mol.L-1 para o teste qualitativo.
 15

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos na

análise qualitativa da capacidade de adsorção da casca de banana aos íons de
chumbo em solução.

4.1 Produção da farinha da casca de banana

As cascas de bananas foram coletadas em quatro semanas distintas, sendo
que isso somente era possível quando a fruta era fornecida na merenda escolar em
dias de semana iniciais (segunda, terça ou quarta-feira) e sem feriados, pois eram
necessários três dias consecutivos para o processo de secagem da casca da banana
(Figura 2).
Figura 2 Cascas de banana secando.

Fonte: Dos autores.

A variação do tipo da casca de banana foi devido a diversidade da fruta

disponibilizadas na merenda escolar, na qual era impossível escolher apenas um tipo
específico, mas a grande maioria foi do tipo banana nanica.
Não foi possível também escolher apenas cascas de banana em uma mesma
condição de amadurecimento, no entanto, não foi utilizada nenhuma casca que se
encontrava em condições já deterioradas (Figura 3).
 16

Figura 3 - Casca de bananas coletadas.

Fonte: Dos autores.

O Fluxograma 1 apresenta um esquema geral da metodologia utilizado para a
obtenção da farinha da casca de banana.
Fluxograma 1 - Esquema metodológico para obter a farinha da casca de banana.

Fonte: Dos autores.

A casca de banana foi seca para aprimorar o processo que viria em seguida: a
trituração. Após esse processo a casca foi peneirada com foco em retirar os grânulos
maiores. A Figura 4 apresenta esse processo de peneiração.

Figura 4 Cascas de bananas trituradas.

Fonte: Dos autores.

 17

Para excluir possíveis contaminantes solúveis em água da farinha produzida,

foi feita uma lavagem na qual utilizou-se de 3,0 L de água deionizada em contato com
essa farinha. Entre período de repouso e agitação esse processo durou 50 minutos
no total.
Para finalizar, todo o material foi seco em estufa por 48 horas em 65 ºC. O
produto obtido foi transferido para um recipiente de plástico para armazenamento.
(Figura 5).
Figura 5 Cascas de banana lavadas e secas.

Fonte: Dos autores.

No momento das análises, por conta da maneira que a farinha da casca de

banana secou, foi necessário fazer uma nova etapa de trituração.

4.2 As análises
Após a farinha lavada, seca e novamente triturada, pesou-se 10g em um tubo
de ensaio de adicionou-se 10,0 mL da solução-padrão de chumbo a esse tubo (Figura
6).
 18

Figura 6 Contato inicial entre a farinha da casca de banana com a solução padrão de chumbo.

Fonte: Dos autores.

A farinha e a solução ficaram em contato por 12, 24 e 48 horas.

Após o tempo transcorrido, foi necessário utilizar o processo de centrifugação
devido a leveza da farinha na solução. Para isso, retirou-se o que era possível da
solução sobrenadante de modo que não fosse pego a farinha da casca de banana.
Como era praticamente impossível não vir nenhum sólido nesse processo, recorreu-
se a centrifugação (10 minutos, 400 rpm).
É possível perceber que após a centrifugação era possível observar coloração
na solução resultante e a presença de um breve corpo de fundo no tubo de ensaio,
conforme figura 7.
Figura 7 Amostras após a centrifugação.

Fonte: Dos autores.

 19

A presença da coloração na solução pode representar desde sólidos ainda em

suspenção, o que se acredita ser o caso nessa pesquisa. No entanto é possível a
presença de algum composto solúvel na solução aquosa, mas descartou-se esse fator
devido a etapa de “lavagem” da farinha da casca de banana.
Após centrifugação, uma alíquota da solução de 5 mL foi utilizada e a ela foi
adicionado 10 mL de solução de iodeto de potássio, pois a formação do sólido iodeto
de chumbo é bem característica e de fácil visualização devido a sua intensidade de
cor. Essa reação é apresentada a seguir.
Pb(NO₃)₂(aq) + 2 KI(aq) → PbI₂(s) + 2 KNO₃(aq).
Como a reação é do tipo 1:2, foi utilizado o dobro do volume da solução-padrão
de chumbo para a solução de iodeto de potássio, ambas na concentração 0,050 mol.L-
1.

Para todas as análises foi feito sempre um teste em branco que consistia em
5,0 mL da solução-padrão de chumbo sem nenhum contato com a farinha da casca
de banana.

4.3 Resultados qualitativos

Foram produzidas amostras considerando análises após 12, 24 e 48 horas
entre o contato da farinha da casca de banana e a solução-padrão de chumbo.
Com 12 horas de contato, não foi possível observar nenhuma alteração visual
no teste com a solução de chumbo, conforme é possível observar na Figura 8.

Figura 8 Amostras com 12 horas de contato.

Fonte: Dos autores.

 20

Após a reação para gerar o iodeto de chumbo, os tubos ficaram em repouso

para melhor observação e foi considerado que não houve alteração na quantidade de
iodeto de chumbo formado.
Vale ressaltar que na Figura 8 acima os tubos não apresentam a mesma
circunferência, mas seu uso se fez necessário devido o cotidiano do laboratório
escolar.
As análises após 24 horas foram mais promissoras, sendo que em alguns
casos houve uma grande absorção de chumbo e em outras não.
A Figura 9 confere esse fator em relação a adsorção do chumbo pela farinha
da casca de banana.

Figura 9 Amostras com 24 horas de contato.

Fonte: Dos autores.

Como é possível observar na figura 9, o tubo de ensaio da esquerda apresenta

uma menor presença de iodeto de chumbo, já o tudo do meio apresenta uma
quantidade maior e o último, tudo da direita, estaria intercalando entre os dois em
relação ao iodeto de chumbo formado.
Desse modo foi possível observar que a farinha da casca de banana demonstra
capacidade de adsorver os íons de chumbo presentes na solução-padrão, no entanto,
nesse momento não foi possível compreender o motivo da diferença de quantidade
de adsorção.
Vários outros testes foram realizados buscando entender qual era o fator
determinante para a adsorção do chumbo e após várias análises foi possível observar
 21

uma relação positiva e notável entre o grau de trituração da casca de banana e a

capacidade de adsorção.
Conforme evidenciado na Figura 10 que demonstram uma correlação direta
entre o tamanho da moagem do grão e a eficácia de adsorção.

Figura 10 correlação direta entre o tamanho da moagem do grão e a eficácia de adsorção.

Fonte: Dos autores.

Em outras palavras, à medida que a casca de banana é mais finamente

triturada (Figura 10A) observa-se um aumento correspondente na sua capacidade de
adsorver os íons chumbo presentes na solução.
Já em situação nas quais a farinha da casca da banana apresentou grânulos
maiores, mesmo após 24 horas, a adsorção dos íons de chumbo da solução foi
prejudicada, tanto que a cor do iodeto de chumbo formado era muito intensa (Figura
10B).
Isso indica que a superfície de contato da farinha de casca de banana influencia
muito nesse processo de adsorção.
A superfície de contato é na realidade uma medida da área superficial do
composto em razão a sua unidade de massa. De acordo com (MARSON, 2012).
Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocorre apenas na sua
superfície; por isso, quanto maior for o grau de subdivisão do reagente sólido,
maior será sua superfície e a velocidade de reação. (...) a velocidade de uma
reação pode ser influenciada pelo estado de agregação das substâncias
reagentes (p. 9).
 22

Conforme apresentado, a superfície de contato é um fato que acelera o

processo da reação química e, talvez, o resultado da análise na qual os grânulos da
farinha estavam maiores poderia ser melhor após um tempo de contato superior. No
entanto isso não foi possível pois as amostras após 48 horas, por exemplo,
desenvolveram fungos e bolores na solução (Figura 11).

Figura 11 Amostra com fungo e bolores.

Fonte: Dos autores.

Portanto, a farinha de casca de banana demonstrou ter propriedades adsortivas
notáveis quando se trata da remoção de chumbo, utilizando um método qualitativo e
com as condições aqui especificadas. Isso significa que a farinha de casca de banana
tem a capacidade de adsorver eficazmente os íons de chumbo de soluções aquosas
mediante a superfície de contato dessa farinha, tornando-a um material promissor
para a purificação e descontaminação de ambientes que apresentam com esse metal
pesado.
 23

5 CONCLUSÃO

A farinha da casca de banana é muito utilizada no cotidiano de todas as classes

sociais, junto da fruta que é bastante consumida no mundo inteiro, então fazer o uso
de um modo eficiente dessas cascas de bananas que seriam descartadas sem uma
utilização, já é de extrema utilidade para o meio ambiente.
Conclui-se com essa pesquisa que a farinha de casca de banana possui uma
capacidade adsortiva dos íons de chumbo em soluções aquosas em condições
especificas sendo essas tempo de contato e superfície de contato da própria farinha.
Mais itens relacionados a esse tema necessitam de mais pesquisas e trabalhos
voltados a esse tema.
 24

REFERENCIAS

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MARSON, Guilherme; REYES, Érika. CINETICA DAS REAÇÕES QUIMICAS 9.

Licenciatura em Ciências – USP/Univesp – Módulo 2, 2012.