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IMPACTOS DA ALIENAÇÃO PARENTAL NA SUBJETIVIDADE INFANTO


JUVENIL

Paulo Aleixo de Souza Junior ¹

RESUMO

A alienação parental como crime, é um atentado a mentalidade humana, algo que pode roubar o sujeito de si
mesmo. O objetivo desse artigo é analisar como o psicólogo pode atuar na construção da subjetividade em caso
de alienação parental a luz da psicanálise, levando em consideração o contexto familiar onde o sujeito é inserido.
O método utilizado foi o bibliográfico exploratório qualitativo para as articulações do tema. Apresentou-se um
breve histórico das configurações familiares ao longo do tempo, assim como a definição da alienação parental.
Em seguida, foram explanadas as possibilidades de impacto que o ato de alienação parental pode desencadear na
subjetividade infanto juvenil. E, por fim, procurou mostrar a atuação do psicólogo jurídico, assim como seu
manejo em um espaço terapêutico. Quando se trata do metafísico, geralmente há uma tendência de minimização
de danos, entretanto, o ser humano se torna pessoa, quando suas bases foram bem firmadas. Uma estrutura
deslocada poderá proporcionar rachaduras, ou até mesmo uma demolição em sua construção. A intervenção do
profissional de Psicologia poderá evitar tal desastre na vida de um sujeito, lhe proporcionando a oportunidade de
ressignificação para uma continuidade saudável na sua forma de existir.

Palavras-chave: Alienação parental; Família; Subjetividade; Psicólogo.

INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe observar como a alienação parental pode influenciar na


construção da subjetividade infanto juvenil. Para isso, é preciso levar em consideração como o
sujeito tem seu mundo atingido pela a alienação que é passada de inconsciente para
inconsciente, podendo desencadear um sofrimento psíquico por influências externas.
Falando da ordem psíquica, Harari (1990) escreve que a alienação é a operação que
determina a captura do sujeito pelo significante, é a ação do Outro que produz o primeiro
conflito e ambígua aparição do sujeito, pois este, para surgir, paga o preço da desaparição sob
os significantes do Outro, correndo o risco de aí petrificar-se.
Nesse processo o autor explica que através da linguagem, o grande Outro, que nesse
contexto será o genitor guardião, estará dando a criança um modelo de existir e de ser, que de
forma autêntica esse modo de ser e existir, não é legítimo para a criança, tendo em vista, que
esse significante imposto já advém de outros inconscientes, de outras gerações, fazendo a
criança perde sua autenticidade.
Assim, após tal conceituação, é importante contextualizar de uma forma relativamente
quantificável o fenômeno da alienação parental no Brasil. De acordo pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem, no Brasil, cerca de 60,8 milhões de
crianças e adolescentes.
¹ Graduando do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA.
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Segundo pesquisa do Datafolha de 2014, 20 milhões são filhos de pais separados,


destes 80% já foram vítimas, em algum grau, de alienação parental (IBGE, 2014 apud
SCARTON, 2014). Ou seja, tais números mostram a relevância de debater esse tema, visto que os
casos de alienação parental são altos em níveis percentuais na nossa sociedade.
O processo de alienação parental é descrito por Simão (2008) como um rearranjo
familiar, na qual os transtornos conjugais são projetados, sendo o filho manipulado por um
dos seus genitores, geralmente pelo que detém a guarda, fazendo com que sinta raiva ou ódio
pelo outro genitor. Normalmente, o genitor alienador, lança na criança ou adolescente, suas
frustrações, e seu objetivo é distanciar o filho do outro genitor; assim o filho alienado passa a
corresponder aos ditames do que lhe é imposto. Tal ato é constituído como um crime.
Buscou-se analisar como se dão as possíveis influências da alienação parental na
construção da subjetividade infanto juvenil, levando em considerações os padrões familiares.
Portanto, conforme Barbosa e Castro (2013) para a compreensão dos comportamentos dos
membros de uma família, e de seus sintomas, são necessárias a compreensão das relações
interpessoais, das normas que organizam a família e do contexto social e cultural ao qual a
família pertence. Nessa compreensão, o mito familiar é levado em consideração, pois
conforme Kaës (1998) é mais precisamente, no espaço e no tempo da geração, do familiar e
grupal, ali onde exatamente o Eu pode vir a ser, ou tem dificuldade de constituir-se.
O biopsicossocial do sujeito é algo que deve ser observado, pois como seres que
dependemos do outro para viver, as influencias desse é fator que constrói o indivíduo.
Segundo González-Rey (2003) a construção da subjetividade é afetada pelo próprio curso da
sociedade e das pessoas que a constituem, dentro do contínuo movimento das redes de relação
que caracterizam o desenvolvimento social. Acerca disso, Freud (1920-21) também nos traz a
compreensão de que todos os processos histórico-sociais, grupais acontecem no interior do
sujeito e que na vida anímica aparece sempre, efetivamente, “o outro”.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo geral compreender a atuação do
profissional de Psicologia diante de casos de alienação parental à luz da Psicanálise. Mais
especificamente, buscou: conceituar alienação parental no contexto das configurações
familiares; compreender as possíveis influências da alienação parental na construção da
subjetividade infanto juvenil a partir de considerações psicanalíticas; analisar as
possibilidades de atuação do psicólogo na área jurídica, em situação de processos
relacionados a alienação parental. Procurou-se, portanto, responder ao seguinte problema de
pesquisa: como o psicólogo pode auxiliar o sujeito na reconstrução da sua experiência
subjetiva em casos de alienação parental?
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Sabe-se que, para uma intervenção, é necessário um olhar especialista para notar de
uma forma sensível como ao sujeito lhe foi atribuído determinado lugar subjetivo, que poderá
estar em um contexto de angústia. A Psicanálise pode ajudar o ser humano na sua construção
como pessoa, para que através dela, haja possibilidades de novas formas de lidar com a
realidade apresentada, buscando o encontro do indivíduo com seus próprios desejos.
Ao partir desse pensar, se procurou trazer de uma forma simples e objetiva, um
conhecimento que pode ser compreendido de maneira clara, como acontece esse processo na
sociedade, porém, muitas vezes não há uma percepção da gravidade do ocorrido.
Na concepção que a alienação pode ser de ordem consciente e inconsciente, acredita-
se ser algo brutal, sem ter o sujeito opção de tirar suas próprias conclusões. As motivações
para a construção desse trabalho partiu de observações pessoais, na perspectiva de acreditar
que pessoas que estão em um contexto paralisante em relação a sua vida cotidiana estarem
sendo roubadas subjetivamente, existencialmente sendo sufocadas, e talvez por intromissões
invasivas que o contexto impõe.
Quando se fala de roubo, existem nomenclaturas para diversas formas e meios, assim
como leis que dão amparo e restituição a quem sobre tão avaria. Mas quando se fala do roubo
da subjetividade, o que temos? Apenas os danos e suas conseqüências em um efeito cascata,
ainda mais falando de crianças e adolescentes.
A produção deste trabalho tem o objetivo de ser uma luz para pessoas que já sofreram
de alienação parental, e até o presente momento não se percebeu o que aconteceu consigo
mesmo, e para quem já se deparou com tal crime e não teve sua compreensão por lhe faltar o
conhecimento do assunto.
O conhecimento pode ser um agente de compreensão para o sujeito. Com essa
apresentação, será relevante para a Psicologia colocar para a sociedade, mais um fator de
sofrimento que poderá ser analisado com profissionais especializados para possíveis
representações para o indivíduo.

MÉTODO

O processo metodológico adotado foi o bibliográfico, levando em consideração a


estruturação do trabalho solicitado, tendo como base o que é descrito por Gil (2002) p.44:

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas
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desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos


estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas.

Para a utilização desse método procurou fazer uma conversa com os diversos autores
que falam do tema em questão. Entretanto, se fez necessário a observação cautelosa para as
escolhas a serem feitas, pois como se trata de uma busca pelo que já foi falado, pode
acontecer de pesquisas que foram feitas incorretas serem replicadas. A cautela nas aquisições
dos materiais foram fatores a ser levado em consideração, para proporcionar ao trabalho, uma
fidedignidade no que estava sendo proposto.
O tipo de pesquisa foi exploratória, que tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipótese,
aprimorando idéias ou a descoberta de intuições, na maioria dos casos essas pesquisas
envolve o levantamento bibliográfico. A análise utilizada foi a qualitativa, que pode ser
definida como uma seqüência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização
desses dados, sua interpretação e a redução do relatório (GIL, 2002).

Os padrões familiares contextualizados na Alienação Parental

As configurações familiares foram tomando novos formatos ao longo do tempo. Um


dos modelos era o pai de família que tinha a rédea de toda a casa, administrava todos os bens,
até mesmo da esposa e dos filhos, lhe dando permissões no seu viver diário; até mesmo no
caso de viuvez, era ele quem iria dizer se o filho poderia se casar novamente ou não; todos
seus subalternos deveriam lhe prestar reverencia; tal submissão dava a toda a proteção que
advinha do mesmo (NEDER E CERQUEIRA, 2007).
No modelo patriarcal, as crianças deveriam seguir padrões rígidos, de um lado existia
a estrutura da família composta de pai, mãe e filho, na qual era constituída no laço
matrimonial, do outro lado uma estrutura burguesa que era regida por padrões de moral e
disciplina advindos de saberes científicos de médicos juristas psicólogos e outros profissionais
das ciências humanas (NEDER E CERQUEIRA, 2007).
Priore (2005) descreve que o código civil de 1919 mantinha a indissolubilidade do
vínculo matrimonial, a mulher era limitada em muitos afazeres, mantinha dependência do
marido, sendo inferior a ele. A mulher que engravidava era motivo de “desastres”, teria que se
casar prontamente, ou ser punida judicialmente. A pessoa desquitada era vista com maus
olhos, a mulher em especial ficava sobe o olhar judiciário, pois qualquer passo em falso
poderia perder a guarda do filho.
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Com o passar do tempo, várias leis e padrões familiares vão se atualizando, assim
como o olhar da sociedade, Kehl (2003) vai falar da família tentacular que é uma realidade
social, na qual que resulta de várias uniões conjugais, convivendo irmãos de pais diferentes,
com madrasta e padrasto, acumulando vínculos afetivos com pessoas que não fazem parte do
seu núcleo original.
No momento em que há uma ruptura no relacionamento de um casal, sentimentos e
emoções daquele contexto surgem, como, por exemplo, o ódio. Em uma separação, na qual
não se teve conversação, poderá haver a possibilidade de alguma parte corromper a relação
paterno-filial (DIAS, 2013).
Sobre isso, Caffé (2003) explana que nesse momento os conflitos se estabelecem no
âmbito da família, que pela impossibilidade da realização do luto pela separação conjugal, dá-
se início a um conflito turbulento que irá contradizer os vínculos assumidos anteriormente. O
choque mental para os filhos, já começam a se instalar, pois uma nova configuração no
relacionamento será imposto devido à ruptura.
A promotora de Justiça Simão (2008) explica que a alienação parental é praticada
quando ocorre a separação conjugal, na qual existam filhos; o genitor que detém a guarda irá
“programar” o filho, de forma manipuladora, para que sinta raiva ou ódio pelo outro genitor.
Normalmente, isso ocorre pela frustração do relacionamento conjugal, e seu insucesso pelo
genitor alienado é descarregado no filho comum. Ou seja, nessa “programação” alienante, o
filho passa a ingressar uma trajetória de desmoralização desse genitor de forma automática
(TRINDADE, 2008).
Nesse momento, os filhos podem passar a ser uma arma para atacar o outro, algo que
pode ser prejudicial para a criança ou adolescente. Tal situação torna-se agressiva, pois um
vai tentar anular o outro da vida do filho, jogando mentiras e ilusões que serão alimentados, e
sua vida estarão em torno dessas informações adquiridas pela pessoa em quem se deve grande
consideração e confiança.
Trindade (2008) explica que, nessa fase, as qualidades do pai ou da mãe que detém a
guarda são exaltadas, desqualificando a outra parte. Dias (2008) continua ao discutir que nem
sempre a criança consegue discernir que está sendo manipulada, e acaba acreditando no que é
incutida, de forma insistente e repetida.
Na agressão, chega um ponto que nem o alienador sabe o que é verdade ou mentira,
introjetando no filho uma verdade de personagens falsos, em uma existência falsa,
implantando assim, falsas memórias; nesse processo, a criança “lembra” de fatos que para ela
é verdade, tendo sensações e impressões (TRINDADE, 2011).
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São várias as condutas que o alienante pode utilizar, conforme Fonseca (2006), alguns
delas são: diminuir a imagem do outro genitor; não comunicar ao outro genitor fatos
importantes do filho, como questões ligadas à saúde e à vida escolar da criança, deixando a
impressão que o outro seja desinteressado; apresentar novo companheiro à criança como
sendo seu novo pai ou mãe; incutir na criança que o outro genitor é uma pessoa perigosa;
relembrar insistentemente a criança motivos ou fatos que o leva a ficar aborrecida.
Para Souza (2008), morar com um dos pais constitui uma circunstância de ajuste,
entretanto, não quer dizer que o outro que está mais distante seja “o irresponsável”, passar tal
visão para uma criança, constituiu uma forma de violência. Silva (2010) debate que é comum
para a criança firmar um pacto de lealdade pela dependência emocional e material do
guardião.
Como normalmente a alienação parental ocorre quando há o divórcio, foi necessária a
regulamentação da lei nº 12.318/2010 em seu art. 2º no Brasil, conforme cita Gagliano e
Pamplona Filho (2016) p.622 que diz o seguinte:

Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da


criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avôs
ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.

Madaleno (2013), explica que qualquer violência contra uma criança, é um abuso
“covarde”, que reflete o mundo patologicamente comprometido do adulto, fazendo uso da
prole para seus atos insanos de alienação parental, sendo eles os alvos para as graves
manipulações psicológicas; podendo chegar ao ponto de incutir abusos sexuais para a
promoção do afastamento do genitor.
Silva (2011) reforça que o ato da alienação parental é um abuso psicológico,
desencadeado de forma sutil, subjetivo e de difícil de mensurar objetivamente, podendo
provocar conseqüências psicológicas sérias e de ordens psiquiátricas. Dessa forma, na área
psicológica, Madaleno (2014) fala que o desenvolvimento, a noção do autoconhecimento e a
autoestima são afetados, podendo desencadear depressão crônica, desespero, transtorno de
identidade, incapacidade de adaptação, consumo de álcool e outras drogas e, em casos
extremos, podendo levar ao suicídio.
Além disto, a criança afetada pode repetir a manipulação com seus posteriores nas
suas relações, podendo ter desvio de conduta, ter baixa capacidade de suportar frustrações e
controlar seus impulsos, somando ainda a agressividade.
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Trindade (2010), fala que as conseqüências para a criança pode ser devastadoras se
não cuidadas, de forma que os transtornos psicológicos podem durar por toda vida. Assim,
Féres-Carneiro e Magalhães (2011) afirmam que os estudos das relações familiares, da
conjugalidade e da parentalidade são fundamentais para o processo de subjetivação e
funcionamento da dinâmica familiar.
Entender como se estruturou a família, os propósitos do casal ao terem os filhos, seus
planos de vida, poderá ser um norteador que apontará para possíveis imposições no que diz
respeito ao filho, em uma separação.

Possíveis influências da alienação parental na construção dos vínculos subjetivos

O bebê é essencial na sociedade, pois não se trata de simples pessoa, mas de um ser
que está em construção. Freud (1933) explica que os conteúdos que a criança encerra, ou
expõe, são os mesmos do guardião e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros
julgamentos de valores, que dessa forma se transmitiram de geração em geração.
Assim, até que haja uma compreensão da realidade parental, o indivíduo começa a ter
uma vida em cima de inverdades, podendo lhe causar déficit em várias áreas da sua vida, ou
até mesmo impedimento de viver a vida, tendo como referência o que lhe foi incutido durante
seu processo de formação como pessoa.
Partindo disso, Kaës (1998), fala que cada inconsciente leva a marca de outro
inconsciente; sendo assim, somos passíveis aos conteúdos familiares, no caso da alienação
parental, a criança ou adolescente terá a influência do inconsciente do guardião.
Ainda conforme esse autor, o conteúdo que será transmitido para o outro, serão
daquilo que não se lembra como a falta, a vergonha, os objetos perdidos e ainda enlutados. Ou
seja, nem a própria pessoa, tem o controle do que está sendo produzido no outro, e suas
transmissão são das suas obscuridades; seu fracasso sendo perpetuado na outra geração, e
assim o outro passa a viver com as frustrações não dele, mais do outro que o transmitiu.
Dessa forma, poderá se instaurar o mito familiar, que conforme Prado (2000) vai se
caracterizar por discursos complexos que através da atitude, comportamento e mímicas dizem
algo que as palavras calam, tal registro se dará de forma inconsciente.
O mito familiar pode se dar de formas particulares de censura, como o segredo, o não-
dito, o tabu. Mito familiar, portanto é um relato, uma história, implicando um conjunto de
crenças partilhadas por toda família, eventualmente transmitida por gerações, sendo algo que
jamais foi questionado (EIGUER, 1995).
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Nessa circunstância, Trachtenberg et al. (2005), afirmam que os conteúdos psíquicos


dos filhos, estarão marcados com o funcionamento psíquico dos pais, ou de quem o detêm a
guarda, que de forma traumática o marcaram. Essa transmissão é considerada alienante,
impedindo a singularidade dos herdados (filhos), pois eles são postos de forma bruta ao
adolescente, e sem parâmetros estará adquirindo experiências de vida que não viveram.
Nessa transferência de material psíquico, Trachtenberg et al. (2005), escreve que será
feito de uma forma transformada e modificada; o filho, que será o herdeiro desse material,
fará a diferenciação e uma evolução entre o que é transmitido e herdado, e depois adquirido.
É a partir daí, que o indivíduo terá noção de pertencimento, construindo sua
subjetividade. Entretanto, Granjon (2000) vai falar que, a transmissão será de traços passados,
que não poderá ser pensado, indo todo o cortejo de terror, vergonha e interditos. Assim, está
posta uma transmissão negativa, bruta e alienante.
Com esse contexto, aparentemente de luto, o indivíduo vai se constituindo pessoa,
nesse processo de amadurecimento. A relação familiar é um facilitador para a existência do
sujeito. De acordo com Freud (1914/1996), o amor dos pais, tão comovente e tão infantil, é o
narcisismo renascido, que transforma em amor objetal, revelando sua natureza anterior.
Quando esse ambiente familiar falho surge, o “falso self”, que será uma tentativa para
defender das incongruências, toma conta do sujeito. Phillips (2006) afirma que essa postura é
uma forma primitiva da autosuficiência na ausência do cuidado. Assim, o sujeito pode passar
a ter uma vida sem sentido, vivendo de forma a se proteger, sem sua real verdade, surgindo
angustias, que o levará há um circuito de repetições sem compreensão para o sujeito.
Freud (1909/1996), diz que as compreensões que não constituem um sentido,
reaparecerão até que se consiga decifrar seu simbolismo. Com a falta de compreensão, há uma
ausência de sentido de si mesmo, provocando extrema angústia (GALVÁN E AMIRALIAN,
2009).
A compulsão à repetição é uma tentativa do indivíduo de elaborar os sofrimentos
iniciais que sofre de forma passiva. Com a repetição, o ego desenvolve a capacidade de
reconhecer novas situações traumáticas, que é alertado pela angústia (FREUD, 1926/1980).
Nesse processo, o indivíduo apresenta sintomas, que conforme Lacan (1953/1998) é a
manifestação de um significado recalcado da consciência do sujeito, apresentando irrupção de
verdade.
A respeito da angustia Freud (1926/1980) vai dizer que sua manifestação é em forma
de “um medo realístico, o medo de um perigo que era realmente iminente ou que era julgado
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real”; como sujeito alienado, percebesse que suas emoções começam a ser regido por fatores
de vida do outro e não da sua própria experiência.
Silveira (2003) reforça que as crianças e adolescentes que sofrem esse tipo de
violência silenciosa que é a alienação parental, podem apresar problemas para brincar com as
pessoas, ter medos exagerados, sentir muita tristeza, afastarem-se das pessoas, apresentarem
atitudes autodestrutivas.
Ainda que isso não seja uma relação de causa e efeito, ao levar essa carga, para o
aprendizado escolar, se a separação dos pais ocorreu de forma agressiva, e se a relação é
assim mantida, a criança pode inclusive “repetir” suas agressões como forma de expressar o
que sente, desenvolvendo uma forma agressiva de se impor, decaindo assim no rendimento
escolar (THORMANN, 2000).
Mello (2011) afirma que a violência verbal, comportamental, com atitudes, gera um
impacto emocional na capacidade de integração psicológica da criança/adolescente, que pode
resultar em sérios prejuízos a seu desenvolvimento psicoafetivo, relacional e social, uma das
formas de se trabalhar essa demanda de sofrimento é a elaboração.
Essa elaboração será mediante a fala, pois levando em consideração que o sintoma
será representado na linguagem, à análise linguareira, proporcionará uma interpretação do
significado, sendo a fala libertada; podendo proporcionar abertura para uma interpretação que
poderá ser ressignificada.

Possibilidades de atuação do psicólogo no contexto de alienação parental

A atuação do psicólogo na área de família (especificamente no direito civil – vara de


família) é ampla, conforme Martins (2011) abrange várias questões como, por exemplo,
guarda de filho, regulamentação de visitas, maus-tratos e abuso sexual, destituição do poder
familiar, exoneração de alimentos, interdição, separação e divórcio, adoção, alienação
parental, entre outras.
Almeida (2009) afirma que se o genitor alienado, perceber mudanças na vida do filho,
deixando transparecer indícios de alienação parental, poderá solicitar a um advogado ou
defensor público um encaminhamento ao Centro de Apoio Psicossocial do fórum do Tribunal
de Justiça; em caso de confirmada da ocorrência caberá ao juiz determinar a realização de
perícias psicológica na criança ou adolescente, sendo ouvido o Ministério Público.
Na Lei Nº 12.318/2010, sobre alienação parental, exprime em seu Art. 6º, inciso IV
que o juiz poderá determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial. Na instancia
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jurídica, o psicólogo ajudará os juízes em suas decisões e sentenças, por meio de perícias,
avaliações psicológicas, mediação e acompanhamento psicológico (SERAFIM E SAFFI,
2012).
Silva (2009) assevera que a dinâmica do Direito com a Psicologia, gera a Psicologia
Jurídica, na qual será composta de um perito e assistentes técnicos para sanar controvérsias,
no campo da psique, na qual será levado ao jurídico com as referidas questões de conflito
emocional e comportamental, que servirá de instrumento para que o juiz posso aplicar a
justiça. Brito (2005) chama a atenção ao afirmar que a principal competência do psicólogo no
meio jurídico deve ser a de resgatar a subjetividade presente nos processos.
A respeito da competência do psicólogo, Silva (2011) vai dizer que o mesmo deve ter
aptidão para notar qualquer tipo de manipulação ou influência exercida pelo alienador sobre a
criança, bem como identificar se os relatos são autênticos, e deve ser capaz de perceber qual é
o ambiente mais favorável e sadio para o desenvolvimento da criança.
Luz, Gelain e Benincá (2014) confirmam que seu trabalho na jurisdição, traz à tona a
subjetividade e os conflitos emocionais dos demandados, principalmente da criança e
adolescente, assim como as dinâmicas nos conflitos familiares, além disso, traz as motivações
dos comportamentos de litígio, ajuda a clarear determinadas situações através de estudos da
personalidade e contexto (familiar, social, profissional, etc) das partes, auxiliando assim ao
judiciário a encontrar possíveis soluções para o caso em questão.
No ponto negativo, Shine (2009) vai falar que, com a pressão objetiva institucional do
judiciário a relação com o examinando poderá ter interferências, pressionando assim seu
tempo no atendimento e na escolha de técnicas mais adequadas para sua ação. Isso tornasse
uma grande dificuldade, pois, o judiciário procura algo fechado, algo que na psicologia difere.
Por isso, que é importante uma continuidade fora do espaço jurídico, para um processo de
psicoterapia.
Para Hirschheimer e Waksman (2011), toda criança ou adolescente, vítima de
alienação parental deve ser encaminhada para um processo psicoterapêutico, pois conforme o
autor, essas experiências podem deixar marcas psicológicas profundas em sua personalidade e
comportamento.
Lacan (1960-1961/1992) fala que os sintomas do homem são marcar e perturbações
fixadas, sendo esse o elo aos seus desejos, esse sintoma que será algo repetitivo, conforme
vimos anteriormente há uma busca pelas suas reais emoções que nesse momento, está sendo
confrontado com o suposto amor declarado da maternidade.
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O processo psicoterapêutico tem sua funcionalidade em um espaço clínico. Fonseca,


Nascimento e Maraschin (2012) descrevem que a etimologia da palavra clínica vem do grego
Klinikos, que tem o sentido de “debruçar-se sobre o leito” de um moribundo para restituir-lhe
um estado perdido. Nesse espaço, será feito rupturas para o acesso de uma dimensão, que
trarão à tona acontecimentos, pela qual poderá ser analisados em novas perspectivas.
É nesse ambiente que Féres-Carneiro e Magalhães (2005) dizem que será defrontada a
transmissão manifestada no sofrimento do sujeito alienado, observando as suas incapacidades
de metabolizar seus legados; o percurso simbólico da transmissão será reconstituído para
favorecer a elaboração da herança, na tentativa de alterar o curso repetitivo dos sintomas.
Retomar a determinados acontecimentos da vida, pela qual tiveram seus significados
impostos, sem nenhuma interferência do sujeito, sendo feita uma revisão, poderá ser dado um
novo significado nos fato. Fink (1998) afirma que nesse processo, pela qual o sujeito teve
verdades introduzidas em si, ficando alienado, conforme a perspectiva lacaniana, a criança se
sujeita a linguagem, por ser a forma que ela encontra de expressar suas necessidades, que é
interpretada de forma distorcida, sendo as palavras apresentada de forma brusca, sem opção
para a criança.
Porém, a alienação não é um estado permanente. O olhar para si acontecerá quando o
sujeito percebe que o grande Outro não tem resposta para tudo, é quando ocorre o processo de
separação, o autor continua falando que no processo de separação do seu eu, com o do
alienante, o genitor guardião dá sinal de incompletude, falibilidade ou deficiência, processo
esse na qual a criança dentro de si, buscará por respostas desse suposto vazio, nessa
exploração o sujeito estará se encontrando com seu self, ou com o seu ser. Ou seja, é na falta
de resposta que o sujeito buscará os significados dando continuidade na construção da
subjetividade.
González-Rey (2003) observou que a subjetividade é a constituição máxima dos
recursos psíquicos de uma pessoa, é o construto que pertence ao singular e ao universal, é um
elo entre o sujeito e o coletivo; o sujeito vai seguir o processo que o social lhe proporciona,
fazendo novas aquisições na sua forma de ser.
Em um processo de análise, conforme Morin (1990) envolverá o sujeito a uma noção
de autonomia, percebendo que o par individual-social constituiu uma junção perfeita,
demonstrando para o analisado que mesmo sendo constituído com os processos do mundo
social, sua condição de identidade e autonomia não foi perdida, implicando a subjetividade
em diferentes possibilidades de autonomia, podendo uma parte se tornar maior que o todo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vivemos em um sistema que, muitas vezes, antes mesmo de rompermos nossa bolsa
embrionária, já está todo preparado, com pais definidos, famílias, roupas, e toda carga de
desejos e vontades que foi planejado, passando o sujeito a viver com determinadas normas e
regras impostas, os adotados muitas das vezes, passam por uma seleção para ser inserido em
um lar, alguns órfãos seguem o curso que a vida lhe dará conforme sua situação.
Esse modo de viver varia conforme o modelo de cada família, entretanto, quando há
uma separação, os projetos feitos anteriormente do filho, entra em choque com a nova forma
de viver que ambos terão.
Assim, quando a alienação parental é instaurada, é importante considerar essa
configuração familiar para uma intervenção cautelosa. Pois, com o movimento acelerado que
vivemos, as famílias tem seguido esse ritmo do imediatismo, levando a padrões de mudanças
com rapidez, tendo a subjetividade uma aceleração conforme o ritmo da contemporaneidade.
Com essa aceleração, os detalhes da vida tem se perdido, tornando-se natural os
relacionamentos frágeis. A partir disso, a alienação parental sendo instaurada no seu bojo,
torna-se algo difícil de ser trabalhado. Pois, além da dificuldade de percepção, o genitor
guardião poderá manipular o processo jurídico e dificultar o manejo do psicólogo para que
não haja descobertas que venha lhe trazer prejuízo, pondo impossibilidades para o
autoconhecimento do filho.
Por isso, em um processo de alienação parental, a conversar com os pais, sobre tais
hipóteses de maus tratos psíquicos, é uma forma de tentar ajudar na subjetividade do filho,
trazendo a consciência possível desdobramento em um processo de alienação, mostrando para
os pais que a relação entre eles acabaram, e que é natural que ambos busquem novos rumos
para vossa felicidade.
Entretanto, o estilo de vida do filho será constituído também através dos laços afetivos
com os pais, a relação entre eles podem ter acabado, mas a relação de pais e filho permanece,
ou seja, mesmo eles estando separados, é saudável que o filho possa ter a oportunidade de
sentir afetos por ambos, tal maturidade poderá auxiliar o filho a se constituir como pessoa.
O estudo deste trabalho tem o intuito de proporcionar um diálogo mais amplo nos
diversos locais de debates, para que seja um conhecimento mais aberto nas famílias, gerando
inconformismo com tal ato e mais sensibilidade para a contribuição da subjetividade dos
filhos.
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Referências

ALMEIDA, M. G. A síndrome da alienação e da morte parental: breves considerações.


Revista Erga Omnes, 2009.

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