Meris Terezinha Pagotto Otilio
Meris Terezinha Pagotto Otilio
Meris Terezinha Pagotto Otilio
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1 Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9
1 Introdução
1.1 INTRODUÇÃO
A UBS Nova Carapina II, localiza-se à av. Montes Claros, S/N, no bairro de Nova
Carapina II, município Serra/ES. Atende à população das comunidades de Nova Carapina
II e Monte Verde.
O bairro foi criado em 1999 apartir de um plebiscito onde 80% da população votou
favorável ao desmembramento de Nova Carapina e criação do novo bairro ao qual deram
o nome de Nova Carapina II(TRIBUNA, 2002).
O bairro conta com uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio, uma Es-
cola Municipal de Ensino Fundamental, uma Escola Municipal de Ensino Infantil e uma
Unidade Básica de Saúde.
A população é de renda média baixa, onde a maioria dos moradores são trabalhadores
no comercio e industrias da região e trabalhadores domésticos.
O grau de instrução dos moradores maiormente é de ensino fundamental e médio,
ainda que exista um grande número de analfabetos principalmente acima de 60 anos.
Uma boa parte do bairro conta com água tratada e esgoto, porem ainda existem
lugares em que os moradores convivem com esgoto a céu aberto.
Segundo o censo do IBGE em 2010, a comunidade de Nova Carapina II, naquele ano,
contava com 7.473 habitantes, sendo 49,23% homens e 50,77% mulheres(IBGE, 2018).
A UBS Nova Carapina II conta com 02 (duas) equipes de PSF que são compostas por
médico, enfermeiro, técnicode enfermagem, dentista, auxiliar de saúde bucal e ACS; e 02
médicos de apoio.
O bairro está dividido em 02 áreas às quais são subdivididas em 12 micro áreas.
As Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24 de referencia para a UBS são: UPA
Carapina e UPA Serra Sede.
A maior demanda por serviço de saúde na UBS Nova Carapina II é por atendimento
em clínica geral.
As queixas mais comuns na UBS Nova Carapina II são referentes ao número de vagas
de consulta e à falta demedicamentos disponíveis na farmácia da UBS. O paciente espera
até 02 meses para ser atendido em uma consulta agendada e geralmente não encontra os
medicamentos receitados pelo médico na farmácia da UBS, tendo que se deslocar até a
URS de referência para retira-los.
As doenças e agravos mais comuns no bairro Nova carapina II são Hipertensão e
Diabetes. Muitos desenvolvem a doença por herança genética, mas também uma boa
parte da população desenvolve por hábitos de vida.
10 Capítulo 1. Introdução
2 Objetivos
3 Revisão da Literatura
Alguns dos principais problemas de Saúde Pública mundial, são as ISTs. Nas últimas
décadas, as mudanças na sociedade em relação à educação sexual têm sido muito im-
portantes, existe maior disponibilidade de livros e materiais sobre o tema destinados a
adolescentes. A informação e discussões sobre o tema se tornaram mais acessíveis e libe-
rais no ambiente familiar e da sociedade em geral. Mesmo assim, as formas de contágio
das ISTs, ainda são pouco conhecidas pelos adolescentes.(BRÊTAS et al., 2009)
O desenvolvimento psíquico traz consigo a definição da identidade sexual com expe-
rimentação e variabilidade de parceiros. Os adolescentes tendem a sentir-se invulnerá-
veis, expondo-se à riscos devido à atitudes de autoproteção, sem prever suas consequên-
cias.(JARDIM et al., 2006)
A precocidade das primeiras relações sexuais, múltiplos parceiros e atitudes equivoca-
das de proteção às ISTs, estão associadas à influência grupal, baixo nível econômico, pouca
escolaridade e a violência. O papel das famílias no comportamento sexual dos filhos é de
muita importância através da transmissão de atitudes e valores.(WINICKI et al., 2001)
O contato intimo representa a forma mais comum de transmissão das ISTs. Entre os
adolescentes sexualmente experientes, as taxas especificas por idade, são elevadas.(AMFB
et al., 2006)
A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que mais de 1 milhão de pessoas são
infectadas com ISTs todos os dias no mundo. As infecções por clamídia, gonorreia, sífilis
e tricomoníase são as mais comuns, sendo cerca de 357 milhões de casos novos por ano.
O risco de se adquirir ou transmitir o Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV
aumenta consideravelmente na presença de infecção como sífilis ou gonorreia. Por ano,
300 mil mortes fetais e neonatais são atribuídas à sífilis na gestação e 215 mil crianças
tem maior risco de morte prematura.(CARVALHO et al., 2018)
A notificação compulsória da sífilis adquirida em todo território nacional foi instituída
pela Portaria n° 2.472 de 31 de agosto de 2010.
Segundo a Nota Informativa n° 02/2017-DIAHV/SVS/MS e a Nota Técnica SEI-GDF
n° 7/2018 – SES/SVS/DIVEP/GEDST, existem duas situações para a sífilis adquirida,
considerados critérios para definição de casos: 1) Indivíduo assintomático, com teste não
treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente e sem regis-
tro de tratamento prévio;2) Indivíduo sintomático para sífilis, com pelo menos um teste
reagente treponêmico ou não treponêmico com qualquer titulação.
A série histórica da sífilis adquirida no período de 2010 a junho de 2017 divulgada
pelo Ministério da Saúde no Boletim Epidemiológico de Sífilis (2017), no SINAN foram
notificados um total de 342.531 casos, dos quais 59,2% ocorreram na Região Sudeste,
21,2% no Sul, 10,4% no Nordeste, 5,3% no Centro-Oeste e 3,9% no Norte. No ano de
16 Capítulo 3. Revisão da Literatura
2016, o número total de casos notificados no Brasil foi de 87.593. Na estratificação por
regiões, observaram-se 46.898 (53,5%) casos notificados na Região Sudeste, 21.204 (24,2%)
na Região Sul, 10.178 (11,6%) na Região Nordeste, 5.344 (6,1%) na Região Centro-Oeste
e 3.969 (4,5%) na Região Norte.(FEDERAL, 2018)
Foram notificados no SINAN 6.322 casos de sífilis adquirida no Distrito Federal, no
período (de 2012 a 2017), alcançando em 2017 um coeficiente de 52,2 casos detectados a
cada grupo de 100.000 habitantes.
O total de casos notificados no SINAN referentes à faixa etária de 15 a 19 anos
aumentou consideravelmente no período de 2012 a 2017 conforme mostra a série histórica
a seguir:(FEDERAL, 2018)
Tabela 1: Sifilis adquirida em adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos
2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total Masc 28 44 66 69 88 78 373 Fem 14 16 28 37 54
67 216 Total 42 60 94 106 142 145 589
É notório e preocupante o crescimento no número de casos de sifilis adquirida entre
os adolescentes a cada ano. A situação da sifilis adquirida entre adolescentes no Distrito
Federal é um reflexo da situação em todo o país. O Brasil vive uma verdadeira epidemia
de sifilis adquirida. O Ministério da Saúde disponibiliza testes rápidos para diagnósticos
de Sifilis e HIV nas Unidades Básicas de Saúde, porém, a educação sexual e de prevenção
ainda é bastante deficiente.
Segundo a OMS, a adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos.(ORGANIZATION,
1993)(CA, 2018) Estima-se atualmente, que há mais de 1 bilhão de pessoas compreendi-
das nesta faixa etária, representando quase 20% da população mundial. Desse total, 45
milhões de adolescentes de ambos os sexos, se encontram no Brasil segundo dados do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), discriminados no censo demográfico
de 2010.(BRASIL, 2018)
Adiciona-se a essas percepções, o fato de que, o inicio da vida sexual se dá na adoles-
cência quando ainda apresentam pouco conhecimento sobre as ISTs e têm uma percepção
equivocada sobre o risco pessoal de adquirir essas doenças. Justificando-se assim, a pre-
ocupação dos profissionais da área da saúde com a educação sexual e reprodutiva junto
a essa população objetivando a interrupção da cadeia de transmissão de forma efetiva e
imediata.
17
4 Metodologia
Projeto de Intervenção
Identificação dos Problemas
Em reunião de equipe da Área 22 da ESF Nova Carapina II, no município de Serra/ES,
discutiu-se o diagnóstico situacional em relação aos problemas de saúde mais frequentes
na comunidade, destacando-se:
- Alta prevalência de DCNT (HAS e DM)
- Alto índice de risco cardiovascular
- Drogas e violência
- Alto índice de Sífilis adquirida entre adolescentes sexualmente ativos.
Priorização dos Problemas
Utilizando-se dos princípios da: Magnitude, Transcendência, Vulnerabilidade, Custos
e Governabilidade; a equipe elegeu como prioridade para ser trabalhado o “alto índice de
Sífilis adquirida entre adolescentes sexualmente ativos”.
Descrição do Problema
A comunidade de NCII no município de Serra/ES apresenta um número elevado de
Infecções Sexualmente Transmissíveis com destaque para a Sífilis Adquirida. Existe um
alto índice de casos principalmente entre adolescentes sexualmente ativos. Em conversas
no consultório, percebe-se que a transmissão se dá principalmente por falta de informação
direcionada à essa população sobre a doença e suas formas de transmissão.
De janeiro a agosto/2018 foram diagnosticados 37 casos de Sífilis adquirida em adoles-
centes na Comunidade de Nova Carapina II. Dentre esses, 5 casos foram diagnosticados
através de teste rápido na primeira consulta de pré-natal e 32 casos por VDRL em exames
de rotina anual.
Projeto de Ação
Visando o maior alcance da população alvo, que são os alunos do 5° ao 9° ano do
ensino fundamental e do 1° ao 3° ano do ensino médio, a equipe decidiu intervir por meio
da “Educação em Saúde” nas Escolas Municipais e Estaduais de Ensino Fundamental e
Médio da comunidade por meio de:
- Palestras sobre IST com ênfase em Sífilis adquirida;
- Disponibilização de preservativos masculinos e femininos;
- Realização de testes rápidos para os adolescentes que já iniciaram a vida sexual.
Sendo realizada 1 (uma) visita mensal a escola, onde serão atendidos os alunos de
cada série separadamente conforme cronograma a seguir:
5° ano – março/2019
6° ano – abril/2019
7° ano – maio/2019
8° ano – junho/2019
9° ano – agosto/2019
1° ano – setembro/2019
2° ano – outubro/2019
3° ano – novembro/2019
Execução da Ação
A ação será executada contando com membros da equipe de saúde: ACS, Enfermeira,
Técnica de enfermagem e Médica, bem como com a Direção, Coordenação e Professores
das escolas.
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5 Resultados Esperados
Este projeto de intervenção tem como principal objetivo a prevenção de casos novos
de Sífilis adquirida na adolescência na comunidade de Nova Carapina II. Esperamos que
com a sua implantação, possamos contribuir para a diminuição nos índices de IST entre
os adolescentes dessa comunidade.
Entre os resultados esperados, estão:
Reconhecimento precoce dos sintomas da Sífilis;
Sensibilizar e captar adolescentes que já tiveram a primeira experiencia sexual;
Sensibilizar e captar parceiros sexuais;
Evitar novos casos de Sífilis entre adolescentes na comunidade de Nova Carapina II;
Conscientizar os adolescentes que ter relações sexuais seguras e o uso da camisinha
são a forma mais eficaz de prevenir a sífilis na população sexualmente ativa;
Que o uso de preservativos, masculinos e femininos, é medida preventiva não só para
sífilis, mas também para todas as outras IST;
Que ter relações sexuais com vários parceiros sem o uso de camisinha, aumenta o risco
de contrair a doença.
É de suma importância a educação permanente em saúde para informação do público
adolescente bem como da população em geral sobre as formas de contagio, sintomas,
diagnóstico e tratamento da Sífilis, bem como, as complicações que a Sífilis não tratada
adequadamente pode trazer à vida do paciente.
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Referências