CA de Mama e Tireoide

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Tutoria 1 – Câncer de mama e de tireoide (15/09/22) – Sarah Martins 1

Termos desconhecidos Fibroadenoma: bem delimitado, bordas


regulares, eixo horizontal > profundidade.
 Levotiroxina: forma sintética do T4,
principal hormônio produzido pela tireoide.  4- Suspeita de malignidade: faz biópsia,
É transformado em metabólito ativo (T3) no dividido em 4a, 4b e 4c.
fígado, como o endógeno.  4a: menor risco
 Não faz reposição direta de T3 pois tem mais  4c: maior risco
risco de superdosagem.  5- Altamente suspeita de malignidade, faz
 Tamoxifeno: modulador seletivo de biópsia
estrogênio que se liga competitivamente ao  6- Câncer com comprovação
receptor do tumor, impedindo a ação do histopatológica
estrogênio. É um antagonista competitivo.  Obs. deve-se suspeitar de BI-RADS 4 ou 5
 Por ser modulador seletivo, pode ter ação quando há nódulos espiculados e
diferente em outros tecidos que não seja o calcificações agrupadas e pleomórficas
mamário. Ex. pode ser agonista de (várias formas diferentes).
estrogênio no endométrio e aumentar o risco
de CA na região.
 1. A importância desse fármaco se deve
quando nos deparamos com um câncer de
mama que expressa receptor positivo para
estrogênio, pois isso significa que o tumor, ao
entrar em contato com o estrogênio, irá ser
estimulado (crescer) devido ao estímulo desse
hormônio.
 2. No caso de um câncer de mama que tenha
receptores negativos para estrogênio, ele não
exerce ação protetora.
 3. Deve ser usado por no mínimo 5 anos e o
efeito prolonga-se até 10 anos após o termino
do tratamento.
 BI-RADS: usado para mamografia, USG e
RM
 É um acrônimo em inglês para Breast
Image Reporting and Data System
 Padroniza relatórios mamográficos
 Classificado de 0-6, a classificação está
 TI-RADS : avalia de forma padronizada as
relacionada com o prognóstico
características de imagem dos nódulos de
 0- Inconclusivo, pode ser complementado tireoide, ajudando a decidir quais casos são
com outro exame definitivamente benignos, quais precisam de
 1- Normal, controle anual avaliação por aspiração por agulha fina e
 2- Lesão benigna, controle anual, cisto de avaliação citológica e quais exigem apenas
bordas regulares, bem delimitado, acompanhamento evolutivo por ultrassom.
conteúdo anecóico, reforço acústico  Classificação:
(benignidade), microcalcificações (sugere
benignidade).
 3- Lesões provavelmente benigna: repete
exame com 6 meses por 2-3 anos. Ex.
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 Recomendações de acordo com a


classificação:

 Iodo
 Características do US levadas em  Saudáveis- tireoide capta iodo do alimento e
consideração: composição, ecogenicidade, transforma em T3 e T4
forma, margem e focos ecogêncios.  1. É um fármaco indicado para o tratamento
do hipotireoidismo e quando faz
tireoidectomia total, pois há ausência dos
hormônios produzidos pela tireoide.
 2. Em alguns pacientes que retiram
parcialmente a tireoide, as vezes não é
necessário suplementar, pois a demanda
hormonal é suprida. Já no caso de retirada
total, deve usar toda vida.
 3. OBS: lembrar da importância da
suplementação com o cálcio nessas pacientes
na fase inicial, devido ao fato que a
paratireoide produz o PTH que regula os
níveis de cálcio e quando faz a tireoidectomia
total, os níveis de PTH caem, depois voltam
ao normal.
 4. Geralmente preserva as paratireoides na
tireoidectomia total
1- Compreender o conceito e a classificação
dos principais tipos de câncer de mama e
de tireoiode
 CLASSIFICAÇÃO DOS CARCINOMAS DE
MAMA: morfologia e aspectos moleculares
 Soma os pontos obtidos e classifica em:  Morfologia:
 0 pontos: TI-RADS 1  Localização e extensão- in situ e invasivo
 2 pontos: TI-RADS 2  Achados moleculares:
 3 pontos: TI-RADS 3  Tumores lumiais- podem expressar
 4 pontos: TI-RADS 4 receptores de estrogênio e/ou progesterona
 7 ou mais: TI-RADS 5  Tumores HER2 +
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 Tumores basais- triplo negativos  PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DE


 PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DE TIREOIDE: bem diferenciados e pouco
MAMA: carcinoma ductal invasivo ou do diferenciados
tipo não especial (80%) e carcinoma lobular  Bem diferenciados: carcinoma papilífero e
invasivo folicular
 CARCINOMA DUCTAL INVASIVO OU  Pouco diferenciados: carcinoma medular e
ADENOCARCINOMA NÃO ESPECIFICADO carcinoma anaplásico
 Corresponde a 80% dos casos e inicia-se nos  CARCINOMA PAPILÍFERO
ductos galactófaros que tem a função de  É o principal (75 a 80% dos casos).
pegar o leite produzido no lobo mamário e Geralmente aparece nas mulheres de 20 a 40
levar até os mamilos. anos.
 Tem um índice de cura alto, principalmente  1.Geralmente é uma lesão solida, de
se o diagnóstico for precoce. contornos irregulares, com infiltração do
 Área de necrose extensa acompanhando o parênquima glandular adjacente;
interior do ducto e alto grau nuclear. Tem  2. É o que tem mais relação com a radiação
maior poder invasivo. ionizante, principalmente na infância;
 Histopatologicamente: ductos proliferados,  3. Quando já está avançada, é comum a
irregulares que infiltram o estroma. Além presença de linfonodos acometidos no
disso, tem alta deposição de colágeno e pode momento do diagnóstico;
existir infiltrado inflamatório.  4. Preferência pela via de disseminação
 Geralmente não apresentam sinais clínicos, linfática;
sendo identificados na mamografia e  5. Histologicamente, apresenta os corpos
classificados em BIRADS 4, com psamomatosos (calcificações na lâmina).
microcalcificações irregulares e pleomórficas.  6. Em geral, tem um bom prognóstico e é
 CARCINOMA LOBULAR INVASIVO infrequente a morte.
 É o segundo tipo mais comum (15%);  CARCINOMA FOLICULAR
 Suas principais características são: baixa  É o segundo mais frequente, correspondendo
detecção mamográfica, possibilidade maior de 10 a 15% dos casos. Geralmente acomete
de outros focos e resistência à quimioterapia. mulheres acima dos 50 anos.
 Tem chance de cura de até 95%;  1. Tem muita associação com a deficiência de
 Apresenta a ausência da ECADERINA – iodo, sendo a reposição, um fator protetivo;
prejudica a mamografia, pois muitas vezes  É comum a invasão vascular, fazendo
não forma nódulos e calcificações. metástases por via hematogênica
 Na histologia, o aspecto é de “fila indiana”, (preferencial) para pulmão e osso.
onde as células ficam em fileiras.  3. O acometimento dos linfonodos são poucos
 Geralmente, o diagnóstico é feito pela frequentes;
palpação, onde as alterações mais frequentes  4. No geral, apresenta um bom prognóstico.
são: assimetria focal e distorção da Porém, dentro desse carcinoma existe um
arquitetura da mama. chamado de TUMOR DE CÉLULAS DE
 Apresenta positividade para os receptores HURTLE que acomete pessoas entre 60 e 75
hormonais de estrogênio e progesterona e anos que possui um mau prognóstico, com
ausência para o HER-2 e baixo índice de pouco tempo de sobrevida.
proliferação celular.  CARCINOMA MEDULAR:
 Não existe células mioepiteliais;  Originam-se das células C da tireoide
 Comprometimento dos vasos sanguíneos e (produtoras de calcitonina), podendo ocorrer
linfáticos; uma hiperplasia dessas células e um dos
 Linfócitos infiltrantes no tumor.
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sinais ser os níveis altos de calcitonina no  EPIDEMIOLOGIA


sangue.  Carcinomas são os principais tumores
 1: 20% dos casos tem associação com malignos de mama
Neoplasias Endócrinas Múltiplas  É a neoplasia visceral mais frequente e
(hereditário). principal causa de morte em mulheres no
 2: em geral, essa neoplasia se localiza entre o mundo
terço superior e médio dos lobos tireoidianos.  Frequência vem aumentando
 3: metástases para linfonodos cervicais são  BRASIL: representa 30% dos tumores
frequentes e à distância: fígado, osso e malignos em mulheres
cérebro.  Tem maior incidência na região sudeste
 CARCINOMA ANAPLÁSICO: (menor paridade, idade elevada na 1ª
 São tumores raros, altamente malignos, gestação, maior longevidade e hábitos de
compostos quase totalmente por células vida que favorecem a obesidade)
indiferenciadas.  1ª causa de morte por câncer na população
 1. Geralmente ocorre em homens mais feminina
idosos.  Incidência e mortalidade aumenta a partir
2- Entender a epidemiologia, dos 40 anos e a partir dos 60 anos, o risco é
10x maior.
fisiopatologia, quadro clínico, fatores de
 Observa-se uma queda da mortalidade,
risco, rastreamento, diagnóstico e mesmo aumentando a incidência, devido
tratamento do câncer de mama e de métodos de rastreio (mamografia), mais
conhecimentos da biologia do tumor,
tireoide
introdução de tratamentos efetivos.
CÂNCER DE MAMA
 No Brasil, perde apenas para o câncer de pele
 Principais tipos de câncer de mama:
não-melanoma e as taxas são mais elevadas
carcinoma ductal invasivo (80%) e
na região sul e sudeste e menores na região
carcinoma lobular invasivo
norte.
 Alterações epiteliais mamárias e risco de
 FISIOPATOLOGIA
desenvolvimento de carcinoma invasor:
 Hormônios
 Estrógenos estimulam a produção de fatores
de crescimento e promovem a proliferação
celular
 Tumores que possuem receptores de
estrogênio respondem ao tratamento com
antagonistas de estrogênio
 Alterações genômicas
 Inativação dos genes supressores de tumor
(BRCA1 e 2, TP53, PTEN)
 Amplificação do gene HER2, envolvido na
proliferação celular. A hiperexpressão da
proteína estimula de forma exagerada a
divisão celular. Anticorpos Anti-HER2 tem
bons resultados
 Produtos dos genes BCRA1 e 2 são
proteínas de reparo do DNA, defeito neles
permite que mutação sejam mantidas na
célula.
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 Alteração no gene PTEN, ex. inativação. O  1: receptores positivos para estrogênio;


produto do gene PTEN inibe a via PI3K-  2: receptores positivos para estrogênio e
AKT freia a divisão celular progesterona;
 Defeitos na P53 (supressora de tumor e  3: receptores positivos para o HER;
indutora da apoptose)  4: tríplice negativo: não expressa nenhum
 PTEN e P53 estão relacionados com desses receptores.
carcinomas hereditários.  A maioria dos CA de mama são esporádicos.
 Mulheres com mutação no BRCA1 apresenta Apenas 12% é por conta de mutações.
cerca de 50 a 60% de chance de desenvolver  A terapia hormonal combinada (estrogênio e
o CA. progesterona) é mais perigosa, pois pode
 Já a mutação no BRCA2 apresenta apenas estimular os tumores que tem receptores
10%. positivos tanto para estrogênio, quando para
 Hereditariedade: carcinomas hereditários são progesterona.
de 5-10%, tem mutação no BCRA1 (risco de  MENOPAUSA: os ovários param de produzir
câncer de mama, ovário) e BCRA2 (risco de estrogênio e progesterona. Porém,
carcinoma de mama em homens e mulheres, continuamos produzindo testosterona. E há
além o de ovário) uma enzima chamada de aromatase que
 Eles não possuem sítios favoritos de converte a testosterona em estrogênio, por
mutações, exceto em judeus isso que a mulher na menopausa está em
risco – importância da dosagem correta na
terapia hormonal.
 CICLO MENSTRUAL: a exposição hormonal
favorece o crescimento da mama e a
ocorrência dos ciclos menstruais. A
proliferação de células do tecido mamário a
 BCRA1: caracterizam-se por serem pouco cada ciclo causa um acúmulo de lesões no
diferenciados, possuírem margens de DNA que são reparadas. Quanto mais
crescimento expansivas, terem infiltrado reparação, mais chance de ter uma mutação
linfocitário e serem negativos para receptores genética que favoreça o surgimento do
de estrógeno e HER2. O carcinoma câncer.
de padrão medular é muito associado a  MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
mutações do BRCA 1  Nódulo palpável, muitas vezes identificado
 BCRA2: não existem subtipos histológicos pela própria paciente
associados ao BRCA 2, tumores com  Raramente ocorre aumento da mama
anormalidades nesse gene são comumente
 Pode haver dor à palpação da mama, o
positivos para receptores de estrógeno, nódulo tende a ser grande, endurecido,
ciclina D1 e p27. bordas irregulares e aderido aos planos
 Mutações germinativas em outros genes, profundos
como TP53 (síndrome de Li-  Quando há secreção sanguinolenta ou aquosa
Fraumeni), PTEN (síndrome de (“água de rocha”) é sinal de malignidade.
Cowden), ATM e CHEK2, associam-se a Além disso, quando é unilateral e uniductal
cerca de 10% dos carcinomas hereditários. ainda é mais sugestivo de malignidade
 Carcinomas não hereditários:  Anormalidades na mamografia
 Estimulação estrogênica prolongada
 Achado incidental histológico em fragmentos
 Lesões precursoras: hiperplasias ductais e de mama retirados por outra razão – doença
lobulares atípicas, carcinoma in situ benigna ou mamoplastia
 Tipos de receptores dos tumores:
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 Encontro de células malignas ao investigar  Pacientes de alto risco:


derrames papilares  Parente de primeiro grau que teve câncer
 CARCINOMA INVASIVO: se manifesta com com menos de 50 anos;
alterações cutâneas, como eritema, crostas,  Parente de primeiro grau que teve câncer nas
descamação e secreção. Muitos pacientes duas mamas;
apresentam também uma massa palpável.  História de câncer de mama em homem na
 CA DE MAMA INFLAMATÓRIO: eritema e família;
aumento da mama, geralmente sem massa,  Antecedente familiar de câncer de ovário;
aspecto com casca de laranja e secreção  Mutações no BRCA, PTEN ou P53 em
mamilar. alguém da família.
 Geralmente quando a lesão é no quadrante  Rastreamento de alto risco
superior externo, ela tende a ser benigna.  Além da mamografia pode-se usar a
 Quando há linfonodos axilares e ressonância;
supraclaviculares é indicativo de metástase.  A realização dos exames vai ser anual e deve
 FATORES DE RISCO ser feito a partir dos 30 anos ou 10 anos antes
 Idade: raro antes dos 25 anos, aumenta a do aparecimento do primeiro tumor da
partir dos 40 anos, pico entre 50-60 anos. família.
 Sexo: feminino  OBS: mamografia não vai ser um exame
 Etnia: branca muito bom nos 30 anos, pois a mama ainda é
 Estilo de vida: dieta rica em lipídeos e muito densa e ela é melhor quando a mama
gordura animal, vida sedentária, obesidade, está em liposubstituição. Além disso, o riso
consumo de álcool. de mutação é alto devido à radiação
 História familiar: mutação nos genes BCRA1 ionizante.
e2  DIAGNÓSTICO
 Influência hormonal: estimulação  Biópsia com agulha grossa e analise
androgênica de células geneticamente histopatológica.
suscetíveis.  80% dos casos é do tipo carcinoma ductal
 O estímulo estrogênico prolongado – invasivo;
menarca precoce, menopausa tardia, 1ª  O carcinoma lobular invasivo também é um
gestação tardia, após os 35 anos, aumenta o dos principais.
risco  Celularidade abundante (exceto na variante
 A mama possui receptores para estrogênio e fibrosa), atipias nucleares, nucléolo e células
responde aos seus estímulos isoladas com citoplasma preservado. Necrose
 Uso de esteroides exógenos- ainda não há um pode estar presente
consenso  O diagnóstico dos tipos especiais pode ser
 Contracepção hormonal também ainda é suspeitado em algumas situações: fundo
discutido mucinoso (carcinoma coloide), linfócitos
 Terapia de substituição hormonal também é numerosos (carcinoma de padrão medular) e
discutido células isoladas com núcleos uniformes e
 Terapia hormonal combinada pequenos, citoplasma indistinto e, às vezes,
 Lesões epiteliais proliferativas: atípicas tem com vacúolos citoplasmáticos (carcinoma
maior risco lobular).
 RASTREAMENTO  PROGNÓSTICO
 FEBRASGO: mamografia a partir dos 40  Fatores preditivos: receptores hormonais
anos, anualmente HER2
 MS: mamografia a partir dos 50 anos, a cada  Fatores prognósticos:
2 anos
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 Envolvimento axilar: metástase axilar = ou supraclaviculares, mas sem metástase à


menor sobrevida, depende do nº de distância): tratamento cirúrgico ou
linfonodos envolvidos quimioterapia neoadjuvante + cirurgia.
 Tamanho do tumor: < 1 cm- raro metástase,  Quimioterapia: feitas em paciente com um
> 3 cm- taxa de recidiva elevada e precisa risco maior, onde tem mais de 4 linfonodos
terapia adjuvante sentinela positivos, tumor maior que 5cm,
 Tipo histológico: tipo não especial e misto invasão vascular, não respondem bem a
tem piro prognóstico hormonioterapia.
 Grau histológico  Não deve fazer quimioterapia: sem
 Avaliação da resposta a terapia neoadjuvante comprometimento axilar, tumor menor que
 Índice proliferativo 2cm, sem invasão vascular e responde bem a
 Multicentralidade: existência de carcinoma hormonioterapia.
em um quadrante distinto daquele em que  Metastásticos: tratamento sistêmico –
está o tumor principal, distante no mínimo 5 quimioterapia ou hormonioterapia.
cm  Locais mais comuns de metástase: osso,
 Multifocalidade: dois ou mais tumores pulmão, fígado, cérebro e pele.
distintos localizam-se no mesmo quadrante  OBS: a mama tem a característica de causar
(em carcinomas invasivos, as lesões devem metástases tardias. Ou seja, depois de 10
ser vistas à macroscopia anos da retirada do tumor, surge a metástase
 O risco de uma mulher com câncer em uma que quando faz a biópsia, descobre que se
mama desenvolver carcinoma na mama trata de um CA de mama. Por isso, a
contralateral (bilateralidade) é cinco vezes importância do acompanhamento.
maior do que em mulheres sem câncer  MASTECTOMIA
prévio. Bilateralidade é mais comum no  Simples: retira apenas a mama.
câncer familial  Radical: tem esvaziamento axilar além da
 Não há consenso se, quando existe retirada da mama.
carcinoma em uma mama, deve-se fazer  Conservadora: tira apenas um quadrante da
biópsia da mama contralateral, exceto mama – esse tipo de cirurgia tem
quando há alguma anormalidade detectada obrigatoriamente que fazer radioterapia
por palpação, mamografia ou ressonância depois da cirurgia.
magnética.  Pesquisa do linfonodo sentinela
 ESTADIAMENTO  Primeiro linfonodo da drenagem;
 Avaliação da extensão anatômica da  Avalia se ele está comprometido para fazer o
neoplasia, empregada nas edições anteriores, esvaziamento axilar – mais agressivo.
dados biológicos (p. ex., grau histológico),  Esvaziamento axilar: axila clinicamente
imuno-histoquímicos e de expressão gênica. comprometida, linfonodo sentinela positivo e
 Estadaimento anatômico: TNM carcinoma inflamatório.
 Estadiamento prognóstico: inclui TNM  Hormonioterapia
anatômico, grau histológico do tumor e perfil  TAMOXIFENO: se o tumor expressar
de receptores hormonais e HER2. receptores positivos para estrogênio.
 Esse fármaco é indicado em mulheres na pré-
 TRATAMENTO menopausa sem supressão ovariana;
 Estágios iniciais (até 5cm, sem linfonodo  RISCOS: câncer de endométrio e
axilar e sem metástase): tratamento tromboembolismo.
cirúrgico.  Terapia ANTI-HER2: assim como existe os
 Localmente avançados (maiores que 5cm, tumores que expressam receptores
pele em casca de laranja, linfonodos axilares hormonais, tem os que expressam os
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receptores HER-2. Para isso, usa-se o  Radiação ionizante – principalmente quando


anticorpo monoclonal que é uma terapia se inicia na infância e é mais interligado com
alvo dirigida (bem especifica). EX: o papilífero, mas pode ocorrer no folicular.
trastuzumab.  Níveis de iodo na dieta – se estiver deficiente,
 RISCO: cardiotoxidade diminui a produção dos hormônios
CÂNCER DE TIREOIDE tireoidianos (T3, T4), aumentando o TSH
 Bem diferenciados: carcinoma papilífero e que é um fator de crescimento para as células
carcinoma folicular. do folículo tireoidiano, favorecendo a
 Pouco diferenciados: carcinoma medular e neoplasia.
carcinoma anaplásico.  Sexo feminino – acredita-se que na tireoide
 EPIDEMIOLOGIA exista receptores de estrogênio que ao entrar
 O CA de tireoide é a neoplasia endócrina em contato com o hormônio, favoreça a
mais comum, acometendo cerca de 40 proliferação celular.
pessoas para cada milhão de indivíduos por  Aumento dos níveis de TSH – tireoide não
ano; está produzindo os hormônios de forma
 Observa-se um aumento da incidência nas suficiente.
últimas décadas devido a melhora nos  Tireoide de Hashimoto;
exames ultrassonográficos que visualizam  QUADRO CLÍNICO
melhor a estrutura  Geralmente são assintomáticos, mas quando
 4 a 9 mortes por milhões de habitantes; há sintomas, os nódulos tireoidianos são a
 Os bem diferenciados possuem bom principal queixa.
prognóstico, com apenas 10% de chance de  Quando o tumor está em fase infiltrava, pode
recidiva; haver disfagia, disfonia e rouquidão.
 Os anaplásicos possuem pior prognóstico,  Se houver sangramento do tumor, vai haver
podendo invadir tecidos adjacentes do dor no local.
pescoço em pouco tempo.  No caso de metástases em linfonodos locais,
 A ocorrência em mulheres é cerca de duas observa-se a palpação de linfonodos
vezes maior do que nos homens supraclaviculares e cervicais.
 FISIOPATOLOGIA  PAPILÍFERO: como sua disseminação é
 Ocorre basicamente devido à desregulação de linfática, é comum ocorrer
proto-oncogenes e supressores de tumor. linfonodomegalias.
 Mutações no BRAF: protooncogene, que,  FOLICULAR: bócio de longa data ou
quando mutado, favorece o surgimento do metástases à distância (fígado, pulmão,
carcinoma papilífero – mutações nesse gene osso).
está ligada a um pior prognóstico.  MEDULAR: nódulo duro, localizado nos
 Mutações no RAS: é um oncogene que, terços superiores da tireoide, podendo haver
quando mutado, favorece o surgimento do metástases dos linfonodos locais. Além disso,
carcinoma folicular e anaplásico. é comum nesse tipo, a diarreia aquosa.
 1. Observou-se que as mutações no RAS  ANAPLÁSICO: por ser muito agressivo,
ocorrem com maior frequência nos paciente já apresenta sinais clínicos de
carcinomas papilíferos induzidos por metástases (rouquidão, disfagia, disfonia,
radiação ionizante. dispneia).
 Mutações no RET: protooncogene que,  RASTREAMENTO
quando mutado, favorece o surgimento do  Não há.
carcinoma medular  DIAGNÓSTICO
 FATORES DE RISCO  Ultrassonografia: muito utilizada para
 Genética; diagnosticar o CA de tireoide.
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 1. Microcalcificações, hipoecoico, contorno  Radioterapia;


irregular, hipervascularização  Quimioterapia;
predominantemente central, invade  OBS: em tumores anaplásicos, devido ao seu
estruturas vizinhas, largura menor que a grau de malignidade, geralmente os
altura: riscos maiores de ser uma lesão pacientes não respondem bem à cirurgia,
maligna. sendo melhor o tratamento sistêmico. Além
 2. Sugestivo de lesão benigna: nódulo disso, geralmente faz traqueostomia, pois
hiperecóico, confinado à tireoide, frequentemente há risco de asfixia pela
hipervascularização periférica ou ausente, invasão tumoral.
largura do nódulo maior que a altura dele.  Tireoidectomia total: apesar de não ser
 3. Necessário se fazer a biópsia. consenso, recomenda a fazer em tumores
 PAAF: é o método padrão ouro para maiores que 4cm em qualquer tipo
diagnóstico de neoplasias tireoidianas. histológico.
Possui alta sensibilidade e especificidade,  1. Além disso, alguns autores indicam no
principalmente pelo carcinoma papilífero. caso do carcinoma papilífero quando é
 Cintilografia de tireoide: baixa sensibilidade e superior que 2cm e sempre que houver
especificidade. Não é usado na avaliação linfonodos acometidos deve-se retirar a
inicial do tumor de tireoide. glândula.
 Exames complementares: TSH, T3, T4,  2. É preferível do que a parcial sempre que
cálcio sérico e dosagem de PTH. possível.
 OBS: quando o TSH está baixo, significa que  3. SEGUIMENTO: após a ressecção total da
a tireoide está produzindo muitos hormônios: tireoide, o paciente ficará impossibilitado de
sugestivo de nódulo benigno. produzir os hormônios. Por isso, deve usar
 Já quando o TSH está normal ou elevado, é para toda vida a levotiroxina (forma
sugestivo de nódulo maligno, onde a tireoide sintética do T4).
não está conseguindo produzir os hormônios  Tireoidectomia parcial: indicada em
de forma correta. carcinoma papilíferos menores que 1cm ou
 TRATAMENTO tumores foliculares menores que 2 a 4cm.
 O principal tratamento é a cirurgia;  Dissecação linfonodal: sempre que houver
 Em pacientes que apresentarem rouquidão acometimento e, principalmente no tipo
ou alguma alteração na voz deve ser feito medular que há um alto grau de invasão
laringoscopia para avaliar a suspeita de ganglionar.
extensão do tumor;
 Tratamento com iodo radiativo:
medicamento à base de iodo que utiliza
radiação para destruir células tireoidianas
que restaram, incluindo metástases,
funcionando como uma terapia adjuvante
(depois da cirurgia) no CA de tireoide.
 1. O iodo radiativo nunca pode ser utilizado
em gestantes, pelo uso de radiação e alto
risco de acometimento fetal.
 2. Para acompanhamento, sempre pede a
tireoglobulina a cada 6 meses e se tiver alta,
pode ser que haja restos de tecido, podendo
ser feito novamente o tratamento com iodo
radiativo, ou quimio e radioterapia.

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