B2 - Dermato

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Lara Beatriz e Marcela Facundo T14 – B.C.S.T.P.

Dermatologia
Será que é dermatite atópica? Vou ter que
Aula 01 – Dermatite Atópica observar os pais, vou perguntar para eles se
eles têm ou tiveram rinite ou asma. Asma é
INTRODUÇÃO também uma incidência bimodal
Doença hipereativa do próprio ser humano. (prevalente na infância, na adolescência
Hipereatividade em relação aos fatores do “cura” e pode voltar na vida adulta). Rinite é
próprio ambiente. uma doença mais branda, mas qualquer
Protagonistas: mastócitos, eosinófilos, contato com alérgenos respiratórios ela
basófilos e o IgE. aparece.
Hipereatividade da nossa imunidade celular ▪ A incidência de asma e rinite aumentam
e humoral. para 70% quando a DA é grave;
No mundo atual temos mais exposição a ▪ 15% têm surtos de urticária
alérgenos, comidas mais industrializadas, as Placas edematosas na pele que fazem
orgânicas têm muito uso de agrotóxicos. prurido e coça. Relacionada a ativação de
Então teremos pessoas mais atópicas, mais IgE!
alérgicas.
Eczema Atópico é sinônimo de Dermatite ETIOLOGIA
atópica. Genética:
▪ Doença cutânea inflamatória pruriginosa, de ▪ 70% têm antecedentes familiares de atopia;
curso crônico e recorrente; ▪ 79% das crianças cujos pais são atópicos
Crônica e Bimodal. Doença que tem maior tem DA;
quantidade em criança (Sistema imune em Ser atópico é uma coisa, ter dermatite
desenvolvimento). atópica é outra. Mais na frente a gente vai
▪ Resultado de complexas interações de ver critérios que fecham o diagnostico de
ordem imunológica e não imunológica, que dermatite atópica. Mas falar é que atópico
determinam que o indivíduo geneticamente eu estou falando de qualquer alergia – a
predisposto reaja anormalmente a múltiplos camarão, a medicamento...
estímulos; ▪ 58% quando 1 dos pais tem DA.
▪ No Brasil, a prevalência varia entre 8,9 e ▪ Concordância entre gêmeos
11,5%; monozigóticos72% x gêmeos dizigóticos 23%;
▪ 85% dos pacientes manifestam DA nos ▪ Identificados locus genéticos de
primeiros 5 anos e 2% após 45 anos. suscetibilidade;
Adulto pode ter? Pode. Mas o que tiver não ▪ Genes relacionados a expressão de
começou na vida adulta, foi uma criança diferentes síndromes atópicas, nível de IgE e
atópica/alérgica e continuou, pode ter citocinas reguladoras da produção de IgE;
dado uma pausa (na adolescência ▪ Mutação no gene da filagrina determina
geralmente, por conta dos hormônios sexuais xerodermia (pior prognóstico, início precoce
que inibe o fator alérgico). e persistência na vida adulta).
Principal sintomas de todos é prurido. Pode Na camada granulosa possui grânulos de
influenciam no status da altura dele. Não querato-hialina responsáveis pela hidratação
consegue dormir, gasta toda energia se da pele como vimos, nesse caso, as pessoas
coçando. Influência no cognitivo de que têm dermatite atópica não produzem
concentração. Criança gasta todo o ATP na esses grânulos. Então a pele desses
lesão de pele. pacientes é uma pele xerótica - Seca.
▪ Associação com doenças respiratórias Idoso não tem dermatite atópica mais pode
alérgicas: asma e rinite alérgica-45%; evoluir para uma xerose. Pois ele acaba

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perdendo todo o manto lipídico de ▪ Contato precoce com H. pylory ou Toxocara
hidratação da pele por conta da idade! reduz risco de DA em 60%.
Pessoas que tomam banho com água Fatores Imunológicos: Imunidade Humoral
quente também tem a tendencia a perde ▪ Doença alérgica: associação com asma,
esse manto. Qual o principal sintoma de que rinite alérgica, reações imediatas + alimentos
tem xerose? Prurido! e inalantes;
▪ A maioria dos doentes têm níveis elevados
Fatores maternos e de herança: de IgE (quando a dermatite está associada
▪ O risco de a criança desenvolver DA é maior a outras condições atópicas): 80%;
quando a mãe tem a doença; ▪ 20% dos pacientes têm IgE normal;
▪ O nível de IgE no cordão umbilical é maior Antes era utilizada para o diagnostico de
nos fetos cujas mães têm DA e não se eleva alergias. Quem era atópico tinha uma IgE
quando o pai tem a doença. muito alto. Mas agora apenas 80% têm essa
IgE alterada, mesmo assim é uma
Fatores ambientais: porcentagem alta e vale a pena pedi. Se
Crianças no dia de hoje são criadas no vier negativo não exclui o diagnóstico.
apartamento com limpeza total. Adoece por ▪ Cels B de atópicos produzem grande
qualquer coisa, muito atópico. quantidade de IgE
Quanto mais eu exponho a criança Imunidade Celular
inicialmente a fatores ambientais/alérgicos o ▪ Desgranulação contínua ou intermitente de
Sistema Imunológico da criança é bem mastócitos e basófilos liberando histamina,
desenvolvido, tem resistência, identifica o PGD2, leucotrienos C4, D4 e E4;
alérgeno. ▪ Mastócitos liberam IL-4 e IFN-Ƴ e são ativados
▪ Poluição e microorganismos; por antígenos alimentares, S aureus,
▪ Prevalência diferente em indivíduos antígeno do Dermatophagoides
geneticamente semelhantes, mas em pteronyssimus (da poeira domiciliar)
geografias diferentes;
▪ Poluentes: fumaça cigarros? Fatores Não Imunológicos:
Vou fumar perto da criança? Não, pois é um PRURIDO
alérgeno cancerígeno. Coça muito a ponto de não consegui entrar
em sono profundo. Criança irritada, chorosa,
Microrganismo ambientais – Hipótese da diminuição do peso.
Higiene ▪ Limiar reduzido nos atópicos;
▪ Exposição precoce a micróbios leva à Se caminhar ou correr e suar a criança se
maturação do sistema imunológico; coça muito o que não é normal.
Atualmente crianças intraútero podemos ▪ Mais intenso, duradouro e extenso;
ofertar medicamentos probióticos para Quanto mais coça, mas dá vontade –
dessensibilizar essa criança e ela não ser Feedback Positivo!
atópica como a mãe. Se a mãe já muito ▪ Atópicos tem episódios de prurido em todas
atópica (asma, rinite, dermatite atópica) ela as fases do sono;
pode estar fazendo essa desensibilização na Não consegue ter um sono reparador.
gravidez. ▪ Aumento de substância P, histamina e
▪ Maior frequência de alergia ao estilo de vida leucotrienos;
nas cidades ocidentais onde há menor ▪ Diminuição da inervação e desmielinização
contato com vírus e bactérias; pelo trauma da coçadura;
▪ Contato oro-fecal com micróbios tem efeito ▪ Liberação de mediadores pruriginosos pela
protetor nas doenças alérgicas, ao contrário vasodilatação.
da via inalatória; SUDORESE
A chupeta cair no chão, pega e colocar na ▪ É acompanhada de prurido no atópicos;
boca.

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▪ Queratina seca absorve o suor, se entumece e liquenificação e linearidade flexural nos
e bloqueia o ducto sudoríparo, causando adultos); relacionadas com a idade.
sua ruptura na derme; ▪ Dermatite crônica e recidivante; uma única
▪ Eliminação de alérgenos pelo suor; vez a criança é atópica, não
XEROSE necessariamente tem a dermatite.
▪ Alterações sudorais e do manto lipídico; ▪ História pessoal ou familiar de atopia.
▪ Diminuição do número de glândulas B) Critérios Clínicos Menores (3 ou mais)
sudoríparas; ▪ Asteatose; xerose
▪ Diminuição do ácido gamalinoleico, ▪ Hiperlinearidade palmar; mão com linhas
escaleno e ceramidas. ▪ Queratose pilar;
▪ Ictiose vulgar;
ECZEMA ATÓPICO É... ▪ Pregas de Dennie-Morgan;
▪ Ptiríase alba;
▪ Dermografismo branco;
▪ Palidez ou eritema facial.
▪ Início precoce de doença;
▪ Tendência a infecções cutâneas;
▪ Conjuntivites recorrentes;
▪ Tendência a dermatites inespecíficas de
mãos e pés;
▪ Curso influenciado por fatores ambientais;
Muitas vezes esse quadro não faz febre, o ▪ Curso influenciado por fatores emocionais;
que não preocupa os pais de levar a ▪ Intolerância alimentar;
criança para o hospital. A criança continua ▪ Prurido com sudorese;
brincando, comendo... ▪ Urticária colinérgica;
Doença crônica até os 12 anos – muito ▪ Enxaqueca (?)
tempo da infância. Com quadros de surtos e ▪ Hipersensibilidade ao níquel (?)
remissões. Crise e Acalmia. Não fica sempre
com as lesões. Quando terá piora?
Exposição a alérgenos. Aniversário de
criança – muita coisa artificial. Refrigerante,
doces artificiais, limpeza extrema podem
desenvolver! Pelo do cachorro, poeira da
casa, cloro da piscina. Comida tem que ser
fresca, não pode temperos prontos. Até
roupa pode desenvolver, jeans, tule – ideal Asteatose ou xerose – detalhe dos sulcos
seria 100% algodão. cutâneos. Estou na dúvida na inspeção
Tratamento difícil, tem que mudar todo o passe a mão que sente.
fator ambiental da criança. Junta toda a
família.
Necessário fazer Visita domiciliar na maioria
dos casos!

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
CRITÉRIOS DE HANIFIN E KAJKA’S
A) Critérios Clínicos Maiores ou Absolutos (3 ou
mais)
Ictiose Vulgar – extremo de pele seca.
▪ Prurido;
Camada granulosa incapaz de produzi o
▪ Morfologia e distribuição típica das lesões
manto lipídico. Essa é uma pele que não tem
(envolvimento extensor e facial nas crianças
proteção cutânea, qualquer trauma causa

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microfissuras e vira porta de entrada para
bactérias.

Mancha hipocrônica em áreas fotoexpostas


com sensibilidade (diagnostico diferencial
Queratose pilar, bolinhas no antebraço. para Hanseníase), Pitiriase Alba.
Critério menor. Cloro da piscina. Exposição solar exagerada!

Pode apresentar aspecto de lixa, xerose.


Diagnostico diferencial – micose fungoide.

COMPREENDE 3 PERÍODOS EVOLUTIVOS: NA


INFÂNCIA, PRÉ-PÚBERE E ADULTOS.
Eczema atópico infantil
Linhas de Dennie-Morgan – dupla prega. ▪ Surge a partir do 3° mês;
Hiperpigmentação – avinda da coceira ▪ Lesões vesico-secretantes-crostosas nas
ocular (150 vezes por dia). regiões malares;
Criança atópica. ▪ Pode estender-se para toda face, couro
cabeludo, nuca, dobras ou generalizar-se;
Predisposição por lesões na face e no
pescoço, eritematosas, extremamente
pruriginosas e são úmidas.
▪ Purido variável;
▪ Não liquenifica;
Rarefação do terço mais distal da ▪ Pode complicar: infecção secundária e
sobrancelha – Sinal de Hertoghe. Por conta erupção variceliforme de Kaposi;
do prurido, traumatizou a região. ▪ Evolução por surtos principalmente nos 2
primeiros anos;
▪ Pode desaparecer espontaneamente ou
persistir com manifestações discretas;
▪ “atopic dirty neck”;
▪ Generalização aguda ou vesiculação
localizada pode sugerir infecção.

Hiperlinearidade palmar, linhas pronunciadas

Placa eritematosa de aspecto úmido


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D.D: Impetigo Crostoso
Na limpeza da casa tem que lavar, não
pode subir poeira. A casa não pode ter
cortina, não pode ter pelúcia.
Criança está em crise nessa foto. A gente
pode tratar mais se ela dormir com um urso
de pelúcia volta tudo de novo. Tem que ter
controle do ambiente! Lesões em face apresenta descamação
Eczema atópico pré-puberal
▪ Pode ser continuação do eczema infantil ou
surgir alguns anos após o desaparecimento
deste;
Perpetuando o quadro de alergia pois
continua tendo exposição aos fatores
alérgicos.
Nessa fase as lesões não são úmidas, tem
BEG, mas observa-se prurido. áreas de liquenificação, tem predisposição
Placas eritematosas em região de face e por dobras. Placas em fossa cubital, fossa
tronco úmidas. Pode criar crostas. poplítea, raiz de cocha.
Aleitamento materno exclusivo é um fator ▪ Acomete preferencialmente as regiões de
protetor para alergias. dobras, face, punhos e dorso das mãos e
Anamnese mais minuciosa pés;
Já está comendo algum alimento, tomando ▪ Liquenificação com escoriações;
mingau? ▪ Fases de agudização podendo generalizar-
se;
▪ Evolui por surtos, podendo agravar-se ou
desaparecer.

Crosta amarelada.
D.D: Impetigo crostoso.
A dermatite é quadro recorrente! Placas eritematosas em espelho na região
da fossa cubital

Pele xerotica – ressecada. Microfissuras pelo Esse possui fissuras de tanto prurido.
trauma de prurido! Áreas de liquenificação.

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Liquenificação do pescoço.
Com todos os outros critérios fecha o
diagnóstico.

Criança chorosa, irritada, coçando.

Espalhamento da dermatite atópica. Várias


Crises!

Eczema atópico do Adulto (neurodermite


disseminada) 2%
▪ Atinge preferencialmente as áreas de flexão
como pescoco, antecubital, polpitea e face
(regiao periorbitaria);
Conjuntivite recorrente
Lesão em face e região de pescoço,
▪ Liquenificacao e escoriações com prurido
múltiplas crostas, pele xerótica extrema.
variável;
▪ Pele seca e descamativa;
▪ Evolui por surtos, podendo agravar-se ou
desaparecer;
▪ Pode ocorrer eritrodermia.

Manifestações menos típicas


▪ Dermatite crônica das mãos - pode ser a
única manifestação;
▪ Polpite descamativa crônica: pode levar à
distrofia ungueal;
▪ Prurigo-eczema;
▪ Eczema perioral (queilite “lip-lick”).
Placas eritematosas, pele xerótica.
Outras associações
▪ Alopecia Areata;
▪ Urticária.

Placa eritematosa, úmida com crosta em


região de punho. Relógio/Pulseira pode
desencadear.

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PROGNÓSTICO
▪ 50% têm remissão aos 10-13 anos;
Os hormônios da puberdade servem como
hormônios protetores.
▪ 40-60% tem resolução entre 10-20 anos;
▪ Prognóstico pior: DA severa, início precoce,
asma, história familiar de atopia e elevação
Placa escura (antigo) de IgE; quem possui outros quadros atópicos
▪ Risco aumentado de dermatite crônica das
mãos.

DIAGNÓSTICO
▪ Anamnese; importante para fechar os
critérios
▪ Morfotopografia das lesões; se está em fossa
Eritrodermia – ocupa 80-90% do corpo. cubital, no pescoço, na raiz da cocha, se
está só na face
▪ Presença de prurido;
▪ Cronicidade;
▪ Associação com manifestações respiratórias
atópicas-aumento da IgE.

Microfissura por causa do prurido! DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


▪ Dermatite seborreica;
COMPLICAÇÕES ▪ Dermatite de contato;
▪ Psicossocial; preconceito pensando que é Lesão expressa apenas onde teve contato
infecção transmissível. com o alérgeno, se eu não tiver mais o
▪ Atraso no crescimento; contato não vai mais aparecer
Infecções oportunistas Dermatite atópica é sistêmica, simétrica,
▪ Infecções bacterianas; bilateral
▪ Infecções virais (erupção variceliforme de ▪ Liquen simples crônico;
Kaposi, molusco contagioso); ▪ Psoríase;
▪ Anormalidades oculares (irritação ▪ Dermatofitoses;
conjuntival, ceratocone e catarata). ▪ Pitiríase Rosea;
▪ Escabiose;
▪ Histiocitose X;
▪ Acrodermatite enteropática.

TRATAMENTO
Cuidados Gerais
PROVA: Discorra sobre as orientações
fornecidas aos pacientes com dermatite
Evoluiu com infecção secundária, bilateral
atópica.
Placa eritematosa úmida
▪ Orientações;
▪ Banhos:
✓ Água fria/morna; natural
✓ 3-5 minutos;
✓ Sabonetes neutros, 1x/dia ou a cada 2-3
dias; não pode usar sabonete em barra
pois resseca a pele o ideal é usar

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sabonete líquidos ou óleos de banho para Testes cutâneos e RAST
limpeza. Os exames não são diagnósticos – o que é?
✓ Passar emoliente com a pele úmida; Critério maior e critério menor.
hidratantes – remédio, repor o que a Auxilia na descoberta do alérgenos dessa
camada granulosa não consegue. pessoa.
✓ Amido: e xícara de chá para 30L; No caso do paciente com dermatite atópica
✓ Óleos na banheira; se eles estiverem em crise dificulta, pois o IgE
✓ Em caso de infecção: permanganato de já estará alto, qualquer exposição vai reagir!
Potássio:1g:20L Criança com pele limpa dá para fazer.
✓ Se for para piscina: tomar banho de ▪ Prick-test = não tem valor diagnóstico;
ducha e usar emoliente ▪ RAST(RadioAllergoSorvent) pesquisa a
sensibilidade imediata, IgE, para grupo de
▪ Hidratação: alérgenos;
✓ Emolientes a base de vaselina ou óleos de ▪ ELISA;
amêndoas; ▪ Patch teste.
Orientar passar hidratante melecado e Medicamentos Tópicos
vestir o pijama de algodão Auxilia na crise, o principal são as
✓ Usar logo após banho com pele úmida ou orientações!
quantas x necessário; ▪ Corticosteroides:
✓ Ureia pode irritar. ✓ Medicamentos mais úteis- em todas as
▪ Vestuário: fases e idades; doença imunológica
✓ Algodão e folgadas – evitar suor ✓ Orientar pacientes sobre efeitos colaterais;
excessivo; ✓ Crianças 0-2 a: CTC baixa potência
✓ Se precisar de agasalho, este deve estar (hidrocortisona 0,5-1% 10 20d;
por cima do tecido de algodão; Principalmente de baixa potência pois vai
✓ Lavar com sabão e não detergente; ser utilizada por muito tempo possui efeito
✓ Evitar amaciantes e água sanitária. colateral – fragilidade capilar, pele fina,
▪ Corte das Unhas manchada, estrias... efeitos deletérios.
▪ Ambiente: Saiu da crise, sem lesão, mãe não usa
✓ Deve ser limpo e isento de poeiras, ácaros, mais!!! Tiro o corticoide e contínuo apenas
pelos de animais e fungos; com o Hidratante.
✓ Temperatura estável; ✓ Crianças maiores: hidrocortisona 1-2% ou
✓ Usar umidificadores de ar se o local é CE média potência;
seco; ✓ Adolescentes e adultos: CTC de alta
✓ Quarto com poucos móveis; potência;
✓ Colchão e travesseiro de espuma, ✓ Clobetasol: lesões liquenificadas;
revestidos de plástico; Se o adulto tiver uma lesão inicial não vou
✓ Evitar brinquedos de pelúcia, tapetes, começar com clobetasol muito forte
cortinas e carpetes. No SUS betametasona/dexametasona –
▪ Alimentos: média potência!
✓ Evitar leite, ovo, trigo, amedoim, soja e ✓ Pode ser diluído em creme;
mariscos; ✓ Redução gradual do corticoide;
✓ Para pesquisar alérgenos alimentares a ✓ Não há diferença em usar CTC de alta
prova mais conclusiva é de exclusão – potência em pulsos e CTC de baixa
eliminação do alimento suspeito; potência diariamente;
✓ Quando a prova de exclusão for ✓ Manutenção: CTC baixa potência
conclusiva, excluir o alérgeno; 2x/semana;
✓ Aleitamento materno até 6-12 meses ✓ Usar protetor solar.
melhora DA.

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▪ Imunomoduladores: ✓ Teofilina 300mg 2 x dia 5 dias alivia surtos,
Efeito superior ao corticoide, mas é caro, mas seu uso por longo tempo leva
não tem efeito deletério. taquifilaxia.
✓ Sua principal indicação é na DA;
✓ Atuam sobre linfócitos ativados; Fototerapia
✓ Pimecrolimus creme 1% e tacrolimus 0,03% ▪ UVB, UVB narrow-band e PUVA;
e 0,1% pomada 2xd; ▪ UVB formas leves;
Bom p/ criança, tira do corticoide e ▪ UVB narrow-band é o mais efetivo:2-3x
mantem apenas com imunomoduladores. semana.
✓ Pimecrolimus = a partir de 3 meses;
✓ Tacrolimus 0,03% criancas 2 a e 0,1% > 15a; Sedativos
✓ Não têm os efeitos colaterais dos CTC;
✓ Podem causar ardência e queimação. Psicoterapia

Medicamentos Sistêmicos Imunossupressores – dermatologista!!


▪ Corticoides ▪ Ciclosporina: 3-5mg/Kg/dia
✓ Evitar: rebote; ✓ Formas graves e resistentes;
Se o tópico já tem efeito adverso imagina ✓ Maior efeito em 2 semanas – redução
o oral. É uma doença crônica. Só usaria gradual até menor dose necessária;
para tirar da crise no máximo e com baixa ✓ Não usar com eritromicina ou em caso de
dosagem! infecção;
Síndrome de Cushing, estrias, redução do ✓ Evitar em hipertensos, nefropatas e
potássio, síndrome metabólica, diabetes, hepatopatas.
hipertensão, hemorragia digestiva alta. ▪ Metotrexato: 15mg/sem ou 2,5mg 4x/sem
✓ Indicado em pctes que não respondem a ▪ Azatioprina: 100-200 mg/dia 6 sem
outros tratamentos, prurido intenso e ▪ Micofenolato mofetil: 1,5 a 2 g/dia
eritrodérmicos;
✓ Prednisona 1-2mg/Kg/dia com redução
gradual
▪ Antibióticos:
Apenas quando tiver infecção secundária
✓ Indicado qndo houver aumento do
eritema, secreção, pústulas ou casos
resistentes ao tto;
✓ Cefalosporina ou doxiciclina 10 dias
▪ Anti-histamínicos:
✓ Indicados para controle do prurido;
✓ Sedativos à noite e não sedativos pela
manhã.
Se criança que não estiver em idade
escolar – anti-histamínico sedativo –
dorme e para de coçar. HIXIZINE
DESCLORFENIRAMINA (tem corante é rosa)
Prometazina não pode
Crianças maiores – loratadina, alegra...

▪ Imunomoduladores: só para saber que existe


✓ Talidomida: efetivo, mas faltam estudos
efeito em 3-4 semanas;
✓ INF-λ atua diminuindo prurido e eosinofilia;

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Aula 02 – Dermatozoonoses
▪ Pápulas escoriadas e ocasionalmente
pústulas e crostas são vistas em mãos,
punhos, face de antebraços, axilas, mamas,
INTRODUÇÃO baixo abdome, pregas glúteas, coxas
DEFINIÇÃO internas.
▪ Alteração de pele causada por ação ▪ No idoso, prurido intenso pode ser
temporária ou permanente de protozoários, erroneamente atribuído a pele xerotica.
insetos e larvas, como parasitas ou não, em ▪ Na criança, menores de 1 ano, lesões palmo-
qualquer fase do seu ciclo biológico. plantares, face e couro cabeludo, com
pápulas, vesículas e pústulas.
MECANISMOS DAS LESÕES CUTÂNEAS ▪ Sarna norueguesa ocorre em
▪ Substâncias tóxicas; imunodeprimidos, com placas descamativas,
▪ Contato direto com o corpo do agressor; crostosas ou com aspecto arenoso.
▪ Inoculação de substâncias tóxicas;
▪ Penetração ou permanência do agente na
pele;
▪ Lesões cutâneas localizadas ou
manifestação de uma infecção sistêmica.

TIPOS
✓ Escabiose
✓ Larva Migrans
✓ Pediculose Pápulas cor da pele ou as vezes eritematosas
✓ Miíase 2 com crostícula central. Acaro anda a
✓ Tungíase noite, quentinho, causa muito prurido – túnel
São as mais prevalentes escabiótico. Região sacral principalmente.

ESCABIOSE - Sarna
Transmissão é interhumano, não transmite do
cachorro.
▪ Sinônimos: sarna, coceira dos sete anos,
sarna sarcoptica;
▪ Definição: dermatose causada pelos ácaros
Sarcoptes scabiei. Locais quentes!
▪ Epidemiologia: Distribuicao universal. Regiões
tropicais e subtropicais.
▪ Transmitida pelo contato pessoal e menos Pápulas cor da pele e eritematosas com
frequentemente por vestimentas e roupas de crostas/microcrostas centrais em algumas.
cama.
▪ Clínica: Período de incubação de 30 dias.
Uma pessoa da família está
desencadeando, outras pessoas da família
pode apresentar sintomas depois de 30 dias.
O tratamento é com todos da casa, mesmo
sem ver essas pessoas. Todos da casa têm
que tratar!! Pápula cor da pele, prurido localizado. Não
▪ Lesão característica → tunel (galeria) é IST, pegou com contato. Adulto – corpo
escabiótico, superficial, reto ou sinuoso, com inteiro, poupa a face, palma das mãos e
até 1 cm de comprimento. planta dos pés.
▪ Erupção polimorfa com pápulas foliculares,
máculas avermelhadas (podem ocorrer).
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Acaro também pode fazer pústula.
Bebê possui infecção secundária advinda do
Pápulas eritematosas, disseminadas. prurido intenso causador de microfissuras.
Dissemina muito rápido pois tem eixo central Como sei? Edema – sinais flogísticos.
aquecido... Pode acometer o corpo inteiro
na criança.
Irritabilidade e choro, dificuldade na
amamentação.

Mesmo ácaros, porém milhões agrupadas.


Sarna Norueguesa – lesão mais grave da
escabiose. Pessoas em situações de
abandono.
Lesões de aspecto arenoso, pode não
coçar, imunomodulação – homeostase.
Você tem um paciente com sarna
Na criança pode formar nódulo – escabiose
norueguesa e entra em contato com ele,
nodular. Demora muito para diagnostico,
você não vai pegar o tipo mais grave, você
criança não sabe falar que coça.
pega a escabiose.
Pode ter em adultos também.

Criança não parava de chorar. Pensavam Pessoa hospitalizada. Iatrogenia.


que era do calor. Lesão de aspecto arenoso. Acaro não entra
Múltiplas pápulas disseminadas. na pele. Diagnóstico é clínico!!

Lembrando que na criança pode ter o Não apresente túnel e nem pápula pois o
acometimento de face e pés. acaro não consegue romper a pele, fica nas
D.D = Sífilis congênita. extremidades.
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LARVA MIGRANS
▪ Sinônimos: verme-de-praia, helmintiase
migrante, dermatite serpiginosa, bicho
geografico ou bicho-de-praia.
Cachorro e gato responsáveis pela
transmissão. Faz os dejetos na areia e a
criança brinca na areia contaminada, o
adulto anda descalço.
▪ Definição: penetração cutânea de larvas de
O Acaro fica na camada córnea, quando helmintos – gênero Ancylostoma e Toxocara
morre não se desprende, só cai quando (Ancylostoma braziliensis).
troca a camada. VERME! Dá para ver.
Passo anti-histamínico para tratar o prurido Na Escabiose tinha tuneis bem discretos
pós escabiótico. (pápulas/micropapulas com crostas centrais
cor da pele ou eritematosas). Nessa
▪ Diagnóstico: presuntivo – TTO Empírico. observamos o trajeto serpiginoso na pele,
Suspeitar em pacientes com lesões larva grande. Só tem 2 agentes que faz –
pruriginosas que pioram a noite, presentes larva migrans, larva currens (estrongiloidíase).
em espaços interdigitais, faces e flexão dos ▪ Epidemiologia: Regiões tropicais e
punhos, quadril e genitália. subtropicais, sem preferência de sexo, idade
ou faixa etária. As larvas são encontradas
TRATAMENTO em terrenos arenosos como praias e caixas
NÃO PRECISA PASSAR PERMETRINA E de areia de crianças.
INVERMECTINA, ou um ou outro.
▪ Permetrina a 5% creme ou loção – lavar após
8-12h – repetir; após uma semana se
persistência do prurido, repetir;
Pescoço para baixo por três dias
▪ Enxofre em pasta d’água ou vaselina a 5%
ou 10% por 3 dias; menores de 2 meses (RN)
▪ Ivermectina – 200 microgramas/kg; dose
usual: 12mg em dose única VO; repetir após
uma semana; 3 doses em
imunocomprometidos; exceto mulheres
grávidas. Crianças 30Kg ou 5 anos. A cada
30Kg - 1 comprimido, máximo 3 cp
▪ Desinfestação de vestimentas, roupas de
cama e banho;
Lavar roupa de casa e passar um ferro bem
quente, trocar roupa de cama diariamente,
toalha...
Associar com anti-histamínico (10 a 14 dias),
evitar prurido pós-escabiotico. Pois, mesmo
morto não desprende da pele, fica na
camada córnea. Reação inflamatória. Tem
que esperar camada córnea descamar.
Pode utilizar qualquer um que estiver
disponível no SUS. Pode evoluir com
dermatite de contato por conta dos
produtos que vão utilizar para acabar com a
coceira.
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Paciente coça, tem que ter histórico de
contato com areia em pelo menos 21 dias.
FOTO 1: interdigital – coceira gostosa.
Lesão de trajeto serpiginoso, com duas
pápulas no trajeto da superfície
FOTO 2: Criança ficou de barriga para baixo
na areia.
Época do Beach tênis – pés e mãos em
contato com a areia.
FOTO 3: Presença de pus – trajeto serpiginoso Nódulos extremamente pruriginosos
com prurido no dorso do pé com presença formados pela larva migrans com áreas de
de pústula, pus nos dígitos, feito pela larva escoriações.
migrans.
Tenho pústula e começou a doer – infecção OBS.: Maioria desses casos chegou na
secundária por prurido; Dermatologia encaminhado pela Atenção
Se tenho pústula e o sintoma predominante primária como se fosse um quadro de
é prurido – a pústula é advindas penas da Escabiose resistente, mas escabiose não
larva migrans. Processo da infestação do possui resistência ao tratamento!
verme.
Edema vem do processo inflamatório de
qualquer um dos dois.
Se eu desconfiar de infecção secundária –
associar com ATB de baixo espectro!
FOTO 4: Temos uma placa eritematosa,
como que eu sei que isso é larvas migras?
Nem sempre vou ter o trajeto serpiginoso. Ele
pode rodar e formar uma placa. Dica: olhar
o rabiscado na ponta da placa.
Se eu olhar só a placa posso fazer um
diagnostico de dermatite de contato (ainda Encaminhado como se fosse uma escabiose
vamos ter aula), o tratamento é corticoide, resistente. Sem sintomas sistêmicos, só
se eu passar vai piorar a proliferação, quebra prurido.
a barreira imunológica. Múltiplas pápulas, nódulos, cor da pele,
Média 1cm por dia – demora. fototipo 4, não está eritematoso, em região
sacral e de glúteo. Insidioso, paciente vai
deixando.
Procurar trajeto serpiginoso!!

Adolescente, com pápulas, nódulos e crostas


extremamente pruriginosa. Lesão no glúteo.
Olhem o detalhe da raiz da coxa nessa
próxima foto, tenho nódulos, pápulas,
placas. Sendo tratado com escabiose.
Trajeto serpiginoso!
Sunga; jogando bola...
Imagem maior: pápulas agrupadas, mas
andou e principalmente no seu próprio eixo.
13
O glúteo está bilateral pois provavelmente se PEDICULOSE
sentou. ▪ Definição: infestação causada por piolhos
Quem vai formar muito nódulo? (Pthinaptera).
Adolescente, pois o sistema imunológico está Muito comum na infância
bombando. ▪ Couro cabeludo – Pediculus hominis
Sist. Imuno. Maior, resposta maior; Criou Resistencia na Europa – alto
Reação inflamatória forma o nódulo. uso de ivermectina. Brasil – responde a tudo!
Imunidade demais -> Alteração do Sist. ▪ Pubiana – Pediculus pubis
Imuno -> posso ter doenças reumatológicas – ▪ Clinica→ Couro cabeludo: presença de
lúpus (linfócito T está inadequado), leucemia lêndeas e insetos adultos, além de pápulas
LLA (excesso de linfócito disfuncionante). eritematosas,escoriadas.
▪ Genitalia: pápulas eritematosas, escoriadas
▪ Diagnóstico: identificação do piolho e ovos.

Lêndeas são os filhotes de piolho, se eu


Foto 3: pústula com trajeto serpiginoso,
encontrar alguma, vai ter piolho!!
processo inflamatório leve.
180º na haste – puxo e ela sai.
Foto 1: infecção secundária mais sinais
flogísticos.
Foto 2: sunga com areia na praia.
Lesão com prurido com menos de 3 semanas
na anamnese eu vou perguntar se brincou
com areia.

TRATAMENTO
▪ Albendazol 400mg/dia por 3 dias; dose Piolho
única; Gosta de se alimentar em áreas quentes do
▪ Tiabendazol 25/mg/kg/dia por 5 dias; corpo – região occipital principalmente.
▪ Ivermectina 200 microgramas/kg, dose
única; (não é a melhor escolha – USAR
REMÉDIO PARA VERME)
Não preciso que você saiba a dose, só no
internato, quando eu colocar na prova não
vai ser um fator de confundimento – vai estar
correto. Posso colocar a classe!!
▪ Mebendazol 200mg/dia por 4 dias;
▪ Cambendazol 5mg/kg em dose única;
▪ Tiabendazol creme ou pomada a 10%.

Pápula na nuca até que se prove o contrário


é pediculose!!

14
TRATAMENTO Pediculose Pubiana
Pediculose do Couro Cabeludo ▪ Permetrina 5% loção ou creme;
▪ Permetrina loção a 5% - 20 minutos; ▪ Deltametrina, monossulfiram e malathion.
▪ Permetrina xampu a 1% - 5-10 minutos; ▪ Corticóides tópicos – lesões eczematizadas;
Deltametrina xampu ▪ Cílios: pomada de fisostigmina a 0,25% 2 X
▪ Vinagre e pente fino para lêndeas; ao dia por 10d; fluoresceína em solução a
Pente fino, tem que tirar o excesso!! 20%, única aplicação; vaselina.
▪ Ivermectina 200 microgramas/kg;
MIÍASE
Pediculose do Couro (mendigos, pessoas ▪ Sinônimo: berne.
abandonadas) ▪ Definição: infestação do
▪ Desinfestação de vestimentas, roupas de tecido humano ou
cama e banho; animal por larvas de
▪ Permetrina 5% loção ou creme; moscas (dipteros).
▪ Deltametrina, monossulfiram e malathion. Larva da mosca, aproveite feridas que já
▪ Poucos dados a respeito da Ivermectina. está aberta ou aproveita áreas de
microtraumas na pele para entrar.
▪ Epidemiologia: Distribuição universal. Regiões
tropicais e subtropicais. Área rural. No Brasil
dipteros da especie Dermatobia hominis.
▪ Clínica:
-Miiase primária: furunculóide e migratória.
Furuncolóide tem mais dificuldade – parece
um furúnculo. Migratória ferida aberta.
-Miiase secundária: formas cutâneas,
cavitárias e intestinais.

PESSOAS PISIQUIATRICAS – não toma banho, Diâmetro do centro é maior, mais gordo.
tem hidrofobia Facilidade para entrar e dificuldade de sair.
Cresce e se alimenta de queratina, restos de
pele dentro do corpo.

Paciente vai dizer que tem alguma coisa


andando dentro do corpo!!

Verme é aeróbio, respira oxigênio.


Parece um furúnculo. Fica escorrendo
No olho não trata com permetrina, vai transudato pois o verme quebra as camadas
queimar, tem uma pomada. A Dra nunca da pele. Se alimenta de restos celulares.
viu, é mais para título de informação. Sente algo se mexendo. Para 5 minutos em
frente a lesão, verme entra e sai um pouco
para respirar!!
15
Quem anda descalço!
▪ Diagnóstico: identificação da pulga
(curetagem/biópsia).

Observa-se o verme se movimentando.


Gruda esparadrapo veda o ar (24h), morre
asfixiada. Não é bom tirar com ela viva lá
dentro, tem risco de puxar e prender metade
desenvolvendo uma infecção secundária e
resposta inflamatória. Lesão em alvo pruriginosa, observa o orifício
de entrada da pulga.

A mosca pode colocar a larva em qualquer


lugar que tenha microtraumas!!

Tem que tirar todas as larvas da cavitaria.


Evolução com infecção secundária.
TRATAMENTO
TRATAMENTO
Furunculóide
▪ Extração das pulgas com agulha estéril ou
▪ Extração da larva com pinça;
cirurgia com curetagem;
▪ Vaselina, esparadrapo;
▪ Eletrocirurgia;
▪ Éter intralesional;
▪ Grandes infestações: tiabendazol 25mg/kg
▪ Antibiótico;
12/12h por 3 a 5 dias;
Migratória
▪ Ivermectina 200mcg/Kg;
▪ Tiabendazol 25mg/kg/dia VO e tópico;
▪ Albendazol 400 mg/dia por 3d;
▪ Ivermectina 200mcg/Kg.
Cutânea e Cavitária
▪ Extração das larvas com pinça após
aplicação de éter ou nitrogênio líquido.

TUNGÍASE
▪ Sinônimo: bicho-de-pé
▪ Definição: dermatose por
picada da pulga Tunga
penetrans.
▪ Clínica: Pápula
assintomática a nodulos, com centro negro,
pruriginosos e dolorosos com ulceração.

16
Aula 03 – Hanseníase
econômica do paciente devido a
improdutividade causada pela patologia.

INTRODUÇÃO
HISTÓRIA
▪ Um leproso aproximando-se adorou-o de
joelhos e disse: “Senhor, se quiseres podes
purificar-me!”
▪ Jesus estendeu a mão e disse: - Que seja
purificado! E imediatamente ele foi curado
da lepra.
▪ Mateus 8:2,3 Antigamente, esse era um dos rosto da
No Brasil, mudou-se o nome de Lepra p/ hanseníase: Placas e nódulos eritematoso de
Doença de Hansen (Hanseníase), devido o uma pessoa humilde. Então essa paciente
estigma da sociedade, afim de evitar o aqui dificilmente irá conseguir trabalho
maior constrangimento e exclusão dos devido as lesões em face, por estigma social.
pacientes. Essa é a forma mais grave de Hanseníase, é
a forma Virchowiana, essa paciente é o
CONCEITO maior agente transmissor da Hanseníase, a
“É uma doença infecciosa, crônica, de transmissão se dá através da via respiratória,
grande importância para a saúde pública por aerossol, CONTATO POR INALAÇÃO
devido à sua magnitude e seu alto poder (durante a Covid os números de casos de
incapacitante, atingindo principalmente a MH reduziram pelo uso de máscara),
faixa etária economicamente ativa” CONTATO PRÓXIMO, ÍNTIMO E DE LONGA
Doença infecciosa que é a única DURAÇÃO (3 a 4 vezes por semana), sendo
micobactéria no mundo que tem tropismo assim, para entendermos melhor, podemos
por nervos (outra micobactéria conhecida é considerar contato íntimo e de longa
a TB, no entanto, refere-se a tuberculose), e duração esse que vocês têm com os
aqui na Hanseníase nos referíamos a colegas de sala durante esses anos de curso
micobactéria Mycobacterium leprae que é na mesma sala. Já a professora que tem
o mal de Hansen. conosco apenas 01 encontro 4 vezes por
- Quando estivermos em prática e pedirmos semana não se considera um contato íntimo
hipótese diagnóstica, não diremos e prolongado, embora seja prolongado pela
Hanseníase porque assusta o paciente, duração da aula, mas não é um contato
utilizaremos um termo chamado MH (mal de íntimo porque 1 vez por semana, logo, a
Hansen), vimos que Pitiríase versicolor, transmissibilidade é baixa, do contrário,
Pitiríase Alba (dermatite atópica) é uma teríamos um risco maior se fosse um contato
mancha hipocrômica e pode confundir, de igual forma, porém, uma disciplina com
porque todas são diagnósticos diferenciais duração de 01 ano.
de Mal de Hansen em fase inicial. Portanto, A paciente acima, por mais que não
utilizaremos o termo MH na frente dos soubéssemos que é Hanseníase, sabemos
pacientes para não assombrá-lo, da mesma que ela tem alguma coisa (lúpus,
forma, que utilizamos Neo (neoplasias), AIDS hanseníase, alguma coisa ela tem), essa aqui
(SIDA), são códigos de conhecimento para é a fase final da Hanseníase, não podemos
falarmos em nosso meio de aprendizado, diagnosticar nessa fase porque aqui ela já
mas não falamos para o paciente. tem, pelo menos, 10 anos de doença, então
É uma doença que geralmente não mata, há 10 anos ela está infectando as pessoas
mas é incapacitante, porque tira o indivíduo ao redor dela que tem contato íntimo e
do meio de trabalho dela, porque perde a prolongado.
força e acaba incapacitando, tirando a
vitalidade da pessoa, atingindo a vida
17
então as pessoas abusam dessa droga e
esquecem que ela causa neuropatia
também, é a pessoa que bebe todos os dias
que tem neuropatia diabética.
- QUAL A 3ª CAUSA DE NEUROPATIA? MAL DE
HANSEN (Hanseníase).
Então dx diferencial, teremos que pensar nas
duas primeiras causas para então excluir MH.
No caso da senhora da 1ª imagem não é
Paciente tem a mão em garra (perda do necessário já que vamos olhar para ela e
neurônio sensitivo e depois do neurônio veremos que ela não é alcoólatra.
motor), observa-se que tem todos os dedos
amputados, deformidades importantes, esse
paciente é aposentado pelo INSS com 1
salário mínimo, tendo que receber apoio e
perdendo a sua capacidade laboral.
Paciente teve hanseníase na adolescência,
sem diagnóstico correto, 30 anos doença,
perdeu os dígitos por amputação (pessoa
com 40 e poucos anos que deveria estar
bem ativo no trabalho e não sai de casa por
constrangimento e por se sentir incapaz).
Diagnóstico nessa fase não adianta mais,
visto que já passou o momento ideal, nessa
fase o próprio leigo faz o diagnóstico, não se
pode realizar dx tardio, na Hanseníase
quanto mais cedo for o diagnóstico menor
as chances de o paciente ter sequelas. A
partir do momento que causa deformidades,
não há reversão, ou seja, é inexoravelmente
A hanseníase é uma doença
para frente, a Hanseníase é que ela tem
infectocontagiosa crônica de evolução
tropismo por nervos, desta forma, ela destrói
lenta, que acomete principalmente a pele e
os nervos periféricos, sua principal
os nervos periféricos.
característica clínica é a ausência de
sensibilidade, o paciente no local dos
acometidos tem dormência, ele inicia com
hipoestesia e evolui para anestesia local.
- QUAL É A OUTRA DOENÇA QUE INICIA COM
HIPOESTESIA E DEPOIS EVOLUI PARA
ANESTESIA? A primeira do mundo que tem
essa neuropatia periférica é a DIABETES,
temos uma maior quantidade de diabetes
causando dormência, mas é uma O diagnóstico é ideal nesta fase, quando
dormência mais periférica, então tem-se o observa-se mancha hipocrômica,
aumento da glicose no corpo inteiro, então hipoestésica ou anestésica, então, MANCHA
o paciente vai ter dormência nas mãos, HIPOCRÔMICA COM AUSÊNCIA DE
periférico, principalmente nos pés, não tem SENSIBILIDADE, só com isso já podemos iniciar
dormência local. o tto do MH sem exame algum, e é
- QUAL A 2ª CAUSA DE NEUROPATIA importante que o paciente seja
PERIFÉRICA MAIS PREVALENTE DO MUNDO? diagnosticado nessa fase porque aqui ele
Alcoolismo, o álcool é uma droga liberada, fica curado e sem sequelas, ou seja, não fica
18
com deformidades, não evolui para mão em algodão e realizar o teste. Neste caso, não
garra, não tem dano neural importante, não tem dano neural tão importante, mas já tem
evolui para amputações e não transmite fibras que foram acometidas e que
(paciente que tem essa lesão hipocrômica resultaram na ausência da sensibilidade
pegou de alguém, então vamos tratar esse térmica;
paciente que contraiu o MH e faremos a 2) SENSIBILIDADE DOLOROSA – Na UBS pode
busca ativa de quem transmitiu – podendo utilizar a tampa da caneta bic e pressionar
ser algum familiar). Por que no Brasil é uma com um pouquinho de força contra a lesão
doença tão antiga que não conseguimos e o paciente não irá sentir o estímulo
curar? Porque o paciente não trata, doloroso;
confunde com outras patologias, por não 3) SENSIBILIDADE TÁTIL – Aqui pode ser feita
sentir nada e não incomodar acaba não com a mesma tampa da caneta, da mesma
procurando atendimento, essas pessoas são forma, ou pode apenas tocar a lesão e
aquelas que vão em busca de outro perguntar ao paciente se estamos tocando
atendimento e acabamos diagnosticando ou não a lesão para ver ser ele consegue
por perceber a presença da mancha sentir e responder, se ele responder que não
hipocrômica e realizarmos os testes de sabe, logo, ele não sente. Só isso é suficiente
sensibilidade, mas em geral os pacientes não para iniciar o tto, então o dx é clínico.
buscam atendimento logo no início. A sensibilidade é perdida nessa ordem.
Nervo uma vez necrosado, ele não regenera
(quando vimos o que o Vírus da Varicela
Zoster necrosava o nervo – a neuralgia pós-
herpética o paciente fica com dor o resto da
vida, então o paciente pode ficar depressivo
ou tem pacientes que cometem suicídio).
Por isso que quanto antes realizar o
diagnóstico, melhor para o paciente.
- QUAIS OS DX DIFERENCIAIS? Pitiríase
Diagnóstico tem que ser realizado nessa fase. versicolor; Pitiríase Alba.
Chegou paciente com mancha
hipocrômica se descartados os dx
diferenciais de Pitiríase Versicolor, Pitiríase
Alba, toda mancha hipocrômica tem que
ser feito o teste de sensibilidade
Faremos teste de sensibilidade, então a
primeira que vai alterar é:
1) SENSIBILIDADE TÉRMICA – (o paciente
deixa de sentir o que é quente ou frio) – na
unidade de saúde isso é feito pelos médicos
generalistas, não é para ser pelo
EPIDEMIOLOGIA
dermatologista, o tto está disponível na rede
Prevalência
pública e atendimento nas UBS, assim, o
▪ 1 caso/10.000 habitantes → país endêmico
médico pode pegar um chumaço de
algodão, umedecer no álcool que é frio,
AGENTE ETIOLÓGICO
paciente com olhos fechados, examinador
▪ Mycobacterium leprae ou
encosta o algodão na pele do paciente e
Bacilo de Hansen
pergunta se está frio ou quente, se o
▪ Parasita intracelular
paciente responder que não sabe, entende-
obrigatório – Ex: Se a pessoa
se que ele perdeu a sensibilidade térmica,
tussir próxima a outra, provavelmente irá
de igual forma, o médico pode amornar um
contrair o bacilo pelo ar, no entanto, se ao
água na copa da UBS e umedecer o
tussir em ambiente livre e aberto sem que
19
haja pessoas próximas, o bacilo irá morrer
porque ele não é capaz de sobreviver no
ambiente externo, então o contato é
inoculação. MODO DE TRANSMISSÃO
▪ Tempo de multiplicação: 11 a 16 dias – A
multiplicação do bacilo é lentíssima, leva
anos, então para aparecer a mancha leva
anos. Então crianças abaixo de 2-3 anos é
muito raro, dificilmente será hanseníase
porque o bacilo demora anos para se dividir.
Para uma criança de 3 anos ter uma
Inoculação em ambientes fechados que são
mancha hipocrômica ele só pode ter
propício para o desenvolvimento do bacilo.
contraído o bacilo quando era recém-
- Dr. Sinésio Talhari, brasileiro, atualmente é o
nascido, são poucos os casos evidenciados,
maior pesquisador de Hanseníase no Brasil e
mas existem alguns, como por exemplo, o
no mundo – Tto de Hanseníase mudou por
caso da criança mais jovem já registrada no
conta das pesquisas realizadas por ele.
Brasil foi diagnosticada aos 3 anos, e desde
recém-nascido ficava frequentemente no
DEFINIÇÃO DO CASO
colo da avó e acabou contraindo o bacilo.
▪ COMO FALAREMOS É HANSENÍASE?
A média no Brasil é de 5-6 anos, antes disso
▪ Lesão ou área de pele com alteração da
tem que ser uma carga bacilar muito
sensibilidade; Exclui-se DM e Alcoolismo.
grande, como no caso dessa criança de 03
▪ Comprometimento de troncos nervosos
anos.
periféricos ou perda da sensibilidade em
▪ Então a paciente na fase Virchowiana (fase
palmas e plantas; É possível palpar os nervos
final), o mínimo de doença que ela tem são
sempre comparando um lado com o outro,
10, 15, 20 anos, porque é uma doença muito
se um estiver mais espesso que o outro já é
antiga e demora.
um critério diagnóstico e já é autorizado
▪ Somente 1% permanece viável no meio
iniciar o tto, geralmente, após visualizar a
ambiente por até sete dias – muito difícil
lesão aí que realizamos a palpação dos
desenvolver hanseníase em ambiente
nervos.
aberto, não é capaz de transmitir;
▪ Baciloscopia positive. Raspado do pavilhão
▪ Alta infectividade e baixa patogenicidade –
auricular, cotovelo ou joelho é feito nessas
Significa dizer que se na nossa sala de aula,
áreas para encontramos na linfa os bacilos.
tem alguém com hanseníase e temos um
Quando percebemos só alteração da
contato íntimo e prolongado, a maioria dos
sensibilidade cutânea é mais fácil do que
que estão em contato vão contrair o Bacilo
essas outras, porque aqui na Baciloscopia é
de Hansen, mas nem todos vão evoluir com
necessário um técnico da enfermagem
a doenças, porque 95% da população tem
treinado, e a palpação do nervo não é feita
baixa patogenicidade, sendo assim, a
em todos os pacientes, somente quando se
maioria da população tem uma resistência
nota alteração cutânea.
natural contra o bacilo de Hansen e apenas
DM e Alcoolismo, embora sejam Dx
5% irá evoluir com a doença. (Disse que é
diferenciais, não vai formar o nódulo ou
questão de concurso)
placa, e sim outras alterações, como
▪ Não cultivável
síndrome metabólica, obesidade, úlcera,
▪ Metabolismo pobre
então as lesões são diferentes.
▪ PGL-1 (antígeno) – É utilizado para teste
rápido de hanseníase, mas não é como um
CLASSIFICAÇÃO
teste de Covid, não é porque deu negativo
Classificação de Rabello/Madrid
que de fato é negativo, é preciso saber
Existem duas classificações, que são
interpretar os testes.
didáticas, para sabermos em que fase da

20
Hanseníase o paciente se encontra. Existem MHI, tratamos o paciente e buscamos pelo
essas duas classificações porque a acurácia transmissor da doença, só que nesta fase já
das lesões é para qualquer profissional de ficam sequelas;
saúde identificar, já que tem medicos que ▪ HDT – Hanseníase Dimorfa Tuberculóide ou
deixam passar batido o dx, existem outros MHBT – No livro que utilizamos está como
profissionais que com mais atenção podem Dimorfa, mas existe alguns trechos que ele
identificar e fazer o diagnóstico. troca e chama Boderline (“em cima do
muro”), são termos sinônimos. O D pode ser
CLASSIFICAÇÃO DE RIDLEY E JOPLING substituído por B, dependendo do autor,
Essa classificação é para médicos, mais podendo ser MHDT ou MHBT – Mal de Hansen
complexa, mas diminui as chances de erro Dimorfo-Tuberculóide ou Boderline-
de diagnóstico e classificação. Vimos que Tuberculóide – Significa dizer que a doença
qualquer alteração de pele e sensibilidade, está no meio do caminho, está progredindo,
até que se prove o contrário, é hanseníase, mas ainda não progrediu completamente,
mas o diagnóstico vai além disso, é também isto porque, temos o Polo Tuberculóide e o
saber se essa pessoa tem uma lesão Polo Virchowiano, sendo que o V é a última
transmissível ou se pegou de alguém, fase da doença, é a que transmite, a que
quebrar o ciclo da doença na vida das deforma, a que amputa (HV). Quando tem-
pessoas. se Dimorfo, significa que tem características
clínicas tanto da fase anterior quanto da
A primeira classificação: próxima fase, ainda não fechou uma
▪ Quando não transmite, chama-se característica clínica definida, por isso “em
PAUCIBACILAR = Poucos bacilos. É cima do muro”. A partir da MHDT todos os
importante saber se o paciente é pacientes transmitem a doença e são
PAUCIBACILAR ou MULTIBACILAR no tto, chamados MULTIBACILAR porque tem muitos
porque são diferentes, e o tto de um bacilos;
paciente paucibacilar não será efetivo para ▪ HDD – Hanseníase Dimorfa-Dimorfa ou HBB –
um paciente multibacilar, visto que, este Hanseníase Boderline-Boderline – paciente
ultimo tem muitos bacilos, é preciso saber a tem tanto características do HI, do HT, então
fase para tratar o paciente de maneira está no meio do caminho, e transmite, esses
adequada. são os que temos que tratar mais rápido
▪ HI – Hanseníase Indeterminada: No livro tem ainda porque está transmitindo para toda
MHI (Mal de Hansen Indeterminado) – essa comunidade dele.
fase na clínica corresponde à MANCHA
HIPOCRÔMICA – fase I, inicial. O paciente
não tratado e não diagnosticado, maioria
dos casos, evolui para fase II – Aqui o
paciente não transmite, aqui ele contraiu a
doença, sendo que esta é a única fase que
não deixa sequelas; CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL (OMS)
▪ HT – Hanseníase Tuberculoide ou MHT – nessa Essa classificação é para médicos,
fase a lesão elementar deixa de ser uma enfermeiros, técnicos de enfermagem,
mancha hipocrômica e evolui para uma qualquer profissional da saúde. É mais fácil,
placa (a cor da placa varia de acordo com porém, mais falha.
a cor do paciente), sendo a fase II, em Paucibacilares
algumas pessoas isso pode ser de 3 a 5 anos, ▪ Até cinco lesões;
mas isso vai depender da carga bacilífera a ▪ Baciloscopia negativa – não transmite.
qual o paciente inoculou, se alta ele pode ▪ (Pacientes HI, HT e maioria dos HBT – nesses
desenvolver em 2 a 3 anos. Paciente não pacientes HBT é necessária a baciloscopia
tratado evolui – Aqui o paciente também porque se eles estiverem numa fase recente
não transmite, então é a mesma coisa que a em que evoluíram para HBT então vão ter
21
mais lesões da fase anterior HT, mas se imagem, em que basicamente não se
estiverem a muito tempo na fase HBT/HDT percebe a mancha, é bem discreta, por isso
quer dizer que terão mais lesões da fase que na maioria dos casos tem evolução.
seguinte, HDD, essa por sua vez, não tem
dúvida de que é Multibacilar, porque a HDD
já possui muitas lesões)
Multibacilares
▪ Mais de cinco lesões
▪ Baciloscopia positiva – transmite.
▪ (Pacientes HB e HV)
A principal falha dessa classificação era que
ao se consultar, só eram contadas as lesões
mais visíveis em áreas mais expostas, não se
contava lesões em áreas menos visíveis É preciso uma expertise grande para
como glúteo ou que ficam em região da conseguir identificar a lesão, porque às vezes
cueca, porque o paciente não retirava a é muito difícil de visualizar os limites da
roupa, e aí eram contadas menos lesões do mancha.
que realmente tinham, principal falha era o Ex: teve uma professora que deu o
número de lesões, então acabava tratando diagnóstico da criança, porque durante as
o paciente como PAUCIBACILAR e o aulas, percebeu que um de seus alunos que
paciente era MULTIBACILAR, e aí o fazia todo tinha a caligrafia bem-feita, passou a ter a
o tto e continuava transmitindo porque não escrita trêmula, e isso chamou a atenção da
era efetivo para a quantidade de lesões que professora, porque a hanseníase estava
o paciente de fato tinha. acometendo o nervo.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
▪ Hanseníase indeterminada - MHI
▪ Hanseníase tuberculóide - MHT
▪ Hanseníase dimorfa ou bordeline
✓ MHBT
✓ MHBB
✓ MHBV
▪ Hanseníase virchowiana – MHVV – Face
leonine. Aqui tem acometimento do nervo, mas ele
▪ Estados reacionais se mantem em formato circular, embora
✓ Reação tipo 1 tenha acometimento do nervo, ainda não
✓ Reação tipo 2 há destruição do nervo, por isso que nessa
fase é preciso realizar o diagnóstico, porque
HANSENÍASE INDETERMINADA o nervo mesmo que atingido ainda se
mantém e há como recuperar.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
▪ Pitiríase versicolor
▪ Pitiríase alba
▪ Dermatite seborréica
▪ Dermatose solar hipocromiante
▪ Hipocromia pós-inflamatória – repuxa a pele,
A mancha, muitas das vezes, é difícil a marca, mancha.
visualização dependendo da área ou até ▪ Nevos
mesmo da lesão, que é o caso dessa ▪ Vitiligo – pode começar hipocrômico;
Aqui todos tem sensibilidade preservada.
22
HANSENÍASE TUBERCULÓIDE principalmente quando se realiza teste de
sensibilidade porque a criança não
compreende, não sabe relatar direito o que
está sentindo, então quando é muito
criança, geralmente, se associa à Biópsia de
pele, o diagnóstico é clínico, mas a criança
quando muito pequena não entende, neste
caso também observa-se os familiares da
criança porque ela com certeza contraiu o
bacilo de algum familiar.
Não tratada a MHI/HI, evolui para MHT/HT
que tem lesão com PLACA ÚNICA com a FORMA NEURAL PURA
borda mais definida, pode ter mancha
hipocrômica, mas já tem placa única no
corpo do indivíduo.
Aqui não há transmissão, mas tem um grau
de sequela.
Não pode ser Tínea corporis porque na Tínea
há prurido.

Paciente não tem lesão, mas tem ausência


de sensibilidade, tem dormência. Não é
diabético, nem alcóolatra, então a terceira
causa só poderia ser Hanseníase.
Essa forma neural pura, não há lesão visível,
ainda não deu tempo de formar lesão de
pele, então o paciente só tem alteração
Placa levemente eritematosa – paciente
neural.
fototipo mais claro.
Se “enfiar” uma agulha o paciente não
▪ Necrose caseosa do nervo (pseudo-
sente nada.
abscesso de nervo)
Dx Diferencial – Tínea corporis, Lúpus discoide
(rosto).

NA INFÂNCIA

PLACA ÚNICA COR DA PELE COM Vimos que na HI o nervo ainda fica
ALTERAÇÃO DE SENSIBILIDADE – até que se preservado, já aqui na HT há necrose
prove o contrário – É HT. caseosa, tem necrose neural, então aqui já
Na imagem da criança, é um nódulo único – existe sequelas, e embora só exista uma
acurácia na criança é bem difícil,
23
placa, ela vai lesionar o nervo da região Pavilhão auricular infiltrado.
atingida e o paciente irá perder a força D.D = Lobomicose.
naquela área, tendo alteração motora, e Nesse caso o paciente não tem
mesmo fazendo fisioterapia o nervo não será sensibilidade!
recuperado, a fisioterapia irá servir para
fortalecimento muscular.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
▪ Dermatofitose – Fungo;
▪ Dermatite seborréica
▪ Lúpus eritematoso discóide
▪ Esclerodermia em placa
▪ Granuloma anular
▪ Sífilis
▪ Sarcoidose
▪ Sarcoma de Kaposi Nódulos cor da pele, pápulas e placas na
▪ PLECT região frontal, malar.
▪ Pitiríase rósea de Gibert Pavilhão auricular edemaciado.
▪ Necrobiose lipoídica

HANSENÍASE VIRCHOWIANA

Pápulas cor da pele disseminadas, mesmo


caso. Teste de sensibilidade positivo.
Multibasilar pela quantidade de lesão que
tem!
Facie leonina. Grau máximo da hanseníase,
contamina todo mundo, infiltração cutânea,
alto grau de bacilos. Transmite!!
Pápulas eritematosas assintomáticas.

Múltiplas manchas e maculas hipocrômicas


no dorso e membros superiores.

Rarefação do terço distal da sobrancelha,


muito bacilo no nervo, não manda mais
estímulo para nascer o pelo. Deixa de suar
também!
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Pápulas e nódulos discretos.
É hanseníase indeterminada? Pela
classificação da OMS quantas lesões ele
tem? Mais de 5. Multibacilar, várias lesões.
Transmite a doença. HBV ou HB!

Bastante placas. Perna infiltrada –


multibacilar – transmitindo!
Paciente virchowiana – mais com lesões
Pápulas, nódulos, discretamente
discretas!!
eritematosos.
Perguntaram como houve o diagnóstico?
observou o número de lesões e a extensão
das lesões – placas eritematosas no corpo
inteiro.

▪ “Facies leonina”
▪ “Mãos suculentas”
▪ Mucosa nasal

VARIEDADE HISTÓIDE DE WADE


Placas no peitoral; punho com infiltração
MULTIBACILAR!

Joelho com infiltração pela quantidade de


bacilos. Paciente não possuía mais força.

Como fica o nervo? Acabou, não encontra


Placa levemente eritematosa em tórax nada. Apenas o bacilo, tem tanto que
anterior. necrosou tudo! O que acontece quando
25
não tem? Não sente absolutamente nada.
Começam a ter infecção secundária de
repetição.

Múltiplas placas em região dorsal.

Tudo acidófilo é bacilos – alta Placa eritematosa com brotamento saindo


transmissibilidade! da placa central – não classifico como MHT.
Mesmo tendo uma única placa. Se tiver uma
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL única placa com brotamento já posso
▪ Sífilis secundária classificar Borderline Tuberculoide.
▪ Farmacodermia
▪ Eritema nodoso
▪ Leishmaniose anérgica
▪ Doença de Jorge Lobo
▪ LES
▪ Xantomatoses
▪ Neurofibromatose
▪ Lipomatoses
▪ Linfomas, leucemias
▪ Alterações congênitas, hereditárias ou
adquiridas das sobrancelhas

HANSENÍASE BORDERLINE-TUBERCULÓIDE
Disse que não ia colocar para a gente essa
diferenciação, só mais os extremos.
Qual a lesão elementar da forma Placa única eritematosa com centro mais
turberculóide? Placa. Se eu tenho mais de claro e com brotamento saindo da placa
uma forma eu deixo de ser HT e vou para o maior, sem sensibilidade.
dismorfismo. Só a placa única MHT, como tenho
brotamento MHTT ou MHBT.
Necessita baciloscopia para decidi se é multi
ou pauci.

26
Impinge era o diagnóstico do médico
anterior, mas coceira que o paciente sente é
da pele xerótica. Lesão em queijo suíço em hipocôndrio
Múltiplas lesões. Placas levemente direito, múltiplos nódulos e placas. Lesão
eritematosa. Tratou como multi. mais avançada, no caminha para ser uma
HV.

Placa com centro poupado, mas não


significa que não tenha bacilo.
Multibasilar.
Bordenaline Tuberculoide (brotamento)!
Lesões em queijo suíço.
HANSENÍASE BORDERLINE-BORDERLINE Mais velho, muito tempo de doença.

HANSENÍASE BORDERLINE-VIRCHOWIANA

Quando pensar em virchowiana? Quando


Lesões de placas mais infiltradas. Coloração misturo tudo! Queijo suíço com nódulo, com
vinhosa do eritema, com centro mais caro. placa e lesões mais disseminadas. Maior
LESÃO EM QUEIJO SUIÇO. Tem bacilo menos estágio. Carga bacilar alta, transmite para
na área clara. É uma lesão avançada – todo mundo!!
Multibacilar – transmite!!
BCG – ajuda a prevenir formas da
hanseníase;

27
Hsgdshdgs

Nódulo, placa, está querendo formar queijo


suíço, já caracterizo como virchowiana ou
borderline virchowiana. O que eu faço além
de olhar as lesões de pele? Ver se tem
sensibilidade, vou olhar espessamento,
palpar o nervo dele!!

EPISÓDIOS REACIONAIS
Shdshds
➢ Reação tipo 1 ou reversa
➢ Reação tipo 2
➢ Fenômeno de Lúcio

FATORES PRECIPITANTES
▪ Gravidez
▪ Parto
▪ Puberdade
▪ Infecções intercorrentes
▪ Vacinações
▪ Cirurgias
▪ Iodeto de potássio Jshdjsdhsjd
▪ Estresse físico e/ou psicológico

REAÇÃO TIPO 1
▪ Reação de hipersensibilidade celular – tipo
IV de Gell e Coombs
▪ Reações mais precoces quanto mais
próximas do pólo tuberculóide
▪ Lesões pré-existentes edemaciadas,
eritematosas e vinhosas
▪ Sensibilidade aumentada
▪ Manifestações sistêmicas – pouca freqüência Kshdsjhdsj
▪ Edema de mãos, pés e face
▪ Neurite REAÇÃO TIPO 2
▪ Síndrome de imunocomplexos
▪ Multibacilares
▪ Maior prevalência:
✓ Índice baciloscópico > 4,0

28
✓ Mais que cinco troncos nervosos
espessados
✓ Maior número de lesões cutâneas
nodulares
✓ Infiltração difusa
✓ Anti-PGL-1 IgM positivo
▪ Sintomas gerais
▪ Eritema nodoso hansênico
▪ Reação tipo eritema polimorfo
▪ Neurite
▪ Orquite
Jsdsjdh
▪ Irite e episclerite
▪ Agravamento dos sintomas das vias aéreas
superiores
▪ Edema e dor de mãos e pés
▪ Mãos e pés reacionais
▪ Função renal

Idshdishd
Jdhsjdh

Jsdshdgshd

Jshds

FENÔMENO DE LÚCIO

Jsgdhsgd

29
JZGXJZXJ

KSHDSJDH
MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS
▪ Invasão bacilar
▪ Infiltração celular
▪ Isquemia
▪ Espessamento do nervo
- Infiltrado Celular;
- Edema
ISQUEMIA
▪ Distúrbios sensitivos KSHDJSHDS
- Hiperestesias
- Anestesias NERVO MEDIANO
▪ Distúrbios motores ▪ Musculatura extrínseca da face anterior do
- Paralisias antebraço
- Amiotrofias ▪ Restante da musculatura intrínseca da mão
▪ Deformidades secundárias
- Calosidades ▪ Paralisia ulnar-mediana: amiotrofia das
- Fissuras regiões tênar e hipotênar
- Ulceração ▪ Queda do polegar
- Reabsorção óssea ▪ Mão plana ou convexa → mão simiesca
- Queda dos pêlos corporais ▪ Mão em garra
- Ceratite
- Conjuntivite

KSHDJSHD

30
▪ Lesão (ões) ou área de pele com alteração
da sensibilidade
▪ Comprometimento de troncos nervosos
periféricos ou perda da sensibilidade em
palmas e plantas
▪ Baciloscopia positive

PESQUISA DA SENSIBILIDADE
SKDHJSD ▪ Sensibilidade térmica
▪ Sensibilidade dolorosa
▪ Sensibilidade tátil
▪ Teste com estesiômetro

KSKSDJKSD

DEFORMIDADES SECUNDÁRIAS
Mal perfurante plantar

Jsdhsjd

OUTROS NERVOS KSDJSJHD


▪ Facial
- Paralisia facial
- Lagoftalmo
▪ Trigêmio
- Anestesia da face, córnea e conjuntiva
▪ Auricular

DIAGNÓSTICO
▪ Pesquisa da sensibilidade
▪ Baciloscopia
▪ Teste de Mitsuda
▪ Histopatologia PROVA DA PILOCARPINA
▪ Testes sorológicos Sudorese
▪ Diagnóstico molecular
BACILOSCOPIA
DEFINIÇÃO DO CASO ▪ Lóbulos auriculares
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▪ Cotovelos
▪ Duas lesões infiltradas (ou joelhos) CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL PARA FINS
▪ Resultados TERAPÊUTICOS
✓ Escala logarítmica de Ridley modificada ▪ Paucibacilares: casos com até 5 (cinco)
- Negativo (0) ou positivo (+ a 6+) lesões;
✓ Índice baciloscópico - MHIe MHT
✓ Índice morfológico ▪ Multibacilares: casos com mais de 5 (cinco)
✓ Atualmente → positivo ou negativo lesões na pele
- MHB e MHV
TESTES SOROLÓGICOS
▪ Anti-PGL-1 ESQUEMA PQT – U (JULHO 2021)
▪ Sensibilidade ▪ Rifampicina: 600 mg/mês – supervisionada
- MB- 80 a 90% ▪ Dapsona: 100 mg/dia – auto-administrada
- PB – 30 a 60% ▪ Clofazimina: 300 mg/mês supervisionada e 50
▪ Especificidade mg/dia auto-administrada
- 98% ▪ Duração do tratamento: 6 doses
▪ Ultilidade supervisionadas
- Classificação ▪ Critério de alta: 6 doses supervisionadas em
- Estudos prospectivos em contatos até 9 meses
- Ensaios com novas drogas
ESQUEMA MULTIBACILAR (PQT-U)
DIAGNÓSTICO MOLECULAR ▪ Rifampicina: 600 mg/mês supervisionada
▪ PCR ▪ Clofazimina: 300 mg/mês supervisionada e 50
▪ Investigações científicas mg/dia auto-administrada
▪ Detecção de mutações do M. leprae, ▪ Dapsona: 100mg/dia auto-administrada
resistentes às drogas utilizadas nos esquemas ▪ Duração do tratamento: 12 doses
PQT supervisionadas
▪ Critério de alta: 12 doses supervisionadas em
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA até 18 meses

EFEITOS ADVERSOS
SULFONAS
▪ Hemólise
▪ Meta-hemoglobinemia
▪ Manifestações gastrintestinais
▪ Complicações neuropsíquicas
▪ Neuropatias periféricas
▪ Complicações cutâneas: fotodermatite,
urticária, eritema polimorfo, eritema
pigmentar fixo, NET, eritrodermias
▪ Síndrome sulfona
RIFAMPICINA
▪ Hepatotoxicidade
JSHDJSH ▪ Manifestações gastrintestinais
▪ Manifestações cutâneas
TRATAMENTO ▪ Manifestações gerais de hipersensibilidade
ETAPAS DO TRATAMENTO: ▪ Acne medicamentosa
▪ Tratamento quimioterápico específico (PQT) ▪ Manifestações hematológicas
▪ Acompanhamento: tratamento das ▪ Síndrome pseudo-gripal
intercorrências e complicações CLOFAZIMINA
▪ Prevenção e tratamento das incapacidades ▪ Pigmentação cutânea
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▪ Xerodermia
▪ Fotossensibilidade
▪ Manifestações gastrintestinais
▪ Edema de MMII

PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES
▪ A principal forma de prevenir a instalação de
deficiências e incapacidades físicas é o
diagnóstico precoce.

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