Reposição de Sociologia

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Primeiro capítulo do livro Sociologia de Anthony Giddens

Intitulado "O que é Sociologia?", o autor explora o campo de estudo da sociologia,


abordando conceitos fundamentais e a relevância da disciplina no entendimento da sociedade.
Giddens define sociologia como o estudo sistemático da vida social humana, dos grupos e das
sociedades. Ele destaca que a sociologia é importante porque nos permite compreender as
forças que moldam nossas vidas e o mundo ao nosso redor.

Principais pontos do capítulo:


1. Definição de Sociologia
Giddens começa explicando que a sociologia vai além do senso comum. Enquanto as
pessoas fazem suposições sobre como a sociedade funciona, a sociologia oferece uma análise
crítica e baseada em evidências, utilizando métodos científicos para investigar padrões de
comportamento e estruturas sociais.

2. Interdependência entre Indivíduo e Sociedade


Giddens enfatiza que indivíduos e sociedades estão interligados. Ele sugere que os
comportamentos humanos são moldados pelas estruturas sociais, como normas, leis,
tradições, instituições e tecnologias. No entanto, os indivíduos também têm a capacidade de
influenciar essas estruturas por meio de suas ações.

3. Mudança Social e Globalização


O autor aborda as rápidas mudanças sociais que ocorreram nos últimos séculos, como
a industrialização, a urbanização e, mais recentemente, a globalização. Ele destaca que essas
transformações criam novos desafios para a sociologia, uma vez que a sociedade está em
constante evolução.

4. Imaginações Sociológicas
Giddens introduz o conceito de imaginação sociológica, desenvolvido por C. Wright
Mills, que se refere à capacidade de ver a conexão entre as experiências pessoais dos
indivíduos e os contextos sociais mais amplos. Isso permite que as pessoas percebam como
suas vidas são afetadas por fatores sociais, históricos e culturais.

5. Papel da Sociologia
O capítulo enfatiza que a sociologia é uma ferramenta para entender a complexidade
da sociedade moderna, e ajuda a questionar suposições e preconceitos. Além disso, Giddens
menciona que a sociologia contribui para a formulação de políticas públicas e para o
desenvolvimento de soluções para problemas sociais.

6. Diferenças entre Sociologia e Outras Ciências Sociais


Giddens explica como a sociologia se diferencia de outras disciplinas, como a
psicologia e a economia. Enquanto a psicologia se concentra nos processos mentais dos
indivíduos e a economia analisa a distribuição de recursos, a sociologia examina o
comportamento humano em um contexto coletivo, considerando o papel das instituições e das
relações sociais.

7. Métodos de Pesquisa Sociológica


O autor menciona que a sociologia utiliza uma variedade de métodos de pesquisa,
incluindo observação, entrevistas, análise de dados estatísticos, entre outros. A combinação
de métodos qualitativos e quantitativos permite uma compreensão abrangente dos fenômenos
sociais.

Conclusão:
Ao final do capítulo, Giddens reforça que a sociologia é essencial para a compreensão
das sociedades contemporâneas, pois nos ajuda a interpretar e responder às mudanças sociais
e seus impactos. Ele sugere que a sociologia nos dá as ferramentas para olhar criticamente
para as forças que moldam a nossa vida, permitindo que possamos agir de forma mais
consciente no mundo.

Cap. 4 do livro de Peter Berger, intitulado "A Perspectiva Sociológica I


– O Homem na Sociedade"
Trata da relação entre o indivíduo e a sociedade, explorando como a vida humana está
profundamente enraizada nas estruturas sociais. O capítulo aborda três principais
dimensões desse tema:

1. O indivíduo inserido em estruturas sociais

Berger argumenta que todo ser humano nasce em um contexto social específico e
que sua existência é moldada por instituições e normas que já estavam presentes antes de seu
nascimento. A sociedade, composta por normas, regras e convenções, é o palco onde o
indivíduo atua, determinando, em grande parte, como ele pensa, age e interage. A
socialização, processo pelo qual a pessoa aprende e internaliza essas normas e valores, é
central na formação do indivíduo.

2. O poder da sociedade sobre o indivíduo

A sociedade exerce um controle invisível, mas poderoso, sobre o comportamento


das pessoas. Berger aponta como as instituições sociais, como a família, a escola e o trabalho,
desempenham um papel crucial nesse controle. A conformidade é esperada, e o desvio das
normas sociais costuma ser reprimido de várias formas, desde sanções sociais até
consequências mais severas, como a marginalização. Esse controle social garante a ordem e a
previsibilidade nas interações sociais, mas também pode limitar a liberdade individual.

3. A dialética entre o indivíduo e a sociedade

Embora a sociedade exerça um forte controle sobre o indivíduo, Berger também


ressalta que o indivíduo tem a capacidade de influenciar e moldar a sociedade. Existe uma
dialética constante entre o ser humano e as estruturas sociais. As pessoas não são meros
produtos passivos da sociedade, mas podem agir de forma criativa e transformadora,
resistindo, modificando ou mesmo criando novas instituições e normas.

Conclusão:

A perspectiva sociológica apresentada por Berger enfatiza a complexa interação entre


o indivíduo e a sociedade. O ser humano é um produto social, mas também um agente que
pode transformar as estruturas em que está inserido. A visão de Berger sugere que, para
entender verdadeiramente o comportamento humano, é necessário olhar para além do
indivíduo isolado e considerar as forças sociais mais amplas que moldam e condicionam a
vida humana.

"O Império e a criação de uma Ciência Social" de Raewyn


Connell
Faz parte de um projeto que busca oferecer uma outra perspectiva sobre o surgimento
da Sociologia, desafiando a narrativa eurocêntrica tradicional. Ao invés de focar apenas nas
figuras centrais da sociologia europeia, como Durkheim, Weber, e Marx, Connell explora
como o colonialismo e o imperialismo tiveram um papel central na construção da ciência
social moderna.

Principais Pontos:

1. A relação entre o Império e o surgimento da Sociologia

Connell argumenta que o desenvolvimento da Sociologia está intimamente ligado à


expansão colonial europeia. A prática de dominação imperial e o encontro com sociedades
não-europeias despertaram o interesse em entender diferentes culturas, economias, e formas
de organização social. O estudo dessas sociedades “colonizadas” foi um dos fatores que
incentivou a formalização das ciências sociais.

2. O Eurocentrismo no conhecimento sociológico

A sociologia, tal como é ensinada nas academias ocidentais, foca predominantemente


em teorias e métodos desenvolvidos por intelectuais europeus e norte-americanos. Connell
critica essa visão limitada, apontando que ela negligencia contribuições importantes de outras
partes do mundo, especialmente dos países colonizados. Isso perpetua uma desigualdade no
conhecimento, onde as ideias dos países dominantes são vistas como universais, enquanto as
dos países colonizados são marginalizadas.

3. A hierarquia de conhecimento

A autora discute como as estruturas de poder, que foram estabelecidas durante o


período colonial, continuam a influenciar o campo da Sociologia. As teorias sociológicas
"hegemônicas" originadas no Ocidente ainda dominam o campo e são muitas vezes vistas
como superiores às formas de conhecimento das sociedades colonizadas.

4. A crítica ao legado colonial


Connell sugere que o legado colonial não é apenas uma questão histórica, mas
continua a moldar a prática da sociologia contemporânea. A autora defende uma
"descolonização" do conhecimento sociológico, onde se deve considerar e integrar de forma
séria as perspectivas do Sul Global e das sociedades marginalizadas.

5. Proposta de uma Sociologia Global

A autora propõe uma sociologia verdadeiramente global, onde haja uma troca genuína
de ideias entre diferentes partes do mundo, sem que as ideias ocidentais sejam consideradas
superiores. Isso envolve repensar o cânone da disciplina e dar espaço para a produção de
conhecimento em locais historicamente marginalizados.

Conclusão:

Connell, ao escrever "O Império e a criação de uma Ciência Social", nos convida a
refletir sobre como o colonialismo moldou a sociologia e, mais amplamente, o conhecimento
social. Ela sugere que a disciplina precisa ser "descolonizada" para incluir de forma
equitativa contribuições de diferentes partes do mundo, especialmente do Sul Global, e não
continuar reforçando as hierarquias intelectuais criadas durante o imperialismo.

cap. 5 do livro "A Perspectiva Sociológica II – A Sociedade no


Homem", de Peter Berger

Aborda a maneira como a sociedade influencia e molda o comportamento, o


pensamento e as atitudes dos indivíduos. O autor explora os mecanismos pelos quais as
normas, valores e instituições sociais são internalizados pelos indivíduos, e como esses
processos determinam a identidade e a ação humana.

1. A Interiorização das Normas Sociais


Berger começa discutindo como a sociedade "entra" no indivíduo através do processo
de socialização. Desde o nascimento, os seres humanos são inseridos em um mundo de
significados pré-existentes. A socialização primária (na infância) e a socialização secundária
(mais tarde na vida) são os principais meios pelos quais as normas e valores culturais são
transmitidos. Isso significa que os indivíduos não nascem prontos, mas são moldados pelo
ambiente social ao seu redor.

2. O Papel das Instituições

O capítulo também discute o papel das instituições sociais, como a família, a


educação, a religião e o trabalho, que exercem uma influência poderosa sobre os indivíduos.
Berger argumenta que essas instituições fornecem "padrões" ou "regras do jogo", que os
indivíduos seguem para se integrarem à sociedade. Cada instituição estabelece expectativas
de comportamento, e os indivíduos são recompensados ou punidos com base no cumprimento
dessas expectativas.

3. Controle Social

Outro tema importante é o controle social, ou seja, como a sociedade impõe suas
normas e garante que os indivíduos as sigam. Isso ocorre tanto através de mecanismos
formais, como as leis e o sistema judiciário, quanto por meio de mecanismos informais, como
a pressão social, as expectativas familiares e a cultura popular. O controle social é uma forma
de assegurar a conformidade e manter a ordem social.

4. Identidade e Papel Social

Berger também explora a noção de "papéis sociais". Cada indivíduo ocupa várias
posições sociais (como filho, estudante, trabalhador) e desempenha diferentes papéis que são
esperados desses lugares na sociedade. Os papéis sociais influenciam profundamente a
identidade pessoal, já que as pessoas se veem a si mesmas de acordo com os papéis que
desempenham. Isso leva à ideia de que a identidade humana não é algo fixo, mas está em
constante construção e reconstrução dentro do contexto social.
5. Alienação

Por fim, o autor discute o conceito de alienação, inspirado na teoria marxista.


Alienação ocorre quando os indivíduos sentem que os papéis que desempenham ou as
instituições das quais fazem parte são distantes ou estranhos a eles. Essa sensação pode surgir
quando os indivíduos não se identificam com as normas e valores que são forçados a seguir,
levando a sentimentos de desconforto ou insatisfação.

Conclusão

Em resumo, Peter Berger argumenta que a sociedade não só molda o comportamento


humano, mas também a própria identidade das pessoas. As normas e instituições sociais são
interiorizadas pelos indivíduos, que, por sua vez, agem de acordo com essas expectativas. Ao
mesmo tempo, os indivíduos podem experimentar sentimentos de alienação quando sentem
que suas identidades não estão alinhadas com os papéis que a sociedade espera deles.
Portanto, a relação entre o indivíduo e a sociedade é complexa e dinâmica, envolvendo tanto
conformidade quanto resistência.

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