Engenho, Quilombo e Consciencia Negra
Engenho, Quilombo e Consciencia Negra
Engenho, Quilombo e Consciencia Negra
O engenho de açúcar designa o local onde era produzido o açúcar durante o período
colonial.
Estes engenhos surgem no século XVI, quando se inicia o plantio da cana de açúcar no
Brasil.
● Moenda: local para moer a planta e extrair o caldo. A moenda funcionava movida
por tração animal, água (moinho) ou ainda a força humana dos próprios
escravizados.
● Casa das Caldeiras: espaço usado para ferver o caldo da cana de açúcar em
buracos cavados no solo. O resultado, um líquido espeço, eram então fervido em
tachos de cobre.
● Casa das Fornalhas: uma espécie de cozinha que abrigava grandes fornos que
aqueciam o produto e o transformavam em melaço de cana.
● Casa de Purgar: ali ficavam as formas com o caldo cristalizado, chamados pão de
açúcar. Após seis a oito dias eram retirados dos moldes, refinados e prontos para
serem comercializados.
● Senzala: locais que abrigavam as pessoas escravizadas e onde não havia nenhum
tipo de conforto e dormiam no chão de terra batida. Durante a noite eram
acorrentados para evitar fugas
● Curral: abrigava os animais usados nos engenhos, seja para o transporte (produtos
e pessoas), nas moendas de tração animal ou para alimentação da população.
Quilombos
Os quilombos eram locais onde os escravos fugidos poderiam desenvolver uma vida em
liberdade, buscando meios para garantir a própria sobrevivência, estabelecendo laços
comerciais com moradores próximos, instigando outros escravos a fugirem e procurando,
muitas vezes, reconstruir um estilo de vida parecido com o que possuíam no continente
africano.
Esses locais ainda existem no século XXI, mas, atualmente, o seu entendimento é diferente.
Os quilombos atuais são comunidades formadas por descendentes de escravos quilombolas
que procuram manter suas tradições e culturas vivas, ao mesmo tempo em que lutam pelo
acesso à terra e buscam desenvolver um estilo de vida sustentável.
"O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na América Latina. Foi
construído na região do atual estado de Alagoas e chegou a reunir cerca de 20 mil
habitantes. Foi um dos grandes símbolos da resistência dos escravos no Brasil e foi alvo de
expedições organizadas por portugueses e holandeses. Foi destruído em 1694 e seu líder,
Zumbi, foi morto no ano seguinte em uma emboscada."
"O Quilombo dos Palmares surgiu no final do século XVI, no território da capitania de
Pernambuco, mais precisamente em uma região em que hoje está localizado o estado de
Alagoas. O quilombo foi formado por escravos que tinham fugido de engenhos da região de
Pernambuco e que escolheram a região da Serra da Barriga, na zona da mata de Alagoas.
O primeiro registro conhecido que faz menção ao Quilombo dos Palmares remonta a 1597,
embora existam algumas teorias que sustentam que o quilombo já existia antes disso. Com
o tempo, Palmares cresceu, tornou-se famoso, servindo de inspiração para outros escravos
resistirem e fugirem. Teve cerca de 20 mil habitantes.
Foi chamado de Quilombo dos Palmares, porque foi construído em uma região que possuía
um grande número de palmeiras e essas árvores possuíam inúmeras utilidades, pois
forneciam alimento aos quilombolas e suas folhas eram usadas para fazer o telhado dos
casebres que eram construídos."
"Primeiramente, a vida no quilombo girava em torno da questão da segurança, uma vez que
portugueses representavam uma grande ameaça e frequentemente tentavam destruir
Palmares. Assim, o quilombo foi construído em uma região que lhe garantisse uma
segurança extra. A região que o Quilombo ficava era uma região de serra, bastante
despovoada e com matas densas.
Aqualtune;
Andalaquituche;
Subupira;
Esses eram alguns dos vários mocambos que formavam Palmares e de todos eles o mais
importante era o mocambo Cerca Real do Macaco. Esse mocambo era o centro político de
Palmares, local em que o rei do quilombo residia e que, por ser a capital, era o mais
populoso e era formado por cerca de 6 mil habitantes.
A capital de Palmares possuía uma segurança rigorosa e era cercado por três grandes
paliçadas (muralhas de madeira) que possuía torres de vigilância que estavam sempre
atentas para garantir a segurança do quilombo. Além disso, nos arredores da muralha,
existiam dezenas de armadilhas, sobretudo, fossos com estacas escondidos por palha.
O caminho que levava à entrada desse mocambo só era de conhecimento dos moradores
de Palmares. A junção dos mocambos que formava Palmares era nomeada pelos
quilombolas de Angola Janga (significa “pequena Angola”) o que demonstra a disposição
dos quilombolas em formar um pequeno Estado africano no interior do continente
americano.
De toda forma, ao longo de todo o século XVII, os habitantes de Palmares tinham de lutar
para sobreviver. Inúmeras expedições de colonizadores foram realizadas visando à
destruição do quilombo, sendo a primeira delas registrada em 1602. Os holandeses também
organizaram expedições para acabar com Palmares, mas fracassaram.
Os portugueses, por sua vez, foram os grandes adversários dos quilombolas em Palmares.
As expedições dos portugueses contra Palmares concentraram-se depois que os
portugueses conseguiram expulsar os holandeses de Pernambuco. Da década de 1650 em
diante, os portugueses realizaram dezenas de expedições contra Palmares.
No ano de 1678, Ganga Zumba, até então rei de Palmares, recebeu uma oferta de paz
enviada pelo governador da capitania de Pernambuco, d. Pedro de Almeida. Depois Ganga
Zumba foi a Recife negociar os termos da oferta de paz com o próprio governador da
capitania e os termos estipulados foram os seguintes:
Todos aqueles que aceitassem o acordo seriam retirados da serra e receberiam terras para
viver;
A proposta de paz foi aceita por Ganga Zumba, mas causou divisão no quilombo, porque
não contemplava os escravos fugidos – esses deveriam ser entregues às autoridades
coloniais e encaminhados para seus antigos donos. Essa divisão resultou na morte de
Ganga Zumba e o novo líder que assumiu – Zumbi – rechaçou a possibilidade de acordo e
optou pela luta.
Houve uma nova fase de lutas, até que entre 1692 e 1694, o bandeirante Domingos Jorge
Velho liderou uma expedição após ter seus termos (que não eram poucos) aceitos pelas
autoridades de Pernambuco. A tropa de Domingos Jorge Velho era composta por milhares
de homens e possuía até mesmo canhões (levados para lá somente em 1694).
"A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou
membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso
realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo
da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que
os afro-brasileiros reivindicam.
Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros
contra a opressão no Brasil. Por essa razão, o Treze de Maio, data em que a abolição da
escravatura aconteceu, foi deixado de escanteio. O argumento utilizado é que o Treze de
Maio representa uma “falsa liberdade”, uma vez que, após a Lei Áurea, os negros foram
entregues à própria sorte e ficaram sem nenhum tipo de assistência do poder público."
Veja mais sobre "20 de novembro – Dia da Consciência Negra" em:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-da-consciencia-negra.htm