PCDF-Apostila Incêndio

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1- INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO FOGO

1.1- TETRAEDRO DO FOGO:

Para que haja fogo, é necessário que quatro condições sejam cumpridas,
simultaneamente, as quais compõem o tetraedro do fogo. A remoção ou o controle de um ou
mais lados desse tetraedro suprime ou evita o fogo.

calor
combustível

comburente cadeia de reações químicas


ou oxidante não interrompidas

FIGURA 1.1 Tetraedro do fogo

1.1.1- Cadeia de Reações Químicas Não Interrompidas:

A combustão é um conjunto complexo de reações químicas que resultam na rápida


oxidação de um combustível, produzindo calor, luz e uma variedade de subprodutos
químicos.

1.1.2- Combustível:

É qualquer substância passível de entrar em combustão. A maioria dos


combustíveis é orgânica (contém carbono em sua composição), como, por exemplo,
madeira, plásticos, gasolina, álcool e gás natural. Os combustíveis inorgânicos incluem
os metais combustíveis, como magnésio e sódio.
A combustão de materiais sólidos e líquidos acontece ao redor de sua superfície,
em uma região onde há vapores criados pelo aquecimento da superfície e sua
conseqüente pirólise. Quanto maior for a superfície relativa do material, mais rápida será
a queima.
Alguns materiais sólidos queimam em brasa, sem chama, produzindo menos calor,
nos casos em que o oxigênio reage diretamente com o material, e não com seus vapores.
Essa brasa pode acontecer no início ou no fim da queima, e pode se transformar em
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chamas, se for produzida energia suficiente para tal, ou se houver corrente de ar
suficiente para acelerar a combustão.
Os gases não necessitam de vaporização ou de pirólise para entrar em combustão.
Basta apenas que haja uma mistura adequada com o comburente e a presença de uma
fonte de ignição.

1.1.3- Comburente:

É o oxidante que reage com o combustível, geralmente, o oxigênio presente na


atmosfera. Quanto maior a concentração de oxidante, mais rápida é a combustão, e
quanto maior a temperatura, menor a quantidade de oxidante necessária para a produção
do fogo.
Se a direção do vento levar o fogo a uma área pobre em oxigênio (por exemplo:
cômodo com muita fumaça), as chamas cessarão, mas os gases podem estar quentes o
suficiente para causar carbonização e danos extensos.
A faixa de porcentagem de um determinado gás, em sua mistura com o ar, dentro
da qual há propagação de chama, é chamada amplitude de inflamabilidade. Quanto
maior for essa amplitude, mais perigoso será o combustível, pois maior será a chance de
sua mistura com o ar entrar em ignição.
Exemplos de amplitude de inflamabilidade nas CNTP:
• Gasolina: 1,4% a 7,6%
• Hidrogênio: 4,0% a 75,0%
• Acetileno: 2,5% a 100%

1.1.4- Calor:

O calor necessário para a combustão de um material pode vir das condições do


ambiente, de uma fonte de ignição, ou de exposição a chamas. Em um incêndio, o calor
produz vapores de um determinado combustível, causa sua ignição e promove o
crescimento do fogo e a propagação das chamas, mantendo um ciclo contínuo de
produção de outros combustíveis e sua ignição.

fonte de ignição
calor liberação de vapores
oxidante ou FOGO
e produtos da pirólise
alcance da temperatura
de autocombustão

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1.2- TRANSFERÊNCIA DE CALOR:

A transferência de calor ocorre, sempre, da massa com maior temperatura para a massa
com menor temperatura. Quanto maior for a temperatura, maior será a velocidade dessa
transferência. Ela pode ocorrer de três formas: condução, convecção e radiação.

1.2.1- Condução:

O calor é transferido de uma parte do sólido, inicialmente aquecida, para outras.


Quanto maior a densidade do material, maior a sua condutividade térmica; por exemplo:
metais têm alta condutividade térmica, e plásticos e vidros, baixa.

1.2.2- Convecção:

O calor é transferido pela movimentação de líquidos ou gases aquecidos da região


mais quente para a mais fria do ambiente. Observação: chama é gás aquecido.

1.2.3- Radiação:

O calor é transferido por ondas eletromagnéticas, sem necessidade de um meio de


transporte, podendo ocorrer inclusive no vácuo, como no caso de irradiação de calor do
Sol para a Terra. Tanto o irradiador como o seu alvo podem ser líquidos, sólidos ou
gasosos.
A transferência de calor por radiação é influenciada pelo caminho entre o
irradiador e seu alvo, sendo bloqueada, total ou parcialmente, por objetos entre eles.
A fumaça e os gases aquecidos que ficam próximos ao teto em um incêndio,
transferem calor para os outros objetos do ambiente por radiação, podendo provocar o
fenômeno conhecido como “flashover”, que será descrito mais adiante.

1.3- IGNIÇÃO:

1.3.1- Sólidos:

Para a maioria dos materiais entrarem em ignição, é necessário que a região


próxima de sua superfície esteja na forma de vapor ou gás.
Materiais que permitem a passagem de ar em seu interior, por serem permeáveis,
como cigarro, móveis estofados e serragem, podem queimar em brasa. Essa queima é
perigosa, pois produz mais componentes tóxicos que a queima com chama, e, ainda,
possibilita que um material que não conseguiria produzir chama sozinho, venha a
queimar com chama após o início da queima em brasa.
Quando o processo de combustão com chama é provocado por uma substância em
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brasa ou auto-aquecida, o aparecimento da primeira chama pode ser bastante lento.
Porém, depois que a combustão começa, o desenvolvimento do fogo pode ser mais
rápido do que se a fonte original de ignição fosse uma chama, pois o combustível já está
previamente aquecido.
Alguns materiais, como a madeira, quando submetidos a calor, degradam-se,
transformam-se em gases e liberam vapores, em um processo endotérmico, onde não há
oxidação envolvida, o que não é queima em brasa, mas sim pirólise.
Quanto menor a espessura ou a granulometria do material, menor a quantidade de
energia necessária para ele entrar em ignição. Objetos finos (como uma folha de papel)
queimam mais rapidamente que objetos espessos (como uma placa de madeira), assim
como quinas queimam mais rapidamente que partes planas.
Observe que a madeira em contato direto com chamas queima muito mais
rapidamente do que se houver somente transferência de calor por condução ou radiação,
quando ela precisa atingir a temperatura de auto-ignição. Dependendo do tipo de
madeira, uma chama de 160oC pode provocar sua ignição, enquanto que para se auto-
inflamar por condução ela precisa estar a 490oC, e por radiação, a 600oC.

1.3.2- Líquidos:

Para os vapores de um líquido formarem uma mistura inflamável, o líquido deve


estar a uma temperatura igual ou superior à de seu “flash point”.
Assim como nos sólidos, quanto maior for a área de sua superfície, menor será a
quantidade de energia necessária para ele entrar em ignição. Gotículas ou névoas entram
em ignição mais rapidamente do que poças, podendo se inflamar a temperaturas abaixo
do seu “flash point”.

1.3.3- Gases:

Têm massa extremamente reduzida e requerem pouquíssima quantidade de energia


para se inflamarem.

1.3.4- Tabela de Temperaturas de Ignição:

A tabela a seguir lista a temperatura de ignição de alguns materiais, nas condições


normais de temperatura e pressão, para se inflamarem em conseqüência do aquecimento
do ambiente, sem o contato direto de chamas.

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MATERIAL TEMPERATURA
DE IGNIÇÃO (oC)
polietileno 488
poliestireno 573
poliuretano 456-579
PVC 507
madeira macia 320-350
madeira dura 313-393
alumínio 610
carvão 730
acetona 465
benzeno 498
etanol 363
gasolina (100 octanos) 456
querosene 210
metanol 464
metil etil ketone 404
tolueno 480
acetileno 305
metano 537
gás natural 482-632
propano 450

1.3.5- Combustão Espontânea:

É o processo onde um material sofre uma reação química exotérmica e aumenta


sua temperatura sem absorver calor das redondezas. Quando esse material atinge a sua
temperatura de ignição, ele se auto-inflama.

Massa porosa, Sua temperatura Há aumento A geração interna


permeável e fica acima da da geração de calor excede a
oxidável gera temperatura do interna dissipação de calor
calor interno ambiente de calor para o ambiente

As maiores Começa a brasa Há fuga


temperaturas A massa
no centro da térmica entra em
se concentram massa e ela a partir
no centro ignição
não se derrete do centro
da massa

Devido ao fato de as maiores temperaturas se concentrarem no centro da massa,


materiais em forma de esfera, cubo, paralelepípedo, etc. promovem mais calor do que os
em formas mais achatadas, como chapas.
Essa reação é mais comum em materiais orgânicos, como gorduras e óleos
vegetais e animais (por exemplo: óleo de linhaça), por conterem ácidos graxos
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poliinsaturados, que reagem com o oxigênio para gerar calor.
Ao contrário dos óleos altamente insaturados, os hidrocarbonetos saturados, como
óleos de motor e lubrificantes, não têm grande probabilidade de se auto-aquecerem até a
ignição. Nesses, a combustão espontânea só ocorre a temperaturas elevadas, por
exemplo: um retalho de tecido umedecido com o óleo que tenha sido colocado ao redor
de uma tubulação de vapor. Caso haja grandes pilhas de tecido umedecido com o óleo, a
combustão espontânea pode ocorrer a temperaturas mais baixas.
Os seguintes materiais, nas condições listadas, são mais suscetíveis de sofrerem
combustão espontânea:
• Polimerização de gorduras animais e óleos de cozinha e de secagem, que
estejam embebendo materiais celulósicos, como madeira, tecido e papel;
• Oxidação de materiais carbonáceos, como carvão;
• Oxidação induzida por enzimas, como em fardos de feno, fertilizante e esterco;
• Oxidação, induzida por calor, de materiais celulósicos, como fibras de madeira
e tecido; e
• Reações de polimerização de plásticos, borrachas, adesivos e partículas de
pintura em spray.
Alguns materiais sofrem combustão espontânea ao serem expostos ao ar, e são
denominados materiais pirofóricos. Ex: fósforo branco, sódio, potássio e pó de zircônio.

1.4- CARGA TÉRMICA:

A carga térmica de um determinado ambiente é formada por todos os combustíveis


dentro dele. Ela influencia na taxa de crescimento do fogo, juntamente com tamanho e
ventilação do ambiente, propriedades do ambiente, fonte de ignição e primeiro combustível a
entrar em ignição.
Nos estágios iniciais do incêndio, antes do “flashover”, a taxa de crescimento do fogo é
mais influenciada pela taxa de dissipação de calor de cada combustível queimando
isoladamente. Após o “flashover”, ela é influenciada pela inércia térmica – condutividade
térmica(k) X densidade(ρ) X calor específico(c) – do combustível, pela disponibilidade de ar
e pela superfície combustível exposta.

1.5- DESENVOLVIMENTO DO FOGO:

A taxa e o padrão de desenvolvimento do fogo dependem de uma relação complexa


entre o combustível que está queimando e o ambiente ao seu redor.
Uma coluna de gases aquecidos é formada acima da chama. A movimentação do ar em

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conseqüência dessa coluna puxa o ar frio de todas as direções para a base do fogo.
Em locais abertos, o desenvolvimento do fogo acontecerá principalmente pela ignição
dos combustíveis por radiação. A queima de sólidos será lenta, a não ser que seja acelerada
por vento ou inclinação do terreno, que permite um preaquecimento do combustível.
Em locais fechados, a concentração de calor no topo do ambiente aumenta a temperatura
do teto e cria uma nuvem de fumaça de alta temperatura. A radiação dessa parte superior do
ambiente aumenta bastante a taxa de dissipação de calor dos objetos que estão queimando.

Local aberto Local fechado


FIGURA 1.2 Coluna de gases aquecidos

A seguir, analisaremos o desenvolvimento do fogo em um ambiente fechado com uma


abertura de vão de porta.
Quando o incêndio começa, um material entra em ignição e uma coluna de gases
aquecidos é formada acima da chama. Esses gases movimentam-se para cima até encontrarem
um anteparo. Então, passam a movimentar-se horizontalmente, formando uma fina camada de
gases aquecidos e fumaça junto ao teto.

Camada de gases aquecidos e fumaça

FIGURA 1.3 Início de incêndio em ambiente fechado


Quando a camada alcança as paredes, e não pode mais movimentar-se horizontalmente,
ela começa a descer, formando uma camada espessa e uniforme. Ao alcançar a parte superior
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do vão da porta, a camada movimenta-se para fora do ambiente. Se a taxa de produção de
gases e fumaça não exceder a taxa de movimentação deles para fora do ambiente, a camada de
gases aquecidos e fumaça não descerá mais.

Camada de gases aquecidos e fumaça

FIGURA 1.4 Desenvolvimento da camada de gases aquecidos e fumaça

Mas se o fogo aumentar, a camada continuará a descer, e a temperatura dos gases e da


fumaça também aumentará. A camada emitirá calor radiante que começará a aquecer os
combustíveis que ainda não haviam entrado em ignição. Um padrão de movimentação bem
definido se estabelecerá no vão da porta, com os produtos da combustão, aquecidos, indo para
fora pela parte superior, e ar frio entrando pela parte inferior, abaixo da camada de gases
aquecidos e fumaça.

Calor radiante

FIGURA 1.5 Condição do ambiente fechado antes do “flashover”

O fogo continua a crescer e a temperatura da camada de gases aquecidos e fumaça fica


próxima de 480oC, aumentando a intensidade da radiação sobre os materiais combustíveis do

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ambiente. A temperatura da superfície desses materiais aumenta, e gases provenientes da sua
pirólise começam a ser produzidos e aquecidos até a sua temperatura de ignição. Quando a
temperatura da camada de gases aquecidos e fumaça alcança aproximadamente 590oC, os
gases da pirólise entram em ignição, juntamente com a parte inferior da camada. Esse
fenômeno é denominado “flashover”.

Gases aquecidos e fumaça

Gases aquecidos e fumaça

Ar frio

FIGURA 1.6 Condição do ambiente fechado no momento do “flashover”

As condições do ambiente após o “flashover” são turbulentas e dinâmicas. A posição da


parte inferior da camada de gases aquecidos e fumaça e a existência de chamas nos
combustíveis dentro da camada variam entre as condições apresentadas nas figuras 1.6 e 1.7.
A queima do piso e de seus revestimentos é comum, mas ela nem sempre ocorre embaixo dos
combustíveis ou outras áreas protegidas por objetos.

Gases aquecidos
Gases e fumaça
aquecidos e fumaça

FIGURA 1.7 Condição do ambiente fechado após o “flashover”

É importante notar que o “flashover” é uma transição da condição onde o primeiro


material queima, juntamente com os outros ao seu redor sujeitos a ignição por contato direto

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com fonte de calor, para a condição onde todos os materiais combustíveis do ambiente
queimam. O “flashover”é um gatilho para a condição seguinte, e não o fim do evento.
O desenvolvimento do fogo durante o incêndio será afetado:
• pelo tamanho das passagens de ar → quanto maior a quantidade de ar que entra no
ambiente, maior será a quantidade de energia necessária para atingir a condição de
“flashover”;
• pela altura do teto e pelo volume do ambiente → tetos altos e ambientes amplos
retardam o crescimento da temperatura, às vezes até impedindo que o “flashover” ocorra; e
• pela localização do primeiro material a entrar em ignição → se ele estiver longe das
paredes, haverá ar de todas as direções para esfriar a coluna de gases aquecidos; se ele estiver
junto a uma parede, só haverá metade dessa quantidade de ar; e se ele estiver junto a um
canto, só haverá um quarto daquela quantidade de ar. Quanto menos ar resfria a coluna de
gases aquecidos, mais longas ficam as chamas e maior é o aumento da temperatura da camada
de gases aquecidos e fumaça junto ao teto, o que leva às condições de “flashover” mais
rapidamente.

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2- PADRÕES DE QUEIMA

2.1- DINÂMICA DA PRODUÇÃO DE PADRÕES:

Os danos provocados por chamas, radiação, gases aquecidos e fumaça produzem


padrões que são usados para identificar a área ou o ponto de origem do fogo, o foco. Esses
padrões são os efeitos físicos visíveis ou mensuráveis após um incêndio, como: carbonização,
oxidação e consumo de combustíveis; deposição de fumaça e fuligem; distorção, derretimento
e mudança de cor e de características do material; e colapso da estrutura.
Existem dois tipos básicos de produção de padrões: por movimentação, que são
produzidos pelo crescimento e subseqüente movimentação do fogo e dos produtos da
combustão para longe da área do foco; e por intensidade, que são produzidos pela resposta
dos materiais à exposição a diferentes intensidades de calor.

2.1.1- Padrões gerados pela coluna de gases aquecidos:

Quando há entrada do ar presente no ambiente na coluna de gases aquecidos, sua


temperatura diminui, tendendo a aproximar-se da temperatura ambiente, e sua altura
aumenta. Assim, a produção de padrões de fogo por essa coluna acontece nas superfícies
expostas a ela quando sua temperatura estiver próxima, logo acima, da temperatura
mínima de pirólise do material que estiver queimando.
A maioria dos padrões gerados diretamente pela coluna de gases aquecidos se
apresenta em formato de cone truncado. Esse padrão é formado quando a forma
tridimensional (cone) da coluna de gases aquecidos é interrompida por um plano, como:
parede, teto e parte inferior de mesas e de prateleiras.

Queima limpa
Cone de gases aquecidos
encontra o teto

Padrão U
na parede

Cone de
gases
aquecidos

Fogo

FIGURA 2.1 Formação do cone truncado


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A seguir, estão relacionados os tipos de padrões produzidos pela coluna de gases
aquecidos:
• Padrão de cone invertido – aparece em superfícies verticais quando a chama
não é alta o suficiente para que a coluna de gases aquecidos atinja uma barreira
horizontal (geralmente quando a taxa de dissipação de calor é baixa);

FIGURA 2.2 Padrão de cone invertido


• Padrão de ampulheta – aparece em superfícies verticais quando a chama não é
alta o suficiente para que a coluna de gases aquecidos atinja uma barreira horizontal,
porém sobe mais do que quando há a formação do padrão de cone invertido;
• Padrão V – aparece em superfícies verticais quando a coluna de gases
aquecidos atinge uma barreira horizontal, e a fonte de calor está próxima da superfície
vertical;

FIGURA 2.3 Padrão V


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• Padrão U – aparece em superfícies verticais quando a coluna de gases
aquecidos atinge uma barreira horizontal, e a fonte de calor está mais afastada da
superfície vertical do que quando há a formação do padrão V;

Fogo

Perímetro do cone
de gases aquecidos

Plano de interseção

VISTA DO CORTE
Cone de gases aquecidos e plano de interseção

VISTA DA ELEVAÇÃO
Cone de gases aquecidos formando um padrão U

FIGURA 2.4 Padrão U


• Padrão seta – aparece em séries de elementos combustíveis como estacas de
madeira, que estarão mais consumidas quanto mais perto da fonte de calor; e

Estaca de
madeira

Caminho
do fogo

Estacas de madeira Fonte de


calor Fonte de
Caminho do fogo
calor

Afastando-se do fogo Sobre o fogo


FIGURA 2.5 Padrão seta
• Padrão circular – aparece na parte inferior de superfícies horizontais.

2.1.2- Padrões gerados pela ventilação:


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Quanto maior é a velocidade dos gases aquecidos, mais calor é transferido por
convecção. Assim, uma boa ventilação em ambientes fechados possibilita que haja uma
alta taxa de dissipação de calor, o que provoca danos severos. Os padrões gerados pela
ventilação são importantes na definição do caminho do fogo e de sua origem, mas deve-
se estar atento para o fato de que a ventilação pode produzir danos severos em uma
determinada área, sem que ela seja a área do foco.
Deve-se observar, ainda, que quando uma corrente de ar atua sobre um material
em brasa, sua temperatura pode aumentar o suficiente para produzir buracos em pisos e
até derreter metais. Mas é importante saber interpretar esses padrões para não confundi-
los com os gerados pelo uso de substâncias inflamáveis. A existência e a forma de um
buraco no piso, em uma análise isolada, não são suficientes para definir o que gerou
aquele padrão.
Também é importante não confundir outros tipos de padrão de queima com padrão
gerado pela ventilação. Nos estágios iniciais do incêndio, os gases aquecidos podem
escapar de um ambiente fechado pela parte superior da porta, queimando-a. Após o
“flashover”, quando a queima se estende por todo o ambiente, os gases aquecidos
podem escapar também pela parte inferior da porta, queimando-a também, e esses
padrões são gerados pela ventilação. Porém, a queima na parte inferior da porta pode ser
produzida quando um material em brasa cai junto a ela, o que não é um padrão gerado
pela ventilação.

Quen te

Ca rbonizaçã o

Ca mada de gases aquecidos

Frio

FIGURA 2.6 Queima na parte superior da porta – antes do “flashover”

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Quente Ca rbonização

Quente

Ca rbonização
Que nte

Gases aquecidos

FIGURA 2.7 Queima nas partes superior e inferior da porta – após o “flashover”

Quente

Ca mada de gases a quecidos

Ca rbonização
Ar
Brasa

FIGURA 2.8 Queima na parte inferior da porta por queda de material em brasa

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2.1.3- Padrões gerados pela camada de gases aquecidos e fumaça:

A radiação proveniente da camada de gases aquecidos e fumaça pode produzir


danos nas camadas superiores dos objetos e do piso do ambiente. Esse processo
normalmente começa quando o ambiente se aproxima das condições de “flashover”, e
seus efeitos só podem ser visualizados se o “flashover” não se concretizar.
Os danos provocados pela camada de gases aquecidos e fumaça podem incluir
formação de bolhas, carbonização e derretimento. As áreas protegidas provavelmente
não apresentarão danos, e uma linha de demarcação poderá aparecer nas superfícies
verticais indicando a parte mais baixa que a camada atingiu. O grau de danificação será
uniforme, exceto onde tiver havido queda de material queimando, queima de materiais
isolados ou áreas protegidas. Não se espera encontrar danos na parte inferior de móveis
que estivessem abaixo da camada.
Danos semelhantes ocorrem nas superfícies do piso de áreas adjacentes a um
ambiente que passou por um “flashover”.

2.1.4- Padrões gerados após o “flashover”:

Após o “flashover”, os danos incluem a carbonização da parte inferior dos móveis,


queima de tapetes e do carpete embaixo dos móveis, queima uniforme ao redor das
pernas de mesas, queima da parte inferior de portas e suas soleiras, queima do
revestimento dos cantos do piso, e buracos no piso e no carpete. Existe a possibilidade
de áreas protegidas serem poupadas.

2.2- INTERPRETAÇÃO DOS DANOS PARA DEFINIÇÃO DE CAMINHO DO FOGO


E DE FOCO:

2.2.1- Fumaça e fuligem:

Durante um incêndio, fumaça e fuligem se depositam nas superfícies mais frias de


uma edificação ou de seus objetos, geralmente nas partes superiores das paredes de
cômodos adjacentes ao do foco do incêndio.
A fumaça, especialmente se for proveniente de brasa, tende a se condensar em
paredes, janelas e outras superfícies frias. Os depósitos de fumaça se apresentam em
colorações amarronzadas, e podem ser úmidos e pegajosos, finos ou espessos, ou secos e
resinados. Após a secagem, esses depósitos são de difícil limpeza.
Quando os depósitos de fumaça são subseqüentemente aquecidos em um incêndio,
eles podem mudar de cor, de textura e de composição, e podem ficar mais escuros ou

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carbonizados.
Combustíveis que contenham carbono podem formar fuligem ao queimar.
Derivados de petróleo e a maioria dos plásticos formam fuligem quase imediatamente.
A fuligem se deposita nas paredes e no teto quando as chamas os tocam, em depósitos
específicos, indicando que ali havia uma carga de combustível, e também por gravidade
sobre os objetos, em depósitos genéricos, indicando, apenas, que houve queima próxima
àquela área, mas não indicando uma fonte específica. Esses depósitos se apresentam na
cor preta e são facilmente removíveis.
Quando a queima ocorrer por chama aberta, os depósitos apresentarão, geralmente,
uma mistura de fumaça e fuligem.
Tanto os depósitos de fumaça, como os de fuligem, podem ser removidos de
janelas e outras superfícies frias quando expostos ao calor por tempo prolongado, em um
fenômeno denominado “queima limpa”, que será mais detalhadamente descrita no item
2.2.5.

2.2.2- Carbonização da madeira:

Quando a madeira é submetida a temperaturas elevadas, ela entra em


decomposição química, liberando gases, vapor de água e vários produtos da pirólise em
sua fumaça. O resíduo sólido que sobra compõe-se principalmente de carbono,
formando um carvão, que encolhe e forma rachaduras e escamas nesse processo.

FIGURA 2.9 Carbonização da madeira com formação de escamas


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A diferença relativa da profundidade desse carvão de um ponto para outro da peça
de madeira permite definir os locais onde os danos foram mais severos, que podem ser
devidos a exposição prolongada ao calor, ventilação abundante ou grande quantidade de
carga combustível. O perito deve saber diferenciar essas três condições, para poder usar
esse dado para definir o caminho do fogo e localizar o foco do incêndio. O uso do
diagrama de profundidade da carbonização facilita a visualização dessas diferenças e a
conseqüente definição do caminho do fogo.

Mini
cama

FIGURA 2.10 Diagrama de profundidade de carbonização


A medida da profundidade de carvão deve ser feita com o uso de um objeto fino e
não-cortante (ex: prego), inserindo-o no centro da escama, tomando-se o cuidado de
exercer a mesma pressão nos diferentes pontos.

2.2.3- Esfoliação de concreto, pedra ou tijolo:

A exposição de concreto, tijolo ou pedras, tais como mármore e granito, a altas


temperaturas produz sua movimentação interna, devida a forças mecânicas geradas pelas
diferentes taxas de expansão e contração de seus componentes, resultando na sua
esfoliação em lâminas ou placas. A área esfoliada ficará limpa, enquanto que a área ao
seu redor terá aderência de fuligem.
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FIGURA 2.11 Esfoliação do concreto
É importante observar que a esfoliação indica que houve rápida mudança de
temperatura ou alta taxa de dissipação de calor no local, porém, ela pode não estar
diretamente acima do foco.
A esfoliação também pode ocorrer devido ao resfriamento rápido subseqüente à
exposição ao calor, o que deverá ser identificado pelos outros vestígios na área.

2.2.4- Expansão térmica e deformação:

Muitos materiais mudam de forma, temporariamente ou permanentemente, durante


um incêndio. Quase todos os materiais sólidos se expandem quando aquecidos. Essa
expansão pode afetar a integridade de estruturas compostas de materiais diferentes. Se
um dos materiais expandir-se mais do que o outro, a estrutura pode entrar em colapso.
A flambagem de vigas e pilares de aço, em um incêndio acima de 538oC, é
causada pela progressiva perda de resistência do aço. Quanto maior a carga sobre
qualquer objeto de aço não-engastado, maior será a deformação, para um determinado
tempo de exposição e uma determinada temperatura. A expansão térmica também
afetará na flambagem, caso a viga seja engastada nas duas pontas.
Superfícies de alvenaria ou estrutura rebocadas também estão sujeitas a expansão
térmica. O reboco de partes de teto ou de paredes submetidas diretamente a calor podem
se expandir e se desprender do seu suporte, inclusive produzindo linhas de demarcação
desenhando padrões V, U, ou de cone truncado.

- 19 -
FIGURA 2.12 Expansão térmica de reboco

2.2.5- Oxidação:

A oxidação de materiais que não entram em combustão pode produzir linhas de


demarcação e padrões de queima, devidos a mudanças de cor e de textura, úteis para a
determinação do caminho do fogo e de sua origem. Quanto maiores forem a temperatura
e o tempo de exposição, mais pronunciados serão esses efeitos.
Alguns exemplos:
• Aço galvanizado nu (sem pintura) submetido a oxidação suave apresentará uma
superfície opaca e esbranquiçada, devido à oxidação da cobertura de zinco, que será
eliminada. Se esse aço desprotegido for umedecido, ele enferrujará;
• Ferro e aço nus submetidos a oxidação em um incêndio apresentarão uma
superfície opaca e azul-acinzentada. Se a oxidação for muito profunda, eles poderão
desprender camadas. Após a oxidação, se forem umedecidos, eles enferrujarão;
• No aço inoxidável, a oxidação suave provocará manchas coloridas, e a
oxidação severa provocará uma coloração cinza opaca;
• Rochas e terra submetidos a temperaturas muito altas apresentam mudança de
cor, variando de amarelada a vermelha; e
• Fuligem e carvão também são sujeitos a oxidação se expostos ao calor por um
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tempo prolongado. O carbono, ao se oxidar, se transformará em gases, e desaparecerá
da superfície do material, resultando em uma queima limpa. Ela normalmente é
produzida pelo contato direto de chamas ou intenso calor por radiação, mas não indica,
necessariamente, o foco do incêndio. As linhas de demarcação entre a queima limpa e a
fuligem podem ser usadas para determinar a direção do fogo e as diferenças de
intensidade ou tempo de queima. Para não confundi-la com a esfoliação, é importante
saber que ela não produz perda da superfície do material.

FIGURA 2.13 Queima limpa

2.2.6- Derretimento:

Muitos materiais sólidos fluem (amolecem) ou derretem (fundem) quando


submetidos a temperaturas elevadas, que podem variar desde um pouco acima da
temperatura ambiente até mais de 1000oC. A temperatura de derretimento é uma
característica do material.
Sabendo-se a temperatura de derretimento do material, é possível fazer uma
estimativa da temperatura a que ele foi submetido, o que pode ajudar na determinação
da intensidade e duração do calor e na extensão de sua movimentação. A análise de
derretimento e fusão dos materiais pode indicar que um determinado ambiente foi
submetido a uma temperatura acima da esperada. Deve-se tomar cuidado ao estimar a
temperatura atingida no ambiente usando materiais como vidro e plásticos, que
apresentam temperatura de derretimento muito variável.
A tabela a seguir apresenta a temperatura de derretimento, aproximada, de

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materiais comumente encontrados em locais de incêndio:

Material Temperatura de derretimento (oC)


Aço carbono 1516
Aço inoxidável 1427
Acrílico (termoplástico) 90-105
Alumínio 566-650
Bronze 982
Chumbo 327
Cobre 1082
Cromo 1845
Estanho 232
Ferro 1540
Ferro fundido acinzentado 1350-1400
Ferro fundido branco 1050-1100
Latão amarelo 932
Latão vermelho 996
Magnésio 627
Náilon (termoplástico) 176-265
Níquel 1455
Ouro 1063
Parafina 54
Poliestireno (termoplástico) 120-160
Polietileno (termoplástico) 122-135
Prata 960
PVC (termoplástico) 75-105
Quartzo (SiO2) 1682-1700
Solda (de estanho) 135-177
Tijolo refratário 1638-1650
Vidro 593-1427
Zinco 375

2.2.7- Distorção:

Lâmpadas incandescentes podem indicar a direção da movimentação do calor.


Quando o lado do bulbo virado para a fonte de calor é aquecido e amolecido, os gases
dentro do bulbo, em lâmpadas de mais de 25 Watts, podem começar a se expandir,
- 22 -
esticando o vidro amolecido, ou até rompendo-o.

FIGURA 2.14 Lâmpada incandescente rompida por calor vindo do lado direito
Lâmpadas de 25 Watts ou menos, por conterem vácuo, podem ter o lado do bulbo
virado para a fonte de calor puxado para dentro.
Para usar esse dado na determinação da origem do fogo, é importante certificar-se
de que a lâmpada não foi rodada em seu soquete após o incêndio.

2.2.8- Vidro:

Um painel de vidro cujas bordas estão protegidas por uma moldura, quando
submetido a calor, apresentará diferença de temperatura entre as regiões próximas às
bordas e a parte mais central do painel. Experiências demonstram que quando essa
diferença atinge aproximadamente 70oC, fissuras aparecem, a partir das bordas em
direção ao centro, com formações onduladas e suaves, e os fragmentos de vidro podem
se desprender da moldura ou não, permanecendo unidos.
Caso o painel de vidro não esteja em uma moldura, a diferença de temperatura
necessária para quebrá-lo será maior do que na situação anterior, haverá formação de
menos fissuras e o painel tenderá a permanecer inteiro.
Se o vidro tiver sofrido algum impacto antes, durante ou após ser submetido ao
calor, haverá um cone de fratura, com numerosas linhas angulosas.

FIGURA 2.15 Vidro que sofreu impacto

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Quando o vidro for submetido a calor seguido por resfriamento rápido, haverá a
formação de um padrão como o da figura 2.16.

FIGURA 2.16 Vidro submetido a calor seguido por resfriamento rápido


Quando o vidro temperado quebrar por ação do calor ou por explosão, os
fragmentos formados serão pequenos, cúbicos e regulares, diferentes daqueles formados
quando há calor seguido por resfriamento rápido.
A presença de uma camada espessa e oleosa de fuligem em uma placa de vidro
indica que pode ter havido uso de um acelerante de queima líquido. Porém, essa camada
também pode ter sido produzida pela combustão incompleta de materiais como madeira
e plásticos, portanto, a hipótese de uso de acelerante deve ser confirmada por outros
vestígios.
Os fragmentos de vidro limpos, ou seja, sem depósito de fumaça e fuligem,
indicam proximidade da área do foco, tendo sido submetidos ou a aquecimento rápido,
ou a quebra, por calor, no início do incêndio, ou a contato com chamas.

- 24 -
3- EXAME DE LOCAL DE INCÊNDIO

3.1- PREPARATIVOS PARA O EXAME DE LOCAL:

3.1.1- Equipamento de Proteção Individual:

Os peritos e quaisquer outras pessoas que forem participar do exame do local


devem usar os EPIs adequados. Segue uma lista de equipamento mínimo:
• Botas de segurança protegidas contra riscos de origem térmica e mecânica
(resistentes ao calor e a objetos perfurantes);
• Capacete de segurança contra impactos de origem ativa, tais como bater a
cabeça em uma viga, ou passiva, como quedas ou projeção de objetos (de obra);
• Luvas cirúrgicas descartáveis;
• Luvas de proteção contra materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes
ou perfurantes (de couro – luva de raspa – e de malha de aço);
• Máscara adequada ao tipo de local (de partículas, de gases, etc.);
• Óculos de segurança com vedação total e com boa fixação ao rosto, para não
cair;
• Protetor solar; e
• Vestimenta resistente a riscos de origem mecânica (difíceis de rasgar).

3.1.2- Equipamento de Exame de Local:

Segue uma lista do equipamento que deve ser levado para o local,
preferencialmente acondicionado em uma maleta, e que deve ser completamente
conferido e, se necessário, reposto, antes de efetuar o deslocamento para o local a ser
examinado:
• Barbante;
• Bússola;
• Chumaços de algodão;
• Detector de hidrocarbonetos;
• Equipamento de anotação: prancheta, formulários, canetas de cores variadas, e
lápis;
• Equipamento de filmagem: filmadora analógica ou digital, com fita ou memória
disponível, e com baterias extras;
• Equipamento de geo-posicionamento (GPS), com baterias extras;

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• Equipamento fotográfico: máquina analógica (ótica) com baterias extras, e/ou
máquina digital com memória disponível e com baterias extras, filmes, lentes
(grande angular e 28-90), flashes com baterias extras, e tripé;
• Equipamentos de iluminação: lanterna, holofote, etc., com baterias extras;
• Etiquetas de identificação de vestígios;
• Ferramentas: chave teste, chaves de fenda, chaves phillips, chaves de boca,
chaves allen, chaves estrela, martelo, pinça, serra com arco, serrote;
• Fita adesiva;
• Fita de contaminação biológica (vermelha);
• Fita de isolamento (zebrada);
• Fita isolante;
• Flanelas;
• Instrumentos de busca de vestígios e de limpeza: balde, enxada, espátula,
esponja de aço, formão, lima, pás (grande e pequena), pé de cabra, picareta,
rastelos (grande e pequeno), rodo, vassoura;
• Lâminas de bisturi;
• Lupa;
• Marcadores de vestígios: setas, escalas, giz e plaquetas;
• Medidor de nível;
• Multímetro;
• Quadro para identificação da ocorrência, com giz ou caneta e apagador;
• Swabs (cotonetes próprios para coleta de secreções);
• Termômetro de medição à distância por infravermelho;
• Trenas (rígida e flexível);
• Vasilhas para armazenamento de vestígios não relacionados ao incêndio: sacos
plásticos e de papel, de tamanhos variados; e
• Vasilhas para armazenamento de vestígios relacionados ao incêndio: latas com
tampa metálica com boa vedação, potes de vidro com tampa e boa vedação, e
sacos plásticos, tudo de tamanhos variados.

3.2- ANÁLISE PRELIMINAR DO LOCAL:

3.2.1- Informações sobre segurança:

Ao chegar a um local de incêndio, o perito deve, antes de tudo, certificar-se da


segurança do local, para que possa realizar o exame sem correr riscos. Deve-se conferir
- 26 -
se existe a possibilidade de haver desabamento, queimaduras, choques elétricos,
inalação de vapores e/ou partículas tóxicos, e até ataque de animais, etc.
Caso haja dúvida sobre a segurança do local, NÃO ENTRE, e solicite avaliação de
pessoal especializado (Defesa Civil).

3.2.2- Informações sobre alterações:

Após verificar as condições de segurança, procure obter informações com relação


às alterações feitas no local.
Registre a condição de portas, inclusive das portas corta-fogo, janelas e outras
aberturas. Observe se: as vias de acesso estavam livres ou bloqueadas, abertas ou
fechadas, trancadas ou não; as trancas estavam funcionando; houve arrombamento, e se
ele foi produzido durante a prestação de socorro ou não; os sistemas de detecção e
supressão de fogo funcionaram e como estavam seus timers, switches, válvulas e
unidades de controle. Anote, sempre, se as alterações observadas foram produzidas
durante a prestação de socorro e extinção do fogo ou não.

3.2.3- Entrevistas com testemunhas e moradores:

As testemunhas do incêndio e os moradores do imóvel, mesmo estes últimos não


tenham testemunhado o evento, podem fornecer informações para auxiliar o exame e a
avaliação de danos, tais como: posicionamento de cômodos, móveis e eletrodomésticos;
hábitos dos ocupantes (uso de velas, ligação de vários aparelhos em uma só tomada,
etc.); e procedimentos de extinção do fogo e/ou socorro de vítimas (quem o fez, se
arrombaram ou quebraram algo nesse processo, etc.).
É importante lembrar que TODAS essas informações devem ser confirmadas, ou
excluídas, pelos peritos.

3.2.4- Exame visual e definição do perímetro a ser examinado:

Deve-se fazer um exame visual do local todo, sem alterá-lo, identificando as áreas
de maior interesse (caminho do fogo, possíveis focos, áreas de maior carga térmica).
Essa etapa deve ser executada sem pressa, visando ter uma idéia prévia do que
aconteceu e começar a formular hipóteses, que serão confirmadas ou rejeitadas no
decorrer do exame.
É importante preservar todas as áreas, mesmo as pouco danificadas, que possam
conter vestígios relacionados ao incêndio (líquidos inflamáveis, vasilhames com
combustíveis, aparatos para provocar ignição que tenham funcionado ou que tenham

- 27 -
falhado) e vestígios não relacionados ao incêndio (corpos, sangue, manchas, impressões
digitais, marcas de ferramentas, etc.).

3.2.5- Solicitação de Apoio:

Durante o exame visual, os peritos deverão verificar se possuem todo o


equipamento e o conhecimento necessário para realizar o exame do local, ou se
precisarão de apoio de equipe especializada no assunto duvidoso. Caso seja possível que
essa equipe compareça imediatamente, pode-se continuar com o procedimento normal
de exame. Caso contrário, um exame preliminar deverá ser feito (registrar o local por
fotografias, filmagens e desenhos, e recolher os vestígios que poderão ser perdidos com
o tempo, procurando alterar o local o mínimo possível) e o local deverá ser preservado
para a continuação do exame posteriormente.

3.3- PROCEDIMENTO DE EXAME DE LOCAL:

No exame do local será feita: a documentação por fotografias, desenhos, descrições e


filmagens; a busca, identificação e preservação dos vestígios; e sua posterior coleta e
acondicionamento para o transporte.

3.3.1- Documentação do local:

O local deve ser documentado por fotografia, desenho e descrição detalhada. Caso
haja necessidade, ele também pode ser filmado, o que não substituirá as fotografias.
Essa documentação deverá ser feita antes, durante e após a busca e identificação de
vestígios, para que se tenha registro das condições do local e dos vestígios antes e depois
das alterações decorrentes dessa busca.

3.3.1.1- Fotografia:

Antes de começar esse registro, deve-se solicitar aos observadores presentes


no local que se afastem das áreas a serem fotografadas.
Devem ser tiradas fotos do exterior e do interior, gerais e de detalhes. É
importante que sejam registrados todos os vestígios e as alterações do local (tanto
as promovidas pelos peritos durante a busca, como as existentes antes da chegada
da equipe de perícia), assim como suas vias de acesso, a(s) área(s) de foco, a(s)
fonte(s) de ignição e o que mais for necessário para exames posteriores e para uma
boa ilustração do evento. Se for possível reconstruir partes do ambiente, isso
também deve ser fotografado.

- 28 -
3.3.1.2- Desenho e descrição detalhada:

Deve ser feita uma planta baixa do local, com rebatimento das paredes
(planimetria de Kenyeres), anotando o posicionamento dos móveis (determinado
por marcas nas paredes e no piso, por parafusos, grampos e outros restos, etc.), as
medidas dos ambientes e a altura do teto. Os vestígios devem ser destacados e
posicionados com medidas relativas a objetos imóveis, como paredes, muros, etc.
Se houver necessidade, devem ser feitos vários desenhos (por exemplo, para
detalhar o ambiente do foco inicial). Observe que esses desenhos não precisam ser
feitos em escala, basta que as medidas sejam anotadas.
Para a descrição do local, deve-se preencher os formulários de local e fazer
anotações baseadas nas listas de conferência (veja exemplos no final deste
capítulo). As anotações do local devem ser bastante detalhadas, ainda que muitas
dessas informações não sejam usadas no laudo, e as fotografias não substituem a
descrição detalhada (pois elas podem ser perdidas, além de não traduzirem todas as
impressões que os peritos podem expressar com palavras). As anotações devem ser
feitas de forma que permita ao perito, ao relê-las, visualizar todo o local, sem a
necessidade de fotografias ou filmagens.
Na descrição do local, não deve ser esquecida a avaliação de danos, exigida
pelo Código de Processo Penal. Para tanto, é necessário anotar o que foi
danificado, incluindo objetos, estrutura, instalações, enfim, tudo o que precisará
ser reposto ou consertado para restabelecer a situação do local antes do incêndio.

3.3.2- Busca, identificação, coleta e preservação dos vestígios:

A busca e a identificação de vestígios constituem o objetivo principal do exame de


local, pois permitirão que sejam definidos a origem do fogo, sua fonte de ignição, sua
causa, seu caminho e toda a dinâmica do evento.
Deve-se ter bastante atenção para manter a integridade dos vestígios, antes,
durante e depois de sua coleta, garantindo que eles não serão contaminados ou perdidos
antes de serem examinados adequadamente.
Tudo o que possa dar indicação ou servir de prova do que aconteceu no local, que
ajude a definir a origem e a causa do incêndio e que possibilite definir o caminho do
fogo e a dinâmica do evento, é vestígio. Exemplos: material ou vasilhame contendo
acelerante de fogo; palito de fósforo usado; pavio de vela queimado; fios ou cabos
elétricos contendo pérolas indicativas de curto-circuito; fios ou cabos elétricos íntegros
ou queimados só por fora; manchas de queima, fuligem e fumaça na edificação; marcas
- 29 -
de queima nos móveis e outros objetos; sinais de arrombamento; manchas de sangue;
objetos que contenham impressões papiloscópicas.
Todos os vestígios encontrados devem ser documentados por fotografia, desenho e
descrição detalhada, conforme exposto no item 3.3.1. Além disso, quando for necessário
e possível, eles devem ser coletados e acondicionados apropriadamente para exames
posteriores.

3.3.2.1- Preservação:

Para evitar a contaminação ou a perda dos vestígios, devem ser tomadas


várias precauções, algumas antes mesmo de iniciar a busca, tais como:
• Estabelecer e manter controle rígido de acesso ao local;
• Evitar usar no local equipamentos movidos a combustível, pois eles
representam risco potencial de contaminação, mas caso haja necessidade de usá-
los, anotar o que foi usado, em que ambiente e com que combustível;
• Usar vestimentas de proteção e calçados limpos, que não tragam
contaminação de fora do local;
• Coletar os vestígios com luvas descartáveis limpas e trocá-las quando for
coletar vestígios não relacionados ou se elas ficarem visivelmente sujas;
• Ao usar ferramentas ou outros instrumentos para coletar vestígios,
verificar se elas estão limpas, e trocá-las ou higienizá-las para coletar vestígios de
diferentes ambientes ou origens, usando, quando possível, ferramentas e
instrumentos descartáveis;
• Acondicionar os vestígios em embalagens limpas, sem uso, identificadas,
e lacrá-las imediatamente;
• Transportar e armazenar vestígios provenientes de locais diferentes
separadamente;
• Vestígios líquidos devem ser transportados separadamente dos demais;
• Transportar e armazenar vestígios relacionados ao incêndio
separadamente de outros tipos de vestígio;
• Seguir as instruções de coleta, acondicionamento e transporte de
vestígios fornecidas pelo laboratório que irá examiná-los e armazená-los;
• Manter registros escritos documentando o número da ocorrência, o
número da amostra, sua descrição, a data e o local de onde foi coletada, o nome do
perito que coletou, e outras informações pertinentes, para definir uma cadeia de
custódia; e
- 30 -
• Documentar todas as transferências de custódia e o destino final do
vestígio, com o nome de quem o recebeu, em que data e de que forma.

3.3.2.2- Busca, identificação e coleta:

A busca deve ser feita cuidadosamente e em camadas, com muita paciência,


pois todo o material do local estará extremamente frágil e de difícil identificação.
Deve-se ter muito cuidado ao coletar vestígios na área do foco, para que não sejam
perdidas informações importantes. É interessante frisar que, na área do foco, na
maioria das vezes, é necessário remover todas as camadas até chegar ao piso, para
que se possa confirmar ou rejeitar as hipóteses formuladas.
Os vestígios que serão recolhidos devem ser acondicionados em embalagens
etiquetadas. Caso haja suspeita de existir acelerante de fogo no material que está
sendo acondicionado, ele deve ser colocado imediatamente em uma lata ou em um
vidro e lacrado.
A etiqueta da embalagem deve conter:
• Nome do perito;
• Data e hora da coleta;
• Número da ocorrência;
• Número da amostra; e
• Descrição e localização do vestígio.
Amostras de comparação devem ser coletadas, quando possível, e tratadas da
mesma forma que as questionadas.
Apesar de a intenção principal ser descobrir fatos relacionados ao incêndio,
não se pode deixar de observar se existem outros vestígios, não relacionados
diretamente ao incêndio, mas que possam ajudar a definir toda a dinâmica do
evento e, até, se houve outro crime além do incêndio. Manchas de sangue, marcas
de solado de calçados, impressões papiloscópicas, etc. devem ser coletadas e
preservadas apropriadamente. Caso os peritos de local não tenham condições de
fazê-lo, devem solicitar apoio de alguém para tal.
Para direcionar o exame de local, os formulários e a lista de conferência
apresentados ao final deste capítulo apresentam os procedimentos operacionais
padrão a serem realizados.

3.3.3- Conclusão do exame de local:

Antes de deixar o local examinado e liberá-lo, os peritos devem ter certeza de tê-lo

- 31 -
examinado completamente, de que todos os esforços possíveis para buscar, identificar e
coletar vestígios foram feitos, e de que todas as características físicas do local foram
documentadas.
Deve ser feita a checagem das listas de conferência, observando se todos os
vestígios que deveriam ser coletados foram acondicionados, etiquetados e preparados
para o transporte, se todas as medidas necessárias dos ambientes foram feitas e anotadas,
se todas as fotografias pertinentes foram tiradas, se todas as anotações necessárias foram
feitas, inclusive a estimativa de danos, e se nenhum material de exame foi esquecido.
Os peritos devem discutir, no local, os resultados preliminares e as ações futuras,
tais como exames posteriores. Eles também devem anotar se algum material encontrado
foi restituído a alguém, e quais medidas de segurança deverão ser tomadas por quem
ficará responsável pelo local (por exemplo: paredes trincadas que devem ser
recuperadas, instalações elétricas que devem ser refeitas, não habitar local em que existe
risco de desabamento, etc.).

3.4- EXAMES POSTERIORES:

Alguns vestígios são coletados no local para posteriormente serem submetidos a exames
tais como: presença de hidrocarbonetos; presença de álcoois; presença e identificação de
material biológico; presença de sangue e definição de tipo sangüíneo e fator RH; impressões
papiloscópicas e plantares; definição de origem de curto circuito, se primário ou secundário;
entre outros.

3.5- LISTA DE CONFERÊNCIA:

Procedimento Operacional Padrão para Exame de Local de Incêndio em


Edificações

Assegurar-se da segurança do local antes de entrar.


Examinar visualmente o local e tentar identificar a área do foco.
Fotografar e/ou filmar o local antes de alterá-lo e durante a busca.
Observar as vias de acesso (se estavam livres, obstruídas, trancadas, funcionando
perfeitamente, etc.) e procurar sinais de arrombamento recente (marca de compressão,
desprendimento de fragmentos do portal, quebramento de vidro – definir sentido e procurar
cone de fratura).
Se constatar que o arrombamento ocorreu após o incêndio, descobrir se foi produzido em
ação de socorro ou não.
- 32 -
Definir a posição em que se encontravam as vias de acesso e a carga térmica durante o
incêndio (se as condições da edificação permitirem), com vistas a determinar o caminho do
fogo.
Definir o caminho do fogo e o(s) foco(s) do incêndio.
Checar a situação do sistema de segurança elétrico (quadro de luz, disjuntores fusíveis,
“gato”).
Procurar sinais de curto circuito nas instalações elétricas (fusão nas tomadas, pérolas nos
fios e cabos, capa protetora dos fios e cabos deslizando ao longo deles, queima e/ou
fuligem nos pinos dos plugues).
Procurar o agente ígneo.
Limpar toda a área do foco, observando as camadas, até chegar ao piso, para verificar se
nele existem marcas de queima.
Identificar estampamento de móveis e outros objetos nas paredes e no piso.
Determinar a causa do incêndio, se for possível fazê-lo no local.
Procurar vestígios não relacionados diretamente ao incêndio (manchas de sangue e outros
materiais biológicos, marcas de solados de calçados, impressões papiloscópicas e
plantares, etc.), inclusive nas lixeiras e no telhado.
Checar a existência de sistema de prevenção/extinção de incêndio, sua localização e seu
estado de conservação (escada de incêndio, extintor, porta corta-fogo, sprinkler, tubulação
de incêndio, hidrante).
Observar se havia facilidade de propagação do fogo para áreas vizinhas.
Medir os ambientes e o posicionamento do imóvel no lote, além da localização de vestígios
importantes (usar GPS, se necessário).
Anotar as características da edificação (tipo de uso, número de pavimentos, estrutura,
alvenaria/fechamentos, revestimentos de parede, piso e teto, cobertura, se geminada ou
isolada, tipo de instalação elétrica e seu isolamento.
Solicitar cópia de inventários e apólices de seguro se existentes.
Anotar os bens danificados, bem como a condição da edificação, para avaliar os custos de
sua reposição.
Recolher objetos onde possa haver substância acelerante (inclusive partes do piso), para
exames posteriores, acondicionando-os em embalagens adequadas, e não esquecendo de
fotografá-los e de anotar sua localização.

- 33 -
Recolher objetos onde possa haver impressões papiloscópicas ou plantares para exames
posteriores, acondicionando-os em embalagens adequadas, e não esquecendo de fotografá-
los e de anotar sua localização.
Recolher o agente ígneo, acondicionando-o em embalagem adequada, e não esquecendo de
fotografá-lo e de anotar sua localização.

3.6- FORMULÁRIOS:

EXAME DE LOCAL DE INCÊNDIO


1o Perito(a): _______________ 2o Perito(a): _______________ Oc. IC: _______/___-_____
Data do exame: ____/____/____ Natureza do Exame: _________ Oc. DP: ______/___-___
Data da solicitação: ____/____/____ Horário da solicitação: _______ Solicitação via: ______
Horários: deslocamento ____________ ; início _____________ ; término _______________
Endereço: _________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Fotos: __________________________________________ GPS: _____________________

INFORMAÇÕES SOBRE A EDIFICAÇÃO:

• Tipo de edificação:
( ) residencial ( ) comercial ( ) industrial ( ) outra:
• Número de pavimentos:
• Área aproximada (em m2):
• Tipo de construção:
Š estrutura:
( ) concreto ( ) madeira ( ) metálica ( ) mista:
Š alvenaria / fechamentos:
( ) tijolo cerâmico ( ) tijolinho ( ) bloco de concreto ( ) argamassa armada
( ) concreto pré-moldado ( ) gesso ( ) madeira ( ) painel metálico
( ) outros:
Š revestimento de parede:
( ) chapisco ( ) reboco ( ) pintura ( ) papel de parede ( ) outro:
Š piso:
( ) madeira ( ) pedra ( ) cerâmica ( ) sintético:
( ) cimento queimado ( ) outro:
Š forro:
( ) ausente ( ) madeira ( ) gesso ( ) metálico ( ) sintético:
( ) outro:
- 34 -
Š cobertura:
( ) telha cerâmica ( ) telha de fibrocimento ( ) telha metálica ( ) laje
( ) outra:
• Características da construção:
( ) isolada ( ) geminada
( ) apartamento ( ) casa ( ) prédio ( ) outro:
• Havia instalação elétrica?
Š especificações:
( ) iluminação ( ) força
( ) monofásica ( ) bifásica ( ) trifásica
Š quanto ao isolamento:
( ) exposta ( ) em eletrodutos ( ) com isoladores de porcelana
( ) outro:
Š estado de conservação:
Š havia quadro de distribuição ou similar que indicasse a existência de projeto de
instalações elétricas?
Š sistema de segurança (especificar estado em que se encontrava):
( ) disjuntor:
( ) fusível:
( ) gato:
• Quais eram, onde e como estavam as vias de acesso à edificação (livres, obstruídas,
trancadas, funcionando perfeitamente, etc)?

• Havia escada de incêndio, extintor (de que tipo), porta corta-fogo, sprinklers e/ou
tubulação de incêndio? Se positivo, especificar a localização e o estado de conservação:

• Se de uso comercial / industrial:


Š O que vendia / fabricava:
Š Que mercadorias / matérias-primas havia no depósito:

- 35 -
BUSCA, IDENTIFICAÇÃO E COLETA DE VESTÍGIOS:

Š Se ocorreu sobrecarga ou curto circuito, especificar onde:


• Se havia aparelho de aquecimento elétrico, aparelho de ar condicionado, caldeira,
fornalha, máquina e/ou motor, especificar onde estava, finalidade, marca, modelo, potência
e estado de conservação:
• Havia odor de material inflamável? Onde?
• Se havia materiais inflamáveis:
Š quais eram e onde estavam:

Š quais foram atingidos:

Š quais foram coletados e de onde (suporte):

• Listar materiais coletados e onde estavam:

• Listar mercadorias, móveis, utensílios domésticos, roupas e outros bens (especificar como
se encontravam: íntegros - I, parcialmente destruídos – PD, ou destruídos – D):

- 36 -
INFORMAÇÕES SOBRE O INCÊNDIO:

1- A intensidade do incêndio foi:


( ) parcial ( ) total
2- Qual(is) o(s) objeto(s) incendiado(s)?

3- Qual(is) o(s) foco(s) inicial(is)?

4- Houve foco(s) secundário(s)? Qual(is)?

5- Qual o caminho do fogo?

6- Qual a causa que deu origem ao incêndio?


ƒ Acidental: corpo(s) em ignição, curto-circuito, sobrecarga na instalação elétrica;
ƒ Natural: combustão espontânea, eletricidade estática, faíscas elétricas de origem
atmosférica, reações químicas exotérmicas;
ƒ Proposital.

7- Houve risco à vida?


8- Havia facilidade de propagação do fogo para as áreas vizinhas? Isso chegou a
acontecer?

9- Do evento resultou perigo ao patrimônio alheio?

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LEITURA RECOMENDADA

• DeHAAN, John D. Kirk’s Fire Investigation. 6th Edition. Prentice Hall, 2006.
• ICOVE, David J.; DeHAAN, John D. Forensic Fire Scene Reconstruction. 1st Edition.
Prentice Hall, 2003.
• LENTINI, John J. Scientific Protocols for Fire Investigation (Protocols in Forensic
Science). Boca Raton, Florida: CRC Press - Taylor and Francis Group, 2006.
• NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA 921: Guide for Fire and
Explosion Investigations. Quincy, Massachusetts: National Fire Protection Association,
2004.

BIBLIOGRAFIA

• NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. Fire Protection Handbook. 17th


Edition. Quincy, Massachusetts: National Fire Protection Association, 1992.
• NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA 921: Guide for Fire and
Explosion Investigations. Quincy, Massachusetts: National Fire Protection Association,
2004.
• NATIONAL INSTITUTE OF JUSTICE. Fire and Arson Scene Evidence: A Guide for
Public Safety Personnel. Washington, DC: U.S. Department of Justice, 2000.
• NENEVÊ, Celso; SANTOS, Marcos Henrique dos. Teoria Geral da Criminalística e
Investigação de Locais de Infração Penal. Brasília – DF, 2001.

CONTATO

Instrutora: Larissa Tamara de Sousa Marins


E-mail: [email protected]
Celular: (61) 9274-3074
Comercial: (61) 3362-5947 / 3362-5952 – Seção de Perícias em Incêndios e Explosões –
Instituto de Criminalística – Polícia Civil do Distrito Federal.

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