Raquel Oliveira Santos Antropologia 4 Ava
Raquel Oliveira Santos Antropologia 4 Ava
Raquel Oliveira Santos Antropologia 4 Ava
(2005-2016)
Introdução
Desenvolvimento
1
Discente de direito da UFPA, email: [email protected] matrícula sob nº 201906140183
tentam propiciar oportunidades para grupos socialmente marginalizados. Para o caso da
UFPA, essas ações surgem como resposta às reivindicações de movimentos sociais e étnicos
(Movimento Negro, Indígena -APITO-, Quilombolas), que pressionaram a Universidade a
adotar medidas inclusivas, obtendo de forma resumida a seguinte evolução histórica:
2012 - 2016: Entre 2012 e 2016 a UFPA foi aumentando gradativamente o número de
vagas reservadas para alunos de escolas públicas, negros, pardos, indígenas e pessoas com
deficiência para acompanhar o cronograma de implantação das vagas de forma gradativa
conforme a própria Lei de Cotas. No primeiro momento, a lei dispunha que 25% das vagas
seriam destinadas aos cotistas em 2013, aumentando até alcançar os 50% exigidos em 2016.
Entre as principais medidas analisadas está a reserva de 50% das vagas para os
estudantes egressos de escolas públicas, sendo que 40% são destinados a pretos e pardos,
conforme a Resolução nº 3.361/2005. Esta política constituiu um marco para a
democratização do acesso ao ensino superior na instituição, embora tenha gerado resistências
para sua implementação dentro e fora da academia. Outro aspecto de destaque é a reserva de
vagas para indígenas e pessoas com deficiência, nas Resoluções nº 3.689/2009 e 3.883/2009,
respectivamente, que buscam contemplar historicamente os grupos excluídos da educação
superior.
A análise dos dados evidenciou que, não obstante os avanços propiciados pelas ações
afirmativas, a UFPA ainda enfrenta problemas significativos em sua implementação. Um dos
principais obstáculos estabelecidos reside na baixa procura de vagas reservadas para
indígenas e os portadores de deficiência em alguns cursos, o que leva à extinção das mesmas.
Outro ponto crucial é a resistência dos setores elitistas da sociedade, que sustentam que as
cotas violam o princípio da meritocracia, ignorando as desigualdades estruturais que invadem
o desempenho dos candidatos durante sua trajetória escolar.
O texto abordado até então pode ser alinhado com o pensamento de Nancy Fraser, ao
discutir a ideia de justiça redistributiva e de reconhecimento; defendendo que as políticas de
justiça social precisam corrigir desigualdades não apenas econômicas, mas também garantir o
reconhecimento das identidades e culturas marginalizadas. Na UFPA, esta visão é
representada pelas cotas raciais e para indígenas e quilombolas, as quais buscam remediar a
exclusão histórica das etnias, propiciando não apenas o acesso, mas reconhecimento dentro
da Instituição. Para Fraser a inclusão deve proporcionar tanto redistribuição de oportunidades
como o reconhecimento cultural e as ações afirmativas da UFPA parecem caminhar nesta
direção em reservar vagas para os esses estudantes.
Por último, o estudo também mostra que a resistência à política de cotas e o não
preenchimento das vagas reservadas para alguns grupos demonstram que a inclusão plena de
fato ainda não foi atingida. Para que as políticas afirmativas continuem produzindo efeitos
positivos, é necessário um engajamento institucional para implementação de políticas de
permanência que garantam que os estudantes que ingressam na universidade, efetivamente,
consigam concluir seus estudos com sucesso, contribuindo para suas comunidades e para a
sociedade em geral.
Referências bibliográficas
Beltrão, Jane Felipe; Brito Filho, José Cláudio Monteiro de y Maués, Antonio Moreira.
Ações Afirmativas na Universidade Federal do Pará (2005-2016). Rev. Incl. Vol. 3. Num.
Especial, Julio-Septiembre (2016), ISSN 0719-4706, pp. 78-101.