TCM Homologado
TCM Homologado
TCM Homologado
Teresina – PI
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE BIOLOGIA
Teresina – PI
2020
MUTAÇÕES GENÉTICAS: PERCEPÇÃO DOCENTE/DISCENTE E
PRÁXIS EM ESCOLA PÚBLICA NA PLANÍCIE LITORÂNEA DO PIAUÍ
Membros da Banca:
_____________________________________________
Prof. Dra. Francielle Alline Martins
(Presidente da Banca - UESPI)
_____________________________________________
Profa. Dr. Pedro Marcos de Almeida
(Membro Titular - UESPI)
_____________________________________________
Prof. Dra. Emília Ordones Lemos Saleh
(Membro Titular - UESPI)
______________________________________________
Prof. Dra. Francilene Vieira da Silva Freitas
(Membro Titular – UNINASSAU/UEMA)
Teresina – PI
2020
À minha esposa e filhos, pela resiliência durante a
superação dos obstáculos nesse laborioso
período. À minha mãe e irmãos pelo apoio e pelas
orações.
RELATO DO MESTRANDO________________________________________
Figura 2.1 Representação do ciclo investigativo proposto por Pedaste et al. (2015)
apud Scarpa e Campos, 2018..............................................................28
Figura 4.1 Municípios sob Jurisdição da 1ª Gerência Regional de Educação na
Planície Litorânea do Piauí. ................................................................. 33
Figura 5.1 A) Titulação mais elevada dos docentes de Biologia da Rede Pública
da 1ª GRE (SEDUC-PI). B) Ano de obtenção do Título. ...................... 38
Figura 5.2 Número de escolas em que lecionam os docentes de Biologia da Rede
Pública da 1ª GRE (SEDUC-PI)............................................................41
Figura 5.3 Número de aulas ministradas semanalmente pelos docentes de
Biologia da Rede Pública 1ª GRE (SEDUC-PI). ................................... 42
Figura 5.4 Tempo de experiência e atuação no ensino dos docentes de Biologia
da Rede Pública 1ª GRE (SEDUC-PI) ................................................. 43
Figura 5.5 Materiais e/ou Ambientes Pedagógicos utilizados pelos docentes de
Biologia da Rede Pública 1ª GRE (SEDUC-PI) .................................... 44
Figura 5.6 Dificuldades enfrentadas pelos docentes de Biologia da Rede Pública
1ª GRE (SEDUC-PI) no processo ensino-aprendizagem em relação às
mutações genéticas..............................................................................45
Figura 5.7 Percepção dos docentes de Biologia da Rede Pública 1ª GRE
(SEDUC-PI) acerca da abordagem do assunto “Mutações Genéticas”
nos livros didáticos ............................................................................... 46
Figura 5.8 Estratégias utilizadas pelos docentes de Biologia da Rede Pública da 1ª
GRE (SEDUC-PI) como facilitadoras no processo ensino –
aprendizagem de mutações genéticas...... ........................................... 47
Figura 5.9 Percepção dos docentes de Biologia da Rede Pública da 1ª GRE
(SEDUC-PI) acerca dos conhecimentos prévios dos alunos
relacionados às mutações genéticas ................................................... 48
Figura 5.10 Frequência percentual das respostas dos alunos da 3ª Série do Ensino
Médio à Questão 1: “O que pensam primeiro quando ouvem a palavra
mutação?”. ........................................................................................... 49
Figura 5.11 Frequência percentual das respostas dos alunos da 3ª Série do Ensino
Médio à Questão 2: “Em relação às mutações genéticas marque a
alternativa correta:” .............................................................................. 51
Figura 5.12 Frequência percentual de acertos no teste de sondagem (Apêndice C)
............................................................................................................. 58
LISTA DE TABELAS
AC – Alfabetização Científica;
ACS – Agente Comunitário de Saúde;
ALD – Adrenoleucodistrofia;
APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais;
BNCC – Base Nacional Comum Curricular;
BPC – Benefício de Prestação Continuada;
CCS – Centro de Ciências da Saúde;
CEEP – Centro Estadual de Educação Profissional;
CEEPRU – Centro Estadual de Educação Profissional Rural;
CEJA – Centro de Educação de Jovens e Adultos;
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa;
CETI – Centro de Ensino de Tempo Integral;
CNS – Conselho Nacional de Saúde;
DNA – Ácido desoxirribonucleico;
EJA – Educação de Jovens e Adultos;
ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica;
GIF – Graphics Interchange Format;
GRE – Gerência Regional de Educação;
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica;
HF – Hipercolesterolemia Familiar;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
IHME – Health Metrics and Evaluation;
INCA – Instituto Nacional do Câncer;
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social;
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
MERRF– Epilepsia Mioclônica com Fibras Vermelhas Anfractuadas;
OPAS – Organização Pan – Americana de Saúde;
PNE – Plano Nacional de Educação;
RNAr – Ribonucleic Acid ribossomal - Ácido Ribonucleico Ribossômico;
RNAt – Ribonucleic Acid transport - Ácido Ribonucleico Transportador;
SEI – Sequência Didática Investigativa;
SEDUC – Secretaria de Estado da Educação;
SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade;
SMS – Secretaria Municipal de Saúde;
STI – Sistema de Informações Territoriais;
SUPEN – Superintendência de Ensino;
SUS – Sistema Único de Saúde;
TCLE – Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento;
UE – Unidade Escolar;
UESPI – Universidade Estadual do Piauí.
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
2 – REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 18
2.1 Mutações Genéticas: Aspectos Conceituais e Históricos .................................... 18
2.2 Processo Ensino-Aprendizagem de Genética/ Mutações Genéticas .................. 22
2.3 Alfabetização Científica, Ensino Investigativo e Mutações Genéticas................. 27
3 – OBJETIVOS ........................................................................................................ 31
3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 31
3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 31
4 – METODOLOGIA ................................................................................................. 32
4.1 Avaliação da Percepção dos Docentes que Atuam nas Escolas da 1ª GRE ...... 32
4.2 Comunidade Escolar e Percepção Discente ....................................................... 35
4.3 Aplicação da Sequência Didática e Construção do Conhecimento ..................... 36
4.4 Disponibilização On-line dos Produtos Desenvolvidos ........................................ 38
2. REFERENCIAL TEÓRICO
são dessas forças que surgem as pressões seletivas ambientais que ocasionam o
processo evolutivo através da seleção natural (PIERCE, 2016).
É importante destacar que existem mutações genéticas que não geram
nenhum efeito fenotípico. Entre os motivos para esse fenômeno está o fato de que
apenas 1,5% do genoma humano contêm sequências de genes que codificam
proteínas ou são transcritas de RNAr ou RNAt. O restante do DNA é composto por:
sequências reguladoras (5%), íntrons (~20%), DNA não codificante único (15%),
DNA repetitivo não relacionado com os elementos de transposição (14%), DNA
repetitivo que inclui elementos de transposição e sequências relacionadas (44%)
(REECE et al., 2015).
Ainda analisando o fato de algumas mutações serem inócuas
fenotipicamente, Nussbaum et al. (2016) afirma:
Uma mutação cromossômica pode não afetar uma parte crucial do genoma
e pode não ter nenhum efeito fenotípico. Uma mutação dentro de um gene
pode não ter nenhum efeito porque a mudança não altera a sequência
primária de aminoácidos de um polipeptídeo ou porque, mesmo que o faça,
a mudança resultante na sequência do aminoácido codificado não altera as
propriedades funcionais do polipeptídeo. Nem todas as mutações, portanto,
tem consequências clínicas (NUSSBAUM, et al., 2016. p. 70).
Por outro lado, é importante considerar que várias doenças humanas têm
sua origem em mutações genéticas, dentre elas podemos citar: acondroplasia,
albinismo, anemia falciforme, cânceres diversos, daltonismo, diabetes (alguns tipos),
distrofia muscular de Duchenne, doença de Alzheimer, doença de Charcot-Marie-
Tooth, doença de Huntington, doença de Tay-Sachs, doença de Wilson, doença do
rim policístico, Epilepsia Mioclônica com Fibras Vermelhas Anfractuadas – MERRF,
Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA, fenilcetonúria, fibrose cística, hemocromatose,
hemofilia, Hipercolesterolemia Familiar (HF), holoprosencefalia (forma não-
sindrômica), leucemia mieloide crônica, polipose adenomatosa familiar, progéria ou
Síndrome de Huntchinson-Gilford, retinoblastoma, síndrome de triplo X, síndrome
Cri-du-chat, síndrome de Crouzon, síndrome de Down, síndrome de Edwards,
síndrome de Klinefelter, síndrome de Marfan, síndrome de Miller-Dieker, síndrome
de Patau, síndrome de Prader-Willi, síndrome de Turner, síndrome do duplo Y,
síndrome do X frágil, talassemia e xerodermapigmentoso (BORGES-OSÓRIO;
ROBINSON, 2013; NUSSBAUM, et al., 2016).
Um fato que recebe pouca ênfase é a importância das mutações na
origem de novas espécies, notadamente de vegetais. Estimativas dão conta que
aproximadamente 40% das plantas em geral, 50% das angiospermas e de 70 a 80%
das gramíneas (Poaceae) são poliploides. A poliploidia é uma forma de mutação
muito frequente em vegetais e é o principal mecanismo pelo qual surgem e evoluem
novas espécies de plantas. Os poliploides incluem triploides (3n), tetraploides (4n),
pentaploides (5n) e até números maiores de conjuntos de cromossomos. Os
vegetais poliploides podem apresentar maior produtividade ou oferecer algumas
características economicamente importantes como: uva e melancia sem sementes,
frutos mais doces, taxa de crescimento e frutificação mais acelerada etc.
(GRIFFITHS, 2016; PIERCE, 2016).
Nos vegetais, a poliploidia é o resultado de múltiplas poliploidizações. Os
dois principais tipos de poliploidia são a autopoliploidia, na qual todos os conjuntos
de cromossomos são de uma única espécie, e a alopoliploidia, em que os conjuntos
de cromossomos são oriundos de duas ou mais espécies distintas. São exemplos de
vegetais cuja origem é poliploide e que são importantes para na agricultura: algodão,
aveia, banana, batatas, cana-de-açúcar, melancia, trigo e uva. Embora menos
comum, já foram descritas algumas espécies de animais poliploides como: alguns
invertebrados, peixes, salamandras, sapos e lagartos. Durante muito tempo não
2. Referencial teórico 22
foram identificados mamíferos poliplóides, contudo em 1999 foi descrita uma espécie
de rato tetraploide na Argentina (GRIFFITHS, 2016; PIERCE, 2016).
Considerando a complexidade dos temas elencados, faz-se necessária a
implementação de estratégias para a o desenvolvimento de um processo ensino-
aprendizagem que dialogue com a realidade concreta dos alunos e que possa torná-
los protagonistas na construção do conhecimento.
Figura 2.1 – Representação do ciclo investigativo proposto por Pedaste et al. (2015)
apud Scarpa e Campos, 2018.
Martins
6. Cocal Ensino Médio Pinheiro Machado
CEEPRU Deputado Ribeiro Magalhães
UE Emília Soares Araújo
7. Cocal dos Alves Ensino Médio Augustinho Brandão
8. Ilha Grande UE Marocas Lima
9. Luís Correia UE Pedro II
UE Raimundo Miranda Brito
CETI Zulmira Xavier
UE Manoel Rodrigues Vieira
UE Ricardo Augusto Veloso
10. Murici dos Portelas UE Otávio Escórcio Gomes
11. Parnaíba CEEP Liceu Parnaibano
CETI Lima Rebelo
CETI Polivalente Lima Rebelo
UE Cândido Oliveira
UE Deputada Francisca Trindade II
UE Dr. João Silva Filho
UE Edson da Paz Cunha
UE Jeanete Sousa
UE José Euclides de Miranda
UE Padre Raimundo José Vieira
Colégio Estadual Senador Chagas Rodrigues
CEEP. Ministro Petrônio Portela
CEJA Jonas Correia
UE Edison Cunha
UE Epaminondas Castelo Branco
UE Ozias Correia
Fonte: Relatório da Superintendência de Ensino (SUPEN); UE: Unidade Escolar, CEEP: Centro Estadual de
Educação Profissional; CEEPRU - Centro Estadual de Educação Profissional Rural; CEJA: Centro de Educação
de Jovens e Adultos; CETI: Centro de Ensino de Tempo Integral.
Tabela 4.2 - Distribuição de Alunos por Turma de Ensino Médio na Unidade Escolar
Turma Quantidade de Alunos em 2019 Quantidade de Alunos em 2020
1ª Série 35 32
2ª Série 18 34
3ª Série 24 18
Fonte: Relatório da Superintendência de Ensino (SUPEN, 2019)
“Quiz” cujas questões estavam inseridas na própria apresentação da aula, e que foi
resolvido pelos alunos.
Atividades 2: na aula seguinte promoveu-se uma exposição dialogada
sobre mutações genéticas. No decorrer da atividade os alunos foram desafiados
com as seguintes questões: o que são mutações genéticas? Como ocorrem as
mutações genéticas? Que fatores são capazes de ocasionar as mutações? Quais
são as principais mutações genéticas em seres? Qual a influência das mutações
genéticas na agricultura? Que diferenças podemos observar entre um vegetal
diploide e um poliploide? Como podemos relacionar as mutações genéticas com o
processo evolutivo? Que diferenças podemos estabelecer entre variabilidade
genética e mutações genéticas?
Atividade 3: Na segunda parte da aula, exibiu-se uma compilação dos
filmes “O Parque dos Dinossauros® (1993)”; e “Jurassic World: O Mundo dos
Dinossauros® (2015)” que se encontra disponível através do link:
https://drive.google.com/file/d/1nxUGcAEYjIyMa8CR_8azvN6-4Ld_gw3K/view cujo
objetivo foi estimular reflexões a respeito das mutações genéticas. Embora a
franquia seja composta por cinco filmes: Jurassic Park® (1993), The Lost World:
Jurassic Park® (1997), Jurassic Park III® (2001), Jurassic World® (2015) e Jurassic
World: Fallen Kingdom® (2018). Optou-se pela edição e uso do primeiro e do quarto
por conterem cenas que abordam conceitos como: DNA, manipulação genética,
determinação do sexo etc. Também foram inseridas poucas “cenas de ação” a fim
de manter a atenção dos alunos ao longo da exibição do material. A compilação das
cenas perfez um tempo de 54min. e 35s. Na aula seguinte promoveu-se um debate
relacional entre o filme e os conceitos relacionados à mutação genética, a partir
desse debate 10 questões norteadoras foram geradas pelos alunos. Os alunos
foram divididos em 4 (quatro) grupos e orientados a pesquisar em livros didáticos e
em bases de dados confiáveis da internet (Scielo®, Bireme®, Lilacs® e Scholar
Google®) acerca dos assuntos tratados em cada questão norteadora. Tais
aprofundamentos geraram novas questões norteadoras que ao final totalizaram 22.
Destas, 10 foram escolhidas pelos alunos e pelo professor para compor um estudo
dirigido que deveria ser entregue por escrito na aula seguinte. As demais questões,
não incluídas no estudo dirigido, e suas respectivas respostas e fontes consultadas
formaram um material complementar. Ficou estabelecido que a entrega deste
4. Metodologia 38
material seria realizada em até 15 dias a contar da proposição das atividades. Essas
pesquisas foram enviadas online nos formatos: .doc ou .docx.
Atividade 4: Visando contemplar também a formação cidadã, os alunos
visitaram a APAE de Buriti dos Lopes-PI. Nessa oportunidade os alunos coletaram
informações sobre a história da instituição (Anexo B), participaram de uma roda de
conversas com professores, pais e assistidos e conheceram a difícil realidade
cotidiana dos entes acompanhados e envolvidos na assistência e processo de
inserção social dos portadores de síndromes genéticas e outras condições clínicas
que necessitam de atendimento especial. Na tarde desse mesmo dia, os alunos
foram estimulados a refletir oralmente sobre as experiências vividas durante a visita
a APAE.
Atividade 5: Ao término do desenvolvimento das atividades de aplicação
da sequência didática, os alunos avaliaram quantitativamente o conjunto de
atividades propostas e puderam atribuir notas cujos valores variaram de 0 a 5 pontos
de acordo com o índice de satisfação (Apêndice D). Cada atividade foi avaliada em
cinco perspectivas: Metodologia utilizada no processo de ensino-aprendizagem;
Nível de satisfação com as técnicas empregadas durante a pesquisa; Contribuição
da metodologia utilizada para a sua aprendizagem em mutações genéticas; Nível de
interesse durante a aplicação das metodologias e Nível de dificuldade em
compreender e executar as atividades propostas.
Figura 5.1 – A) Titulação mais elevada dos docentes de Biologia da Rede Pública da
1ª GRE (SEDUC-PI). B) Ano de obtenção do título.
A B
2016 Ⱶ 2020
Uma.
Duas.
Três.
Mais de Três.
2 Ⱶ 12.
12 Ⱶ 24.
24 Ⱶ 36.
36 Ⱶ 48.
> 48.
< 1 ano.
1 Ⱶ 3 anos.
3 Ⱶ 5 anos.
5 Ⱶ 7 anos.
7 Ⱶ anos.
> 9 anos.
Outra.
Fonte: Próprio Autor
Figura 5.7 – Percepção dos docentes de Biologia da Rede Pública 1ª GRE (SEDUC-
PI) acerca da abordagem do assunto “Mutações Genéticas” nos livros didáticos
Síndrome de Down.
X-Men, superpoderes.
Evolução
Câncer
Transgênicos
tem um alto custo e gera muito sofrimento tanto para os familiares como para o
paciente (BRASIL, 2017).
Esse desconhecimento acerca da associação entre tumores malignos e
mutações genéticas revela que a qualidade da aprendizagem está abaixo do
desejável. E essa é a realidade do ensino médio oferecido pela maioria das escolas.
Dentre as razões para essa precariedade podemos citar: baixa qualidade da
aprendizagem já no ensino fundamental; caráter enciclopédico dos conteúdos e das
aulas; passividade das metodologias de construção do conhecimento; currículos
extensos e com muitas disciplinas; pouco tempo de dedicação as atividades
escolares; deficiências na formação dos professores; ensino descontextualizado da
vida real e profissional dos alunos; e multiplicidade de objetivos do Ensino Médio
(CASTRO, 2009 apud MESQUITA; LELIS, 2015; ZIBAS, 2005).
Quando questionados sobre a herdabilidade das mutações, 53% dos
alunos, pouco mais da metade, responderam que as alterações no DNA podem ser
herdadas dos pais ou adquiridas ao longo da vida (Figura 5.11).
estejam diretamente relacionados com mutações genéticas, são temas que atraem a
atenção da população geral pela sua relevância, pelo seu forte apelo social e por
despertarem espanto e curiosidade (XAVIER et al. 2006). E essa é a razão pela qual
53% dos alunos puderam estabelecer corretamente essa associação entre Mutações
e esse tipo de alteração.
É importante destacar que 32% alunos afirmaram que as mutações são
alterações no DNA que sempre são herdadas dos pais; e 12% dizem que essas
alterações no DNA são adquiridas apenas ao longo da vida; e apenas 3% sustentam
que as mutações são incompatíveis com a vida, portanto não herdáveis e levando a
um processo de aborto. Totalizando, 47% de associações incorretas e que
necessitam de uma melhor capacidade de associação esses conceitos com
aspectos do cotidiano.
Ao compararmos esse resultado com as dificuldades enfrentadas pelos
docentes no processo ensino-aprendizagem das mutações genéticas (Figura 5.6),
72% afirmam que a falta de conhecimento prévio, por parte dos alunos, de conceitos
básicos como: meiose, DNA, síntese e função das proteínas etc., dificultam o
processo ensino aprendizagem. Contudo, esse resultado demonstra que a maioria
dos alunos são capazes de estabelecer uma correta relação do que é mutação.
Essa contraposição entre a percepção docente e as respostas fornecidas pelos
alunos (Figura 5.11) revela que embora, na visão dos professores, os discentes não
conheçam os detalhes atinentes a morfologia e ao funcionamento do núcleo celular
(Figura 5.6), eles são capazes de associam o nível de conhecimento adquirido na
escola com algumas situações mais concretas do cotidiano, como: terapias gênicas,
células-tronco, teste de paternidade etc.
O processo de Alfabetização Científica (AC) é um desafio que permeia a
realidade escolar. É através da AC que os alunos podem compreender a realidade
segundo os conhecimentos e conceitos científicos que são os elementos
estruturantes para a vida em sociedade (SASSERON; CARVALHO, 2011). Convém
destacar ainda que a AC não ocorre apenas nos espaços formais, uma visita a um
parque, a observação e análise de um ser vivo, uma reportagem ou documentário
que abordem temas científicos etc. são todas oportunidades para o desenvolvimento
de ações de AC (CHASSOT, 2003). Portanto o professor deve estimular o aluno a
perceber a realidade a partir das ferramentas disponibilizadas pela AC.
5. Resultados e Discussão 53
associação é revelada, por exemplo, no fato de que parcela considerável dos alunos
concluem a 3ª série do ensino médio acreditando que as Leis de Mendel são apenas
“letrinhas” que se combinam durante um cruzamento (BORGES; LIMA, 2007;
MARTINS et al., 2006).
Os conteúdos de genética têm sido considerados abstratos, sem
conexões com fatos da realidade e distanciados do meio social no qual os alunos
estão inseridos. Muitos discentes não associam o "AA", "Aa" ou "aa" com símbolos
que representam os genes que estão localizados nos cromossomos, se segregando
durante a meiose para a formação dos gametas, portanto, falhas no processo de
meiose podem ocasionar alterações cromossômicas. Assim, a compreensão das leis
de Mendel e transmissão das características hereditárias são essenciais para a
análise dos processos de mutação (MOURA et al., 2013).
Mais da metade dos discentes concordaram com a afirmação de que as
mutações são eventos raros nos seres vivos, podendo a frequência de ocorrência
ser aumentada com a exposição a alguns fatores tais como radiação UV, raios X,
uso de tabaco e outras drogas. Reconhecer que alguns fatores podem induzir
mutação pode ser um ponto chave na prevenção de ocorrência de determinadas
doenças, por exemplo, o câncer de pele que pode ser evitado com o uso de
proteção solar (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013; GARCIA, 2015).
Em se tratando das mutações em seres humanos, a frequência de
mutações por locus da doença por geração é de difícil quantificação, pois embora
seja mais provável ocorrem em regiões não codificantes do DNA, muitas mutações
estão associadas com letalidade embrionária precoce, cujo diagnóstico é de difícil
determinação. Outra possibilidade é a manifestação tardia da condição patológica
(como no caso da Doença de Huntington) ou sua não manifestação durante a vida
(NUSSBAUM, 2016).
Apenas 1,5% do nosso material genético contém genes que codificam
proteínas ou que são transcritos em moléculas de RNA ribossômico (RNAr) ou RNA
transportador (RNAt), os outros 98,5% representam íntrons, outras sequências
reguladoras, DNA repetitivo (REECE et al., 2015). Desse modo, a probabilidade de
ocorrência de mutações em regiões não diretamente relacionadas com a codificação
de proteínas tende a ser mais frequente, razão pela qual as mutações não são em
grande medida percebidas pelo indivíduo. No entanto, esse não foi o entendimento
5. Resultados e Discussão 56
da maior parte dos alunos, pois apenas 38% afirmaram que as alterações no DNA
nem sempre são percebidas nos indivíduos.
A questão com maior índice de acerto, 82%, relacionou mutações,
variabilidade genética e evolução. A razão para esse nível de acerto está
intimamente associada à forma como o livro didático usado pelos alunos (LOPES;
ROSSO, 2016) sempre enfatiza as dimensões evolutivas do conteúdo. Dentre os
exemplos práticos dessa associação entre mutações genéticas e processo evolutivo
está o surgimento de bactérias resistentes a antibioticoterapia. A aquisição de
resistência por uma célula bacteriana sensível é sempre decorrência de uma
alteração genética que se expressa bioquimicamente. Em bactérias essas alterações
podem ser originadas: por mutações cromossômicas, por plasmídeos de resistência
ou por transposons, sendo que as mutações são geralmente as mais frequentes e
simples (TRABULSI; ALTERTHUM, 2015).
Assim, a análise dos dados contidos na Tabela 5.1 revelaram que mesmo
que as questões sejam de formulação simples e que abordem aspectos elementares
associados ao estudo das mutações genéticas, a baixa frequência de acertos
corrobora com as dificuldades observadas por Oliveira (2008); Pedreira (2014);
Sousa et al. (2016); Belmiro e Barros (2017); Oca apud Grösz e Almeida (2017);
Oliveira et al. (2017); Silva e Kalhil (2017); Pereira-Ferreira (2017); Araújo (2018);
Temp e Bartholomei – Santos (2018); Branco et al. (2019).
Ainda em relação aos processos evolutivos, a maior parte dos alunos,
embora considerem as mutações como fonte de variabilidade genética, também
acredita que as mutações levam a extinção de espécies. No entanto, em se tratando
de extinção de espécies, embora faça parte do processo evolutivo e ocorra
naturalmente, no atual contexto, os processos de extinção de seres vivos são
resultado da ação antrópica: caça predatória, queimadas, desmatamento, poluição,
promoção de catástrofes ambientais, introdução de espécies invasoras e não
atribuído às mutações como imaginado pelos alunos (ROOS, 2012).
Na última parte do questionário diagnóstico, os alunos foram indagados
sobre suas principais dúvidas ou curiosidades que gostariam que fossem exploradas
no decorrer das aulas. As principais questões levantadas foram as seguintes: 1)
Explique: o que são, como ocorrem e de que forma podem ser classificadas as
mutações genéticas? 2) Quais são as principais consequências e riscos das
mutações genéticas? 3) É possível identificar sinais de que as mutações ocorreram?
5. Resultados e Discussão 57
Tabela 5.2 – Compilação das respostas dos alunos ao Estudo Dirigido sobre os
Filmes: “O Parque dos Dinossauros (1993)”; e “Jurassic World (2015)”
Questão Respostas
01. De que maneira os Os cientistas partiram de resquícios de DNA coletado em mosquitos
cientistas do filme “criaram” conservados (fossilizados) em âmbar que sugaram o sangue de
os dinossauros? dinossauros. A partir de técnicas de manipulação genética e
completando as lacunas de informação genética com o DNA de sapos
tropicais pôde – se recriar esses animais.
02. Por que foi necessário o Foi necessário para corrigir as falhas do material genético e preencher
uso de DNA de sapos para a lacunas que faltavam no DNA dos dinossauros. E mais tarde ficou
desextinção dos demonstrado que essa mistura de genes deu a eles a habilidade de
dinossauros? mudar de sexo.
03. Como o estudo das Como o estudo das mutações genéticas está bem avançado,
mutações genéticas pode provavelmente os cientistas já são capazes de “criar” animais já
ser associado com a história extintos. Contudo, tais procedimentos devem ser mais bem estudados
dos retratada no filme? para que não haja falhas, pois nem sempre experiências saem como
esperado. Pois sabe-se que o material genético sofre ocasionalmente
alterações espontâneas ou provocadas por fatores mutagênicos.
04. Algumas dessas Tipo I: Sim, produção de insulina humana através de bactérias
técnicas de manipulação modificadas, uso da técnica CRISPR. Porém, o que é retratado no
genética são usadas na filme, ou seja, os cientistas descobriram um método de regenerar os
atualidade? dinossauros através do DNA encontrado em âmbares preservados,
não é uma possibilidade real.
Tipo II: Não
05. É viável usar essas Tipo I: Não, porque no processo de manipulação pode ocasionar
técnicas de manipulação problemas maiores. Sem contar que o ser humano não suportaria uma
genética para corrigir mudança genética em seu corpo.
problemas genéticos em Tipo II: Sim, pois as técnicas de manipulação genética de
seres humanos? espermatozoides, óvulos e embriões humanos já geraram várias
manifestações negativas da Comunidade Científica Internacional.
06. Realize uma pesquisa Tipo I: choco, um tipo de molusco; dragão-barbudo; lesmas do gênero
sobre alguns tipos de Ariolima; peixe-palhaço; peixe-papagaio; peixes da família Labridae; e
animais que mudam de sapo.
gênero a depender das Tipo II: lula, borboleta, tartaranhão, Cynthia gigante australiano.
condições ambientais? Sendo ratos resistentes à veneno, elefantes sem presas, traças e
corujas que mudam de cor, percevejos que não podem ser
envenenados
07. Você acredita que esses Tipo I: Não, pois eram animais de sangue frio. Além disso, as
dinossauros seriam capazes mudanças climáticas, o próprio meio ambiente e o homem
de sobreviver nas atuais representam uma ameaça.
condições ambientais do Tipo II: Talvez sim. Pode haver alguma vegetação que tenha resistido
planeta? à mudança do clima permitindo a eles comer.
08. Os animais do filme Tipo I: Sofreram mutação, pois havia alguns dinossauros mais
sofreram mutações ou são inteligentes.
transgênicos? Tipo II: São seres transgênicos.
09. Seria eticamente correto Tipo I: Não, porque poderia acontecer a mesma coisa do filme e
“ressuscitar” espécies de causariam vários problemas. Outro aspecto a ser considerado é que
seres já extintos? ao se investir na reversão da extinção (dos dinossauros) o orçamento
destinado a conservação de espécies já existentes poderia ser
5. Resultados e Discussão 61
sacrificado.
Tipo II: Sim. Está cada vez mais próximo da realidade, pois os
estudos no campo da genética se desenvolvem a cada dia.
10. Você considera que um Tipo I: Seria impossível isso, porque o processo descrito no filme
dia será possível reproduzir envolve o uso de um DNA que não existe mais em sua forma original.
os fatos narrados no filme? Tipo II: Sim, porque a ciência com o passar dos anos ela se
aperfeiçoam e o homem já desenvolveu tecnologias que no passado
pareciam absurdas.
Fonte: Próprio autor
“A Senhora que estava lá com o filho disse que a APAE era p’ra ela foi algo
muito importante, antes dela (APAE) funcionar aqui em Buriti a Sra. tinha
que levar o filho até Parnaíba o que é muito dispendioso... porque ela tem
três filhos e mora no interior, tem que atravessar o rio de batelão... chegar
na Barra e depois pegar um moto táxi (....) A Sra. reclamou que muitas
pessoas não quer entender que uma criança dessa agente tem que ter
muita paciência [momento de emoção]” (Relato de um dos alunos que
visitou a APAE).
das pessoas que são atendidas na instituição, essa satisfação refletiu na avaliação
final das atividades da sequência didática, a partir da aplicação de um questionário
no qual os alunos avaliaram com notas crescente de 0 a 5 (Tabela 5.3).
Tabela 5.3 – Avaliação da Sequência Didática pelos alunos que participaram das
atividades propostas, com notas de 0 a 5
Revisão de Filme e Criação de Pesquisa Visita à Média
Conceitos Debate questões Orientada APAE Geral
Relacional Norteadoras
1. Metodologia
utilizada no
processo de 4,44 4,40 3,81 4,27 5,00 4,38
ensino-
aprendizagem.
2. Nível de
satisfação com
as técnicas 4,13 4,29 4,29 4,13 4,38 4,24
empregadas
durante a
pesquisa.
3. Contribuição
da metodologia
utilizada para a 4,47 3,79 3,71 4,53 4,62 4,22
sua
aprendizagem
em mutações
genéticas
4. Nível de
interesse
durante a 3,8 4,43 3,86 4,13 4,00 4,04
aplicação das
metodologias.
5. Nível de
dificuldade em
compreender e 2,87 3,00 3,07 3,07 2,77 2,96
executar as
atividades
propostas.
Fonte: Próprio Autor
obscuridades, a fim de que possamos (re) descobrir e (re) aprender a "fazer ciência",
colocando-a num lugar de destaque em nossa sociedade.
7. REFERÊNCIAS
ANDERLID, B.; SCHOUMANS, J.; ANNERÉN, G.; SAHLÉN, S.; KYLLERMAN, M.;
VUJIC, M.; HAGBERG, B.; BLENNOW, E.; NORDENSKJÖLD, M. Subtelomeric
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Contexto de Sala de Aula: Dificuldades e Desafios em uma Escola Pública de
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19-30, 2018.
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moderna. Educar em Revista, v. 1, n. 49, p. 121-137, 2013.
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análise estatística das concepções prévias de estudantes pré-universitários. Revista
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BORGES-OSÓRIO, M. R.; ROBINSON, W. Genética Humana. 3ª ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013.
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Aprender Genética em uma Escola Pública de Ensino Fundamental. Pesquisa em
Foco, v. 24, n. 1, p. 121-141, 2019.
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Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF.
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2014/2014/lei/l13005.htm>. Acesso: 9 Out. 2020.
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7. Referências 70
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2015.
MOTOKANE, M.; VERSUTE-STOQUI, F. M.; TRIVELATO, S. L. F. Características
de sequências didáticas promotoras da alfabetização científica no ensino de
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MOURA, J.; DEUS, M. S. M.; GONÇALVES, N. M. N.; PERON, A. P.
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MOVIMENTO DOWN (B). Campanhas Down por aí - Ser Diferente é Normal!
Instituto Meta Social promove campanhas pela inclusão. Rio de Janeiro, 2013.
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NASCIMENTO, J. M. L.; MEIRELLES, R. M. S.; SILVA, M. M.; NASCIMENTO, R. L.;
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NASCIMENTO, J. M.; MEIRELLES, R. M. Conectando saberes e ‘superpoderes’
para mediar tópicos em genética e saúde no ensino médio. Revista Práxis, v. 7, n.
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de genética aplicados na 3ª série do Ensino Médio de duas escolas públicas do
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Licenciatura em Ciências Biológicas) Faculdade de Apucarana, Paraná, 2008.
OLIVEIRA, H. T. A. S.; FERREIRA, K. E.; RIBEIRO, P. A. C.; ROCHA, M. L.;
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Brasília: Opas, 2018. Disponível em:
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5588:folh
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PAIVA, A. L. B.; MARTINS, C. M. C. Concepções prévias de alunos de terceiro ano
do Ensino Médio a respeito de temas na área de Genética. Ensaio Pesquisa em
Educação em Ciências, v. 7, n. 3, p. 182-201, 2005.
7. Referências 73
Autores: Flávio Ibiapina Rodrigues1; Emília Ordones Lemos Saleh1; Tatiana Gimenez
Pinheiro2; Pedro Marcos de Almeida¹; Francielle Alline Martins1.
1. Introdução
Durante o processo de transmissão do material genético, os segmentos de DNA
que constituem os seres vivos estão em permanente estresse modificativo. Frequentemente,
a composição química dos nucleotídeos pode ser alterada por agentes: físicos, químicos ou
biológicos, sejam naturais; sejam artificiais. As mutações podem ser compreendidas como
quaisquer alterações no conjunto gênico de um organismo que não podem ser atribuídas
pela recombinação de variabilidade genética pré-existente. Essas mutações podem ser
segmentadas em três grandes grupos: as que alteram o número de cromossomos
(aneuploidia e euploidia), as modificações na estrutura cromossômica (aberrações
cromossômicas) e as transformações nos genes individuais (Zaha et al., 2014).
A sequência didática aqui proposta pauta-se na necessidade de desmistificar
algumas concepções incorretas associadas com as mutações genéticas. Embora o senso
comum propague a ideia segundo a qual as mutações genéticas são eventos deletérios, um
olhar mais detalhado revela que as mutações associadas a processo de seleção natural são
fenômenos essenciais para o processo evolutivo. Além disso, observa-se que o processo
ensino aprendizagem dessa temática enfrenta algumas barreiras, dentre elas: práticas
pedagógicas pautadas, em grande medida, apenas pelo livro didático; aulas de caráter
eminentemente expositivo; abordagem dos assuntos de forma superficial,
descontextualizado e mesmo equivocado (Oliveira, 2008).
8. Produto 85
2. Objetivos
• Revisitar conceitos e aspectos morfológicos e funcionais do núcleo celular;
• Analisar os processos geradores de mutações genéticas;
• Compreender como as mutações genéticas se associa com o processo evolutivo;
• Entender como as mutações genéticas estão relacionadas com a evolução e o
surgimento de novas espécies vegetais.
• Proporcionar um momento reflexão aos alunos em relação a inclusão na sociedade
das pessoas portadores de síndromes genéticas;
3. Temas abordados
• Núcleo Celular, Mitose e Meiose;
• Mutações Genéticas;
• Evolução Biológica;
8. Produto 86
4. Público-alvo
Alunos da 3° série do Ensino Médio.
6. Materiais
Caixa de som, laptop, livro didático, pinceis atômicos (cores diversas), pincel para
quadro branco, projetor multimídia, quadro branco, smartphone.
7. Desenvolvimento
Para melhor compreensão das etapas a sequência proposta foi dividida em 5
etapas, descritas no quadro abaixo:
5 11 Avaliação da proposta
02. Por que foi necessário o uso de DNA de sapos para a “desextinção” dos dinossauros?
03. Como o estudo das mutações genéticas pode ser associado com a história dos
retratada no filme?
05. É viável usar essas técnicas de manipulação genética para corrigir problemas
genéticos em seres humanos?
06. Realize uma pesquisa sobre alguns tipos de animais que mudam de gênero a
depender das condições ambientais?
07. Você acredita que esses dinossauros seriam capazes de sobreviver nas atuais
condições ambientais do planeta?
10. Você considera que um dia será possível reproduzir os fatos narrados no filme?
Uma vez levantadas as questões norteadoras e hipóteses a turma deve ser dividida
em grupos de aproximadamente 4 alunos para a atividade pesquisa orientada, na qual os
alunos recolherão e analisarão evidências que respondam as situações-problema
levantadas a partir de fontes diversas (sites confiáveis na internet, artigos, revistas e livros).
Os resultados podem ser entregues na forma de relatório e/ou estudo dirigido, cartazes,
mini-documentários.
Etapa 4. Visando fortalecer a visão da realidade social, bem como conhecer as
dificuldades enfrentadas pelos portadores, pais, familiares, responsáveis e educadores;
recomenda-se uma visita a instituições que prestam assistência aos portadores de
síndromes genéticas e outros problemas deficiências. Dentre essas instituições a mais
capilarizada pelo país é a APAE. Essa é uma atividade que deve ser realizada,
preferencialmente no contra-turno.É importante que após a visita a APAE uma roda de
8. Produto 89
conversas seja promovida entre os alunos para que eles possam expor suas impressões
acerca da visita, do trabalho realizado pela instituição e refletir como podem colaborar com o
trabalho desenvolvido. Essa discussão deve ser mediada pelo professor para garantir que o
propósito de formação cidadã seja alcançada.
Etapa 5. Essa etapa é opcional, no entanto recomenda-se fortemente que seja
realizada a fim de avaliar a aceitação da sequência didática e evidenciar possíveis falhas na
execução da proposta para que as mesmas não sejam repetidas numa aplicação futura
(Apêndice II).
8. Proposta de Avaliação
A avaliação deve ser processual e contínua. Os alunos devem ser acompanhados e
ter a atuação verificada em todas os momentos da aplicação como: participação no teste de
sondagem, no Quiz, na exposição dialogada; atenção e anotações durante o filme;
participação durante as atividades do ciclo investigativo; visita a APAE; e exposição das
percepções durante a roda de conversas. O professor pode usar ainda o material produzido
ao final da etapa 3 como parte da avaliação corrente. Para isso deve levar em conta o
conteúdo abordado na sua profundidade, capacidade de síntese do aluno, a participação na
atividade e a capacidade de trabalho em grupo.
9. Considerações Finais
Espera-se que ao final da aplicação dessa sequência didática o aluno tenha
desenvolvido um novo olhar acerca das mutações genéticas. Percebendo que: elas são
mais comuns e frequente do que aparentam; estão intrinsecamente associadas com o
processo evolutivo, e que sem elas a vida no planeta nem seria possível; ocorrem
espontaneamente, embora possam ser induzidas por agentes externos; que algumas são
deletérias (causando doenças), mas para alguns seres podem ser até vantajosas (como nos
vegetais). Ainda, espera-se que os alunos possam compreender que os portadores de
síndromes genéticas enfrentam muito preconceito além de enormes barreiras para sua
inserção social, que o apoio de instituições da APAE e da sociedade em geral são
fundamentais para mitigar as dificuldades enfrentadas por essas pessoas.
12. Agradecimentos
13. Apêndice I
01. (Cesgranrio- RJ) Dos constituintes celulares a seguir relacionados, qual está presente
somente nos eucariontes e representa um dos critérios utilizados para distingui-los dos
procariontes?
a) DNA.
b) Membrana celular.
c) Envoltório nuclear.
d) Ribossomo.
e) RNA.
Coluna 2
( ) Segmento de DNA que contém instrução para a formação de uma proteína.
( ) Estrutura formada por uma única molécula de DNA, muito longa, associada a proteínas,
visível durante a divisão celular.
( ) Conjunto de genes de uma espécie.
A sequência correta é:
a) 3 – 4 – 1.
b) 3 – 2 – 4.
c) 2 – 4 – 1.
d) 2 – 3 – 1.
e) 1 – 2 – 3.
a) I – telocêntrico; II – metacêntrico.
b) I – acrocêntrico; II – telocêntrico.
c) I – submetacêntrico; II – acrocêntrico.
d) I – metacêntrico; II – acrocêntrico.
e) I – metacêntrico; II – submetacêntrico.
8. Produto 92
06. A mitose e a meiose são dois processos importantes que garantem a divisão das
células. Sobre a meiose, marque a alternativa incorreta:
a) A meiose ocorre em células somáticas de animais.
b) Na meiose são formadas quatro células-filhas.
c) Na meiose observa-se a formação de células-filhas com metade do número de
cromossomos da célula-mãe.
d) Duas divisões celulares são observadas na meiose.
e) Na prófase I da meiose, pode ser observado o crossing-over.
07. Analise as alternativas abaixo e marque aquela que indica corretamente uma etapa da
mitose, que se caracteriza pela organização dos cromossomos na região mediana da célula.
a) Prófase.
b) Prometáfase.
c) Metáfase.
d) Anáfase.
e) Telófase.
10. (Albert Einstein/2019) Uma célula animal foi analisada ao microscópio, o que permitiu
visualizar 4 cromossomos duplicados se deslocando para cada um dos polos da célula.
Sabendo que a ploidia do animal é 2n = 8, a célula analisada encontra-se em
a) anáfase II da meiose.
b) metáfase da mitose.
c) anáfase da mitose.
d) anáfase I da meiose.
e) metáfase I da meiose.
Gabarito: 1. C; 2. A; 3. D; 4. B; 5. E; 6. A; 7. C; 8. E; 9. B; 10. D
8. Produto 93
14. Apêndice II
8.2 BLOG
QUESTIONÁRIO
8. Quais os materiais didáticos e/ou ambientes utilizados para apoio pedagógico da disciplina? (É
possível marcar mais de uma alternativa)
10. Em sua concepção como tais assuntos são abordados nos livros didáticos?
a) São retratados de maneira satisfatória, abordando os aspectos bioquímicos, patológicos, evolutivos
e agroindustriais relacionados com as mutações genéticas;
b) São retratados de forma satisfatória, mas na maior parte das vezes se restringem aos aspectos
negativos da mutação com exemplos de doenças;
c) A abordagem é quase sempre superficial, limita-se a definições do que é e quais são os tipos;
d) O(s) livro(s) didático(s) adotado(s) não costuma(m) abordar esse tema.
e).Outra,.Especifique:________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
11. Qual estratégia você utiliza com maior frequência para melhorar a construção do conhecimento
no que se refere ao estudo das mutações genéticas?
a) Gostaria de utilizar jogos didáticos, mas não conheço nenhum específico sobre mutações
genéticas;
b) Costumo exibir documentários ou filmes que tratam do tema;
c) Oriento a busca ativa de exemplos positivos e negativos na população ou na internet;
d) Não faço uso de nenhuma estratégia diferenciada, apenas aula expositiva.
e).Outra,.Especifique:________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
12. Quando você aborda mutações genéticas em sala de aula, qual a sua percepção mais evidente
acerca do conhecimento prévio do aluno sobre esse assunto?
a) Os alunos sempre associam mutações genéticas com doenças, ou algo negativo; raramente
conhecem algum ponto positivo;
b) Os alunos sempre associam mutações genéticas com doenças, ou algo negativo, mas reconhecem
a importância do papel da mutação para o processo de evolução.
c) Normalmente os alunos associam as mutações com a abordagem lúdico - cinematográfica dos
desenhos animados, filmes e seriados de televisão.
d).Outra,.Especifique:________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
13. Que metodologias você consideraria para estimular o processo ensino aprendizagem nessa área
do conhecimento.
14. Gostaria de participar de um curso de reciclagem que abordasse metodologias ativas no estudo
de mutações genéticas.
a) sim; d) não; c) talvez
9. Apêndice B
QUESTIONÁRIO DISCENTE
Universidade Estadual do Piauí – UESPI
Mestrado Profissional em Ensino de Biologia – PROFBIO
Trabalho de Conclusão do Mestrado - TCM
QUESTIONÁRIO
Coluna 2
( ) Segmento de DNA que contém instrução para a formação de uma proteína.
( ) Estrutura formada por uma única molécula de DNA, muito longa, associada a
proteínas, visível durante a divisão celular.
( ) Conjunto de genes de uma espécie.
A sequência correta é:
a) 3 – 4 – 1.
b) 3 – 2 – 4.
c) 2 – 4 – 1.
d) 2 – 3 – 1.
e) 1 – 2 – 3.
Teste de Sondagem 99
a) I – telocêntrico; II – metacêntrico.
b) I – acrocêntrico; II – telocêntrico.
c) I – submetacêntrico; II – acrocêntrico.
d) I – metacêntrico; II – acrocêntrico.
e) I – metacêntrico; II – submetacêntrico.
06. A mitose e a meiose são dois processos importantes que garantem a divisão das
células. Sobre a meiose, marque a alternativa incorreta:
a) A meiose ocorre em células somáticas de animais.
b) Na meiose são formadas quatro células-filhas.
c) Na meiose observa-se a formação de células-filhas com metade do número de
cromossomos da célula-mãe.
d) Duas divisões celulares são observadas na meiose.
e) Na prófase I da meiose, pode ser observado o crossing-over.
07. Analise as alternativas abaixo e marque aquela que indica corretamente uma
etapa da mitose, que se caracteriza pela organização dos cromossomos na região
mediana da célula.
a) Prófase.
b) Prometáfase.
c) Metáfase.
d) Anáfase.
e) Telófase.
Teste de Sondagem 100
10. (Albert Einstein/2019) Uma célula animal foi analisada ao microscópio, o que
permitiu visualizar 4 cromossomos duplicados se deslocando para cada um dos
polos da célula. Sabendo que a ploidia do animal é 2n = 8, a célula analisada
encontra-se em
a) anáfase II da meiose.
b) metáfase da mitose.
c) anáfase da mitose.
d) anáfase I da meiose.
e) metáfase I da meiose.
Gabarito:
1. C
2. A
3. D
4. B
5. E
6. A
7. C
8. E
9. B
10. D
9. Apêndice D
AVALIAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Universidade Estadual do Piauí – UESPI
Mestrado Profissional em Ensino de Biologia – PROFBIO
Trabalho de Conclusão do Mestrado - TCM
Aplique uma nota de 0 (zero) a 5 (cinco) para as metodologias utilizadas no ensino de Mutações
Genéticas.
1. 1° Período
A APAE em Buriti dos Lopes iniciou suas atividades em 06 de julho de
2001, porém é importante ressaltar que as primeiras iniciativas para a implantação
da associação no município começaram entre os anos de 1999 e os anos 2000.
No final dos anos 90, o casal Atanásio José Dourado de Sousa e
Elisabeth de Resende Sobrinho Sousa geraram uma criança portadora uma
síndrome de origem genética que nunca teve o diagnóstico estabelecido pelos
médicos. Clinicamente essa síndrome afetava todo o desenvolvimento físico e
intelectual da criança. Lamentavelmente ela faleceu anos mais tarde, devido a
complicações.
Nessa época apenas a APAE da cidade de Parnaíba atendia aos
excepcionais residentes na Planície Litorânea. Desse modo, todas as pessoas,
inclusive o filho de Elisabeth e Atanásio, que precisassem de assistência: fosse na
saúde, fosse no campo educacional ou na assistência social; precisavam se
deslocar para aquele município.
Percebendo esse “vazio assistencial”em Buriti dos Lopes o casal Atanásio
e Elisabeth juntamente com as senhoras: Clara Elisa de Sousa Furtado e Maria José
da Silva Carvalho; com senhores Francisco Diniz Rodrigues e Sidney Raimundo
Furtado Filho; e com a acessória técnica da APAE de Parnaíba começaram as
primeiras ações para implantara APAE em Município de Buriti dos Lopes.
Anexo I 108
2. 2° Período
Depois de 9 anos suspensas, as atividades da APAE foram retomadas em
28 de fevereiro de 2019 graças a iniciativa do Sr. Francisco Valdo Nascimento Porto.
Valdo e sua esposa Ana Cristina Dourado de Sousa geraram um diagnosticado com
autismo. O neuropediatra recomendou que a criança fosse acompanhada pela
APAE. E assim como aconteceu com o Sr. Atanásio, 19 anos atrás, Valdo também
precisava ir frequentemente a APAE de Parnaíba para que seu filho pudesse ser
desenvolver as terapias recomendadas pelo médico.
Centro dia, relatando a alguns amigos que o filho foi diagnosticado com
autismo, e que necessitava de acompanhamento especializado em Parnaíba. Nesse
momento Sr. Valdo foi questionado se em Buriti dos Lopes não havia APAE. A essa
pergunta responde que a APAE do município havia sido desativada. Essa conversa
com amigos fez com que Valdo considerasse a possibilidade de reativar essa
instituição para garantir tanto o atendimento de seu filho como para a massa de
pessoas que ficaram sem atendimento dedicado 9 anos atrás.
A partir daí Valdo entrou em contato com Sidney Raimundo Furtado Filho,
um dos fundadores da APAE em Buriti para entender melhor como reativar a
instituição. Nesse processo o apoio de da APAES em Parnaíba, Piripiri e Teresina
foram fundamentais para entender como funciona a instituição e destravar possíveis
empecilhos burocráticos. E a prefeitura municipal também se comprometeu a apoiar
a instituição.
Através de visitas domiciliares, realizou-se um novo levantamento, e se
verificou que aproximadamente 130 famílias no município têm algum membro que
necessita de atendimento da APAE. Alguns deles são assistidos em Parnaíba,
outros simplesmente permanecem em casa sem atendimento.
Anexo I 111
O passo seguinte foi encontrar um novo local onde seria instalada a nova
sede da instituição. Desse modo foi alugado um prédio situado à Avenida
Wenceslau de Sampaio. Por se tratar numa casa já muito velha e em más condições
de conservação foi necessária uma reforma geral. Com a ajuda de voluntários
reparamos as paredes; refizemos as instalações: elétrica e hidráulica; e pintamos
todo o prédio.
Após 40 dias de muito trabalho e 9 anos inativa, em dia 28 de fevereiro de
2019 a APAE foi reaberta para atender a população buritiense. Para esse momento
convidamos as autoridades do município, comerciantes, os voluntários que ajudaram
na reforma e a população em geral. Como é obrigação da rede escolar garantir a
matrícula e a permanência de alunos especiais no ensino regular, atualmente a
APAE atende 83 alunos e os atendimentos se focam no reforço escolar; nas
atividades lúdicas e desportivas; e na terapia ocupacional.
Para conhecer mais sobre as iniciativas e como ajudar a APAE de Buriti
dos Lopes basta acessar: https://apaeburitidoslopes.blogspot.com/; ou nossa página
do Facebook:.https://www.facebook.com/APAE-de-Buriti-dos-Lopes-PI-
1199546306893730
1 Ⱶ 10
10 Ⱶ 20
20 Ⱶ 30
40 Ⱶ 30
40 Ⱶ 50
> 50
Autismo
Paralisia Cerebral
Síndrome de Down
Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade – TDAH
Outros Transtornos
Sem Diagnóstico
4. Referências:
FURTADO, C. E. S. Cotidiano da APAE em Buriti dos Lopes. Entrevista realizada em
08 de Outubro de 2020 na Avenida Francisco Borges. Entrevistador: Flávio Ibiapina
Rodrigues.