CPV - Aula 05 - A Cor

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LUZ E COR

Natureza da luz

A luz visível é uma manifestação da energia


eletromagnética que é percebida pela visão, enquanto
que as outras formas de energia eletromagnética
permanecem invisíveis aos olhos humanos.
Natureza da luz

A energia eletromagnética se propaga por meio de


ondas no espaço.

As diferentes frequências de onda determinam


diferentes manifestações da força eletromagnética.
Natureza da luz
Natureza da luz: onda

A radiação eletromagnética manifesta-se por ondas


no espaço.

Uma onda é uma oscilação no tempo e no espaço


causada por um pulso de energia.

As ondas, por sua vez, são medidas de duas formas:


pela frequência e pelo seu comprimento.
Natureza da luz: onda

A frequência é a repetição da onda dentro de um


espaço de tempo, e é medida em unidades
denominadas hertz.

Já o comprimento de onda corresponde à distância


entre picos ou vales consecutivos, e é medido em
metros.
Natureza da luz: onda

Frequência e comprimento são inversamente


proporcionais.
Assim, quanto maior o comprimento de onda, menor
a frequência, e vice-versa.

Independentemente do comprimento ou frequência,


devemos nos lembrar que toda forma de radiação
eletromagnética se propaga no espaço à velocidade
da luz.
Natureza da luz: onda

Representação gráfica de uma onda e seus elementos.


Diferença entre uma onda de alta frequência e uma onda de baixa frequência.
Natureza da luz

Raios gama, raios X, luz visível, infravermelho, micro-


ondas e ondas de rádio são manifestações da força
eletromagnética, que diferem umas das outras por
suas frequências de onda.

O conjunto das diferentes frequências da força


eletromagnética é chamado de espectro
eletromagnético.
Natureza da luz

O espectro eletromagnético, portanto, é o conjunto


dos modos como a força eletromagnética se apresenta
na natureza.
Natureza da luz

Representação gráfica do espectro eletromagnético.


Natureza da luz

Representação gráfica do espectro eletromagnético e fontes emissoras.


Natureza da luz: a cor

Dentro da faixa da luz visível há distintas frequências.

Faixas diferentes de frequência são interpretadas pelo


cérebro humano e de outros animais como o que
entendemos como cores.
Natureza da luz: a cor

A cor é um fenômeno mental, uma interpretação


imagética do cérebro para as diferentes frequências
de luz que atingem as células fotossensíveis do olho.

A cor de um objeto é determinada pela não-absorção


de determinados tipos de frequência. As frequências
não absorvidas são então refletidas de volta ao
ambiente.
Imagem de uma lacraia-do-mar, considerado a criatura com a visão mais complexa
do reino animal, capaz de enxergar também a radiação ultravioleta.
Natureza da luz: a cor

A luz branca resulta da emissão simultânea de todas


as frequências do espectro visível.

O clássico experimento de Newton com um prisma


mostra a decomposição da luz branca graças ao
fenômeno da refração.
Representação da decomposição da luz branca por meio de um prisma
ilustrando a capa do disco “The Dark Side of the Moon”, da banda Pink Floyd.
Imagem que mostra a decomposição da luz branca por meio de um prisma.
Tabela com as respectivas medidas de frequências e comprimento de onda de
cada uma das cores do espectro visível.
Natureza da luz: a cor

As cores se compõem em dois processos distintos, os


quais denominamos aditivo e subtrativo.

Em ambos os casos parte-se da existência de um


conjunto de cores primárias que darão origem a todas
as outras cores do espectro.
A combinação de duas cores primárias gera uma cor
secundária.
Natureza da luz: a cor

No processo aditivo as cores são formadas por energia


luminosa (luz) e as cores primárias são:

- Vermelho (R)
- Verde (G)
- Azul (B)
Tatsuo Miyajima. Mega Death (1999 – 2016).
Natureza da luz: a cor

No processo subtrativo as cores são formadas por


pigmentos (substâncias químicas) que refletem a luz.

Neste caso existem dois modelos de processos


subtrativos, cada um apresentando diferentes
conjuntos de cores primárias.
Natureza da luz: a cor

O primeiro processo, mais antigo, foi popularizado no


ensino das artes pelo alemão Johannes Itten,
professor da Bauhaus e é conhecido como conjunto de
cores-pigmento opacas. Suas cores primárias são:

- Vermelho (R)
- Amarelo (Y)
- Azul (B)
Natureza da luz: a cor

O segundo processo, mais recente, estabeleceu-se


com a evolução dos processos gráficos e é
quimicamente mais confiável na geração de cores
secundárias e terciárias. Suas cores primárias são:

- Ciano (C)
- Magenta (M)
- Amarelo (Y)
Círculo cromático difundido por Johannes Itten.
Natureza da luz: a cor

No processo aditivo a mistura das cores primárias


tende ao branco, isto é, à luz.
ADITIVO: +LUZ

No processo subtrativo a mistura das cores primárias


tende ao preto, isto é, à ausência de luz.
SUBTRATIVO: -LUZ
Natureza da luz: a cor

Mapa de combinação de cores Mapa de combinação de cores


por processo aditivo. por processo subtrativo.
Natureza da luz: a cor

Vale ressaltar que no processo subtrativo as cores


vistas pelo olho dependem não apenas da
pigmentação do objeto, mas também da luz incidente.

Desta forma, uma superfície branca assim se parece


quando submetida à luz branca, mas parecerá
vermelha se estiver sob uma luz vermelha.
Reflexão da luz e cor

A luz, ao entrar em contato com um objeto, pode ser


refletida de volta ao ambiente.

Porém, quando isso ocorre, a luz pode sofrer


alterações na frequência refletida devido à
composição química do objeto.

A cor que percebemos de um objeto é determinada


pelo modo como a luz visível reage a sua composição.
Reflexão da luz e cor

A luz branca, que guarda todas as frequências da luz


visível, pode ter algumas de suas frequências
absorvidas por um objeto dependendo de sua
composição química.

Nos exemplos a seguir consideremos a luz branca


como a soma das frequências vermelha, verde e azul,
para facilitar a compreensão do fenômeno da
reflexão.
Experimento utilizando três fontes luminosas de diferentes frequências.
https://www.exploratorium.edu/snacks/colored-shadows
Experimento utilizando três fontes luminosas de diferentes frequências.
https://www.exploratorium.edu/snacks/colored-shadows
Natureza da luz: a cor

Representação gráfica da reflexão da luz sobre objetos de diferentes cores.


Natureza da luz: a cor

Representação gráfica da reflexão da luz sobre objetos de diferentes cores.


Natureza da luz: a cor

Imagem de três cubos coloridos sob a luz branca.


Natureza da luz: a cor

Imagem de três cubos coloridos sob a luz azul.


Natureza da luz: a cor

Imagem de três cubos coloridos sob a luz vermelha.


Natureza da luz: a cor

Imagem de três cubos coloridos sob a luz amarela.


Variáveis

No início do século XX o professor Albert Munsell


criou um sistema de ordenamento das cores
amparado por três variáveis:
- Matiz: trata-se da posição da cor no círculo
cromático, diferenciando-a de todas as outras.
- Saturação: propriedade que trata da intensidade da
cor, indo da sua ausência à cor pura.
- Luminosidade: trata da quantidade de luz em uma
cor, indo da escuridão à claridade.
Variáveis

Matiz Saturação Luminosidade


Esquemas cromáticos

Esquemas cromáticos são modelos baseados na


manipulação das cores do círculo cromático e podem
ser aplicados aos mais variados projetos.

É importante definir o modelo compositivo que se irá


utilizar – RGB, CMY, RYB – uma vez que seus
respectivos círculos cromáticos apresentarão
diferenças em relação uns aos outros.
Esquemas cromáticos

- Esquema acromático: trabalha com os tons que vão


do branco ao preto.

- Esquema monocromático: trabalha com variações


tonais da mesma cor.
Círculo acromático.
Gradação monocromática no círculo cromático.
Esquemas cromáticos

- Esquema de cores complementares: trabalha com


cores que se situam em lados opostos no círculo
cromático, gerando efeitos contrastantes.

- Esquema de cores análogas: trabalha com cores


adjacentes no círculo cromático, gerando efeitos
harmoniosos
Cores complementares no círculo cromático.
Cores análogas no círculo cromático.
Esquemas cromáticos

- Esquema triádico: trabalha com três cores


equidistantes no círculo cromático, gerando efeitos
contrastantes mas harmoniosos ao mesmo tempo.

- Esquema tetrádico: trabalha com dois pares de


cores complementares, formando uma organização
retangular.
Esquema triádico no círculo cromático.
Esquema tetrádico no círculo cromático.
Esquemas cromáticos

- Cores complementares divididas: a partir da escolha


de duas cores complementares, escolhe-se também
duas cores análogas a uma das complementares,
gerando um conjunto predominante harmonioso
com uma cor adicional contrastante.
Esquema de cores complementares divididas no círculo cromático.
Composição cromática e audiovisual

A cor é um dos elementos compositivos em obras


fotográficas e audiovisuais. O uso das cores em filmes
se soma a outros recursos, como a interpretação,
direção de arte e efeitos sonoros, para estimular
determinadas sensações no espectador.
Cena do filme “Suspiria” (1977), dirigido por Dario Argento
e fotografado por Luciano Tovoli.
Cena do filme “Creepshow” (1982), dirigido por George Romero
e fotografado por Michael Gornick.
Cena do filme “O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante” (1989),
dirigido por Peter Greenaway e fotografado por Sacha Vierny.
Cena do filme “O Fabuloso Destino de Amelie Poulin” (2001),
dirigido por Jean Pierre Jeunet e fotografado por Bruno Delbonnel.
Cena do filme “2046” (2004), dirigido por Wong Kar Wai
e fotografado por Christopher Doyle.
Cena do filme “Apenas Deus Perdoa” (2013), dirigido por
Nicolas Winding Refn e fotografado por Larry Smith.
Cena do filme “O Grande Hotel Budapeste” (2014), dirigido por
Wes Anderson e fotografado por Robert Yeoman.
O Projeto dos Grandes Observatórios
Espaciais
Como visto anteriormente, o olho humano só percebe
uma pequena faixa do espectro eletromagnético.

Entretanto, o homem criou diversos mecanismos


artificiais capazes de perceber e gerar imagens das
outras frequências, tornando assim visível o que antes
permanecia invisível aos olhos humanos.
O Projeto dos Grandes Observatórios
Espaciais
A Nasa, agência espacial estadunidense, utiliza uma
série de diferentes telescópios na observação
espacial.

Cada telescópio foi construído de modo a registrar


diferentes faixas do espectro eletromagnético. Ao se
combinar as imagens dos diferentes telescópios
surgem imagens complexas e mais detalhadas dos
objetos observados.
O Projeto dos Grandes Observatórios
Espaciais
- Telescópio Hubble: luz visível, ultravioleta e
infravermelho

- Observatório Chandra: raios-x

- Telescópio Spitzer (desativado): infravermelho

- Telescópio Fermi: raios gama


Foto de 2009 do telescópio Hubble.
Galáxia M51, conhecida como Galáxia Redemoinho, em imagem combinada.
Imagem do telescópio Chandra (raios-X).
Imagem do telescópio Galex (ultravioleta).
Imagem do telescópio Hubble (luz visível).
Imagem do telescópio Spitzer (infravermelho).
Galáxia M51, conhecida como Galáxia Redemoinho, em imagem combinada.
Referências

ALBERS, Josef. A interação da cor. São Paulo: Martins


Fontes, 2021.

BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo :


um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe. São
Paulo: Senac, 2006.

PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. São Paulo:


Senac, 2022.
Referências

SILVEIRA, Luciana Martha. Introdução à teoria da cor.


Curitiba: Ed. UTFPR, 2015. Disponível em:
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/15
82/4/teoriacor.pdf

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