Seminário Sobre Humanismo Impresso

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA –CAMPUS PIZA

FACULDADE DE PSICOLOGIA

GIOVANA ELENA GOMES, ISABELLA MARTINS LIMA DE SOUZA E MARIA


GABRIELA CASTRO PUERTA

HUMANISMO: ORIGENS, CONCEITO, ATUALIDADE E CRÍTICAS.

LONDRINA-PR

2024
GIOVANA ELENA GOMES, ISABELLA MARTINS LIMA DE SOUZA E MARIA
GABRIELA CASTRO PUERTA

HUMANISMO: ORIGENS, CONCEITO, ATUALIDADE E CRÍTICAS.

Trabalho sobre abordagem humanista apresentado


á Universidade Anhanguera do curso de Psicologia

Professor(a):Tatiane Faranhas.

LONDRINA PR

2024
HISTÓRIA DO HUMANISMO ____________________________________________________ 4
1.1 Introdução ________________________________________________________________ 4
1.2 Pensamentos básicos do humanismo ______________________________________ 4
-Potencialidade individual: ___________________________________________________ 4
-Liberdade pessoal: _________________________________________________________ 4
-Hierarquia das necessidades: _______________________________________________ 4
-Terapia Centrada na Pessoa: _______________________________________________ 4
-Holismo: ___________________________________________________________________ 4
1.3 Carl Rogers _______________________________________________________________ 5
1.4 Terapia Centrada na Pessoa_______________________________________________ 5
1.5 Reiteração x reflexo de sentimentos ________________________________________ 6
1.6 Abraham Maslow e a Hierarquia das Necessidades _________________________ 7
A pirâmide de Maslow _______________________________________________________ 7
HUMANISMO NA ATUALIDADE_________________________________________________ 7
2.1 Introdução ________________________________________________________________ 7
2.2 Humanismo vs. Psicologia Cognitivo-Comportamental (TCC) ________________ 8
2.3 Humanismo vai "contra a mão"? ___________________________________________ 8
2.4 O Humanismo e a Psicologia Contemporânea ______________________________ 9
2.5 O Humanismo e a Tecnologia______________________________________________ 9
2.6 Humanismo, Educação e Justiça Social ___________________________________ 10
2.7 Desafios e Limites do Humanismo Contemporâneo ________________________ 10
CRÍTICAS AO HUMANISMO ___________________________________________________ 11
3.1 Surgimento da Psicologia Humanista ______________________________________ 11
3.2 Crenças Centrais dos Humanistas ________________________________________ 11
3.3 Contribuições da Psicologia Humanista ___________________________________ 12
3.4 Críticas à Psicologia Humanista ___________________________________________ 12
3.5 Limitações da Psicologia Humanista ______________________________________ 13
3.6 Diferenças em Relação a Outras Abordagens Psicológicas _________________ 14
3.7 Adequação e Aplicação da Psicologia Humanista __________________________ 14
BIBLIOGRAFIA ________________________________________________________________ 15
HISTÓRIA DO HUMANISMO

1.1 Introdução

O humanismo na psicologia, conhecido como a "terceira força" da


psicologia, emergiu nas décadas de 1950 e 1960 como uma reação ao behaviorismo
e à psicanálise. Os principais teóricos do humanismo psicológico incluem Abraham
Maslow, que desenvolveu a Pirâmide das Necessidades, e Carl Rogers, conhecido
por sua terapia centrada no cliente. Ambos enfatizavam a importância do potencial
humano e a capacidade de cada indivíduo para moldar sua própria vida, resistindo a
visões deterministas do comportamento humano. Em 1962, a American association
for Humanistic Psychology (AHP) foi fundada, solidificando ainda mais a posição do
humanismo como uma vertente reconhecida dentro da psicologia.

1.2 Pensamentos básicos do humanismo


-Potencialidade individual: o humanismo acredita que toda pessoa tem sim
o seu potencial de crescimento, todos podem crescer e se desenvolver;

-Liberdade pessoal: o ser humano tem sim o direito de ir e vir, o direito de


ter as suas escolhas, e ser responsável por elas; -Autodeterminação e
autorrealização: a pessoa pode ser altamente determinada e que a pessoa pode sim
se realizar;

-Conceito próprio: refere-se à forma como um indivíduo se percebe, pensa


e avalia a si mesmo.

-Hierarquia das necessidades: organiza as necessidades humanas em uma


pirâmide de cinco níveis, do mais básico ao mais complexo, representando como as
pessoas buscam satisfazer suas necessidades de forma progressiva.

-Terapia Centrada na Pessoa: coloca o foco no cliente como o protagonista


de sua própria jornada terapêutica, apoiado por um ambiente de aceitação, empatia e
autenticidade fornecido pelo terapeuta.

-Holismo: o ser humano deve ser compreendido como um todo integrado,


onde suas partes mente, corpo, emoções e espiritual estão interconectadas e não
podem ser separadas ou analisadas isoladamente.
1.3 Carl Rogers
Carl Rogers (1902-1987) foi um dos principais teóricos do humanismo, foi
graduado na Universidade de Wisconsin com um diploma em História e
posteriormente passou a estudar Teologia, no Seminário Teológico Unido, em Nova
York. Após um seminário realizado, Rogers percebeu que estava questionando sua
fé. Voltou-se a partir desse ponto para o estudo da Psicologia, transferindo-se para
Teachers College of Columbia University em 1926. Ele viu que ao estudar a psicologia,
teria a possibilidade de continuar estudando as diversas questões da vida, sem que
tivesse ligado a uma doutrina religiosa. Decidiu se inscrever no programa de
doutorado em Columbia, que completou em 1931. No humanismo, o homem não era
visto como um ser levado por um inconsciente, e nem mesmo como alguém suscetível
e influenciado por fatores externos (fugindo das crenças do behaviorismo e da
psicanálise). Ele era visto como alguém dono de si mesmo e de seus pensamentos,
sendo responsável por suas atitudes e escolhas. Com essa nova abordagem, Rogers
não focava no estudo da pessoa que estava doente, mas sim de um indivíduo sadio.
Ele levava essa abordagem não identificando as pessoas passivas e à espera de uma
cura, mas sim de cada um sendo responsável pela sua própria mudança. Rogers
desenvolveu grandes ideias: o "Conceito Próprio" ou "Self", como explicado
anteriormente (refere-se à forma como um indivíduo se percebe, pensa e avalia a si
mesmo); a "Terapia Centrada na Pessoa", o "Aconselhamento Não-Diretivo", a
"Reiteração/Reflexo Simples", o "Reflexo de Sentimentos" e a "Elucidação".

1.4 Terapia Centrada na Pessoa


A terapia centrada na pessoa é uma abordagem terapêutica mais ampla,
que incorpora o aconselhamento não-diretivo, mas também envolve outros elementos,
como o desenvolvimento da relação terapêutica baseada na aceitação positiva
incondicional, empatia e congruência. A terapia centrada na pessoa visa tratar o
indivíduo como um todo, ajudando-o a crescer e a realizar seu potencial. O principal
objetivo da terapia centrada na pessoa é promover o crescimento pessoal e o
desenvolvimento emocional. Não se limita apenas à resolução de problemas
imediatos, mas busca facilitar o desenvolvimento da autonomia, autenticidade e
autorrealização do cliente.
O aconselhamento não-diretivo se refere a uma técnica específica (que
pode ser utilizada na terapia centrada na pessoa), onde o psicólogo evita direcionar
ou influenciar as decisões do cliente. O cliente é quem guia a conversa e explora suas
próprias questões. O terapeuta não oferece soluções ou interpretações, mas promove
uma escuta ativa, empatia e aceitação.

1.5 Reiteração x reflexo de sentimentos


A reiteração ou reflexo simples, segundo Tambara e Freire (1998, p. 128),
“é uma forma de comunicação na qual o terapeuta não acrescenta nenhum elemento
verbal novo ao que fora comunicado anteriormente pelo cliente”. Ou seja, consiste em
o terapeuta ou conselheiro refletir de volta para o cliente o que ele acabou de dizer,
de forma clara e neutra, sem adicionar interpretações ou julgamentos. Isso ajuda o
cliente a sentir-se compreendido e encorajado a continuar explorando seus
sentimentos e pensamentos. Exemplo: Cliente: "Sinto que estou sempre cansado e
sem energia." Terapeuta: "Você se sente exausto e sem energia."

O reflexo de sentimentos é uma evolução do reflexo simples (ou


reiteração), com um foco mais específico em refletir não apenas o conteúdo verbal,
mas também os sentimentos subjacentes às palavras do cliente. Essa técnica busca
capturar e devolver ao cliente as emoções que ele está expressando, mesmo que de
forma implícita ou indireta, ajudando o cliente a identificar e reconhecer seus próprios
sentimentos, e promovendo maior autoconsciência emocional. Exemplo: Cliente:
"Acho que não me importo mais com o que as pessoas pensam." Terapeuta: "Parece
que você está se sentindo desapontado e talvez um pouco frustrado por já ter se
importado tanto com isso."

A elucidação na psicologia é o processo de esclarecimento ou de tornar


algo mais claro, especialmente no contexto de sentimentos que podem estar confusos
ou mal compreendidos. O terapeuta ajuda o cliente a entender e nomear as emoções
que está experimentando. Isso pode envolver reflexões ou interpretações sobre o que
o cliente disse, permitindo que ele ganhe clareza sobre suas próprias reações
emocionais. Enquanto o reflexo de sentimentos é mais passivo, no sentido de refletir
as emoções de volta ao cliente, a elucidação envolve uma participação mais ativa do
terapeuta no processo de ajudar o cliente a entender seus próprios sentimentos,
pensamentos ou comportamentos. A elucidação pode envolver perguntas ou
intervenções que guiam o cliente a um entendimento mais profundo de si.

1.6 Abraham Maslow e a Hierarquia das Necessidades


Abraham Maslow (1908-1970) propôs a Hierarquia das Necessidades, uma
teoria que diz que os seres humanos têm necessidades que devem ser atendidas em
uma ordem de prioridade, desde as mais básicas até as mais elevadas.

A pirâmide de Maslow inclui cinco níveis:

Necessidades fisiológicas: Fome, sede, sono, etc.

Necessidades de segurança: Proteção e estabilidade.

Necessidades sociais: Amor, pertencimento, amizade.

Necessidades de estima: Autoestima, reconhecimento.

Autorrealização: Realização do potencial máximo de uma pessoa.

HUMANISMO NA ATUALIDADE
2.1 Introdução
O humanismo, uma corrente filosófica e psicológica que coloca o ser
humano como centro de valor e foco das discussões, tem raízes que remontam ao
Renascimento, quando houve um movimento de redescoberta do pensamento
clássico greco-romano e uma valorização do potencial humano. No campo da
psicologia, o humanismo surgiu como uma resposta às abordagens dominantes do
behaviorismo e da psicanálise no início do século XX. Psicólogos como Carl Rogers
e Abraham Maslow ajudaram a consolidar essa abordagem, enfatizando a importância
da autoatualização, da liberdade individual e do desenvolvimento do potencial
humano.

Atualmente, embora outras abordagens psicológicas, como a cognitivo-


comportamental e a neurociência, tenham ganhado proeminência, o humanismo
continua a influenciar profundamente as ciências humanas, especialmente na
psicologia, na educação, e na visão ética do ser humano.
O humanismo se diferencia de outras abordagens psicológicas e filosóficas
principalmente por seu foco na experiência humana, na autonomia e no potencial de
crescimento pessoal. Ele coloca o ser humano no centro de suas reflexões,
destacando aspectos como liberdade, dignidade e autorrealização. Compará-lo com
outras abordagens ajuda a entender suas particularidades e, ao mesmo tempo,
questionar se ele realmente "vai contra a mão" ou simplesmente oferece uma
alternativa que pode complementar outras visões.

2.2 Humanismo vs. Psicologia Cognitivo-Comportamental (TCC)


A TCC combina elementos do behaviorismo e da psicologia cognitiva,
focando em como os pensamentos influenciam o comportamento. Ela acredita que
mudanças nos padrões de pensamento podem levar a mudanças no comportamento
e nas emoções.

Diferenças: Enquanto a TCC se concentra em resolver problemas e mudar


padrões de pensamento desadaptativos, o humanismo está mais preocupado com o
desenvolvimento da pessoa como um todo, priorizando a experiência subjetiva e o
crescimento interior ao invés da correção de problemas.

Contraponto: O humanismo poderia ser visto como mais filosófico e menos


técnico que a TCC, que tem uma abordagem mais estruturada e prática. No entanto,
as duas podem ser complementares, a TCC pode ser útil para questões mais
imediatas, enquanto o humanismo oferece uma base para o crescimento pessoal a
longo prazo.

2.3 Humanismo vai "contra a mão"?


O humanismo não necessariamente vai contra a mão, mas oferece uma
alternativa às visões mais deterministas, reducionistas ou tecnicistas de outras
abordagens. Ele é particularmente relevante em questões de ética, dignidade humana
e liberdade, que nem sempre são o foco de outras escolas de pensamento. Em vez
de contradizer completamente outras abordagens, o humanismo pode coexistir com
elas, fornecendo uma lente mais otimista e centrada no indivíduo para complementá-
las.

No mundo atual, com o avanço da tecnologia, a ênfase da neurociência e


o pragmatismo da TCC, o humanismo pode parecer ir "contra a mão" porque desafia
a tendência de tratar os seres humanos como simples resultados de processos
mecânicos ou biológicos. No entanto, sua ênfase na experiência subjetiva e na
potencialidade humana oferece um contraponto necessário, lembrando que, por mais
que a ciência avance, a essência da experiência humana não pode ser reduzida a
dados ou processos.

2.4 O Humanismo e a Psicologia Contemporânea


No campo da psicologia, o humanismo ainda desempenha um papel crucial
ao abordar questões relacionadas ao bem-estar emocional, autoconhecimento e
desenvolvimento pessoal. As teorias de Carl Rogers sobre a "terapia centrada na
pessoa" permaneceram influentes na prática clínica moderna, destacando a
importância da empatia, da escuta ativa e acessível incondicional. A ideia de que os
seres humanos têm um potencial inato para o crescimento e o desenvolvimento
continua a guiar muitas abordagens terapêuticas.

Além disso, conceitos humanistas como o "florescimento humano" são


ressurgidos com força no campo da psicologia positiva, que busca entender e
promover fatores que trazem benefícios para a felicidade e o bem-estar. A ênfase no
potencial humano, na busca por uma vida plena e significativa, reflete a continuidade
do pensamento humanista, que desafia a ideia de que o ser humano é meramente um
produto de sua biologia ou condicionamento social.

2.5 O Humanismo e a Tecnologia


Com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, muitas questões
éticas emergem sobre o papel dos humanos em um mundo cada vez mais
automatizado. O humanismo, nesse contexto, ganha relevância ao defender a
importância do valor humano, da dignidade e da autonomia, em face de tecnologias
que afetam especificamente a experiência humana a dados e algoritmos.

Um dos debates contemporâneos mais acalorados diz respeito à relação


entre seres humanos e máquinas. Questões como o uso de inteligência artificial em
decisões éticas e morais, o impacto da automação no mercado de trabalho e o
aumento do uso de tecnologias de vigilância levantam dúvidas sobre o papel do
humanismo no equilíbrio entre o progresso tecnológico e a preservação da dignidade
e autonomia humana.

O humanismo moderno, nesse cenário, oferece uma lente ética para que
possamos avaliar o impacto das tecnologias emergentes. Ele sugere que, apesar dos
avanços tecnológicos, é essencial manter o foco na promoção do bem-estar humano,
na justiça social e na preservação das liberdades individuais. Esse posicionamento
humanista contribui para debates sobre o uso ético de tecnologias como a edição
genética, a biotecnologia e a privacidade digital.

2.6 Humanismo, Educação e Justiça Social


Na educação contemporânea, o humanismo continua a desenvolver um
papel significativo, especialmente ao promover uma pedagogia centrada no aluno e
no desenvolvimento integral do indivíduo. A educação humanista visa não apenas
transmitir conhecimento, mas também cultivar o pensamento crítico, a criatividade e a
capacidade de resolver problemas de forma autônoma. Os programas educacionais
baseados nesses princípios colocam ênfase na individualidade, na autodeterminação
e no potencial único de cada estudante.

Além disso, o humanismo tem uma forte intersecção com os movimentos


de justiça social na contemporaneidade. A filosofia humanista, com sua ênfase na
igualdade, na dignidade humana e na liberdade, fornece uma base sólida para
movimentos que lutam contra opressões estruturais, como o racismo, o sexismo e a
desigualdade econômica. No cenário atual, o humanismo atua como um norteador
ético em questões relacionadas aos direitos humanos e à inclusão social, promovendo
uma visão de mundo na qual todos os indivíduos são valorizados independentemente
de sua origem, gênero ou condição social.

2.7 Desafios e Limites do Humanismo Contemporâneo


Apesar de sua influência persistente, o humanismo na atualidade enfrenta
os desafios, especialmente em um mundo cada vez mais interconectado e plural. Uma
das críticas ao humanismo é que ele, por vezes, pode ser visto como paciência
centrado no indivíduo, negligenciando aspectos sociais e sistêmicos das opressões.
Movimentos de coloniais e críticos, por exemplo, argumentam que o humanismo
ocidental, ao longo da história, foi usado para circunstâncias práticas imperialistas e
coloniais, muitas vezes marginalizando outras formas de ser e de pensar.

Além disso, em um mundo globalizado, a visão humanista de autonomia


individual pode entrar em conflito com valores coletivistas presentes em diversas
culturas. Nessa perspectiva, a tarefa contemporânea do humanismo é se adaptar e
integrar abordagens multiculturais e globais, sem perder de vista seu compromisso
com a dignidade humana.

O humanismo, embora tenha suas raízes em períodos históricos


passados, permanece profundamente relevante na contemporaneidade. Em um
mundo marcado por avanços tecnológicos, desafios éticos e lutas por justiça social, o
humanismo oferece uma base sólida para a valorização do ser humano como um ser
independente, digno e com potencial ilimitado. Ele desafia a sociedade a buscar um
equilíbrio entre o progresso tecnológico e o bem-estar humano, ao mesmo tempo que
promove uma visão inclusiva e equitativa da humanidade. No entanto, também
enfrenta a tarefa de se adaptar a um cenário global em constante mudança, integrando
perspectivas diversas e respeitando o valor de todas as culturas e formas de vida.

CRÍTICAS AO HUMANISMO
3.1 Surgimento da Psicologia Humanista
A psicologia Humanista surge em 1950 como uma “terceira força”. Ela
surge como um questionamento de outras especialidades e da primeira e segunda
força, o behaviorismo (estuda a psicologia através do comportamento do homem), e
a psicanálise (foco no inconsciente do indivíduo e em sua reação a acontecimentos
passados).

3.2 Crenças Centrais dos Humanistas


Os humanistas rejeitam esses dois pensamentos, pois seriam limitações.
Os humanistas acreditavam que o behaviorismo e a psicanálise eram pessimistas,
focadas em sentimentos mais trágicos. Também criticavam que essas duas linhas
eram deterministas, ou seja, achavam que os acontecimentos do presente eram
baseados em causas anteriores. Os humanistas acreditam que a essência do homem
é boa, que ele é naturalmente bom e capaz de superar qualquer obstáculo. Os
humanistas têm maior foco no positivismo, e dão maior ênfase para as qualidades do
ser humano. Desde a sua criação, a psicologia humanista foi elogiada por ajudar a
colocar o poder de controlar a própria saúde mental nas mãos do indivíduo. A
abordagem humanista acredita que as pessoas têm grande poder para contribuir com
seu próprio estado mental. Enquanto os humanistas acreditam no controle pessoal e
na autonomia, eles também reconhecem o papel poderoso que as influências
ambientais podem desempenhar na influência da saúde mental e do bem-estar. Nosso
ambiente e experiências também ajudam a moldar nosso comportamento e visão do
mundo.

3.3 Contribuições da Psicologia Humanista


A psicologia humanista também desempenhou um papel na remoção de
algum estigma em torno da doença mental. Embora a terapia tenha sido pensada para
ser algo apenas para pessoas com doença mental grave, abordagens humanísticas
ajudaram as pessoas a perceberem que a psicoterapia também poderia ser uma
ferramenta útil para aqueles que querem explorar sua própria mente e comportamento
e melhorar suas vidas.

3.4 Críticas à Psicologia Humanista


A psicologia humanista também esteve no alvo de algumas críticas. Como
muitos dos seus conceitos são muito subjetivos, às vezes pode ser difícil testar
empiricamente suas afirmações. Conceitos como a autorrealização, as experiências
máximas e a realização pessoal são difíceis de medir e de serem avaliados, embora
em grande parte sejam avaliações subjetivas. As limitações do humanismo na
psicologia se relacionam principalmente ao seu otimismo em relação à natureza
humana e à dificuldade de validação científica de seus princípios. O humanismo, ao
priorizar o crescimento pessoal e o potencial inato das pessoas, oferece uma visão
positiva que pode não ser adequada em todas as situações. Críticos apontam que
essa abordagem, por exemplo, pode desconsiderar as nuances das condições mais
graves de saúde mental, como depressões profundas ou distúrbios psicóticos, que
necessitam de intervenções mais estruturadas e menos dependentes do auto
exploração e da autonomia individual.

Além disso, o humanismo tende a ignorar o inconsciente, o que limita sua


capacidade de explicar completamente o comportamento humano. A psicanálise, por
outro lado, valoriza a influência do inconsciente, vendo nele uma fonte importante de
conflitos internos que moldam o comportamento, enquanto o humanismo se concentra
na experiência consciente e no livre-arbítrio, o que pode não capturar toda a
complexidade do psiquismo humano. Outro ponto importante é a subjetividade dessa
abordagem. Conceitos como autoatualização e empatia, fundamentais no
humanismo, são difíceis de quantificar e medir objetivamente. Isso gera críticas de
que o humanismo não apresenta um embasamento científico robusto, já que se baseia
mais em relatos pessoais e na introspecção do que em estudos empíricos que possam
ser replicados. Por fim, a abordagem humanista, apesar de ser inovadora por ter
introduzido uma visão mais centrada no indivíduo, ainda depende de uma
fundamentação mais sólida para superar os desafios apresentados por outras
correntes, como o behaviorismo ou a psicanálise. Ela é eficaz em contextos em que o
foco é o crescimento pessoal e a auto exploração, mas encontra limitações quando
enfrenta questões mais profundas e patologias severas. O humanismo foi criticado por
falhar em oferecer uma explicação completa sobre o sujeito. Ele tenta se afastar das
visões deterministas (como o behaviorismo e a psicanálise), mas acaba utilizando
pressupostos metafísicos que não resolvem completamente o problema da
fragmentação do sujeito. Ou seja, ao rejeitar as ideias tradicionais, ele não apresenta
uma alternativa suficientemente robusta para entender a complexidade psíquica. Por
fim, o humanismo também não dá a devida atenção ao inconsciente. Ao enfatizar a
liberdade de escolha e a consciência como determinantes do comportamento, essa
abordagem ignora as forças inconscientes que influenciam a vida mental e o
comportamento humano, algo que a psicanálise, por exemplo, explora
profundamente. Essa omissão é vista por muitos críticos como uma simplificação
excessiva do que move o ser humano

3.5 Limitações da Psicologia Humanista


O humanismo enfrenta dificuldades para lidar com psicopatologias graves,
como transtornos psicóticos ou depressão severa, porque sua abordagem se
concentra no potencial humano, na autorrealização e no livre-arbítrio, aspectos que
podem não ser suficientes para tratar condições mentais mais profundas e complexas.
A ênfase em experiências conscientes e na capacidade do indivíduo de superar
obstáculos através do crescimento pessoal não é apropriada para pessoas que sofrem
de distúrbios graves, nos quais o sofrimento psíquico pode comprometer a capacidade
de tomar decisões racionais ou ter controle sobre sua realidade. Por exemplo, em
casos de esquizofrenia ou episódios psicóticos, onde há uma perda significativa do
contato com a realidade, o foco no livre-arbítrio e na capacidade de escolha pode ser
inviável, já que a percepção e o julgamento do indivíduo estão profundamente
afetados. Além disso, o humanismo tem uma abordagem não diretiva, que pode ser
inadequada em momentos que exigem intervenções mais estruturadas e intensivas,
como as oferecidas em terapias comportamentais ou medicamentosa, necessárias
para lidar com crises graves. Outro ponto importante é que o humanismo, por não
enfatizar o estudo das causas inconscientes dos distúrbios mentais, pode ser visto
como limitado na compreensão e no tratamento de problemas profundos, que
envolvem traumas, dinâmicas familiares complexas ou disfunções neurológicas

3.6 Diferenças em Relação a Outras Abordagens Psicológicas


O humanismo rejeita o determinismo do behaviorismo e da psicanálise,
mas falha em oferecer uma alternativa robusta para compreender completamente a
complexidade psíquica. A falta de foco no inconsciente e a ênfase na liberdade de
escolha e na experiência consciente simplificam excessivamente o comportamento
humano, o que é explorado mais profundamente pela psicanálise.

3.7 Adequação e Aplicação da Psicologia Humanista


A Psicologia Humanista é eficaz em contextos de crescimento pessoal e
auto exploração, mas encontra limitações ao lidar com distúrbios mentais graves. Em
casos como esquizofrenia ou depressão profunda, sua abordagem não diretiva é
insuficiente e deve ser complementada por terapias mais estruturadas, como terapia
cognitivo-comportamental, psicanálise ou intervenções psiquiátricas.
BIBLIOGRAFIA
ROGERS, C. O que é HUMANISMO Teorias humanistas - Carl Rogers, Abraham
Maslow, Erich Fromm. Disponível em:
<https://youtu.be/mESvnrpvXIM?si=qPz622xMgETWVNiW>. Acesso em: 9 out.
2024.
Carl Rogers: Quem Foi o Criador da Terapia Centrada na Pessoa. Disponível em:
<https://iptc.net.br/carl-rogers/>.
OPENAI. ChatGPT . Disponível em: <https://chatgpt.com/>.
AZEVEDO, T. Origens e Surgimento da Psicologia Humanista - Psicoativo ⋆
Universo da Psicologia. Disponível em: <https://psicoativo.com/2019/03/origens-
surgimento-psicologia-humanista.html>. Acesso em: 9 out. 2024.
MESQUITA, S. DE S. Psicologia humanista: o que é, quais suas bases culturais e
filosóficas? Disponível em: <https://blog.psicologiaviva.com.br/psicologia-
humanista/>.
Psicoativo ⋆ Universo da Psicologia. Disponível em: <https://psicoativo.com/>.
BRANDAO, R. Humanismo: tudo sobre essa área da psicologia | Zenklub.
Disponível em: <https://zenklub.com.br/blog/paravoce/humanismo/>. Acesso em:
9 out. 2024.
LOPEZ CALVO DE FEIJOO, A. A CRISE DA SUBJETIVIDADE E O DESPONTAR DAS
PSICOLOGIAS FENOMENOLÓGICAS SUBJECTIVITY CRISIS AND THE EMERGING OF
PHENOMENOLOGICAL PSYCHOLOGIES. Psicologia em Estudo, v. 16, n. 3, p. 409–
417, [s.d.].

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