Ava 2 Análise Economica

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BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Aluno: Luiz Marçal da Cruz Góes Junior

Matrícula: 1230100019

Curso: Ciências Contábeis

Disciplina: Análise Econômica de Mercado

Tutora: Areza Batista Gomes Barros

TRABALHO DA DISCIPLINA

AVA 2

RIO DE JANEIRO

2024
As crises econômicas, muitas vezes vistas como inesperadas, na verdade se
desenvolvem dentro da dinâmica do próprio sistema capitalista, e elas podem surgir
devido ao excesso de confiança no mercado, incertezas econômicas ou
especulações descontroladas. Independentemente de suas causas, as crises
tendem a ultrapassar fronteiras geográficas, espalhando seus efeitos pelo mundo e
exigindo uma reestruturação das políticas econômicas em diversas nações.

Este panorama é evidente em crises históricas como a Grande Depressão de


1929, citada no enunciado desta atividade, e a Crise Financeira de 2008, que não
apenas abalaram economias nacionais, mas também moldaram a geopolítica global
e as respostas políticas em países como o Brasil.

a) Descreva o contexto de cada crise da economia mundial, identificando as


principais causas e os desdobramentos para a geopolítica mundial:

A Grande Depressão (crise de 1929), uma das mais severas crises


econômicas da história mundial, começou com o colapso da Bolsa de Valores de
Nova York em outubro de 1929, desencadeada por especulação excessiva e crédito
facilitado. Entre 1921 e 1929, o índice Dow Jones subiu vertiginosamente, levando
investidores a comprar ações com empréstimos, alimentados pela expectativa da
alta contínua dos preços. Os corretores emprestavam até dois terços do valor das
ações, aumentando a alavancagem dos investidores, para que os mesmos
pudessem continuar comprando na bolsa. Muitos americanos, confiando que um
crash era impossível, usaram hipotecas e todas suas economias para investir em
ações.

A situação começou a mudar em setembro de 1929, a indústria


automobilística percebeu que seus revendedores não podiam absorver mais carros,
levando a um corte severo na produção e reduzindo drasticamente as encomendas
de insumos como borracha, cobre, vidro e aço, fato que alertou os especuladores,
que começaram a vender suas ações na United States Steel, resultando em uma
queda livre no valor dessas ações. A perspectiva de redução dos dividendos fez com
que outras ações sofressem uma depreciação enorme de setembro a novembro de
1929.

O momento decisivo ocorreu em outubro de 1929, começando com a ‘’quinta-


feira negra’’ em 24 de outubro, quando aproximadamente 12,9 milhões de ações
foram vendidas em um único dia. O pânico se alastrou pelo mercado, culminando na
‘’terça feira negra’’ em 29 de outubro, quando mais de 15,6 milhões de ações foram
vendidas. O mercado norte-americano acumulou uma perda estimada em 14 bilhões
de dólares, desencadeando um efeito em cadeia na economia americana e,
consequentemente, na economia global; o desemprego disparou, empréstimos
foram congelados, empresas faliram e os lucros despencaram, marcando o início da
Grande Depressão. Tal crise exigiu uma reestruturação profunda das políticas
econômicas em diversas nações, sendo combatida nos Estados Unidos pelo New
Deal do presidente Roosevelt.

Outra crise econômica histórica significativa foi a Crise de 2008, na qual suas
causas principais incluíram a concessão excessiva de crédito, bolha imobiliária e
práticas financeiras arriscadas por parte de instituições financeiras. No início dos
anos 2000, a valorização dos imóveis nos EUA incentivou muitos bancos a
concederem empréstimos hipotecários subprime a tomadores de alto risco. Esses
empréstimos foram empacotados em títulos de dívidas e vendidos a investidores em
todo o mundo, sob a falsa premissa de que eram seguros.

A situação começa a piorar em 2007, quando os preços dos imóveis nos EUA
começaram a cair, e muitos mutuários subprime começaram a se tornar
inadimplentes em suas hipotecas; isso resultou em uma crise de liquidez para os
bancos e outras instituições financeiras que detinham esses ativos tóxicos. Em
setembro de 2008, o colapso do banco de investimentos Lehman Brothers precipitou
um pânico financeiro global, mercados de crédito congelara, bolsas de valores
despencaram e a confiança dos investidores evaporou, levando a uma recessão
global.

Os desdobramentos geopolíticos da crise de 2008 foram profundos, tendo em


vista que governos ao redor do mundo intervieram com pacotes de resgate e
estímulos econômicos para estabilizar o sistema financeiro e “reavivar” a economia.
Nos Estados Unidos, a administração do presidente Barack Obama implementou o
Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (TARP) e o pacote de estímulo
econômico. A Crise também levou a uma reavaliação das práticas de regulação
financeira, culminando em reformas como a Lei Dodd-Frank , que visava aumentar a
transparência e a estabilidade do sistema financeiro.
b) Disserte sobre as políticas implementadas no Brasil para a superação de
cada crise:

No Brasil, a Grande Depressão teve um impacto profundo, especialmente


devido à sua dependência das exportações de café. Com a queda dos preços
internacionaias, a economia brasileira sofreu uma contração severa, o governo, sob
a liderança de Getúlio Vargas, adotou uma série de medidas para mitigar os efeitos
da crise e iniciar a recuperação econômica.

Uma das primeiras medidas foi a compra e queima de estoques de café, uma
tentativa de sustentar os preços no mercado internacional que, embora pudesse
parecer controversa, buscava reduzir a oferta para estabilizar os preços.
Paralelamente, o governo brasileiro empreendeu esforços para diversificar a
economia, promovendo a industrialização e reduzindo a dependência do café. Tal
período marcou o início de uma nova fase de desenvolvimento industrial no Brasil.

A intervenção estatal na economia tornou-se uma marca registrada do


governo Vargas, pois foram criadas várias empresas estatais e houve um
investimento significativo na modernização da infraestrutura, incluindo transportes e
energia. Além disso, Vargas implementou políticas de trabalho que foram pautadas
na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), leis essas que visavam melhorar as
condições de trabalho, regular a jornada e instituir direitos trabalhistas ajudando a
reduzir o desemprego e estabilidade econômica.

Durante a Crise de 2008, o Brasil, sob a presidência do atual presidente, Lula,


também adotou uma série de medidas para enfrentar os efeitos da crise,
implementando políticas de estímulo econômico, incluindo o aumento dos gastos
públicos em infraestrutura e programas sociais para sustentar a demanda interna, o
Banco Central do Brasil reduziu as taxas de juros e adotou medidas para garantir a
liquidez no sistema financeiro, ajudando a manter a confiança dos investidores e
consumidores.
REFERÊNCIAS

FERNANDES, Cláudio. ‘’O que foi a Crise de 1929?’’; Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-a-crise-1929.htm>. Acesso
em: 4 de jun. de 2024.

SILVA, Daniel Neves. ‘’Crise de 1929’’; Brasil Escola, 2. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm>. Acesso em: 5 de jun. de
2024.

MAZZUCCHELLI, Frederico. ‘’A crise em perspectiva: 1929 e 2008’’. Disponível em:


<www.scielo.br/pdf/nec/n82/03.pdf>. Acesso em: 5 de jun. de 2024.

‘’Crise financeira: um colapso que ameaçou o capitalismo’’. G1, 2021. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/10/10/crise-financeira-um-colapso-que-
ameacou-o-capitalismo.ghtml>. Acesso em: 7 de jun. de 2024.

“5 grandes crises econômicas que abalaram o mundo”. Gazeta do Povo, 2018.


Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/5-grandes-crises-
economicas-que-abalaram-o-mundo-atheycnpmtjjl1dfe9srhaapl/>. Acesso em: 7 de
jun. de 2024.

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