Credo Tomás - Aula II - Resumida
Credo Tomás - Aula II - Resumida
Credo Tomás - Aula II - Resumida
I) Que quereis dizer, quando afirmais que Deus é um espírito em três Pessoas?
Que há Nele três Pessoas, distintas entre si, Padre, Filho e Espírito Santo, cada uma das quais se
identifica com Deus, e possui os atributos da divindade (XXX, 2). Sabemos que há três Pessoas em
Deus porque Ele mesmo nô-lo revelou.
II) Quem é o Padre?
O que, sem ter tido princípio, gera o Filho e dá origem ao Espírito Santo.
III) Quem é o Filho?
O gerado pelo Padre, e do qual, conjuntamente com o Padre, procede o Espírito Santo.
IV) Quem é o Espírito Santo?
O que procede do Padre e do Filho.
V) Que quereis dizer, quando afirmais que as Pessoas divinas são distintas entre si?
Que o Padre não é o Filho, nem o Espírito Santo; que o Filho não é o Padre, nem o Espírito Santo e
que o Espírito Santo não é o Padre, nem o Filho.
VI) Pode a razão humana, sem o auxílio da fé, perscrutar a existência das Pessoas divinas?
Não Senhor (XXXII, 1, 2). A existência das Pessoas divinas é uma verdade inacessível à inteligência,
podendo ser conhecida apenas pela fé, sendo assim um mistério. Esse mistério é o mais profundo de
todos, chamando-se Mistério da Santíssima Trindade. Mesmo sendo um mistério, podemos
compreendê-lo, e com seu conhecimento seremos eternamente felizes.
VII) Poderemos nesta vida entrever alguma coisa dos admiráveis segredos do mistério da
Santíssima Trindade, estudando a natureza das operações dos seres espirituais?
Sim, Senhor; dois são os atos imanentes do ser espiritual: entender e amar, e em cada um se
estabelecem relações de princípio a termo, e de termo a princípio de operação. Daqui se deduz,
conforme o que ensina a fé, que o Padre, no ato de entender, é princípio, porquanto diz e pronuncia
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um verbo, e o Verbo tem relação de termo, dito ou pronunciado. O mesmo sucede no ato de amor. O
Padre e o Filho formam um princípio de amor, com relação ao Espírito Santo, que é o termo.
VIII) Em que qualidade divina se funda o mistério da Santíssima Trindade?
Na fecundidade e riqueza infinitas da divina natureza, em virtude da qual se estabelecem em Deus
misteriosas processões de origem (XXVIII, 1).
IX)Quantas e quais são as relações em Deus?
São quatro: Paternidade, Filiação, Inspiração ativa e Processão ou inspiração passiva (XXVIII, 4).
X) Por que sendo quatro as relações, não são mais que três as pessoas?
Porque a relação chamada inspiração ativa, não só não se opõe, relativamente, à Paternidade e à
Filiação, mas convém a uma e a outra; portanto, as Pessoas constituídas pela Paternidade e pela
Filiação, podem e devem ser sujeito da inspiração ativa, a qual não constitui Pessoa, senão que convém
conjuntamente às pessoas do Padre e do Filho (XXX, 2).
XI) Guardam ordem entre si as Pessoas divinas?
Sim, guardam a ordem de origem, em virtude da qual o Padre pode enviar o Filho, e o Filho enviar o
Espírito Santo (XLII, XLIII).
XII) As ações divinas (excetuando os atos de noção, gerar e inspirar) são comuns às três
Pessoas?
Sim, Senhor; assim o conhecer e amar de Deus, é um só ato realizado pelas três pessoas, e bem assim
todas as ações divinas que produzam algo de extrínseco à divindade (XXXIX,XLI).
XIII) Não há, apesar disso, alguns atos que se atribuem especialmente a determinadas
Pessoas?
Sim, Senhor; atribuem-se-lhes, em virtude de certa conveniência entre aqueles atos e os caracteres
distintivos da Pessoa: assim, por apropriação, se atribui ao Padre a Onipotência, ao Filho a Sabedoria,
e a Bondade ao Espírito Santo, ainda que os três são igualmente poderosos, sábios e bons (XXXIX, 7,
8; XLV, 6).
XIV) Logo, sempre que falamos de Deus em relação com o mundo, entendemos falar Dele
como uno na essência e trino em Pessoas?
Sim, Senhor; exceto quando falamos da Pessoa do Verbo no Mistério da Encarnação (XLV, 6)