IEC e Regulamento de Reembolso Do IVA
IEC e Regulamento de Reembolso Do IVA
IEC e Regulamento de Reembolso Do IVA
I SÉRIE
DIÁRIO DA REPÚBLICA
SUMÁRIO
O PRESIDENTE
GOVERNO
São Tomé, aos 10 de Novembro de 2021. O presente Decreto-Lei entra em vigor após a sua
publicação.
O Presidente da República, Carlos Manuel Vila No-
va Visto em conselho de Ministros em São Tomé, aos
27 de Outubro de 2021.- Primeiro-Ministro e Chefe do
Governo, Jorge Lopes Bom Jesus; Ministro das Infra-
GOVERNO estruturas e Recursos Naturais, Osvaldo António Cra-
vid Viegas D`Abreu; Ministro do Planeameneto Finan-
Decreto Lei n.º 27/ 2021 ças, e Economia Azul, Engrácio do Sacramento Soares
da Graça; Ministra dos Negócios Estrangeiros, Coope-
Código do Imposto Especial sobre Consumo- IEC ração e Comunidades, Edite dos Ramos da Costa Ten
Jua; Ministro da Presidência do Conselho de Ministros,
Preâmbulo C.S e Novas Tecnologias, Wuando Borges Castro de
Andrade; Ministra da Justiça Administração Pública e
No quadro da reforma da tributação indirecta em Direitos Humanos, Ivete da Graça dos Santos Lima
curso no país e na sequência da aprovação do Código Correia; Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvol-
do IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado), torna- vimento Rural, Francisco Martins dos Ramos; Ministra
se necessário proceder a aprovação do Código do Im- da Educação e do Ensino Superior, Julieta Izidro Ro-
posto Especial sobre o Consumo. drigues; Ministro dos Assuntos Parlamentares, Refor-
ma do Estado e Descentralização, Cílcio Pires dos
Santos; Ministro do Turismo e Cultura, Aerton do Ro-
N.º 87 – 11 de Novembro de 2021 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE 1287
sário Crisóstomo; Ministro da Saúde, Edgar Manuel i) e os produtos de charcutaria excepto chouriços,
Azevedo Agostinho das Neves; Ministro do Trabalho, salsicha e fiambre.
Solidariedade, Família e Formação Profissional, Adl-
lander Costa de Matos; Ministro da Juventude, Des- 3- A tabela a que se refere as alíneas do número an-
porto e Empreendedorismo, Vinício Teles Xavier de terior faz parte integrante do presente Código.
Pina.
Artigo 2. °
Promulgado em 09 de Novembro de 2021. Incidência objectiva
O Presidente da República, Carlos Manuel Vila No- O Imposto Especial sobre o Consumo incide sobre
va. os bens referidos no artigo anterior, produzidos no
território nacional, importados e introduzidos no con-
sumo, ainda que provenientes de actividades ilícitas.
CÓDIGO DO IMPOSTO ESPECIAL SOBRE
CONSUMO Artigo 3. °
Incidência subjectiva
CAPÍTULO I
Disposições Gerais 1- São sujeitos passivos do Imposto Especial sobre o
Consumo as pessoas singulares ou colectivas e outras
Artigo 1. ° entidades que:
Âmbito e objecto
a) Pratiquem operações de produção, quaisquer
1- O imposto especial sobre consumo é um imposto que sejam os processos ou meios utilizados;
de natureza indirecta, incidente numa única fase, sobre
determinados bens produzidos, importados ou introdu- b) Procedam a importação de bens;
zidos no território nacional, de acordo com as normas
constantes deste código. c) Procedam a arrematação ou venda de bens em
hasta pública.
2 - O presente Código estabelece o Regime do Im-
posto Especial Sobre o Consumo (IEC), o qual abran- 2- Consideram-se, igualmente, sujeitos passivos de
ge: Imposto Especial Sobre o Consumo:
c) A arrematação ou venda em hasta pública rea- d) Os bens destinados a fins laboratoriais e de in-
lizadas pelas estâncias aduaneiras ou quaisquer vestigação científica;
outros serviços públicos.
e) Os bens de uso pessoal, tal como definido na
2- Para efeitos de Imposto Especial Sobre o Consu- legislação aduaneira;
mo, consideram-se bens produzidos no país os produ-
tos aí produzidos ou manufacturados, bem como aque- f) Os bens destinados ao consumo como provi-
les cujo processo de produção teve o seu termo em sões de bordo em aeronaves e embarcações de
território nacional. tráfego internacional;
são do referido imposto quando sujeita ao regime adu- mercialização, segundo a prática usual para este
aneiro suspensivo, com aplicação das obrigações e ou para produtos idênticos;
procedimentos inerentes ao respectivo regime.
b) Se realiza a importação, segundo as normas
2. Para admissão de suspensão do imposto na produ- aduaneiras.
ção, a Direcção dos Impostos deve impor aos benefici-
ários a obrigação de constituir garantias bastantes para 3. Para efeitos do número 1, entende-se ainda que
a salvaguarda dos créditos de imposto e outras presta- constitui introdução no consumo de bens sujeitos ao
ções, nos termos da legislação em vigor. imposto:
1- O valor tributável sujeito a Imposto Especial So- c) A importação desses produtos quando se não
bre o Consumo é: encontrem em regime de suspeição.
a) Para os bens produzidos no país, o preço de 4. O imposto especial sobre o consmo é ainda exigí-
venda à porta da fábrica; vel:
b) Para os bens importados, o valor aduaneiro; a) Na arrematação ou vendas realizadas pelas es-
tâncias aduaneiras ou quaisquer outros serviços
c) Nas arrematações ou vendas realizadas pelas públicos, no momento em que tais actos forem
estâncias aduaneiras ou quaisquer outros servi- praticados;
ços públicos, o valor pelo qual tiverem sido
efectuadas; b) Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 3.º, no
momento da constatação do não pagamento do
d) Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 3.º, o Imposto Especial Sobre o Consumo sobre os
preço de venda ao público ou, não sendo este bens introduzidos no consumo ou detidos para
conhecido ou determinável, o valor de mercado fins comerciais.
dos bens.
CAPÍTULO IV
2- Quando os valores constantes dos documentos Liquidação
que determinam a sujeição ao Imposto Especial Sobre
o Consumo não sejam expressos em moeda nacional, Artigo 9.º
proceder-se-á a sua conversão nos termos previstos no Competência para liquidação
Código Geral Tributário.
A liquidação do Imposto Especial Sobre o Consumo
Artigo 8.º compete:
Exigibilidade do imposto
a) Aos produtores, nos casos dos bens produzidos
O Imposto Especial Sobre o Consumo é exigível no no país;
momento em que se verifica a introdução dos bens no
consumo ou no da constatação das faltas a que se refere b) Às estâncias aduaneiras, no caso da importação
o número 4 do artigo 4.º deste diploma. de bens;
2. Considera-se que houve introdução no consumo c) Ao serviço que realizar a arrematação ou venda
dos bens sujeitos ao imposto quando: em hasta pública;
a) O produto fabricado, sai da unidade ou cadeia de d) À Direcção dos Impostos, nos restantes casos.
produção e está em consições normais de co-
1290 I SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 87 – 11 de Novembro de 2021
c) Quando competir aos serviços referidos na alí- a) As resultantes de caso fortuito ou de força
nea c) do artigo anterior, no momento em que maior, desde que não tenha havido negligência
for efectuado o pagamento ou, se este for par- grave e sejam comunicadas à Administração
cial, na primeira prestação; Fiscal para efeitos de confirmação e apuramen-
to, até ao 5.º dia útil seguinte ao da sua ocor-
d) Quando competir à Direcção dos Impostos, lo- rência;
go que efectuada a fixação do imposto.
b) As resultantes de destruição de produtos, sob-
CAPÍTULO V fiscalização dos serviços competentes da Ad-
Taxas ministração Fiscal.
Artigo 16.º
Competência para fiscalização e garantias dos
contribuintes
Artigo 17.º
Aplicação e interpretação
Artigo 18.º
Legislação subsidiária
Artigo 19.º
Norma revogatória
Convindo definir a disciplina do reembolso, clarifi- 2. Após a solicitação do reembolso o sujeito passivo
cando de forma inequívoca as regras que de que de- fica impedido de proceder o reporte do crédito na de-
pendem o exercício deste direito por parte do sujeito claração do período seguinte pela respectiva importân-
passivo e o dever de o reconhecer por parte da adminis- cia até a comunicação da decisão que recair sobre o
tração fiscal; pedido.
período decorrido entre a data de notificação e a regu- recção dos Impostos reembolsa o valor remanescente
larização nela requerida. ao sujeito passivo.
2. Sempre que se verifique a suspensão referida no 4. Só poderá ser solicitado o reembolso nos cinco
número anterior, o sujeito passivo é notificado para anos seguintes à constituição do direito ao reembolso
regularizar a falta ou entregar elementos adicionais, no nos termos legais.
prazo de 15 dias, a contar da data da notificação, sob 5. O prazo de caducidade referido no número quatro
pena do indeferimento do reembolso e consequente conta-se desde o início do ano civil seguinte àquele em
reporte do crédito para a conta corrente. que se tiver constituído o direito ao reembolso.
4. O reembolso concedido por certificado de crédito a) O sujeito passivo não preencha qualquer das
fiscal deve ser utilizado pelo sujeito passivo dentro do condições previstas no artigo 4.º;
prazo de caducidade previsto no Código Geral Tributá-
rio. b) O imposto dedutível se referir a um sujeito
passivo com número de identificação fiscal
Artigo 10.º inexistente ou inválido;
Procedimentos
c) O crédito resultar de operação que não confira
1. Para dar cumprimento ao disposto no número 5 do direito à dedução ou o crédito resultar de viola-
artigo 24.º do Código do Imposto sobre o Valor Acres- ção das disposições do Código do Imposto So-
centado no que se refere a retenção de 15% do montan- bre o Valor Acrescentado;
te total do IVA colectado para garantir o reembolso, o
pagamento do IVA será efectuado na conta do Tesouro d) O fornecedor do sujeito passivo não tenha
criada em Bancos Comerciais designados pelas Direc- apresentado a declaração do IVA ou, tendo- a
ções do Impostos e do Tesouro, exclusivamente desti- apresentado, da avaliação desta resultar que
nada a esse efeito. não tem a sua situação regularizada no que res-
peita ao IVA;
2. O Banco Comercial deverá, no prazo máximo de
24 horas a contar da data do pagamento do IVA pelo e) Seja solicitado depois de caducado o direito
sujeito passivo, transferir a percentagem de 15% do nos termos do artigo 7.º;
IVA colectado destinada ao reembolso para a extensão
da conta do Tesouro criada para o efeito nessa mesma f) Nos demais casos não permitidos por lei.
entidade bancária, devendo o restante valor ser transfe-
rido para o Banco Central dentro do mesmo período. 2. Para efeito do disposto no número anterior, a Di-
recção dos Impostos deve notificar o sujeito passivo
3. As contas referidas nos números anteriores serão para, no prazo de 15 dias, proceder à regularização das
criadas segundo os procedimentos legais previstos, situações que motivaram o indeferimento, ou demons-
sendo assinantes da conta referida no número 2, desig- trar que a falta não lhe é imputável.
nada Conta de Reembolso do IVA (CRIVA), o Direc-
tor do Tesouro e o Director dos Impostos ou seus subs- 3. Findo o prazo mencionado no número anterior
titutos designados em caso de ausência destes. sem que o sujeito passivo regularize a situação que
motivou o indeferimento do reembolso, a Direcção dos
4. A ordem de transferência para efeitos de reembol- Impostos procede a anulação ou correcção do crédito.
so deverá ser assinada simultaneamente pelo Director
do Tesouro e pelo Director dos Impostos. Artigo 13.º
Prazo excepcional de concessão de reembolso
5. O Director dos Impostos e o Director do Tesouro
terão acesso ilimitado à referida conta para efeitos de 1. Nos casos em que o pedido de reembolso seja in-
consulta, podendo esta consulta ser feita a qualquer deferido com fundamento na alínea e) do artigo 4.º ou
momento, inclusive via internet banking ou por qual- na alínea d) do n.º 1 do artigo 12.º, impende sobre a
quer outra forma remota. Direcção dos Impostos um especial dever de ofício de
proceder a todas as diligências necessárias com vista ao
Artigo 11.º pagamento, pelo fornecedor do sujeito passivo, do cor-
Limite mínimo para o reembolso respondente imposto sobre o valor acrescentado em
falta.
Não há lugar a reembolso quando, em virtude de li-
quidação, ainda que adicional, reforma ou revogação 2. O especial dever de ofício referido no número an-
de liquidação, a importância a restituir seja inferior a terior traduz-se na obrigação de utilizar todos os meios
1/12 do valor mensal do salário mínimo nacional. legais de cobrança, incluindo os de cobrança coerciva,
ficando nestes casos a Direcção do Impostos obrigada a
Artigo 12.º despoletar os respectivos procedimentos imediatamente
Indeferimento do reembolso após os prazos de vencimento do pagamento do impos-
to.
1. O pedido de reembolso é indeferido quando:
1296 I SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 87 – 11 de Novembro de 2021
1. A Direcção dos Impostos procede à restituição do d) Um veículo automóvel para os cônsules de car-
Imposto sobre o Valor Acrescentado suportado nas reira, ou até dois veículos automóveis, no caso
aquisições de bens e serviços efectuadas no mercado de funcionário casado ou com família a seu
interno pelas: cargo;
2. O imposto relativo a aquisições de bens e serviços 2. Os proprietários dos veículos automóveis abran-
de uso pessoal não é restituível quando se refira a: gidos pelo benefício estabelecido no número anterior
devem solicitar à Direcção dos Impostos a liquidação
a) Bens alimentares, incluindo bebidas; do Imposto Sobre o Valor Acrescentado corresponden-
te ao preço de venda quando pretenderem efectuar a
b) Água, gás e electricidade; sua alienação.
1. A Direcção dos Impostos pode recusar a restitui- 2. O parecer mencionado no número anterior deve
ção do Imposto Sobre o Valor Acrescentado suportado ser concedido pelo Ministério dos Negócios Estrangei-
nas aquisições de bens e serviços efectuadas no merca- ros à Direcção dos Impostos no prazo de 30 dias.
do interno, quando este exceda manifestamente as ne-
cessidades de consumo das entidades mencionadas no Artigo 20.º
número 1 do artigo 15.º Crédito em conta
2. A restituição do Imposto Sobre o Valor Acrescen- Após o deferimento do pedido, o montante da resti-
tado pode ainda ser recusada quando haja fundadas tuição é creditado pela Direcção dos Impostos na conta
razões para crer que os bens ou serviços a que se refere bancária indicada pelo peticionário e o facto é comuni-
o imposto a reembolsar não se destinam a consumo das cado ao solicitante.
entidades mencionadas no número 1 do artigo 15.º.
Artigo 21.º
3. Não há lugar a reembolso quando a importância a Imposto indevidamente restituído
restituir seja inferior a 1/12 do valor mensal do salário
mínimo nacional. 1. O imposto indevidamente restituído ou restituído
em excesso é deduzido às restituições solicitadas nos
4. A Direcção dos Impostos só restitui o Imposto so- períodos subsequentes, até à concorrência dos respecti-
bre o Valor Acrescentado em caso de reciprocidade de vos montantes.
tratamento.
2. A decisão relativa à dedução referida no número
Artigo 18.º anterior é notificada ao sujeito passivo, contando-se os
Solicitação de restituição prazos para a reclamação, recurso ou impugnação con-
forme previsto no Código Geral Tributário, a partir do
1. A solicitação de restituição é efectuada através de dia imediato ao da recepção da notificação com acuso
modelo próprio a aprovar pelo Ministro responsável de recepção.
pela área das Finanças, por transmissão electrónica de
dados, no Portal da Direção dos Impostos (Fazenda 3. Decorridos mais de 90 dias sobre a restituição in-
NON). devida ou em excesso sem que se verifique o disposto
no número 1 deste artigo, efectua-se a liquidação ofici-
2. A solicitação de restituição só pode ser efectuada osa pela importância devida.
dentro do prazo de um ano a contar da data da factura
1298 I SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 87 – 11 de Novembro de 2021
CAPÍTULO IV
Disposições Finais
Artigo 22.º
Resolução de dúvidas
Artigo 23.º
Entrada em vigor
DIÁRIO DA REPÚBLICA
AVISO
A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura ou falta
de remessa, deve ser dirigida ao Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justiça, Adminis-
tração Pública e Direitos Humanos – Telefone: 2225693 - Caixa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia
@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.