Top - 6 - Séries de Taylor e Maclaurin
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Top - 6 - Séries de Taylor e Maclaurin
Departamento de Matemática-IM/UFRJ
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Aula 6:
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1 Séries de Taylor e de Maclaurin
Nesta seção vamos ampliar o conjunto de funções que podem ser representados em série
de potências e como podemos achar tais representações.
f (n) (a)
cn = .
n!
Observação: O Teorema 1.1 diz que se a função f (x) tem uma representação em série
de potências em torno de a convergente, então esta série é a sua série de Taylor. Mas
existem funçõesf (x) cujas séries de Taylor não convergem para f (x). Por exemplo, a
e −1
x2 , se x 6= 0
função f (x) = possui derivadas de todas as ordens em cada x ∈ R,
0, se x = 0
inclusive em x = 0. Nesse último caso, usando a definição de derivada por limite, mostra-
se que f (n) (0) = 0, para cada n natural. Então a série de Maclaurin de f (x) será, pela
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definição anterior convergente para a função constante g(x) = 0, que obviamente não
coincide com a função f (x).
Solução: Se f (x) = ex , então f (n) (x) = ex , assim f (n) (0) = e0 = 1 para todo n ∈ N.
Portanto, a série de Maclaurin que é a série de Taylor em torno de 0 é
∞ ∞
X f (n) (0) n
X xn x x2 x3
x = =1+ + + + ··· .
n=0
n! n=0
n! 1! 2! 3!
xn
Para encontrar o raio de convergência fazemos an = . Então, se x fixado,
n!
an+1 xn+1 n! |x|
= · n = → 0 < 1,
an (n + 1)! x n+1
xn
lim =0
n→∞ n!
para todo x ∈ R.
Consideremos então a seginte questão: se f (x) tiver derivadas de todas as ordens, quando
será verdade que
∞
X f (n) (a)
f (x) = (x − a)n ?
n=0
n!
Dito de outra forma, quando f (x) será o limite da sequência de somas parciais Tn (x),
somas parciais da série de Taylor definidas por
A resposta será dada no Teorema 1.2 a seguir. Antes dele, apresentaremos duas definições.
A primeira é a de Tn (x), que é um polinômio de ordem n chamado polinômio de Taylor
de ordem n de f em a. Definimos também Rn (x) := f (x) − Tn (x), chamado de resto
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da série de Taylor de ordem n em a. Note que f (x) = Tn (x) + Rn (x), logo, se tivermos
lim Rn (x) = 0, então f (x) = lim Tn (x). Temos então o seguinte resultado.
n→∞ n→∞
para |x − a| < R, então fé igual à soma de sua série de Taylor no intervalo |x − a| < R.
A desigualdade a seguir nos ajudará a calcular lim Rn (x) no caso de uma função especı́fica
n→∞
f (x).
Solução: Se f (x) = ex , então f (n+1) (x) = ex para todo n ∈ N. Se d for qualquer número
positivo e |x| ≤ d, então |f (n+1) (x)| = ex ≤ ed . Assim a Desigualdade de Taylor, com
a = 0 e M = ed , diz que
ed
|Rn (x)| ≤ |x|n+1 ,
(n + 1)!
para |x| ≤ d. Note que a mesma constante M = ed serve para cada valor de n ∈ N. Mas,
pela observação após o Exemplo 1
ed n+1 d |x|n+1
lim |x| = e lim = 0.
n→∞ (n + 1)! n→∞ (n + 1)!
Segue do Teorema do Confronto que lim |Rn (x)| = 0 e portanto lim Rn (x) = 0 para
n→∞ n→∞
x
todos os valores de x ∈ R. Pelo Teorema 1.2, e é igual à soma de sua série de Maclaurin,
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isto é,
∞
X xn
ex = ,
n=0
n!
para todo x ∈ R. Em particular, para x = 1, tem-se que
∞
X 1 1 1 1
e= = 1 + + + + ··· .
n=0
n! 1! 2! 3!
Exemplo 3: Encontre a série de Maclaurin de sin x e demonstre que ela representa sin x
para todo x ∈ R.
Note que os valores se repetem a cada 4 termos: 0, 1, 0 e −1. Podemos escrever então a
série de Maclaurin como
f 0 (0) f 00 (0) 2 f 000 (0) 3
f (0) + x+ x + x + ···
1! 2! 3!
x3 x5 x7
= x− + − + ···
3! 5! 7!
∞
X x2n+1
= (−1)n .
n=0
(2n + 1)!
Como f (n+1) (x) é igual a ± sin x ou ± cos x, então |f (n+1) (x)| ≤ 1, para todo x ∈ R.
Assim podemos tomar M = 1 na Desigualdade de Taylor
M |x|n+1
|Rn (x)| ≤ xn+1 = → 0,
(n + 1)! (n + 1)!
quando n → ∞, devido à observação depois do Exemplo 1. Assim |Rn (x)| → 0 pelo
Teorema do Confronto, segue que Rn (x) → 0 quando n → ∞, logo sin x é igual à soma
de sua série de Maclaurin pelo Teorema 1.2, isto é
x3 x5 x7
sin x = x − + − + ···
3! 5! 7!
∞
X x2n+1
= (−1)n para todo x ∈ R.
n=0
(2n + 1)!
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Exemplo 4: Representar f (x) = cos x como a soma de sua série de Maclaurin.
∞
x2n+1
X
Solução: Do exemplo 3 sabemos que sin x = (−1)n
, para cada x ∈ R.
n=0
(2n + 1)!
Utilizando o Teorema 1.1 da aula 5 passada, basta derivar dos dois lados de modo a obter
∞
x2 x4 x 6 X (−1)n x2n
cos x = 1 − + − + ... = , para cada x ∈ R.
2! 4! 6! n=0
(2n)!
Exemplo 5: Representar f (x) = sin x como a soma de sua série de Taylor centrada em
π
.
3
π
Solução: Cálculo dos primeiros valores de f (n) :
3
π √3
f (x) = sin x f =
3 2
π 1
0 0
f (x) = cos x f =
3 2
π √
3
f 00 (x) = sin x f =−
3 2
π 1
f 000 (x) = − cos x f 000 =− .
3 2
π
Esse padrão se repete sempre. Portanto, a série de Taylor em é
3
π π π
π f 0 00 000
3
π f 3 π 2 f 3
π 3
f + x− + x− + x− + ···
3 1! 3 2! 3 3! 3
√ √
3 1 π 3 π 2 1 π 3
= + x− − x− − x− + ··· .
2 2 · 1! 3 2 · 2! 3 2 · 3! 3
A demonstração de que esta série representa sin x para todo x ∈ R é muito similar à feita
no exemplo 3. Podemos escrever
∞ √ ∞
X (−1)n 3 π 2n X (−1)n π 2n+1
sin x = x− + x− .
n=0
2(2n)! 3 n=0
2(2n + 1)! 3
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Solução: Calculemos os primeiros n + 1 valores de f (n) (0):
Essa série é chamada série binomial. Se o n-ésimo termo for an , então, para cada x
fixado,
|k − n|
= |x|
n+1
k
1−
n
= |x| → |x|
1
1+
n
quando n → ∞. Logo, pelo Teste da Razão, a série binomial converge se |x| < 1 e diverge
se |x| > 1.
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Demonstração. Consulte o livro texto ”Cálculo”, volume 2 de James Stewart, na seção
10 do capı́tulo 11.
Observação:
Solução: A ideia é usar a série binomial, então temos que escrever de outra maneira a
função f (x)
1 1 1 1 x −1/2
√ =r = r = 1 −
4−x x x 2 4
4 1− 2 1−
4 4
1 x
Usando a série binomial para k = − e com x substituı́do por − , temos
2 4
1 1 x −1/2
√ = 1−
4−x 2 4
∞
1 X −1/2 x n
= −
2 n=0 n 4
1 1 x (−1/2) (−3/2) x 2
= 1+ − − + − + ···
2 2 4 2! 4
(−1/2) (−3/2) · · · (−1/2 − n + 1) x n
··· + − + ···
n! 4
1 1 1·3 2 1·3·5 3 1 · 3 · 5 · · · (2n − 1) n
= 1+ x+ x + x + ··· + x + ···
2 8 2!82 3!83 n!8n
x
Do Teorema Binomial sabemos que esta série converge se − < 1 ou seja, |x| < 4, assim
4
o raio de convergência é R = 4.