O Propósito de Deus Na Família

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O PROPÓSITO DE DEUS NA FAMÍLIA

A família é a mais antiga instituição na história da raça humana.

Deus sempre usou a família como seu canal na terra. Criou a humanidade a partir da
família de Adão; preservou-a através da família de Noé; formou a nação eleita a partir da
família de Abraão. Ao chegar o momento da encarnação, Jesus foi recebido no seio de
uma família, à qual demonstrou total respeito, reconhecendo em José o chefe da família.
Maria, o instrumento de Deus para o nascimento de Jesus, foi submissa ao seu marido,
a quem Deus orientou sobre como proceder para proteger o menino Jesus.

Deus está interessado na família, não só porque Ele a instituiu (Gn 2:21-25), mas
principalmente porque através da família Ele quer revelar Seu amor e cuidado às
criaturas humanas, tanto no aspecto físico e material, quanto no espiritual.

Como instituição divina, a família existe antes do pecado ter entrado no mundo, devendo
ser preservada com suas características originais de pureza, amor e santidade (Hb 13:4-
6), sem as quais não poderá existir. Se a família se desagregar, toda a sociedade estará
em ruínas, inclusive a própria Igreja.

Por ser a família a menina dos olhos de Deus e o instrumento da manifestação da Sua
graça aos homens, tem sido alvo dos mais sórdidos ataques de Satanás. Atingindo a
família, o inimigo pretende atacar a Deus.

Como indícios da estratégia maligna para desestruturar e corromper a família, vemos a


infiltração da filosofia do relativismo, sendo a opção pessoal a sua verdade, a busca de
bens materiais como prioridade, o casamento como uma opção descartável, e a busca
do prazer pessoal a qualquer preço.

Todas as forças do inferno lutam para desestabilizar, desmoralizar e desintegrar a


família, pois ela sempre foi e ainda é a base do equilíbrio individual, social, moral e
espiritual de um povo.

DEUS PENSA EM TERMOS DE FAMÍLIA


O Senhor não trata apenas com indivíduos, mas também com famílias. É claro que a
salvação é individual, e a fé e a escolha (com suas consequências) também. O juízo
vindouro também tem essa característica, e é por isso que a Palavra de Deus declara:
“Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12). Contudo,
quando falamos a respeito de propósito (não de responsabilidade), percebemos que a
Bíblia apresenta um Deus que pensa em termos de famílias, e não apenas de
indivíduos.
Quando o Senhor chamou o patriarca Abraão (na ocasião ainda chamado de Abrão), e
fez com ele uma aliança, ainda que estivesse tratando com um indivíduo, estava
também focando a família:
“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.
Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias
da terra.” (Gênesis 12.3)

Observe que o Senhor fala de multiplicar a família de Abrão com o propósito de


abençoar TODAS as famílias da terra. Ou seja, Deus está prometendo abençoar uma
família para, através dela, poder abençoar todas as demais famílias do planeta (em
todas as épocas). É evidente que o Criador, em seus planos e propósitos para a
humanidade, pensa em termos de família. Encontramos este padrão (salvação individual
mas propósito familiar) nas histórias bíblicas. Basta recordar o que aconteceu com Noé:
“Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a
carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará. Mas contigo
estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as
mulheres de teus filhos.” (Gênesis 6.17,18)
Noé chamou a atenção de Deus com sua integridade. Ele, sozinho, conseguiu isso. Mas
o livramento se estendeu a toda a sua família. Vemos o mesmo com Ló:
“Então disseram os homens a Ló: Tens mais alguém aqui? Teu genro, e teus filhos, e
tuas filhas, e todos quantos tens na cidade, tira-os para fora deste lugar; porque nós
vamos destruir este lugar, porquanto o seu clamor se tem avolumado diante do Senhor,
e o Senhor nos enviou a destruí-lo. Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam
de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor
há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava
zombando. E ao amanhecer os anjos apertavam com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua
mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo da cidade.
Ele, porém, se demorava; pelo que os homens pegaram-lhe pela mão a ele, à sua
mulher, e às suas filhas, sendo-lhe misericordioso o Senhor. Assim o tiraram e o
puseram fora da cidade. Quando os tinham tirado para fora, disse um deles: Escapa-te,
salva tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-
te lá para o monte, para que não pereças.” (Gênesis 19.12-17)
O que podemos dizer da família de Ló? Sua mulher, ao sair de Sodoma, olhou para trás
(desobedecendo à ordem divina e demonstrando saudade daquele lugar) e foi julgada
por Deus. Seus futuros genros não creram em sua mensagem e ainda zombaram dele.
Suas filhas o embebedaram para cometer incesto. Você consegue enxergar uma grande
justiça na vida destes familiares? Eu não! Aliás, vale ressaltar que quem foi chamado de
justo pelas Escrituras foi o próprio Ló:
“Se, reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as à destruição,
havendo-as posto para exemplo aos que vivessem impiamente; e se livrou ao justo Ló,
atribulado pela vida dissoluta daqueles perversos [porque este justo, habitando entre
eles, por ver e ouvir, afligia todos os dias a sua alma justa com as injustas obras deles];
também sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar para o dia do juízo os
injustos, que já estão sendo castigados”. (2 Pedro 2.6-9)
Mas ainda que a salvação seja individual, Deus, em termos de propósito, também trata
com as famílias. Continuamos encontrando este fato nas páginas do Novo Testamento:
“E ele nos contou como vira em pé em sua casa o anjo, que lhe dissera: Envia a Jope e
manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro, o qual te dirá palavras pelas
quais serás salvo, tu e toda a tua casa.” (Atos 11.14)
“Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” (Atos 16.30)
Precisamos compreender esse propósito divino para a família. Entender o projeto de
Deus nos ajudará a discernir o valor que Ele atribui à família.
MANDAMENTOS FAMILIARES
Além das bênçãos sobre a família (que revelam o quanto o Senhor a aprecia e quer que
vivamos o Seu melhor), encontramos na Palavra de Deus, também, a questão dos
mandamentos familiares.
Desde que instituiu a família, o Criador a protegeu, dando aos homens leis que deveriam
proteger a instituição chamada família. Nos Dez Mandamentos, temos dois deles
diretamente ligados à questão familiar (a ordem de honrar os pais e a de não adulterar –
sem contar o de não cobiçar a mulher do próximo). As Sagradas Escrituras estão
repletas de mandamentos familiares – ordens divinas acerca da vida familiar.
Esses mandamentos, se obedecidos, trazem bênçãos sobre a vida daqueles que os
praticam. Por outro lado, a quebra desses mandamentos, que denomino “pecados
familiares”, também trarão consequências diferenciadas (falarei mais sobre isso num
capítulo com o mesmo tema). A ordem divina de honrar os pais, por exemplo, é
chamada de “o primeiro mandamento com promessa”:
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu
pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e
sejas de longa vida sobre a terra.” (Efésios 6.1-3)
Obedecer aos mandamentos que protegem a família nos farão ser bem-sucedidos em
tudo e ainda aumentar nossos dias de vida. Prosperidade e longevidade num pacote só!
Os filhos devem a seus pais não apenas obediência, mas também honra. Ao se
casarem, os filhos deixam pai e mãe e se unem ao seu cônjuge; isso põe fim à
necessidade de obediência, mas não de honra:
“Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam eles primeiro a exercer piedade
para com a sua própria família, e a recompensar seus progenitores; porque isto é
agradável a Deus.” (1 Timóteo 5.4)
Os filhos devem recompensar seus pais (que os criaram) quando esses chegam à
velhice; devem suprir seus progenitores não só em suas necessidades materiais. Ainda
que não devam mais a obediência de quando viviam sob seu teto, devem honra.
Sempre!
Além dos mandamentos que determinam a conduta dos filhos para com os pais, também
encontramos na Bíblia os mandamentos que determinam a conduta dos pais para com
os filhos, especialmente a ordem de criá-los no temor do Senhor:
“E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e
admoestação do Senhor.” (Efésios 6.4)
“Que [o bispo] governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo
o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da
igreja de Deus?)” (1 Timóteo 3.4,5)
Também há mandamentos dados por Deus para os cônjuges. O marido deve amar sua
mulher, honrá-la e trata-la de forma correta; a esposa deve submeter-se e respeitar seu
marido:
“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos.
Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” (Efésios 5.28)
“Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não as trateis asperamente.” (Colossenses
3.19)
“Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a
cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o
Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as
mulheres o sejam em tudo a seus maridos.” (Efésios 5.22-24)
A FAMÍLIA EM NOSSA ESCALA DE VALORES
A escala de valores de muitos cristãos está desordenada. Alguns estão vivendo de modo
desordenado porque não fazem a menor ideia do que as Escrituras ensinam a respeito
do assunto; outros porque, mesmo tendo os valores e prioridades devidamente
ordenados no conceito mental, não conseguem mantê-los na prática.
Para quem deseja viver no lugar correto de importância à família atribuída por Deus, a
primeira coisa a ser feita é conhecer a escala de valores do ponto de vista de Deus, ou
seja, aquilo que a Bíblia ensina. Depois, é lutar para fazer funcionar.
Deus em primeiro lugar
Não há nada, absolutamente nada, que possa ocupar o primeiro lugar de nossas vidas,
a não ser Deus. O mandamento dado a Moisés foi lembrado e enfatizado pelo próprio
Senhor Jesus:
“Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia
respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o
teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.” (Marcos 12.28-31)
Amar ao Senhor de todo o nosso coração, alma, entendimento e forças, é colocá-lo em
primeiro lugar nas nossas vidas. Jesus deixou bem claro a qualquer que quisesse segui-
lo como discípulo, que deveria reconhecê-lo em primeiro lugar em suas vidas, na frente
das pessoas que normalmente nos são as mais amadas e queridas:
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs,
e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e
não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele dentre vós que não
renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26,27 e 33)
O Senhor deve estar à frente dos pais, cônjuge, filhos e qualquer outro familiar. Ele deve
ser o primeiro valor em nossa lista ou escala de prioridades. Deve vir antes de nossa
própria vida. Deve vir antes de nossos bens ou qualquer outra coisa. Quando falamos
sobre Deus vir antes, não é porque as coisas que nos dispomos a renunciar não têm
mais lugar em nossas vidas; apenas elas vêm depois.
Por exemplo, se o meu cônjuge, incomodado com minha fé me dá um ultimato e me
manda escolher entre ele ou o Senhor, me disponho a sacrificá-lo e ficar com Deus, pois
Deus é o maior valor de minha vida. Mas se, mesmo não sendo cristão, meu cônjuge
não se importa que eu busque ao Senhor, então ele passa a ser meu segundo maior
valor ou prioridade (1 Co 7.12,13). O primeiro lugar de nossa vida, indiscutivelmente, é
de Deus:
“Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.” (Mateus 6.33)
Repetindo: isso não quer dizer que as outras coisas não caibam em nossas vidas; tão
somente que elas vêm depois de Deus.
Família em segundo lugar
Muita gente tem errado ao pensar que a igreja ou o ministério vem logo depois de Deus.
Na verdade, a família vem em segundo lugar. Conheci, quando ainda era um
adolescente, uma senhora (do interior de São Paulo) que disse que Deus a chamou para
uma missão e desapareceu de casa por mais de um mês. Quando os irmãos da
congregação perceberam o que estava acontecendo, tiveram que cuidar dos filhos
dessa mulher, que não tinham o que comer e nem vestir. O marido estava furioso porque
roupas chegaram a apodrecer no tanque enquanto a família aguardava ansiosa o
término da “missão”. Isto é um absurdo! Uma mulher destas, ainda que se intitule
missionária, não conhece a Bíblia. Até no caso de diminuir a intensidade do contato
físico para se dedicar à oração, o casal deve estar em acordo (1 Co 7.5). Mas aquela
mulher não consultou seu marido, e apenas disse: “Deus me chamou e eu estou indo”. E
ainda por cima, dizia que o marido é que era um carnal ao ponto de não discernir a voz
de Deus.
Como declarou D. L. Moody, o grande evangelista: “Acredito que a família foi
estabelecida muito antes da igreja, e o meu dever é primeiro com minha família. Não
devo negligenciar minha família”. Veja o que as Sagradas Escrituras ensinam acerca do
lugar da família na nossa escala de valores:
“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a
fé, e é pior que um incrédulo.” (1 Timóteo 5.8)
Não há dúvida de que a família é nossa segunda prioridade depois de Deus. Se alguém
negligenciar sua família por causa da igreja, do ministério, ou de qualquer outra coisa,
por mais “espiritual” que pareça, estará contra a Palavra de Deus. Paulo disse que tal
pessoa está negando a fé e é pior do que um incrédulo. Agora veja, o apóstolo estava
falando com os crentes que iam à igreja mas estavam negligenciando o lar. Logo,
concluímos que a família vem antes da igreja na nossa escala de valores. Há um outro
texto que mostra claramente a família como uma prioridade antes da igreja e do
ministério. É o conselho pastoral que Paulo queria estender a todos os ministros debaixo
da supervisão de Timóteo:
“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, …que
governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito
(pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de
Deus?)” (1 Timóteo 3.2,4 e 5)
Observe que o homem de Deus deve ser exemplar quanto à sua família. Fiel à sua
esposa, e governando bem sua casa e seus filhos; caso contrário, não poderá cuidar de
igreja e ministério.
A Palavra de Deus não deixa a menor sombra de dúvida quanto ao lugar que nossa
família deve ter na nossa escala de valores. Mas muitos cristãos têm negligenciado a
sua família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus filhos se queixam de vê-
los desviados, mas não se apercebem que estão andando em desordem. Há esposas
perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os colocaram no lugar certo na escala
de valores. É hora de ordenarmos nossos passos e darmos atenção, honra e dedicação
devidas à família.
Trabalho em terceiro lugar
É impressionante a facilidade com que nos levamos aos extremos. De um lado, temos
na igreja pessoas que são viciadas em trabalho e cujas vidas não estão em ordem, pois
desrespeitaram a escala bíblica de valores, pondo o trabalho em primeiro lugar. De
outro, temos aqueles que relegaram ao trabalho o último lugar na sua escala de valores,
ou que nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades.
Quando a Bíblia fala daquele que não cuida da sua família sendo pior do que o
descrente (1 Tm 5.8), está falando, no contexto, sobre sustento material, sobre provisão
das necessidades físicas. Um cristão que não leva a sério o trabalho, ao ponto de deixar
sua família passar necessidade, está violando os dois valores mais importantes que vêm
logo depois de Deus.
O trabalho é uma ordem bíblica. É o meio do homem sustentar sua casa e viver
dignamente. Além disso, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino de
Deus e ao necessitado:
“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que
é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”. (Efésios 4.28)
A Palavra de Deus também diz que aquele que não trabalha está andando
desordenadamente, fora do plano divino:
“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar,
também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre vós há pessoas que
andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia. A elas,
porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando
tranquilamente, comam o seu próprio pão.” (2 Tessalonicenses 3.10-12)
O mandamento de Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado pelos
outros. Cada homem tem a obrigação e a responsabilidade de se envolver com o
trabalho; isto não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas ocupará
corretamente o seu tempo, livrando-o de outros problemas. Paulo se orgulhava de nunca
ter sido um peso para ninguém, e de suas próprias mãos (seu trabalho) terem lhe
provido o sustento (At 20.34).
Mesmo quando Deus chama alguém para o ministério de tempo integral – o que também
é trabalho – deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que, em determinados
momentos, devido à falta de recursos, nada há de errado em se trabalhar em uma outra
área até que a condição de sustento mude – foi isto o que aconteceu com Paulo em
Corinto (At 18.1-5).
Na vida dos que se dedicam de tempo integral, o ministério se enquadra na prioridade
“trabalho”. Jesus ao enviar seus discípulos para pregar e ministrar ao povo, aplicou a
eles o termo “trabalhadores” e mencionou seu direito de salário, que é a recompensa
legítima do trabalhador (Mt 10.7-10).
Se dermos o valor devido a cada uma destas atividades, mantendo-as em ordem na
escala de valores e respeitando esta ordem em nosso dia a dia, deixaremos de ter
muitos dos problemas que já tem nos incomodado. O trabalho tem o propósito de servir
ao cuidado familiar; mas requer muita atenção e equilíbrio de nossa parte, uma vez que
alguns, por se dedicar demais ao trabalho, acabam perdendo a própria família da qual
deveriam cuidar, enquanto outros, por sua vez, negligenciam o cuidado básico.
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