Portfólio Valdinete

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UNIVERSIDADE PITÁGORAS

VALDINETEUNOPAR
PEREIRAANHANGUERA
PEDAGOGIA LICENCIATURA

VALDINETE PEREIRA

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS – IDENTIDADE DOCENTE

IPIRA
2024
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS – IDENTIDADE DOCENTE

Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura


em Pedagogia da UNOPAR, ANHANGUERA,
PÍTAGORAS como requisito parcial para a
obtenção de média semestral. Disciplina:
Práticas Pedagógicas: Identidade docente

IPIRA
2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................4
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................5
4 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 6
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1 INTRODUÇÃO

Este portfólio é uma análise sobre práticas pedagógicas e a identidade


docente, seu objetivo é refletir sobre a importância da prática do professor e a
construção da identidade docente. Para isso, refletiu-se mediante uma situação
problema e análise de dois textos acadêmicos a importância dessa prática. A
situação problema traz algumas indagações sobre como o professor deve atuar
diante de uma diversidade crescente de alunos, oriundos de diferentes contextos
culturais e socioeconômicos: a conciliação entre a preservação dos valores
tradicionais e a necessidade de adaptação às demandas contemporâneas. A busca
por uma identidade docente autêntica, que respeite a diversidade cultural dos
alunos, integre tecnologias emergentes e promova práticas pedagógicas inovadoras,
torna-se um dilema para muitos educadores. A situação faz-se refletir sobre como
construir uma identidade que preserve a essência do papel do educador, ao mesmo
tempo que abraça a evolução constante do cenário educacional e refletir sobre este
desafio para promover uma prática docente que seja tanto enraizada em valores
fundamentais quanto capaz de inspirar e capacitar os estudantes para os desafios
complexos do mundo contemporâneo.
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2 DESENVOLVIMENTO

No intuito de se refletir sobre a identidade docente será feita aqui uma análise
de dois artigos científicos que abordam a temática em questão. O primeiro texto de
Silva e Chakur (2009) “A Tomada de Consciência da Crise de Identidade
Profissional em Professores do Ensino Fundamental” investigou professores do II
Ciclo do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) de uma escola paulista sobre a
consciência de suas funções e responsabilidades como professores, como avaliam a
crise da profissão docente, descrita na bibliografia educacional, e se estão
conscientes dessa crise com seus determinantes.
O segundo texto analisado de Lomba e Filho (2022) “Os professores e sua
formação profissional: entrevista com António Nóvoa” trata-se de uma entrevista
realizada com António Nóvoa sobre a dificuldade da prática docente. Para António
Nóvoa, há muitas maneiras de ser professor, uma diversidade de opções e de
caminhos. Contudo, em todos eles, defende que é imprescindível compreender a
complexidade da profissão em todas as suas dimensões: teóricas, experienciais,
culturais, políticas, ideológicas e simbólicas. Trata-se de um conhecimento
profissional docente, um conhecimento contingente, coletivo e público.
Para Silva e Chakur (2009) o processo de formação da identidade pessoal tem
início na fase infantil, na medida em que a criança assimila traços e características
de pessoas e objetos externos valorizados. É um processo que ocorre de acordo
com a cultura e a categoria social do indivíduo. O desenvolvimento do eu depende,
em grande parte, das pessoas ou grupos de pessoas com os quais nos
identificamos, mas isto nunca ocorre em nível generalizável e a intensidade desta
identificação é variável. Sabe- se que a formação da identidade profissional do
professor sofre um processo lento e se desenvolve por meio de apreciações e
apropriações do mundo escolar, ou seja, nas relações de convívio social e na prática
docente.
As autoras entendem identidade profissional docente como um processo
contínuo, subjetivo, que obedece às trajetórias individuais e sociais, que tem como
possibilidade a construção/desconstrução/reconstrução, atribuindo sentido ao
trabalho e centrado na imagem e autoimagem social que se tem da profissão e
também legitimado a partir da relação de pertencimento a uma determinada
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profissão, no caso, o Magistério.

Sabe- se que a formação da identidade profissional do professor sofre um


processo lento e se desenvolve por meio de apreciações e apropriações do mundo
escolar, ou seja, nas relações de convívio social e na prática docente. Nesse
processo, o professor provavelmente se depara com dificuldades, ambiguidades e
confusões quanto à própria imagem e papel.
Pode-se concluir que, assim como a bibliografia educacional vem afirmando, os
professores se encontram em uma crise profissional e também em uma crise de
identidade, mantendo estas uma relação estreita, com limites muito tênues entre os
aspectos que as caracterizam. Mas consideramos que nem sempre a crise de
identidade é percebida pelos professores em seus aspectos centrais e em seus
determinantes. Tal como encontrado por Piaget (1978) no âmbito da ação, a tomada
de consciência da crise da profissão e da identidade se processa em níveis distintos.
O nível que apareceu predominantemente foi o intermediário, um nível em que os
professores, na maioria das questões, apresentam respostas ambíguas e confusas
com relação aos elementos centrais e periféricos da consciência da identidade
profissional. Muitos professores não conseguem perceber o motivo central pelo qual
se sentem incomodados, ou que dificulta o próprio trabalho.
A análise desse segundo texto será realizada através do relato da entrevista
feita com António Nóvoa. António Manuel Seixas Sampaio da Nóvoa (Valença,
Portugal, 12 de dezembro de 1954) é professor Catedrático do Instituto de Educação
da Universidade de Lisboa. Foi Reitor da Universidade de Lisboa entre 2006 e 2013
e Embaixador de Portugal na UNESCO entre 2018 e 2021 e doutor em Ciências da
Educação.
A entrevista se iniciou com o questionamento à Nóvoa sobre o que considera
como valioso aprendizado do período no Magistério Primário. Nóvoa relata que
iniciou sua vida profissional como professor, com pouco mais de 20 anos de idade,
em escolas do magistério primário. “Sabemos, desde os estudos pioneiros de
Michael Huberman, que os primeiros anos de vida profissional docente são decisivos
no nosso percurso como professores. No meu caso, não consigo imaginar melhor
entrada”.
Para Nóvoa é urgente reforçar a capacidade de reflexão, de publicação e de
ação pública dos professores. Não se trata, apenas, de uma publicação ou
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intervenção a título individual, mas da possibilidade de uma “voz colectiva” que dê


corpo à presença dos professores no espaço público, de inscrever os professores
como profissão nos debates e decisões sobre educação.
Indagado sobre o que mais deseja encontrar nas publicações que tem lido
sobre autoria e formação de professores, ele diz que é preciso completar estas duas
abordagens com um terceiro tipo de escrita e de publicação, a saber, textos escritos
por professores que, com base em vivências pessoais, produzam uma reflexão e
sistematização das suas experiências e iniciativas. Não são meros relatos ou
narrativas, mas antes um esforço de sistematização que possa desencadear
dinâmicas de partilha e ser inspirador para outros educadores noutros contextos.
Sobre como avalia o desenvolvimento dessa experiência considerando as
diferentes realidades institucionais com as quais dialoga e o que considera como
caminho possível a ser percorrido pelas universidades e escolas, o professor relata
não há formação de professores sem uma ligação forte entre as escolas e as
universidades, tanto na formação inicial como no período da indução docente e na
formação continuada. Hoje, sabemos que não basta construir caminhos de
colaboração ou de parceria. Estes caminhos são importantes, por exemplo para a
qualidade da supervisão e dos estágios, mas não são suficientes. Precisamos, por
isso, construir uma nova “realidade institucional”, uma espécie de “casa’’.
No Brasil e em Portugal a formação de professores necessita de grandes
mudanças, tanto na formação inicial como na formação continuada. A formação
inicial segue “engessada” em modelos tradicionais baseados em currículos com três
segmentos: conteúdos, disciplinas pedagógicas e prática docente. A formação
continuada permanece dominada por uma lógica de cursos e de ações que os
professores devem frequentar. Hoje, nada disto faz sentido.
Hoje, precisamos do apoio dos outros colegas, de nos inserirmos num coletivo
docente. O autoconhecimento faz parte do nosso conhecimento como pessoas e do
nosso conhecimento profissional.
Cada professor não está sozinho com os seus alunos, mas em situação
colaborativa, cooperativa. A dimensão coletiva e uma maior autonomia profissional
dos professores são processos diretamente relacionados com uma transformação
do ensino e da pedagogia, com novos modos de trabalho docente e de organização
das escolas.
A entrevistadora quis saber sobre como não desconsiderando as limitações
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tecnológicas e sociais diante da implantação do ensino remoto emergencial em


decorrência da pandemia causada pelo coronavírus a partir de 2020, bem como os
diversos obstáculos encontrados pelos profissionais da educação e estudantes
durante essa implantação do ensino remoto, qual a inserção de metodologias que,
antes da pandemia eram pouco presentes no ensino presencial, seria um indício de
mudança. Para Nóvoa os dispositivos digitais que temos ao nosso alcance são úteis,
ninguém os deve recusar. Mas, dizer que a educação vai passar a ser feita
unicamente a distância seria perder a dimensão da relação humana, do encontro
humano que é absolutamente necessário. Não há educação sem o afeto, não há
educação sem o sentimento, não há educação sem a relação humana profunda, de
alunos com alunos, de alunos com professores. Não se pode conhecer sem sentir,
não se pode aprender sem emoção, sem empatia. Não nos podemos educar sem os
outros.
Por último, o professor foi questionado sobre em que medida essas novas
configurações da formação impactam os modos de fazer e contar a história da
profissão docente. Para ele nas últimas décadas, devido em parte à “massificação
da educação”, houve uma certa desvalorização dos professores, tanto no plano
simbólico e social como no plano salarial e profissional. Quando se fala dos
professores é quase sempre pela negativa: o que os professores não têm, o que os
professores não sabem, o mal-estar docente, o desprestígio da profissão, a crise
dos professores, a violência nas escolas, etc. Muitas vezes, nós próprios
acentuamos este discurso negativo, sem nos darmos conta dos prejuízos que
causamos na imagem e na vivência da profissão. É preciso utilizar palavras duras
para criticar a ausência de políticas públicas de valorização dos professores.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A charge mostra um questionamento sobre o papel do professor, a resposta


na charge é que na pior das hipóteses o professor faz toda a diferença. Isso porque
o professor vai muito além da sua função típica de transmitir conhecimento a
respeito da disciplina para a qual se especializou. O professor acumula diversos
papéis, que na realidade não deveria ser de sua competência, mas que nenhum
professor se nega a exercer. Por isso, é fato dizer que ele faz toda a diferença. Cabe
ao professor influenciar seu aluno, ele desperta o senso crítico, ele mostra a
realidade, consegue sanar dúvidas, dar conselhos, consegue inspirar e orientar seu
aluno a caminhar sozinho. Diante de uma diversidade crescente de alunos, oriundos
de diferentes contextos culturais e socioeconômicos, você se vê diante de um
complexo desafio: a conciliação entre a preservação dos valores tradicionais e a
necessidade de adaptação às demandas contemporâneas. A busca por uma
identidade docente autêntica, que respeite a diversidade cultural dos alunos, integre
tecnologias emergentes e promova práticas pedagógicas inovadoras, torna-se um
dilema para muitos educadores. reflexão sobre este desafio torna-se crucial para
promover uma prática docente que seja tanto enraizada em valores fundamentais
quanto capaz de inspirar e capacitar os estudantes para os desafios complexos do
mundo contemporâneo.
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4 REFERÊNCIAS

DA SILVA, E. P.; CHAKUR, C. R. de S. L. A Tomada de Consciência da Crise de


Identidade Profissional em Professores do Ensino Fundamental 1. Schème: Revista
Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 2009. Disponível em:
https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Scheme/Vol02Num03Art05.
pdf. Acesso em: 16 de outubro. 2024.

Texto2: LOMBA, Maria Lúcia Resende; FARIA FILHO, Luciano Mendes. Os


professores e sua formação profissional: entrevista com António Nóvoa. Educar em
Revista, [S.l.], dez. 2022. ISSN 1984-0411. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/88222/48158 . Acesso em: 16 de outubro.
2024.

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