Monografia MartaAlmeida
Monografia MartaAlmeida
Monografia MartaAlmeida
Julho 2018
Nota: Esta monografia não está redigida de acordo com o novo acordo ortográfico, mas
sim no português que eu aprendi na escola primária e sempre utilizei ao longo da minha vida,
tanto a nível social como académico.
Marta Sofia Marques de Almeida
Julho 2018
Índice
1. Resumo ................................................................................................................................................................. 3
2. Introdução ............................................................................................................................................................ 5
3. Distribuição geográfica, descrição botânica e classificação sistemática da Moringa oleifera.............. 7
4. Etnobotânica ........................................................................................................................................................ 9
Tratamento de água ............................................................................................................................................. 10
Nutrição .................................................................................................................................................................. 12
Etnofarmacologia .................................................................................................................................................. 20
5. Toxicidade .......................................................................................................................................................... 32
6. Conclusão........................................................................................................................................................... 38
7. Bibliografia .......................................................................................................................................................... 40
Abreviaturas
2
1. Resumo
A Moringa oleifera Lam. é uma planta arbórea perene originária da zona dos Himalaias, no
nordeste da Índia, Afeganistão e Paquistão. Estudos etnobotânicos conferem a esta planta
vários usos, sendo os principais: a utilização das suas sementes no tratamento de água, no
uso das suas folhas, flores, vagens e grãos das sementes na alimentação como vegetais; é
também muito usada na medicina tradicional para tratar vários sintomas e doenças como
febre, dores de cabeça, para tratar feridas, varicela, colite, diarreia, entre muitos outros. As
folhas e as vagens de moringa são bastante nutritivas, sendo boas fontes de proteína,
vitaminas e minerais, especialmente úteis em países em vias de desenvolvimento,
precisamente nos locais onde ela existe e onde a desnutrição afecta muitas pessoas,
principalmente crianças. As possíveis actividades farmacológicas conferidas à moringa pelo
seu uso na medicina tradicional levou ao desenvolvimento de muitos estudos pré-clínicos, in
vitro e in vivo, na tentativa de comprovar essas actividades e isolar os compostos responsáveis
pela acção terapêutica. Diferentes compostos fitoquímicos foram identificados de algumas
partes da moringa e foi-lhe imputada bioactividade como por exemplo antioxidante,
hipotensiva ou citotóxica. Alguns ensaios clínicos efectuados acerca da moringa
comprovaram a actividade antiasmática conferida aos grãos das suas sementes e a actividade
das suas folhas como antidiabética, antilipidémica e galactagoga. Os estudos toxicológicos,
agudos e subagudos, demonstraram que as folhas de moringa são relativamente seguras
quando ingeridas oralmente e tomada em baixas concentrações (menores que 1600mg/kg de
peso corporal) por longos períodos de tempo, não apresentando alterações hematológicas e
histopatológicas significativas. Para consumo humano é recomendado que não se ultrapasse a
dose diária de 70 gramas, pois doses superiores podem levar à acumulação de determinados
compostos no organismo. Com esta monografia fica demonstrado que a M. oleifera Lam. é
uma planta com alto valor nutricional, com potencial para o desenvolvimento de novos
fármacos a partir de várias partes da planta, às quais lhe são conferidas várias actividades
farmacológicas pelo seu uso na medicina tradicional.
3
Abstract
Moringa oleifera Lam. is a perennial tree plant native to the Himalayas, in northeastern
India, Afghanistan and Pakistan. Ethnobotanical studies give this plant several uses, being the
main ones: the use of its seeds in the treatment of water, in the use of its leaves, flowers,
pods and kernels of the seeds as food, being eaten like vegetables; is also widely used in
traditional medicine to treat various symptoms and diseases such as fever, headaches, to
treat wounds, chickenpox, colitis, diarrhea, among many others. Moringa leaves and pods are
very nutritious, being good sources of protein, vitamins and minerals, especially useful in
developing countries, precisely where it exists and where malnutrition affects many people,
especially children. The possible pharmacological activities conferred to moringa by their use
in traditional medicine led to the development of many pre-clinical studies, in vitro and in vivo,
in an attempt to prove these activities and to isolate the compounds responsible for the
therapeutic action. Different phytochemical compounds were identified from some parts of
the moringa and were assigned bioactivity such as antioxidant, hypotensive or cytotoxic.
Some clinical trials on moringa have demonstrated the antiasthmatic activity conferred on
the kernels of their seeds and the activity of their leaves as antidiabetic, antilipidemic and
galactagogue. Acute and subacute toxicological studies have shown that moringa leaves are
relatively safe when taken orally and taken at low concentrations (less than 1600mg/kg body
weight) for long periods of time, with no significant hematological and histopathological
changes. For human consumption it is recommended not to exceed the daily dose of 70
grams, because higher doses can lead to the accumulation of certain compounds in the body.
This paper demonstrates that M. oleifera Lam. is a plant with high nutritional value, with
potential for the development of new drugs from different parts of the plant, to which
various pharmacological activities are conferred by its use in traditional medicine.
4
1. Introdução
5
Foi este livro que me apresentou a planta moringa e onde fiquei a conhecer a sua
capacidade para tornar a água potável. O processo através do qual isso era realizado era
usando as sementes de M. oleifera trituradas que se misturavam a água imprópria para
consumo e neste processo as impurezas coagulam e aglutinam-se às sementes trituradas, que
posteriormente seriam filtradas, deixando a água limpa e própria para o consumo.
Foi em Moçambique que vi pela primeira vez a árvore moringa, no complexo da Escola de
Professores do Futuro em Chimoio, onde existiam vários exemplares. Nunca cheguei a
utilizar as suas sementes para tornar a água potável, não foi necessário, pois a escola possuía
poços e furos para extracção de água em profundidade, água de boa qualidade para o
consumo de todos os alunos, empregados e professores.
A escola era um internato e todas as refeições eram preparadas pelos alunos e tomadas
no refeitório, mas o pequeno-almoço, que era geralmente café ou chá preto com leite e pão
com manteiga ou doce era tomado em conjunto pelos professores, e foi num destes
pequenos-almoços que um professor foi buscar uns ramos de moringa acabados de cortar
para fazer uma infusão para tomar, dizendo que lhe fazia bem ao estômago e que lhe dava
força quando se sentia mais fraco. Mas, quando eu fiquei a saber muito mais acerca da
moringa foi através de outra voluntária, a Emy, ela era brasileira e durante o seu período de
voluntariado teve que fazer uma apresentação para ser avaliada por professores da OWU-
Mozambique e o tema que ela escolheu foi a M. oleifera, planta que já conhecia do Brasil.
Assistindo à sua apresentação eu fiquei a conhecer melhor o potencial desta planta, o
elevado valor nutricional das suas folhas e vagens, pelo alto teor proteico e vitamínico, assim
como a utilização de diferentes partes da planta na medicina tradicional.
Eu, mesmo tomando todas as semanas o antimalárico, durante a minha estadia em
Moçambique contraí malária. Eu tinha ido ao médico e já fazia vários dias que estava
medicada, mas continuava a sentir-me fraca, sem vontade de comer e apática, por isso
resolvi cozinhar umas papas de aveia, às quais juntei umas folhas de moringa, da árvore que
tinha à porta de casa, para aumentar o teor proteico e vitamínico da refeição, para ver se me
dava mais força e se melhorava. Lembro-me que melhorei e na altura acreditei que a
moringa me ajudou, mas não sei se foi por causa do potencial efeito nutricional e terapêutico
das folhas de moringa ou se foi do efeito placebo.
Foi por tudo o que acima relatei e vivi pessoalmente, que resolvi fazer da M. oleifera Lam.:
seus benefícios medicinais, nutricionais e avaliação toxicológica; o tema da minha Monografia
para ter o prazer de a apresentar a quem não a conhece e/ou para dar a conhecê-la melhor
a quem já a conhece.
6
2. Distribuição geográfica, descrição botânica e classificação
sistemática da Moringa oleifera
M. oleifera Lam. (Moringaceae) é uma planta nativa do oeste e sul dos Himalaias, nordeste
da Índia, Paquistão e Afeganistão, mas hoje em dia encontra-se disseminada por muitos
países tropicais e subtropicais, sendo largamente cultivada em África, América do Sul,
Centro, Sudeste e sul Asiático, Índia, Arábia e nas Ilhas do Pacífico e Caraíbas.2
A moringa não necessita de muita água, podendo crescer em regiões onde a chuva é
escassa ou irregular, tolerando uma larga variedade de condições de solo, com preferência
por solos de pH neutro ou ligeiramente ácido, arenosos bem drenados ou argilosos.8 Com
uma temperatura de crescimento ideal entre 25°-35°C, pode tolerar uma temperatura até
48°C e resistir a geadas ligeiras, mas não sobrevive sob baixas temperaturas (próximas de
congelamento). Por esses motivos a moringa é considerada uma árvore tropical, de regiões
quentes semiáridas, bastante resistente à seca e adaptável a uma vasta gama de condições
ambientais, desde as secas e quentes às húmidas e quentes.2,7
Reino: Plantae
Sub-Reino: Tracheobionta
Super Divisão: Spermatophyta
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Eudicots (Magnoliopsida)
Subclasse: Rosids (Dilleniidae)
Ordem: Brassicales (Capparales)
Família: Moringaceae
Género: Moringa
Espécie: Moringa oleifera Lam.
9
Ilustração 4: Posição sistemática . Os taxa de acordo com o Sistema Cronquist de 1981 são apresentados
8,10
entre parêntesis.
8
3. Etnobotânica
A história da moringa como planta medicinal data de 150 a.C.. Provas históricas revelam
que antigos reis e rainhas usavam as folhas e os frutos de moringa na sua dieta para manter a
mente alerta e a pele saudável. Antigos guerreiros “Maurian”, na Índia, eram alimentados
com o extracto das folhas de moringa na frente de batalha e acreditavam que esta bebida
lhes dava energia suplementar e lhe aliviava o stress e as dores a que estavam expostos
durante a guerra. Estes guerreiros derrotaram o exército de Alexandre, o Grande, durante
as suas batalhas.
Tradicionalmente, as pessoas dessas regiões, para além de usarem diariamente as folhas e
os frutos de moringa como vegetais, usam-na também pelos seus benefícios para a saúde.
Ganhou o nome de “árvore milagrosa” devido às suas propriedades curativas para várias
moléstias e até mesmo algumas doenças crónicas.11 Na tradição da Medicina Ayurveda, as
folhas da árvore moringa previnem 300 doenças.8
A moringa disseminou-se da Índia para este, para o sul da China, sudeste asiático, e ilhas
do Pacífico, mas também se disseminou para oeste, para o Egipto, corno de África e
finalmente para as Índias Ocidentais na América.
No Egipto antigo o óleo de Moringa era apreciado, sobretudo como protecção contra as
condições adversas do clima do deserto e como protector solar natural. Mais tarde os
Gregos e os Romanos deram-lhe outros usos, valorizando-o, tanto como unguento, mas
também como perfume, muito apreciado e procurado.12,13
Por todas as partes do mundo onde a moringa se disseminou, o seu uso fundou raízes na
cultura popular. As folhas, vagens, flores e raízes são utilizadas como vegetais e cozinhadas
para incorporar diversos pratos, não apenas pelo seu valor nutricional, mas devido às
propriedades curativas e até a nível industrial. Entre estes usos podemos citar: produção de
biogás e biodiesel (a partir da biomassa, folhas e sementes); forragem para animais (folhas e
o bolo prensado das sementes); agente de limpeza doméstica (folhas em pó); produção de
tinta azul (madeira); material de construção; para cercas de árvores vivas protectoras contra
o vento e sol; fertilizante (folhas e bolo prensado de sementes); nutriente foliar (sumo
obtido das folhas); goma (troncos); clarificante de mel e açúcar de cana (sementes em pó);
produção de mel (néctar das flores); medicamentos (todas as partes da planta); como plantas
ornamentais; biopesticida (por incorporação de folhas no solo); tanino para curtir peles
(casca e goma); purificação de água (sementes em pó). Já o óleo das sementes de moringa,
conhecido por óleo de Ben, é um óleo doce não secante e não pegajoso que resiste bem à
9
oxidação e tem sido usado como lubrificante de máquinas, tempero de saladas e na
produção de perfumes e produtos para cabelo.6,14,15
Algumas destas aplicações foram confirmadas por estudos etnobotânicos. O estudo de
Kumssa et al. (2017)16 aponta como as três principais razões para a produção de M. oleifera
no sul da Etiópia e Quénia ser fonte de alimento, de recursos medicamentos e de reserva
forrageira. Outros propósitos dados foram para fazer sombra, agro-florestação e abrigo.
Dos produtores que utilizam a moringa como comida, entre as partes comestíveis da planta,
as folhas frescas eram as mais utilizadas como vegetais, seguindo-se utilização das folhas para
chá e o pó das folhas misturado com outros alimentos. Os novos rebentos e flores frescas
são consumidas como alimentos. Algumas pessoas diziam que as flores fritas em óleo sabiam
a ovos. Os usos medicinais reportados incluíam a utilização da casca e raízes fervidas em
água e a solução usada para lavar o copo e as pernas dos diabéticos para aliviar o
formigueiro e dormência; já o pó das folhas misturado noutra comida ou para fazer um chá
seria usado para tratar hipertensão, dores no corpo e nas articulações, úlceras, intoxicações
alimentares e problemas de estômago.
Tratamento de água
Nutrição
Nos estudos etnobotânicos o consumo humano de M. oleifera foi apontado como uma
das principais razões para o seu uso e cultivo em vários países, sendo usada como fonte de
proteínas altamente digeríveis, cálcio, ferro, vitamina C e porque contem elementos
nutricionais essenciais, vitais tanto para pessoas como animais.23
Além das vagens frescas, das folhas, das raízes, das sementes e dos invólucros das
sementes, várias preparações feitas à base de moringa são exportadas da Índia,
nomeadamente: o pó das vagens, o óleo das sementes, folhas de Moringa em pó, pó do fruto
de Moringa, bolo de Moringa em pó, pickle de Moringa e muito mais.6
As folhas de moringa são altamente nutritivas e tal como as sementes e os frutos são
fontes naturais ricas em vitaminas e minerais. As folhas jovens são comestíveis e
normalmente são cozinhadas e consumidas como os espinafres, usadas para fazer sopa e
saladas. Podem ainda ser comidas cruas, ou, se reduzidas a pó fino, podem ser usadas como
12
suplemento alimentar pelo seu valor nutritivo. As folhas fervidas têm 3 vezes mais ferro
biodisponível do que as cruas e a qualidade proteica das folhas de moringa compara-se à do
leite e dos ovos. Cem gramas de folhas secas contêm no mínimo o dobro da proteína do
leite e metade da proteína do ovo, tem mais ferro que a carne de vaca, 4 vezes mais cálcio
que o leite, 4 vezes mais vitamina A que a cenoura, 7 vezes mais vitamina C que a laranja, 3
vezes mais potássio que as bananas e 2 vezes a proteína do iogurte.6,11
A análise da parte comestível das folhas frescas de moringa demonstrou conter vitaminas
hidrossolúveis - tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), ácido nicotínico (vitamina B3)
e vitamina C, vitaminas lipossolúveis - vitamina A e vitamina E, fibra e vários minerais - cálcio,
magnésio, fósforo, potássio, cobre, ferro e selénio. Uma das suas principais características
distintivas é que quase um terço da parte comestível das folhas é constituído por proteína,
com todos os aminoácidos essenciais - treonina, tirosina, metionina, valina, fenilalanina,
isoleucina, leucina, histidina, lisina, arginina e triptofano. As folhas para além de serem uma
fonte rica em vitaminas, minerais e proteína, também contêm metabolitos secundários -
flavonóides, carotenóides e compostos fenólicos - com potencial valor funcional. Os valores
nutricionais de 100 gramas da parte comestível de folhas secas em pó estão apresentados na
tabela 1.
13
Tabela 1: Análise da composição nutricional de 100 g da parte comestível das folhas secas de M. oleifera em
pó 11
Nutrientes
Água (%) 7,5
Proteínas (g) 27,1
Lípidos (g) 2,3
Hidratos de Carbono (g) 38,2
Fibra (g) 19,2
Calorias (Kcal) 205
Minerais
Cálcio (mg) 2003
Magnésio (mg) 368
Fósforo (mg) 204
Potássio (mg) 1324
Ferro (mg) 28,2
Sódio (mg) 870
Vitaminas
Vitamina A - Beta caroteno (mg) 16,3
Vitamina B1 - tiamina (mg) 2,64
Vitamina B2 - riboflavina (mg) 20,5
Vitamina B3 - ácido nicotínico (mg) 8,2
Vitamina C - ácido ascórbico (mg) 17,3
Vitamina E - acetato de tocoferol (mg) 113
Aminoácidos essenciais
Arginina (g/16gN) 1,33%
Histidina (g/16gN) 0,61%
Lisina (g/16gN) 1,32%
Triptofano (g/16gN) 0,43%
Fenilalanina (g/16gN) 1,39%
Metionina (g/16gN) 0,35%
Treonina (g/16gN) 1,19%
Leucina (g/16gN) 1,95%
Isoleucina (g/16gN) 0,83%
Valina (g/16gN) 1,06%
14
As vagens jovens e verdes são muito saborosas e podem ser cozinhadas e comidas como
o feijão-verde. A melhor fase para o seu consumo é quando ainda são facilmente quebráveis
a mão, sem deixarem fios fibrosos visíveis. As sementes podem ser cozinhadas durante
alguns minutos para remover o involucro fino transparente (não deve ser ingerido pois tem
um sabor amargo, tal como a água, que deve ser descartada). As sementes devem ser
ingeridas quando estão verdes, antes da mudança de cor para amarelo.11
Na tabela 2 podemos encontrar os valores nutricionais por 100 gramas de vagens e folhas
cruas de M. oleifera e entre parêntesis correspondência com as doses diárias recomendadas
(Adultos) para cada nutriente, de acordo com o estabelecido no REGULAMENTO (UE) N. o
1169/2011 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 25 de Outubro de 201124.
Tabela 2: Valor nutricional de 100 gramas de vagens e folhas frescas de Moringa oleifera23
15
O conteúdo em óleo das sementes sem invólucro é, aproximadamente de 42%. Este é um
óleo de cor amarela-dourada, brilhante e pode ser útil para cozinhar, temperar e fritar. O
seu conteúdo em ácidos gordos livres varia entre 0,5% a 3%. Na composição lipídica
predominam triglicéridos constituídos, aproximadamente, por 13% de ácidos gordos
saturados e 82% de ácidos gordos insaturados, onde o ácido oleico representa cerca de 70%.
Possui baixo índice de peróxido, indicando que é estável à degradação oxidativa e o que
sugere pouca susceptibilidade à oxidação. Sendo assim o óleo de moringa pode ser guardado
e usado por muito tempo, mantendo as suas propriedades estáveis e o seu valor
nutricional.11,25
Em todo o mundo tem sido reportado deficiências nutricionais, especialmente em
Vitamina A, Ferro e Iodo, em mais de 2 biliões de pessoas, principalmente em países em vias
de desenvolvimento. Em muitos deles a M. oleifera poderá ser usada como fonte rica em
proteína altamente digerível, cálcio, ferro, vitamina A e vitamina C, em quantidades
suficientes para suplantar a malnutrição ou outros problemas nutricionais, principalmente em
crianças e mães a amamentar.23
Na ilustração 4 assinalam-se os países onde existe desnutrição, que, no essencial se
correspondem às áreas de distribuição da M. oleifera.3
16
usadas em crianças pequenas, as que estão mais em risco com a falta de proteínas na sua
alimentação.1
Num teste realizado no Senegal sobre crianças e mulheres grávidas, às quais foi dado
como suplemento alimentar o pó de folhas de moringa, as crianças mantiveram ou
aumentaram de peso e o seu estado de saúde melhorou, já as mulheres grávidas
recuperaram de estados de anemia e tiveram crianças com maior peso à nascença.26
De acordo com outros estudos nutricionais de folhas de moringa existem algumas
disparidades entre os valores obtidos na sua composição química. Por exemplo o conteúdo
proteico por 100 gramas de folhas secas colhidas no Egipto foi de apenas 9,38g1; mas folhas
colhidas na Nigéria, em três sítios diferentes, apresentavam em Ado Ekiti aproximadamente
28 g de proteínas27, já outras colhidas em Benim, possuíam aproximadamente 18,92 g28, mais
ou menos o mesmo valor obtido nas folhas colhidas em Maiduguri, que foi de 19,95%29. As
folhas que apresentavam o maior teor proteico foram colhidas na Província de Limpopo, na
Africa do Sul, possuindo 30,29% de proteína bruta, com 19 aminoácidos presentes na sua
composição.30
As razões encontradas para estas disparidades são dadas num estudo realizado em
Camarões, onde folhas de Moringa foram colhidas em 8 locais diferentes e
subsequentemente analisadas. Os dados obtidos demonstraram que o local de onde as folhas
são colhidas e a sua fase de maturação tem influência significativa na sua composição em
macronutrientes (proteínas, hidratos de carbono e fibras) com a excepção do seu conteúdo
em cinzas e lípidos que apenas foi afectado significativamente pela localização. O conteúdo
proteico das folhas é influenciado normalmente pelo nitrogénio presente no solo. O
nitrogénio do solo varia de uma localidade para outra e também é alterado pelo tipo de solo,
logo afectando a concentração de nitrogénio na planta. O nitrogénio é usado na síntese de
aminoácidos e proteínas que são armazenadas nas folhas e em outras partes da planta,
reservas essas que são utilizadas durante o crescimento. As folhas mais jovens estão em fase
activa de crescimento e por isso usam mais essas reservas, razão pela qual o conteúdo
proteico observado em folhas jovens seja significativamente menor relativamente as folhas
maturas. A actividade fotossintética é mais intensa nas folhas jovens devido à maior
necessidade de nutrientes para o seu crescimento, isto explica porque os hidratos de
carbono disponíveis estão significativamente mais elevados nas folhas jovens do que nas
maturas de cada localidade e porque a maturação tem uma maior influência no conteúdo de
hidratos de carbono do que a localização da planta. No conteúdo lipídico não existe
diferença significativa relativamente à maturação. As fibras são mais elaboradas nos órgãos
maturos das plantas pela adição de celulose e lignina na parede celular, sendo assim a
17
maturação tem um efeito mais significativo no conteúdo de fibras do que a localização. O
conteúdo em cinzas encontrado foi alto em ambas as maturações, indicando que as folhas
possuem alta concentração de minerais, havendo apenas diferenças significativas no seu teor
de localidade para localidade. A composição em macronutrientes foi significativamente
influenciada pela localização e maturação das plantas, com a excepção do sódio que não foi
afectado pela localização. Na composição em micronutrientes a maturação teve uma maior
influência no conteúdo de ferro e zinco, enquanto a localização teve uma maior influência no
conteúdo em manganésio e cobre. O ferro, manganésio e cobre estão mais concentrados
em folhas maturas, enquanto as folhas mais jovens tem uma maior concentração de zinco.
Os resultados deste estudo demonstra que a composição química das folhas varia
significativamente com a localização e maturação dos componentes da planta. As folhas
maturas revelam-se em geral uma fonte rica em proteína, fibra, catiões divalentes e
compostos bioactivos, logo podendo ajudar a lutar contra deficiências em proteínas,
minerais e doenças relacionadas com stress. As folhas jovens são mais concentradas em
hidratos de carbono, carotenóides e catiões monovalentes.31
As variações nos valores nutricionais da M. oleifera dependem de factores como o fundo
genético, o ambiente e o método de cultivo.1 Descobertas actuais mostram que também
existem diferenças no valor nutricional de legumes cozidos e não cozidos. Os resultados
sugerem que a cozedura a curto prazo aumenta o valor nutricional das folhas de moringa
enquanto o cozimento prolongado reduzia algumas propriedades antioxidantes das folhas.32
A análise fitoquímica das folhas de moringa revelou altas concentrações de alcalóides,
flavonóides e saponinas, a concentração encontrada de taninos e fitatos também foi alta, mas
o conteúdo em oxalatos foi baixo, podendo se ver os valores médios obtidos na tabela 3.
A moringa também é rica num grupo de compostos únicos contendo um açúcar simples e
ramnose, os glicosinolatos (compostos estes que demonstraram induzir apoptose)11 e
18
isotiocianatos. A casca dos ramos contém dois alcalóides, a moringina e a moringinina. Dos
ramos foram também isolados vanilina, β-sitosterol, β-sitostenona, 4-hidroximelina e ácido
octacosanóico. O exsudato da goma inteira, purificada contém arabinose, galactose, ácido
glucorónico, ramnose, manose e xilose. As flores contêm 9 aminoácidos, sacarose, glicose,
vestigios de alcalóides e cera, as suas cinzas são ricas em cálcio e potássio, sendo também
reportada a presença de pigmentos flavonóides como quercetina, kaempferol, ramnetina,
isoquercitrina e kaempferitrina. Tiocarbamatos e glicosídeos isotiocianatos foram isolados
das vagens. Foi demonstrada a presença de citoquinas nos frutos. Das sementes foram
isolados O-etil-4- (α-L-ramnosiloxi) benzil carbamato, isotiocianato de 4 (α-L-ramnosiloxi) -
benzilo, niazimicina, 3-O- (6'-O-oleoil - D-glucopiranosil) -β-sitosterol, β-sitosterol-3-O-β-
D-glucopiranósido, niazirina e β-sitosterol.18
Por exemplo, componentes específicos de preparações de Moringa, oito novos
compostos isolados das sementes 4- (4'-O-acetil-α-L-ramnopiranosiloxi) benzil isotiocianato,
4- (α- Isotiocianato de L-ramnopiranosiloxi) benzilo, niazimicina, pterygospermina,
isotiocianato de benzilo e glucosinolato de 4- (a-L-ramnopiranosiloxi) benzilo foram
avaliados em ensaios pré-clínicos revelando actividade hipotensora, citotóxica (sobre
culturas de células tumorais) e antibacteriana.23
Os compostos fenólicos extraídos com metanol e identificados nas folhas de moringa
foram: ácido gálico, ácido itacónico, esculetina, catecol, pirogalol e ácido cinâmico.1
Num estudo comparativo de 13 cultivares de M. oleifera de diferentes partes do mundo, a
sua análise fitoquímica detectou variações no nível total de compostos fenólicos e ou
flavonóides. Esta diferença nos metabolitos secundários da planta, como os compostos
fenólicos sugere que há diferenças na capacidade dos cultivares em se adaptarem a novos
ambientes. As condições ambientais podem exercer stress nas plantas e isto pode resultar na
produção e expressão de metabolitos secundários pela planta, contudo nem sempre uma
maior quantidade de compostos fenólicos está relacionada com uma maior bioactividade.33
A M. oleifera pode ser vista como uma promissora candidata como fonte de compostos
fenólicos e flavonóides, com propriedades antioxidantes pelo sequestro de radicais livres.
Um extracto metanólico de folhas de moringa demonstrou actividade antioxidante
comparável à do ácido ascórbico, usado como padrão.
19
Etnofarmacologia
20
diabetes no Distrito Murshidabad, em Bengala Ocidental, Índia. A investigação permitiu a
identificação de 11 espécies de plantas, de 10 famílias, que eram usadas para o tratamento de
Diabetes mellitus, sendo uma delas a M. oleifera Lam., em que as suas folhas seriam fervidas
em água e esta bebida quente seria tomada para tratar a diabetes. E também quando as
propriedades farmacológicas de plantas medicinais usadas pela comunidade tribal “Garo” do
Distrito Netrakona, Bangladesh, foram avaliadas, sendo os nomes e usos de 74 plantas
obtidos e o nome da moringa referenciado pelo uso na Diabetes, sendo o sumo das suas
folhas tomado para o seu tratamento.37
Uma pesquisa etnobotânica desenvolvida no Distrito de Rajshahi, Divisão de Rajshahi,
Bangladesh, demonstrou que os curandeiros tradicionais de Rajshahi utilizavam as folhas
maduras da M. oleifera Lam. para tratar cancro; estas eram trituradas para obter o seu sumo
e então um copo de sumo seria tomado de manhã e à noite.38
No estudo etnobotânico desenvolvido em Madhupur, Tangail, no Bangladesh, a pesquisa
mencionou 86 espécies de plantas de 46 famílias com tendo interesse económico. A moringa
foi identificada como tendo interesse medicinal para o tratamento de fracturas ósseas, sendo
a casca do caule utilizada para o seu tratamento. A casca também possuía uso veterinário,
sendo utilizada para tratar a disenteria no gado.39
As práticas etnomedicinais de um grupo minoritário cristão, os Kavirajes, que residem na
aldeia Mirzapur, do Distrito Dinajpur no Bangladesh foram estudadas e foi observado que 41
plantas medicinais, de 28 famílias, eram usadas pelo este grupo para o tratamento de diversas
doenças, sendo dada à M. oleifera a capacidade para tratar a paralisia usando o sumo das
folhas tomado com água.40
Em mais um estudo desenvolvido para avaliar cientificamente as plantas medicinais usadas
pelas comunidades tribais Pahan e Teli do Distrito de Nagore, Bangladesh. A M. oleifera era
apenas utilizada pela tribo Pahan e tinha os seguintes usos: no reumatismo as suas hastes
deveriam ser comidas; para a varicela as suas flores deveriam ser cozinhadas como vegetais e
comidas, já a sua casca, se mantida dentro de casa actuava como repelente de cobras.41
Na procura por plantas medicinais usadas por curandeiros tradicionais em
Kancheepuram, no Distrito de Tamil Nadu, India, o investigador Chellaiah Muthu e seus
colegas (2006)42 conduziram entrevistas e questionários pessoalmente durante visitas de
campo ao local. A investigação revelou que os curandeiros usavam 85 espécies de plantas
para tratar várias doenças. Duas partes da moringa eram usadas: as folhas fervidas e ingeridas
reduziam a temperatura corporal, tratavam indigestão e doenças oculares, já as flores,
quando ingeridas acalmam os olhos e aumentam a produção de esperma em homens.
21
O estudo etnomedicobotânico conduzido na aldeia Village Genda under Savar Upazilla do
Distrito Dhaka, Bangladesh sobre pessoas locais documentou um total de 73 espécies de
plantas usadas no tratamento de 37 doenças. Neste local os frutos da moringa são usados
para tratar a varicela e paralisia e é também usada uma decocção das raízes para baixar a
febre.43
Noutro estudo etnobotânico realizado na aldeia de Dohanagar, no Distrito de Naogaon,
Bangladesh, foi recolhida informação através de entrevistas e questionários aos locais, e 79
plantas foram mencionadas como tendo interesse económico, 55 delas apenas usadas como
plantas medicinais. A moringa seria uma das plantas apenas usada como medicinal, sendo os
frutos utilizados no tratamento da varicela e paralisia e uma decocção de raízes na febre. A
casca de caules também seria usada para fins veterinários para tratar dispepsia no gado.44
Múltiplos efeitos farmacodinâmicos foram demonstrados, imputados a diferentes partes
da planta:19,23,45,46,47
Actividade antioxidante: os extractos aquosos, metabólicos e etanólicos das folhas e
raízes possuem forte actividade antioxidante e capacidade de sequestrar radicais livres in-
vitro. As suas folhas são ricas em compostos antioxidantes, como flavonóides e taninos,
que podem proteger animais de doenças induzidas por stress oxidativo.
Actividade antiepiléptica: o extracto metanólico de folhas de moringa exibe potente
actividade anticonvulsionante e atrasou significamente o estabelecimento de crises
convulsivas induzidas.
Actividade antidiabética: o extracto aquoso de folhas de moringa demonstra
controlar a diabetes e exibe controlo glicémico. O uso do extracto metanólico de vagens
de moringa em ratos albinos levou a que a progressão da diabetes fosse significamente
reduzida depois do tratamento com o extracto, este levou a uma significante redução da
glicémia e óxido nítrico, ao mesmo tempo aumentou a insulina sérica e nível proteico.
Actividade cardiovascular: o extracto etanólico de folhas de moringa demonstrou
proeminente actividade anti-hipertensora/hipotensora. Os compostos tiocarbamato e os
glicosídeos tiocianatos são responsáveis por esta forte actividade hipotensora.
Actividade antiurolitiase: o extracto aquoso e alcoólico de casca de Moringa mostrou
reduzir o peso de pedra produzida na urolitíase induzida por etilenoglicol. Possuindo
também propriedades preventivas e curativas, por diminuição significativa de oxalatos no
tracto urinário.
Actividade antiasmática: pacientes de ambos os sexos com asma leve a moderada
foram tratados com grãos das sementes de moringa secas em pó na dose de 3 g durante
22
3 semanas. Foi observada melhoria no score de sintomas e diminuição na gravidade dos
ataques asmáticos. Após 3 semanas de tratamento em indivíduos asmáticos produziu
melhoria significativa na capacidade vital forçada, no volume expiratório forçado no
primeiro segundo e no pico da taxa de fluxo expiratório. Foram encontrados
espasmolíticos em extractos alcoólicos de grãos de sementes de M. oleifera.
Actividade hepatoprotectora: estudos in vivo do extracto etanólico das folhas e do
extracto alcoólico da semente de M. oleifera utilizados em lesão hepática induzida por
diferentes compostos químicos. As funções hematológicas e hepatorenais do extracto
metabólico das raízes da M. oleifera também foram estudadas e foram observados efeitos
protectores ao atenuarem e protegerem os órgãos contra os efeitos tóxicos de
diferentes compostos químicos, como o arsénio.
Actividade anticancerígena/citotóxica: os extractos etanólicos de folhas e sementes
de M. oleifera mostram potente actividade antitumoral/citotóxica em estudos in vitro,
induzindo apoptose e inibindo o crescimento de diferentes linhas tumorais celulares,
como células cancerígenas do pulmão humano. Compostos relacionados com o
tiocarbamato e isotiocianato foram isolados e actuam como inibidores do promotor de
tumores. O óleo essencial das folhas de moringa também demonstrou citotoxicidade em
várias linhas celulares cancerígenas humanas (carcinoma da mama, carcinoma
hepatocelular ou cancro cervical) mostrando uma redução significativa na viabilidade
celular em resposta ao aumento da concentração do óleo, essa redução dependendo
também da linha de células. O kaempferol, flavonóide isolado da M. oleifera tem actividade
citotóxica mediada por diferentes modos de acção, incluindo anti proliferação, indução de
apoptose, paragem do ciclo celular, geração de espécies reactivas de oxigénio, actividade
anti metástase e anti-angiogénese.
Actividade anti-inflamatória: o extracto metabólico e aquoso de raíz e casca, o
extracto metanólico de folhas e flores e o extracto etanólico de sementes de M. oleifera
possuem actividade anti-inflamatória demonstrada pela redução da formação de edema
em testes in vivo.
Actividade antimicrobiana: as folhas, raízes, casca e sementes de M. oleifera
apresentam actividade antimicrobiana contra bactérias e fungos. A planta também
apresenta actividade in vitro contra bactérias, leveduras, dermatófitos e helmintes,
avaliadas pelo método de difusão em disco. As folhas frescas e o extracto aquoso das
sementes inibem o crescimento de Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. O
benzil glucosinolato e a pterigospermina são os fito-constituintes responsáveis pela
23
actividade antimicrobiana. Os flavonóides extraídos do invólucro das sementes têm
potencial para inibir a anexação celular, assim como provocar a disrupção de biofilmes
preformados por bactérias Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus e pelo
fungo Candida albicans.
Actividade anti-helmíntica: um estudo in vitro avaliou a eficácia do extracto aquoso
macerado e infundido, bem como do extracto etanólico de M. oleifera contra ovos
frescos, ovos embrionados e dois estados larvais de Haemonchus contortus. Os resultados
revelaram que o extracto etanólico de folhas de M. oleifera foi o mais eficiente nos ovos,
inibindo a sua embrionação.
Actividade no Sistema Nervoso Central (SNC): o extracto de folhas de Moringa
restaura os níveis de monoaminaoxidases do cérebro, o que pode ser útil na doença de
Alzheimer.
Actividade diurética: a infusão em água quente de sementes, raiz, flores, folhas e casca
da Moringa provoca aumento da produção de urina em ratos.
Actividade cicatrizante: o extracto aquoso de folhas de M. oleifera foi utilizado na
cicatrização de feridas e concluiu-se que o extracto possui propriedades de cicatrização
significativas.
Actividade anti-úlcera: o efeito do extracto aquoso da folha da M. oleifera conduziu à
redução das características das lesões induzidas pela indometacina em relação ao grupo
controle não tratado, de maneira dose dependente.
Actividade antitripanossoma: as fracções de éter de petróleo, clorofórmio, metanol e
aquosas de folhas de M. oleifera, casca do caule, e raízes inibiram o Trypanosoma brucei
brucei.
Actividade leishmanicida: o extracto etanólico a 70% das raízes de M. oleifera e o
extracto metanólico de folhas de M. oleifera exibiram actividade contra parasitas L.
donovani. A niazinina, isolada da fracção acetato de etilo, mostrou a maior actividade
leishmanicida. Observou-se actividade leishmanicida com diferentes partes de M. oleifera, a
casca, folha, caule, flor e raiz. A flor, especialmente a fracção acetato de etilo, mostrou a
actividade mais potente contra parasitas L. donovani em macrófagos infectados, inibindo a
viabilidade do parasita de maneira dose-dependente. O extracto também reduziu a
actividade do parasita no baço e no fígado de ratinhos.
Actividade antiviral: o extracto de M. oleifera possui actividade antiviral contra o vírus
Herpes simplex tipo 1 (VHS-1) inibindo mais de 50% da formação de placas. Além disso a
24
M. oleifera tem sido usada como um complemento à terapia anti-retroviral contra a
infecção pelo vírus de imunodeficiência humana (VIH) para reforçar o sistema imunitário.
Actividade analgésica e antipirética: o extracto metanólico de folhas processadas
comercialmente de M. oleifera a uma concentração de 10 mg/kg, apresenta actividade
analgésica periférica e central, comparáveis ao uso de indometacina em animais de
laboratório.
Actividade androgénica: o extracto da folha da M. oleifera aumenta o nível de
testosterona e conteúdo de dopamina com potencial para combater distúrbios sexuais
masculinos, contribuindo para uma erecção adequada. Além disso favorece a produção de
espermatozoides, o que sugere utilidade no tratamento de infertilidade.
Uma das reacções adversas graves que é conferida ao extracto aquoso de raízes de
moringa é ser abortivo na presença ou ausência de diproprionato de estradiol e
progesterona.
Estas propriedades farmacológicas conferidas a M. oleifera foram investigadas e
substanciadas em ensaios pré-clínicos (in vitro e in vivo), ensaios em humanos e ensaios
clínicos, sendo utilizadas partes da planta e/ou os seus extractos. As evidências encontradas
permitiram a confirmação de muitas destas actividades que lhe são conferidas, estando
sumariados na tabela 4 as actividades farmacológicas conferidas a diferentes partes da M.
oleifera e o tipo de ensaio efectuado, que se encontra no final desta secção.
Ao nível de ensaios clínicos ou efectuados em humanos encontrei 9 artigos. Dois ensaios
clínicos foram acerca da utilização das folhas de moringa para aumentar o volume de leite na
amamentação. O primeiro, conduzido por ESTRELLA et al. (2000)48 era em estudo
duplamente cego, controlado e randomizado, sobre o uso de M. oleifera para aumentar o
volume de leite materno em mães que não estavam a amamentar crianças pré-termo. Neste
estudo entraram 68 mulheres pós-parto, cujos filhos nasceram antes das 37 semanas e que
foram admitidos para alimentação por tubo. As mães foram escolhidas à sorte para receber
cápsulas contendo 250 mg de folhas de moringa que eram comercializadas ou uma cápsula
idêntica contendo farinha como placebo. Foi-lhes pedido que bombeassem o leite de seus
seios desde o dia 1 até ao dia 5 depois do parto e que tomassem as cápsulas no dia 3 até ao
dia 5. Análise estatística foi realizada e determinou que houve aumento de produção de leite
entre as mães que tomaram cápsulas com moringa, sendo a diferença estatisticamente
significante no dia 4 e 5. No segundo ensaio clínico, efectuado por ESPINOSA-KUO (2005)49,
simples-cego controlado e randomizado, avaliou-se o uso de M. oleifera para aumentar
volume de leite materno em mães de crianças nascidas no fim do tempo, um total de 82
25
mães, com idades compreendidas entre 18 e 38, foram recrutadas e aquelas designadas para
o grupo de tratamento foi-lhes dado duas cápsulas uma vez por dia, contendo cada uma 350
mg de folhas de moringa vendidas comercialmente. Ao grupo de controlo foi dado cápsulas
de farinha num contentor idêntico. Ambos os grupos deveriam tomar a medicação do dia 3
até ao dia 8 depois do parto e deveriam registar o volume de leite bombeado dos seus seios
de 4 em 4 horas durante 5 minutos do dia 3 até ao dia 10. Efeitos adversos durante este
período também deveriam ser anotados. De dia para dia o volume de leite produzido
aumentou em ambos os grupos, sendo em maior quantidade no grupo que tomou moringa,
contudo este aumento não foi estatisticamente significativo. Durante o decurso deste estudo
não foram observadas reacções adversas em qualquer dos grupos. Apesar dos dados
positivos obtidos nestes ensaios para substanciar o uso de moringa como galactagogo,
outros ensaios clínicos com uma maior amostra e durante um período de tempo mais longo
seriam necessários para ficar cientificamente comprovada esta propriedade farmacológica
conferida à moringa. Estes ensaios tinham algumas limitações, apontadas até pelos seus
autores. Para mim uma das principais é porque nestes dois ensaios o volume de leite
materno no primeiro dia da toma das cápsulas ser já inferior nos grupos controlo
relativamente ao grupo recebendo o tratamento, podendo isto ser considerado um viés.
Não sendo tão importante no primeiro estudo por este ser duplamente cego e os
investigadores não saberem quem estava a tomar a moringa ou o placebo, mas também
nestes estudos o tempo do ensaio é muito reduzido e porque fisiologicamente a produção
de leite vai aumentando com a estimulação da sucção, sendo o fornecimento máximo
atingido entre o terceiro e quarto dia pós-parto.
Um estudo clínico foi efectuado por AGRAWAL e MEHTA (2008)50 para investigar a
eficácia e segurança do uso de grãos de sementes de M. oleifera no tratamento da asma
brônquica. Vinte pacientes de ambos os sexos com asma leve a moderada receberam grãos
de sementes secos finamente pulverizados na dose de 3 g por 3 semanas. A eficácia clínica
em relação aos sintomas e às funções respiratórias foi avaliada usando um espirómetro antes
e no final do tratamento. A pontuação dos sintomas foi medida para todos os sintomas
comumente observados na asma brônquica antes de iniciar o tratamento e ao final de 3
semanas de tratamento. O escore foi classificado como 3, 2, 1 e 0 para a presença de grave,
moderado, leve e ausência de qualquer sintoma, respectivamente. O resultado do efeito de
M. oleifera em quatro sintomas básicos de asma brônquica (dispneia, chiado no peito, aperto
no peito e tosse) revelou que o escore de todos os sintomas foi reduzido significativamente.
Os resultados dos parâmetros hematológicos revelaram que a maioria dos pacientes
apresentou aumento significativo em seus valores de hemoglobina. Além da melhoria nos
26
sintomas, M. oleifera melhorou significativamente a capacidade vital forçada e o volume
expirado forçado em um segundo (clinicamente úteis como índices da função pulmonar).
Assim, os resultados do estudo sugerem que houve uma diminuição significativa na gravidade
dos sintomas da asma e também melhoria simultânea nas funções respiratórias. Nenhuma
mudança em qualquer parâmetro geral e a ausência de qualquer efeito adverso durante o
estudo sugerem que a droga é segura na dose usada. Este ensaio clinico tem como principais
limitações o tamanho da amostra, sendo muito pequena para ser estatisticamente
significativa, e por não ter qualquer grupo de controlo, positivo ou negativo. Portanto,
estudos clínicos e experimentais mais detalhados são necessários para investigar e isolar o
princípio activo, seu mecanismo de acção para comprovar a utilidade terapêutica desta
planta.
Um ensaio clínico randomizado simples cego acerca do impacto da suplementação
alimentar com o pó foliar de M. oleifera Lam. versus o aconselhamento nutricional sobre o
índice de massa corporal e a resposta imune de pacientes com VIH em terapia anti-retroviral
foi realizado na Republica Democrática do Congo, em Kinshasa. Foram seleccionados 60
pacientes adultos em estádio clínico estável para VIH/SIDA, e estavam a fazer terapêutica
anti-retroviral (TAR), foram recrutados. Após a alocação aleatória, foram colocados 30
pacientes no grupo de intervenção que receberam o pó de folhas de moringa 1 vez por dia
durante 6 meses, e os outros 30 foram colocados no grupo controlo, receberam
aconselhamento nutricional no mesmo período. As mudanças no índice de massa corporal
(IMC) foram medidos mensalmente e os parâmetros biológicos foram medidos na admissão
e no final do estudo para os pacientes em ambos os grupos. No final dos 6 meses os
pacientes no grupo intervencionado exibiram um aumento significativo nos níveis de IMC e
de albumina, relativamente aqueles obtidos no grupo controlo. Os resultados deste estudo
são encorajadores, apesar das limitações do estudo no seguimento nutricional dos doentes,
não sabendo o aporte nutricional diário de cada paciente, contudo o estudo atesta o papel
positivo que a suplementação de pó de folhas da moringa traz no suporte nutricional aos
pacientes com VIH tratados com esquemas de TAR em áreas com recursos limitados. A
suplementação com o pó de folhas M. oleifera Lam. pode ser usado como uma solução local
disponível para não só evitar as deficiências nutricionais, mas também impulsionar e manter
um estado nutricional estável em pessoas com recursos limitados. No entanto, essa
suplementação precisa ser monitorada por profissionais de saúde, particularmente em
termos de controlo de parâmetros biológicos específicos, a fim de obter resultados óptimos.
Num estudo controlado e cruzado entre voluntários saudáveis foi efectuado para testar a
eficácia do pó de folhas de M. oleifera como produto de lavagem das mãos51 e determinou
27
que o uso de quatro gramas de pó de Moringa oleifera em aplicação seca e húmida tiveram o
mesmo efeito que o sabão não medicinal quando usado para lavar as mãos. No estudo as
mãos de 15 voluntários foram contaminadas artificialmente com Escherichia coli. O pó de
folhas de M. oleifera foi testado como um produto de lavagem das mãos e foi comparado
com sabão líquido de referência não medicinal. Numa segunda parte dos testes, a eficácia da
quantidade estabelecida de pó de folhas de M. oleifera foi comparada com um pó inerte, e
demonstrou reduzir em maior quantidade a carga bacteriana. Apesar da pequena amostra do
estudo ficou demonstrado que este tipo de produtos de lavagem das mãos, eficazes e
facilmente disponíveis podem ser úteis nos países em desenvolvimento no controle de
organismos patogénicos que são transmitidos através de mãos contaminadas.
Os efeitos de um extracto de folhas de M. oleifera foram testados em úlceras da pele
causadas por Mycobacterium ulcerans em crianças menores de 15 Anos na Costa do Marfim52,
sendo conduzido numa população de 30 crianças, divididas em 2 grupos de 15. Um grupo de
crianças recebeu dieta normal, enquanto as crianças do outro grupo recebeu uma dieta
normal à qual foram adicionados 330 ml do extracto de M. oleifera a cada refeição, durante
seis semanas. No final de cada semana a ulceração das crianças foi medida em ambos os
grupos com uma régua e os resultados mostraram que as crianças tomaram a cada refeição
330 ml de M. oleifera, além da dieta normal, tiveram uma maior taxa de cicatrização do que
as crianças que receberam apenas uma dieta normal, sem Moringa. Este estudo demostrou
que o extracto de folhas de M. oleifera possui moléculas antimicobacterianas para combater a
infecção, o que permitiu uma mais rápida cicatrização, confirmando assim os dados obtidos
no estudo etnofarmacológico sobre plantas medicinais usadas contra as úlceras Buruli em
países da África Ocidental.53
Noutro estudo realizado em voluntários saudáveis teve como objectivo avaliar o efeito na
revitalização facial da pele de uma formulação tópica, um creme contendo o extracto da
folha da M. oleifera em humanos. Este estudo concluiu que o creme contendo moringa
apresentou efeitos significativos no volume da pele, nos parâmetros de textura (energia,
variância e contraste) e rugosidade da pele, escamação da pele, suavidade da pele e
diminuição das rugas na pele. Os resultados obtidos nesta investigação sugerem que
formulação tópica de extracto de moringa é capaz de revitalizar a pele e reduzir os sinais de
envelhecimento.
Um estudo desenhado para investigar clinicamente o efeito hipoglicemiante de sementes
de duas plantas, a M. oleifera e a Azadirachta indica em Diabetes Mellitus Tipo 254. Cerca de 55
pessoas diabéticas tipo 2 (36 homens e 19 mulheres) na faixa etária de 30-60 anos foram
seleccionadas e divididas em dois grupos experimentais (n=46) e um grupo controle (n=9).
28
Os dois grupos experimentais receberam pó de folhas de M. oleifera (8 g) e pó de
Azadirachta indica (6 g) por dia, respectivamente, em três doses divididas por 40 dias. O
terceiro grupo de 9 sujeitos não recebeu nenhum tratamento e foram designados como
grupo controlo. Houve uma redução significativa na glicemia de jejum e dos níveis glicémicos
pós-prandiais dos indivíduos dos dois grupos experimentais, enquanto não houve redução no
grupo controle. Também oi observada uma redução significativa nos níveis médios de lípidos
no sangue dos indivíduos aos quais foram administrados os dois pós das plantas. Entre as
duas plantas seleccionadas, o pó de folhas de M. oleifera foi considerada mais eficaz, do que o
pó de sementes de Azadirachta indica. Introduzir M. oleifera em pó na dieta reduz o açúcar no
sangue, com melhoria concomitante na tolerância à glicose e nos sintomas diabéticos, tanto
em pacientes insulino-sependentes quanto não insulino-dependentes. O pó de folhas de M.
oleifera também mostrou provocar efeito hipocolesterolémico através da excreção
aumentada de ácidos biliares e esteróides neutros. No grupo M. oleifera e no grupo de
sementes de Azadirachta indica, todos os lípidos no sangue (colesterol LDL, triglicerídeos)
com excepção do colesterol HDL, diminuíram significativamente. Estes resultados indicam
que as duas plantas também possuem propriedades hipocolesterolémicas. O que é
confirmado por outro estudo, também realizado em humanos, acerca do impacto dos
antioxidantes das folhas de Moringa no perfil lipídico de Hiperlipidémicos55. Este estudo foi
planejado para avaliar o impacto de comprimidos de folhas de moringa em indivíduos
hiperlipidémicos por um período de 50 dias. 20 Indivíduos formaram o grupo experimental
(colesterol total sérico > 180 mg/dl e / ou triglicéridos séricos > 140 mg/dl), 20 sujeitos com
perfil bioquímico semelhante formaram o grupo controle. Informações gerais, hábitos
pessoais, histórico médico, recordatório alimentar de 24 horas, medidas antropométricas
como altura, peso, cintura, quadril, IMC e relação cintura quadril foram registradas no início
do estudo. Um comprimido padronizado foi usado para os testes, contendo 575 mg de
folhas de moringa. Embora nenhuma suplementação tenha sido dada ao grupo controlo, o
grupo experimental recebeu 8 comprimidos por dia das folhas de moringa (equivalente a 4,6
g de pó de folhas de moringa) por 50 dias. A suplementação de comprimidos teve um
impacto global positivo no perfil lipídico, em que foi observada uma redução significativa nos
valores de colesterol não-HDL. No entanto, houve redução nos valores de colesterol total,
houve diminuição marginal não significativa nos valores de triglicéridos e LDL e discreto
aumento nos valores de HDL no grupo experimental. Assim, os dados indicam o impacto
benéfico positivo da suplementação com folhas de moringa nos valores de colesterol não-
HDL. O presente estudo sugere que os comprimidos de folhas de moringa, com uma grande
29
quantidade de beta-caroteno, polifenóis e fibras, tiveram um impacto positivo moderado no
perfil lipídico dos indivíduos com hiperlipidemia.
Estes ensaios clínicos atestaram e comprovaram o potencial farmacológico associado às
folhas de moringa nos estudos etnobotânicos como tendo propriedades para actuar como
antidiabética, antilipidémica, galactagoga, antimicrobiana, revitalizante da pele e estimulante
da imunidade, já as suas sementes tinham propriedades anti-asmáticas. Contudo estes
ensaios também evidenciam que são necessários estudos mais aprofundados para os
consolidar com demonstração da relevância clinica e a caracterização dos princípios activos,
do mecanismo de acção, da toxicidade aguda e crónica, genotoxicidade, etc.
30
Tabela 4: Actividades farmacológicas das diferentes partes da M. oleifera
vagens
Anticancerígena in vitro 59,66,67,68,69,70,71,72
óleo sementes
(citotóxica) in vivo
casca, folhas, sementes
in vitro e in vivo
Cicatrizante e folhas, sementes 87,81,88,89,52
clínico e em humanos
revitalizante da pele
Insecticida e sementes
in vivo e in vitro 95,96,97
Moluscicida flores
31
4. Toxicidade
Para determinar se plantas e/ou medicamentos são seguros para utilização humana e
também eficazes no tratamento de sintomas e doenças, sem provocar qualquer reacção
adversa que possa incorrer num risco para a vida humana, estudos de toxicidade têm de ser
realizados, normalmente ensaios in vivo. Este tipo de estudos permite determinar o intervalo
terapêutico do medicamento, as doses sub-terapêuticas e tóxicas. De seguida serão
enumerados alguns estudos de toxicidade feitos à M. oleifera.
Num estudo desenvolvido por Al-Anizi, Hellyer e Zhang (2014)99 foi investigada a
toxicidade das sementes de M. oleifera, usadas na purificação de água. O bioreporter de
células inteiras ADPWH_recA, construído com o gene luxCDABE fundido no cromossomo
do hospedeiro Acinetobacter baylyi ADP1, foi utilizado para avaliar a citotoxicidade e a
genotoxicidade de M. oleifera. Foi relatado que o bioreporter baseado em A. baylyi ADP1 é
um agente biológico utilizado para estimar os químicos específicos e citotoxicidade relativa
/genotoxicidade em amostras ambientais, sendo um método prático para monitorar a água
potável, particularmente útil para países em desenvolvimento, pois é uma ferramenta
confiável, com custo-benefício e facilidade de operação. A avaliação foi sobre diferentes
extractos preparados com diferentes solventes, água, etanol e hexano. Os resultados
indicam efeitos citotóxicos significantes para concentrações de pó de sementes de M. oleifera
entre 1 e 50 mg/L. A causa da toxicidade é atribuída aos ácidos gordos insolúveis que
permaneceriam no sobrenadante, consequentemente a genotoxicidade resultou dominante
na fracção solúvel em água devido à limitada dissolução quando a concentração de grânulos
de sementes de M. oleifera foi de 10 a 1000 mg/L. Este estudo demonstrou que existe alto
risco na utilização de sementes de M. oleifera para purificar água e sugere que uma
investigação mais aprofundada de técnicas apropriadas de purificação de água para áreas
rurais de países em desenvolvimento deve ser feita, tendo em vista o baixo custo e a
sustentabilidade ecológica para o tratamento de água. Uma alternativa dada foi o pré-
tratamento de sementes de M. oleifera para reduzir a sua toxicidade, como o aquecimento
do processo de extracção das sementes a 80 ° C para desactivação de enzimas tóxicas ou
utilizar uma precipitação avançada para remover proteínas residuais.
Num ensaio citotóxico sobre células BHK 21 (fibroblastos renais de hamster bébés), o
extracto etanólico de folhas de M. oleifera foi tóxico para as células em concentrações mais
altas, as concentrações de 200 μg/ml e 400 μg/ml resultavam numa sobrevivência celular
abaixo de 50%, pelo que estas duas concentrações foram consideradas citotóxicas. A razão
32
da citotoxicidade em concentrações mais altas pode ser a presença de fito-constituintes
citotóxicos no extracto. Pois diferentes estudos relataram que a M. oleifera contém
compostos fenólicos que possuem actividade citotóxica em soluções com maior
concentração.85
Num artigo de revisão9 desenvolvido acerca do género Moringa, constatou-se que em
vários estudos acerca da toxicidade da M. oleifera os extractos etanólico e aquoso da casca
de M. oleifera não apresentaram efeitos adversos nos parâmetros bioquímicos e relacionados
ao crescimento nos ratos, uma indicação de que nem esteróides, triterpenóides, saponinas,
alcalóides nem hidratos de carbono ou fitoconstituintes identificados eram tóxicos. Num
estudo in vivo estabeleceram-se testes de toxicidade aguda com extractos aquoso e etanólico
de raízes de M. oleifera, que exibiram uma faixa segura em que a dose letal mediana (DL50)
para extractos aquosos foi de 15,9 mg/kg e para o extrato etanólico foi de 17,8 mg/kg. No
entanto, nos estudos mais recentes sobre o efeito de extratos metanólicos de raízes de M.
oleifera na histologia do rim e do fígado em cobaias foi encontrada distorção da arquitectura
histológica de ambos os órgãos e os efeitos foram dependentes do tempo, bem como da
dose a que foram sujeitos. Vários estudos in vivo indicam que os extractos aquosos de
sementes de M. oleifera são seguros. No entanto, alguns contradizem esses achados em seu
estudo sobre o efeito de extractos aquosos de sementes de M. oleifera em órgãos vitais e
nas actividades enzimáticas teciduais de ratos albinos machos que sugerem que o consumo
prolongado de água tratada com uma concentração ≥ 2 mg/ml de sementes de M. oleifera
podem levar ao enfarte do fígado. Observações semelhantes, embora com extractos
metanólicos de sementes, foram feitas noutro estudo que confirmou que a administração
desses extractos parece ser relativamente não tóxica para os animais em doses baixas. No
entanto, em dosagens elevadas, as alterações observadas nos vários parâmetros testados
sugeriram uma toxicidade sensível à dose quando consumidas várias vezes diariamente,
durante um período de tempo prolongado.
Num estudo realizado por ASIEDU-GYEKYE, I. J. e outros colegas (2014) 100 para avaliar a
segurança de um nutracêutico constituído por folhas secas de M. oleifera realizaram-se
estudos de toxicidade aguda (5000 mg/kg) e estudos de toxicidade subaguda do extracto da
folha (40 mg/kg a 1000 mg/kg) em ratos. Nos resultados não foram observadas reacções
adversas evidentes em qualquer dos estudos, embora tenham sido observadas elevações nas
enzimas hepáticas e menores níveis de creatinina nos grupos tratados com extracto, mas
nenhuma alteração histopatológica adversa foi encontrada. Assim sendo o extracto de folhas
secas de M. oleifera pode, portanto, ser razoavelmente seguro para consumo por via oral. Os
estudos agudos mostraram que a dose letal mediana (DL50) pode ser superior a 5000 mg/kg,
33
uma vez que todos os animais sobreviveram quando subtidos a esta dose. Os autores deste
estudo recomendam que o consumo de folhas de M. oleifera seja limitado a um máximo de
70 gramas por dia, a fim de evitar o consumo excessivo e a subsequente acumulação de
alguns nutrientes essenciais no organismo, uma vez que, com base nos níveis desses minerais
e elementos, e na quantidade permitida no corpo humano, numa dose de 70 gramas por dia
a maioria desses elementos pode ser encontrada nas folhas em grandes quantidades,
aproximando-se do limite recomendado por dia.
Os estudos de toxicidade aguda realizados com o extracto etanólico de folhas de M.
oleifera101 em ratos, não produziu qualquer sinal de toxicidade ou mortalidade nas diferentes
doses administradas por via oral: 10, 100, 1000, 1600, 3200 e 5000 mg/kg de peso corporal.
A dose letal mediana oral (DL50) foi, portanto, estimada em ser superior a 5000 mg/kg de
peso corporal em ratos, o que vem confirmar os dados obtidos por ASIEDU-GYEKYE et al.
(2014).
O extracto aquoso das folhas da M. oleifera foi avaliado quanto à toxicidade em órgãos de
ratos albinos, por via oral de administração e para determinar se o efeito do extracto é
dependente do tempo e dose. Quarenta e oito ratos albinos foram utilizados para o estudo,
sendo divididos em 3 grupos, aos quais foi-lhe administrado o extracto de folhas com doses
de 1000 mg/kg, 2000 mg/kg e 3000 mg/kg, uma vez por dia durante 3 semanas, por via oral.
34
houve efeitos prejudiciais observáveis. Portanto, deve-se ter cuidado com o uso em doses
mais altas durante um longo período de tempo, pois causa danos aos tecidos do corpo. Nas
doses usadas no estudo não houve alterações no peso corporal e de órgãos dos ratos,
excepto uma diminuição no peso do baço, já a investigação hematológica revelou um
aumento no volume corpuscular médio, granulócitos e monócitos, mas uma diminuição nos
glóbulos brancos e linfócitos.28
Em estudos de toxicidade aguda, a dose de 2000 mg/kg de M. oleifera não causou qualquer
mortalidade ou sinais clínicos evidentes de toxicidade foram observados durante um período
de 14 dias. Assim, a dose de 2000 mg/kg foi considerada como sendo uma dose segura para
o extracto etanólico de M. oleifera em ratinhos.73
A toxicidade aguda do extracto metanólico de um suplemento alimentar contendo folhas
de M. oleifera, em que 153,91 g de folhas foram dissolvidas em 1 L de metanol e agitado
vigorosamente, foi determinada em ratos. Estes estariam em jejum por 16 horas e foram
divididos aleatoriamente em seis grupos, com cinco por grupo. Doses graduadas do extracto
da planta (100, 200, 400, 800 e 1600 mg/kg) e controlo (3 mL/kg de agua destilada) foram
administrados oralmente. O resultado do teste de toxicidade aguda realizado revelou que as
doses de 200, 400 e 800 mg/kg do extracto são inofensivas para uso terapêutico oral, uma
vez que não houve sinais adversos observados nessas doses. No entanto, nas doses 1600 e
3200 mg/kg, os animais apresentaram sinais letárgicos severos. Isto pode sugerir que, na
dose de 1600 mg/kg e acima, o suplemento alimentar pode ser tóxico, significando que muita
cautela deve ser exercida no uso da planta para fins medicinais e nutricionais. A partir deste
estudo, pode-se concluir que o uso de M. oleifera como suplemento alimentar é justificado;
no entanto, deve-se ter muita cautela para não consumir este produto em grandes
quantidades de cada vez, porque o estudo de toxicidade determinou que o extracto pode
ser tóxico a uma dose de 1600 mg/kg ou mais.46
Num estudo para avaliar a toxicidade aguda e determinar a dose letal mediana (DL50) do
extracto etanólico de folhas de M. oleifera em ratos e coelhos albinos. Os resultados
mostraram que a DL50 da M. oleifera é maior do que 6616,7 mg/kg, já que todas as doses
abaixo desta incorreram numa percentagem de 0% de mortes entre todos os grupos de
ratos. Para os ratos, a dose letal foi de 6616,67 mg/kg e para os coelhos 26043,67 mg/kg. Os
dados para os dois grupos mostraram uma relação linear entre as doses letais e os pesos
corporais dos animais. Os resultados das alterações histopatológicas no coração, rins e
fígado de ratos mortos revelaram que nos rins havia hemorragia, necrose e degeneração dos
túbulos renais epiteliais. Também ocorreu hemorragia no coração e degeneração do
35
músculo cardíaco. Por outro lado, nas células hepáticas ocorreu hemorragia, necrose,
degeneração e vacúolos citoplasmáticos. As mortes foram causadas pelo acúmulo excessivo
de líquido, e não pelo efeito tóxico da planta. A partir deste estudo, pode-se concluir que o
extracto etanólico de folhas de M. oleifera não foi prejudicial aos animais experimentais,
desde que seja ingerido de forma concentrada durante um curto período de tempo.103
Numa revisão da Segurança e Eficácia da M. oleifera realizada por Sidney J. Stohs e Michael
J. Hartman (2015)104 demonstrou que vários estudos em animais avaliaram a segurança geral
dos extractos, demonstraram um alto grau de segurança. Demonstraram também que
nenhum efeito adverso foi relatado em um estudo realizado em humanos quando o pó de
folhas inteiras foi utilizado em dose única até 50 g ou em um estudo usando uma dose de 8 g
por dia durante 40 dias. Não foram relatados estudos em humanos envolvendo extractos
aquosos, e pouca informação está disponível em relação à percentagem do material de folha
inteira em pó que é tipicamente solubilizado por extracção com água ou álcool. Mas, se uma
dose típica de um extracto aquoso em ratos é de aproximadamente 300 mg/kg, o que seria
equivalente a uma dose de cerca de 3,9 g em um humano de 80 kg, logo se 10% do pó total
da folha for solubilizado por extracção aquosa, uma dose de 4 g do pó total da folha
equivaleria a 400 mg de um extracto, esta quantidade de extracto seria segura para usar em
humanos.
Extratos hidroalcoólicos obtidos com etanol a 30 por cento das folhas, caule e raíz de M.
oleifera Lam. foram testados em ratos Wistar do sexo feminino para testar a toxicidade
aguda por via oral. Utilizando uma concentração a 2000 mg/kg não houve sintomas ou sinais
tóxicos, nem morte durante a experimentação. Um comportamento normal constante foi
observado nos animais e de acordo com o estudo macroscópico realizado nos diferentes
órgãos (rins, ureter, fígado, pulmões, coração, baço e estômago), todas as estruturas
preservaram sua morfologia, tamanho e peso. Do ponto de vista microscópico, os órgãos e
tecidos mantiveram seu padrão histológico, com células bem diferenciadas em todos os
órgãos e o interstício bem vascularizado.105
O extracto aquoso das folhas de M. oleifera foi avaliado quanto à sua toxicidade por via
oral, e pela toxicidade subaguda em parâmetros hematológicos, bioquímicos e histológicos
em ratos. No teste de toxicidade aguda, o extracto de Moringa não causou morte em
animais, mesmo na dose de 2000 mg/kg. Tratamentos orais em ratos com este extracto a
concentrações de 400, 800 e 1600 mg/kg causaram alterações significativas nos parâmetros
hematológicos, sem alteração significativa no nível de plaquetas. Nos parâmetros
bioquímicos, o extracto em doses diferentes também causou variações significativas nos
níveis de proteínas totais, enzimas hepáticas e bilirrubina. Ao nível clínico e patológico, as
36
alterações também foram observadas nos pesos corporais, ligeiro embotamento no início da
administração do extracto, mas não foram observadas alterações significativas em todos os
órgãos examinados no decurso do estudo. O estudo concluiu que a planta é relativamente
segura tanto para usos nutricionais como medicinais nas concentrações testadas.106
A partir destes estudos de toxicidade pode-se concluir que o uso das sementes de M.
oleifera para purificar água incorre em alto risco para o consumo humano, sendo
aconselhado um pré-tratamento para reduzir a sua toxicidade, pois revela citotoxicidade a
concentrações entre 1 e 50 mg/L. Testes in vivo apoiam esses achados em seu estudo sobre
o efeito de extractos aquosos de sementes de M. oleifera em órgãos vitais e nas actividades
enzimáticas teciduais de ratos albinos machos que sugerem que o consumo prolongado de
água tratada com uma concentração ≥ 2mg/ml de sementes de M. oleifera podem levar ao
enfarte do fígado. Contudo, em observações semelhantes, embora com extractos
metanólicos de sementes, foram feitas noutro estudo que confirmou que a administração
desses extractos parece ser relativamente não tóxica para os animais em doses baixas. No
entanto, em dosagens elevadas, as alterações observadas nos vários parâmetros testados
sugeriram uma toxicidade sensível à dose quando consumidas várias vezes diariamente,
durante um período de tempo prolongado. As flores de moringa quando usadas como
moluscicida podem ser consideradas tóxicas para o meio ambiente sendo necessário cautela
na sua utilização. As folhas, quando ingeridas oralmente, são consideradas relativamente
seguras, podendo ser usadas numa concentração de 2000 mg/kg de peso corporal. Foi
estabelecido, com base nos níveis de minerais e elementos, e na quantidade permitida no
corpo humano, que o consumo de folhas de M. oleifera seja limitado a um máximo de 70
gramas por dia, a fim de evitar o consumo excessivo e a subsequente acumulação de alguns
desses nutrientes essenciais no organismo.
37
5. Conclusão
Para realizar este trabalho pesquisei em bases de dados como a PubMed, Google
Académico e Web of Science e quase a totalidade de artigos eram originais, mas existem
também várias revisões bibliográficas sobre a M. oleifera Lam. Os estudos etnobotânicos
permitiram-me demonstrar que a M. oleifera Lam. tem múltiplos usos, focando o meu estudo
principalmente no seu uso no tratamento de água, alto valor nutricional e o seu uso
etnofarmacológico.
A composição nutricional da moringa demonstrou que as suas folhas são altamente
nutritivas contendo um teor proteico elevado, quase um terço do valor total, são ricas em
vitaminas e minerais (vitamina A, vitamina C, cálcio, fósforo, ferro, potássio) e também rica
em compostos fitoquímicos.
As actividades farmacológicas que lhe são conferidas foram baseadas no seu uso em
medicinas tradicionais de vários países e grupos tribais que mais tarde levaram investigadores
a confirmar por ensaios pré-clínicos, e já por alguns, mas poucos ensaios em humanos e
ensaios clínicos.
Os ensaios pré-clínicos confirmaram que extractos de várias partes da moringa possuem
actividade antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana, analgésica e antipirética, citotóxica,
citoprotectora, entre outras.
Os ensaios clínicos efectuados permitiram comprovar a actividade anti-glicémica, anti-
lipidémica, anti-asmática e galactagoga da moringa, apesar destes estudos apresentarem
algumas limitações, pois não se conhece o princípio-activo responsável pela actividade
farmacológica, nem o mecanismo de acção.
Ao nível da toxicidade da moringa, nos estudos de toxicidade aguda e subaguda de folhas
de moringa foi considerada relativamente segura quando tomada em baixas concentrações
por longos períodos de tempo, não apresentando alterações hematológicas e
histopatológicas significativas. Uma dose única de 5000 mg/kg por peso corporal não
conduziu a morte de ratos, sendo por isso estabelecido que a dose letal mediana seja
superior a esse valor. Para humanos é recomendado que apenas ingira 70 gramas por dia,
por longos períodos de tempo, para evitar a acumulação de alguns elementos no organismo.
Em Portugal a M. oleifera é relativamente desconhecida pela população em geral, mas já
existem alguns suplementos alimentares à base de extractos de flores, folhas e sementes à
venda na internet, existindo também as sementes à venda para o seu cultivo. Mas para que
seja seguro o consumo de M. oleifera devem ser efectuados e desenvolvidos estudos para
38
estabelecer a dose terapêutica recomendada para cada parte da planta ou extracto, bem
como estabelecer as doses tóxicas, para que o seu uso seja eficaz e isento de risco para a
saúde humana. Estes suplementos não possuem qualquer informação relativa à sua
composição química ou fitoquímica, apenas consta a parte da planta utilizada e a quantidade
por formulação, pois não estão obrigados pela legislação. Segundo esta existem géneros
alimentícios isentos do requisito de declaração nutricional obrigatória como por exemplo:
produtos não transformados compostos por um único ingrediente ou categoria de
ingredientes; e produtos transformados que apenas foram submetidos a maturação e que
são compostos por um único ingrediente ou categoria de ingredientes.24
O uso empírico de múltiplas plantas herbáceas na medicina tradicional levou ao estudo,
isolamento de princípios activos e ao desenvolvimento de muitos dos fármacos que são
usados na medicina convencional. Hoje ainda não existe nenhum medicamento à base de
moringa, mas acredito que não faltará muito tempo para que seja possível, uma vez que já
existem ensaios clínicos desenvolvidos baseados em extractos e partes da M. oleifera Lam.
39
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