A Importncia Das Cirurgias para Correo

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Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE

doi.org/ 10.51891/rease.v7i10.2780

A IMPORTÂNCIA DAS CIRURGIAS PARA CORREÇÃO


DE FISSURA LABIOPALATINAS

Simone Ferreira Winter1


Márcio Soldatelli Studzinski2

RESUMO: As fissuras labiopalatinas são malformações congênitas que atingem o lábio, o


palato ou ambos. Apresenta uma etiologia variada, podendo envolver fatores genéticos e
ambientais. Este estudo buscou, através de uma revisão bibliográfica, demonstrar para
sociedade qual importância da cirurgia de correção de fissuras labiopalatinas para
aumentar a qualidade de vida e bem estar do paciente, quebrando os preconceitos dos pais
quanto a cirurgia. Foram consultados trabalhos encontrados nas bases de dados online
Google Acadêmico, Biblioteca virtual de Saúde e catálogo de teses e dissertações. Para a
busca foi utilizado os descritores em saúde “Fenda Labial”, “Fissura Palatina”, “Cirurgias
corretivas”, “Tratamento”, foram utilizados na pesquisa têm data de publicação no período
de 2015 a 2021, e engloba trabalhos na língua portuguesa. A classificação mais utilizada no
Brasil é a de Spina, que divide as fissuras em 4 grupos, sendo eles fissura pré-forame
incisivo, transforame incisivo, pós-forame incisivo e fissuras raras da face. O tratamento
cirúrgico das fissuras busca devolver anatomia, função e estética, devendo ser iniciado o 2186
quanto antes devido aos problemas que pode acarretar na fala, audição e cognição. O
Cirurgião-Dentista participa da reabilitação que acontece desde o nascimento até o final do
crescimento do paciente com fissuras labiopalatinas. A primeira cirurgia realizada é a
corretiva de lábio, também chamada de queiloplastia, é realizada até o 3º mês de vida e a do
palato, palatoplastia, entre os 9 a 12 meses, o que pode alterar de acordo com o centro
especializado de reabilitação. Além das demais cirurgias para correção de outras alterações
como as cirurgias nasais, funcionais ou estéticas que são realizadas na faixa etária que
varia entre os 16 e 18 anos de idade. Conclui-se então que as cirurgias de correção das
fissuras labiopalatinas são de extrema importância para melhora da qualidade de vida do
paciente e de sua família de maneira geral.

Palavras chaves: Fissura Labial. Cirurgia Odontológica. Fissura Palatina.

ABSTRACT: The cleft lips were birth defect that reach lips, palate or both. Has a varied
etiology, may involve genetics and environments factors. This paper search, thru a
bibliographic review, prove for the society the important of the correction cleft lips
surgery for increase the patients’ quality of life and welfare, breaking the parents’ bias
about the surgery. Been consulted papers found in the online databases Scholar Google,
Biblioteca Virtual de Saúde and Catálogo de teses e dissertações. For the search was “Cleft

1
Graduação: Odontologia pela Faculdade: Unifasipe. E-mail:[email protected].
2
Graduado em Odontologia - Univerdade de Passo Fundo. Especialista em Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial - Hospital São Vicente de Paula - Passo Fundo RS. Mestre em Promoção da Saúde -
UniCesumar - Maringá

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Lips”, “Cleft Palate”, “Correctives Surgery”, “Treatments”, were utilized for the research
with date between 2015 to 2021, and encompass papers in Portuguese. The classification
more utilized in the Brazil of the Spina, that divide the clefts in 4 groups, pursuant the
region of the lesion. The cleft’s surgery treatment quest brings back anatomy, function
and esthetic, duty start as soon as possible due to problems that may occur in speech,
hearing and cognition. The dentist take part in the rehab that happen since the patient’s
born until the final growth stage. The first surgery carry out is the lips corrective which is
realized up to age of 3 months, and the palate surgery happen between the 9 to 12 months
of life, what might change in agreement with the rehabilitation specialist center. Beyond
the others surgeries for different changes, as nasal, functionals and aesthetic operations
which are realized between 16 to 18 years old. In conclusion then that cleft lips surgery is
the extreme important for improvement in the patient and family’s life quality in the by
and large.

Keys words: Cleft Lips. Surgery. Cleft Palate.

INTRODUÇÃO

As Fissuras Labiopalatinas (FLP) são malformações congênitas que atingem o


lábio, o palato ou ambos. Ocorre em consequência do não fusionamento dos processos
craniofaciais embrionários que originam palato primário e secundário, que deveria
acontecer entre a quarta e a décima segunda semana de gestação. Está entre as 2187

malformações craniofaciais mais frequente na região cabeça e pescoço, com uma


prevalência que varia entre 1:500 e 1:2500 nascidos vivos, sendo que no Brasil essa
incidência varia entre 0,47 e 1,54 por 1000 nascidos e tem etiologia multifatorial, associada
ou não aos fatores de hereditariedade e aos aspectos clínicos maternos como estresse,
infecções, medicamentos e/ou irradiações (SCHÖNARDIE et al., 2021, MORAIS et
al,.2020).
Por ter uma etiologia que envolve fatores genéticos e ambientais possui uma
enorme complexidade, e sua base molecular continua em grande parte desconhecida, aliada
a falta de informações e orientações para as famílias das crianças envolvidas, e ligada ao
preconceito da sociedade, muitos pais não buscam apoio para o tratamento (MORAIS et
al,.2020).
A classificação das FLP abrange as características anatômicas e a região acometida,
sendo considerado o forame incisivo como ponto de referência morfológica e embrionária,
organizadas em pré, pós ou transforme incisivo, também se dividem em unilaterais ou
bilaterais e completas ou incompletas (SCHÖNARDIE et al., 2021).

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O tratamento cirúrgico das FLP tem o objetivo de devolver anatomia, função e


estética para a área lesada pela deformidade, devendo iniciar o quanto antes devido aos
problemas que podem acarretar na fala, audição, estética e cognição, além do impacto
negativo que pode causar na integração social do paciente (SANTOS et al,2020).
Inicialmente o tratamento busca melhorar a nutrição do lactente e o
acompanhamento de seu ganho de peso, geralmente a cirurgia corretiva de lábio, também
chamada de queiloplastia, é realizada até o 3º mês de vida e a do palato, palatoplastia, entre
os 9 a 12 meses, o que pode alterar de acordo com o centro especializado de reabilitação
(MORAIS et al,.2020). Além das demais cirurgias para correção de outras alterações como
as cirurgias nasais, funcionais ou estéticas que são realizadas na faixa etária que varia entre
os 16 e 18 anos de idade (COSTAS; BORGES; ALMEIDA, 2020).
Uma das maiores barreiras que se pode ter sobre o tratamento das FLP se dá pelos
resultados finais ocorrerem apenas ao fim do crescimento do paciente (COSTA et al.,
2021). Independentemente de como ocorrer o tratamento clínico e cirúrgico, a importância
do diagnóstico precoce e o acompanhamento por uma equipe multiprofissional composta
por médicos, dentistas, fonoaudiólogos, geneticistas, nutricionistas e enfermeiros, é 2188

altamente recomendado (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).


O Cirurgião-Dentista (CD) participa da reabilitação que acontece desde o
nascimento até o final do crescimento do paciente com FLP, podendo estar incluída todas
as especialidades da Odontologia para promover uma reabilitação adequada, devolvendo o
sorriso e as funções ao paciente (COSTAS; BORGES; ALMEIDA, 2020).
Devendo o CD estar atento também à saúde geral do paciente, com a finalidade de
orientar aos pais e responsáveis sobre promoção de saúde bucal, medidas preventivas, de
reabilitação e auxílio na autoestima, não se limitando apenas ao tratamento odontológico
(COSTA et al.,2021).
No ano de 1993 o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a tratar pacientes com
FLP com a introdução de procedimentos para correção e realização de implante dentário
osseointegrado na tabela do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, e em 1994, com
a publicação da Portaria número 62, ficou estabelecido as normas para o cadastramento de
serviços de reabilitação da FLP (ALMEIDA; CHAVES, 2019).

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Posteriormente conforme o PL 3.526 de 2019, foi determinado que o SUS através da


sua rede de unidades públicas ou conveniadas deve fornecer serviços gratuitos de cirurgia
plástica reconstrutiva e de tratamento pós-cirúrgico, abrangendo as especialidades de
fonoaudiologia, psicologia e ortodontia, bem como de outras intervenções necessárias para
a recuperação integral do paciente (COSTAS; BORGES; ALMEIDA, 2020).
Entre as vantagens do tratamento precoce dos defeitos provocados pela FLP estão a
possibilidade de um melhor desenvolvimento para a musculatura da faringe e do palato,
maior facilidade na alimentação, melhora no desenvolvimento da fonação, melhor
funcionamento da tuba auditiva, maior facilidade para higienização, e melhora do estado
psicológico dos pais e do bebê. Mas pode se colocar como desvantagens desse tratamento
precoce a dificuldade da técnica em crianças de pouca idade e a formação de cicatriz
resultante da cirurgia que pode levar a restrições no crescimento da maxila (COSTA et
al.,2021).
Mas apesar dos benefícios do tratamento precoce o paciente adulto não é impedido
de realizar o atendimento, especialmente quando este não pode ter acesso ao tratamento na
infância. É importante o início precoce, mas nunca é tarde para buscar ajuda (COSTA et 2189

al.,2021). É possível ser realizado o diagnóstico no pré-natal pelo exame de


Ultrassonografia (US), se haver um posicionamento da face, a fenda labial pode ser
detectada no segundo trimestre de gestação, já a observação do palato é mais complexa e
requer recursos tecnológicos mais sofisticados como US tridimensional (SANTOS;
OLIVEIRA, 2021).
Com isso este trabalho busca responder à pergunta: Qual a importância das
cirurgias de correção de FLP para melhor desenvolvimento do paciente?
Estudos demonstram a necessidade de cuidados referentes à alimentação, nas
condições pré e pós correção cirúrgica, no preparo da equipe, para a higiene oral, qualidade
da assistência e problemas comportamentais (MORAIS et al,.2020, SILVEIRA et al.,2020).
E também há estudos que sugerem que em crianças pequenas com FLP o processo de
desenvolvimento de fala e linguagem sofre um atraso, quando comparado com o de
crianças na mesma faixa etária, porém sem a malformação, e notou-se também que esse
atraso geralmente diminui com o aumento da idade (SCHÖNARDIE et al., 2021).

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Os pais de pacientes com FLP logo que recebem a notícia entram em um grande
choque emocional, sendo que os padrões mais comuns de reação são negação, rejeição,
sentimento de culpa, depressão e tristeza, mas aos poucos são substituídos pela aceitação,
que aumenta a cooperação destes em relação ao tratamento (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).
O portador de FLP pode enfrentar problemas sociais por ser visto como diferente,
sofrendo discriminação, em alguns casos tem que lutar contra os preconceitos da
comunidade e da família sobre sua capacidade e inteligência, e também para o
desenvolvimento de sua problemática e dos procedimentos necessários para sua
reabilitação, da parte dos educadores ou empregadores (SANTOS et al,2020).
O primeiro contato social da pessoa com FLP é com a família, que deve estar
preparada para enfrentar situações de preconceito, uma vez que a sociedade valoriza a
estética e a comunicação. Com isso esses indivíduos tem a necessidade de serem incluídos
no ambiente social, econômico e cultural, garantindo a eles os seus direitos de cidadão
(MORAIS et al,.2020). Assim entende-se que o tratamento de pessoas com FLP acrescenta
aspectos funcionais, estéticos, psicossociais, e emocionais para sua vida (COSTAS;
BORGES; ALMEIDA, 2020). 2190

Este estudo busca demonstrar a sociedade qual importância da cirurgia de correção


de FLP para aumentar a qualidade de vida e bem estar do paciente, quebrando os
preconceitos dos pais quanto a cirurgia. Como objetivo geral busca explicar a importância
da cirurgia de correção de FLP para o desenvolvimento do paciente, sendo os objetivos
específicos explicar sobre as causas da fissura FLP e quais os tipos, explicar sobre os tipos
de cirurgia e mostrar quais são os benefícios para a vida do paciente depois da cirurgia.
O presente trabalho trata de uma revisão de literatura, realizada com base em
trabalhos encontrados nas bases de dados online: Google Acadêmico, Biblioteca virtual de
Saúde e catálogo de teses e dissertações. Para a busca foi utilizado os descritores em saúde
“Fenda Labial”, “Fissura Palatina”, “Fissura Labiopalatal”, “Cirurgias corretivas”,
“Tratamento”. Os trabalhos utilizados na pesquisa têm data de publicação no período de
2015 a 2021, e engloba trabalhos na língua portuguesa.

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2. Revisão de literatura

2.1 Etiologia das Fissuras Labiopalatinas

As FLP são uma das malformações craniofaciais que mais ocorrem atualmente,
com uma prevalência geral que varia entre 1:500 e 1:2500 nascidos vivos e no Brasil essa
prevalência é de 1 a cada 650 nascidos vivos, podendo acarretar outras complicações, como
dificuldade na alimentação, fala, audição e interação social quando não corrigidas
(MORAIS et al,.2020).
Ocorrem devido a defeitos na fusão anatômica dos processos faciais, entre a 4ª e a
12ª semana da gestação (COSTAS; BORGES; ALMEIDA, 2020). Por volta da 7ª semana
ocorre a fusão dos arcos branquiais e dos gomos faciais, neste momento se ocorrer o não
fechamento acontece o aparecimento de uma fenda, sua localização e complexidade está
relacionada a falha no processo do qual resultou ela (APPLETON, 2018).
É comprovada a relação de fatores genéticos para a ocorrência da FLP, sendo
relacionada com a hereditariedade, porém na maioria dos casos já relatados ocorre a
atuação em conjunto com fatores ambientais (COSTA et al., 2018), como a exposição da 2191
mãe a fumaça do tabaco, álcool, desnutrição, infeção viral, medicamentos e teratógenos no
local de trabalho ou no domicílio no início da gravidez (COSTAS; BORGES; ALMEIDA,
2020).
Nos casos de origem genéticas os principais genes envolvidos as FLP não
sindrômicas são Interferon Regulatory Factor (6IRF6), Bone Morphogenetic Protein 4 (BMP-4),
Muscle Segment Homeobox 1 (MSX1), SATB Homeobox 2 (SATB2), T-box Transcription Factor
(TBX22), Transforming Growth Factor Alfa (TGF-Ƚ), Transforming Growth Factor Beta
(3TGF-Ⱦ3), GREM-1, V-maf Musculoaponeurotic Fibrosarcoma Oncogene Homolog B (MAFB),
ATP-Binding Cassette, Sub-family A4 (ABCA4) (PEREIRA, 2019).
Mesmo que a maioria dos casos de FLP sendo casos isolados, elas também podem
ocorrer estando associadas a Síndromes, sendo mais constantemente encontradas nas
Síndromes Van der Woude, Pierre Robin, de Stickler e velocardiofacial, com consequências a
diversos sistemas podendo provocar malformações cardiovasculares, perturbações no
neurodesenvolvimento, deficiência imunológica, baixa estatura, microcefalia e dimorfismo
facial (COSTA et al., 2018, PEREIRA, 2019).

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Com bases em estudos epidemiológicos sobre FLP notou-se que apresenta


incidência diferente para os tipos de etnias, havendo maior prevalência nas populações
Asiáticas e Nativo-Americanas, seguida pela população Caucasiana e então a Africana. De
acordo com pesquisas a prevalência pode também estar associada ao sexo, sendo que o sexo
masculino está 2 vezes mais predisposto a desenvolver uma fissura labial, palatal ou
associadas, já no sexo feminino a uma tendência a fendas que afetam apenas o palato. Isso
se dá ao fato de que o processo de fusão do palato secundário, ocorre mais tarde no sexo
feminino. Contudo, é relatado uma predominância mundial no sexo masculino de fissuras
(APPLETON, 2018, PEREIRA, 2019).
O diagnóstico pré-natal das anomalias faciais fetais passou a acontecer após a
inclusão da ultrassonografia na rotina propedêutica obstétrica, levando ao aconselhamento
e conduta para melhor tratamento da criança, a fenda labial pode ser detectada no segundo
trimestre de gestação, mas para conseguir o diagnóstico de fissuras de palato é mais
complexa e requer recursos tecnológicos mais sofisticados como US tridimensional
(SANTOS et al,2020, (SANTOS; OLIVEIRA, 2021)
2192

2.2 Classificação das Fissuras Labiopalatinas

Como o lábio e palato primário têm origens embriológicas diferentes do palato


secundário, as fendas podem ser subdivididas em fendas do lábio com ou sem fenda do
palato e fendas do palato isoladas (PEREIRA, 2019). É importante diagnosticar
corretamente o tipo da fissura para realizar um melhor planejamento e tratamento ideal.
Sendo assim é importante que os sistemas de classificação das FLP busquem ter
simplicidade, objetividade e clareza na descrição dos diferentes tipos de fissura (PRADO et
al.2018).
A literatura apresenta diversas classificações que surgiram ao passar do tempo
embasada em critérios morfológicos e embrionários. Conforme os critérios morfológicos,
sobressaem as classificações anatómicas de Davis e Ritchie (1922), Brophy (1924), Veau
(1931), Spina (1973) e LAHSHAL, e aos critérios embriológicos destaca-se a classificação de
Kernahan e Stark (1958) (PEREIRA, 2019).
O sistema LASHAL separa a cavidade oral em 6 partes diferentes, sendo elas Lábio
Direito (Right Lip), Rebordo Alveolar Direito (Left Alveolus), Palato Mole (Soft Palate),

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Palato Duro (Hard Palate), Rebordo Alveolar Esquerdo (Left Alveolus) e Lábio Esquerdo
(Left Lip). A letra maiúscula significa a presença de uma fenda completa na zona onde está
marcada, a fenda incompleta é simbolizada pela letra minúscula e a ausência de fenda por
um ponto (APPLETON, 2018).
A classificação sugerida por Kernahan e Stark, em 1958, é uma das mais utilizadas,
pois possibilita observar a estrutura anatómica envolvida, considerando o forame incisivo
como ponto de referência embriológico. Como atualização de sua classificação em 1971,
Kernahan apresentou o diagrama striped Y, possibilitando uma melhor visualização para
ela, onde compara a fenda com a letra “Y” (Figura 1) (PEREIRA, 2019).

Figura 1 – Diagrama de Striped Y

2193

Fonte: PERREIRA (2019)

A classificação de Spina, que é a mais utilizada no Brasil, tem origem no


desenvolvimento embriológico, e divide as fissuras em 4 grupos, sendo eles fissura pré-
forame incisivo, transforame incisivo, pós-forame incisivo e fissuras raras da face, sendo
que cada uma delas se subdividem em outras categorias por sua localização e extensão
(PEREIRA, 2019):
- Fissura pré-forame incisiva: apenas labial, originada da falta de fusão dos
processos maxilares com os processos nasais medianos. Se subdivide em unilateral,
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bilateral ou mediana e completa, quando alcança o alvéolo, ou incompleta, quando não há


envolvimento do alvéolo.
- Fissura transforame incisivo: resulta da não fusão do mesênquima dos processos
palatinos laterais do palato e do septo nasal. Envolve lábio, alvéolo e todo o palato. Pode
ser subdividida em unilateral ou bilateral.
- Fissura pós-forame incisivo: são as fendas palatinas, resultado da não fusão dos
processos palatinos entre si e com o septo nasal. Localizadas medialmente, pode afetar
apenas a úvula, o palato mole, quando incompleta, ou alcançar o palato duro, completa.
Não gera problemas estéticos, porém pode gera problemas para a alimentação, respiração e
comunicação.
- Fissuras raras da face: abrange lábios, nariz, olhos e mandíbula (COSTA et al.,
2018).
Conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2 – Classificação de Spina


2194

Fonte: COSTA, BORGES, ALMEIDA (2020)

2.3 Manifestações Clínicas

As disfunções funcionais e estéticas provocadas pelas FLP são complexas e podem


acarretar manifestações clínicas e psicossociais secundárias, que afetam gravemente a vida
dos pacientes. As fendas labiais isoladas provocam especialmente problemas estéticos,
quando há envolvimento dos alvéolos pode também envolver problemas dentários,
afetando assim também a função, já quando a associação do palato as manifestações
clínicas são mais graves (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).

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2.3.1 Disfunções Alimentares

Um dos principais problemas que acometem pacientes com FLP é para alimentação,
principalmente no início quando ocorre a dificuldade da amamentação natural devido a
lesão, porém o aleitamento materno oferece diversas benefícios para estes pacientes, já que
quando a criança suga com uma força maior favorece o desenvolvimento da musculatura
da face e aumenta a força dos movimentos executados com a língua, aprendendo a
posicionar a língua de maneira correta, ganhando tônus e oclusão adequadas, afastando
hábitos, como sucção de chupeta e digital (figura 3)(SANTOS et al,2020).

Figura 3 – Posição adequada para amamentação de bebês com fissuras

2195

Fonte: SILVEIRA et al. (2020)

Os pacientes com lesões no palato têm dificuldade em criar pressão intraoral


negativa suficiente para à sucção do leite, o que prejudica o estado nutricional do bebê,
afetando assim seu peso e crescimento normal. Percebe-se também que ocorre regurgitação
nasal pela comunicação entre a cavidade oral e nasal em que o leite é aspirado pelos
pulmões. A deglutição de ar, fadiga, vômitos, engasgos e asfixias, típicos das fissuras
palatinas podem também prejudicar a alimentação e nutrição do paciente (PEREIRA,
2019).

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2.3.2 Distúrbio de Fala

Outro problema que afeta os portadores de FLP é a fala, sendo um com as maiores
complexidade, sendo necessário diversos tratamentos e acompanhamento para amenizar os
danos (COSTA et al.,2021), geralmente associado a disfunção do mecanismo velofaríngeo,
onde acontecem distúrbios articulatórios do desenvolvimento, distúrbios articulatórios
compensatórios, distúrbios obrigatórios, como a hiper nasalidade, e adaptações
compensatórias, que comprometem a clareza da fala (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).
Essas alterações podem acarretar à respiração bucal, como o colapso da asa do nariz,
desvios do septo nasal, hipertrofia dos cornetos, hipertrofia da adenoide e rinopatia
alérgica, gerando danos nas estruturas dentárias, deficiência da fala e na saúde geral do
paciente (COSTA et al.,2021).

2.3.3 Disfunções Auditivas

Pacientes com FLP tem maior chance de apresentarem casos de amigdalites e otites
médias, que podem levar à perda de audição. A comunicação entre a cavidade oral com a
2196
nasofaringe possibilita que aconteçam refluxos de substâncias estranhas que podem
obstruir a tuba auditiva, causando danos irreversíveis à audição (COSTA et al.,2021).
É relatado na literatura uma relação entre alterações no processamento auditivo
central e as FLP, devido a casos de otite média, sendo importante a avaliação audiológica
nesses pacientes para reconhecer estas alterações precocemente e diminuir as chances de
problemas graves no futuro (CARLOS, 2020).

2.3.4 Problemas Psicossociais em pacientes de Fissuras Labiopalatinas e nos cuidadores

Pelo tratamento longo e complexo que a lesão ocasiona alterações emocionais e de


comportamento como a ansiedade, intimidação e depressão, o que também é afetado pelo
grau da deformação, que pode complicar a convívio social na infância pela aparência facial,
como o desenvolvimento de amizades (PEREIRA, 2019). Os cuidadores das crianças com
FLP também são afetados por esses problemas, o nascimento de um filho com uma
malformação pode acarretar sentimentos conflitantes, como culpa, choque e preocupações
com o futuro (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).

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Esses sentimentos no paciente iniciar quando completa dois anos de idade, no


período em que começa a ter noção que seu rosto é diferente e que seu aprendizado da fala
é mais difícil, o segundo impacto ocorre quando ela inicia a se envolver com outras
crianças nas creches ou maternais, essas ações causam como distúrbios primárias o
isolamento espontâneo e a recusa em se comunicar e interagir. Na terceira fase ocorre por
volta dos sete anos, quando começa a frequentar a escola, e assim ocorrem os apelidos
ofensivos, que induzem de modo negativo o desenvolvimento intelectual da criança
(COSTA et al.,2021).
Com isso os cuidadores devem ter apoio emocional e social para preparar a criança
para se aceitar e encarar esse diagnóstico de fora tranquila e saudável. Preparando-a
também para suportar as várias intervenções cirúrgicas e sua autoconfiança (PEREIRA,
2019), sendo assim, o apoio psicológico para o enfrentamento do estresse, da ansiedade e do
medo é importante para o paciente e familiares (SANTOS; OLIVEIRA, 2021).

2.3.5 Problemas Dentários

Segundo a literatura a anomalia dentaria mais comum em pacientes com FLP são as 2197

agenesias dentárias, geralmente do lado comprometido pela fenda. Ocorre de forma


diferente em cada dentição, na decídua e permanente, tendo um predomínio a presença de
incisivos laterais supranumerários e fusionados na dentição decídua, sendo que a
permanente é mais afetada por agenesia e microdontia (figura 4) (PEREIRA, 2019).
Podem ocorrer também dentes inclusos, anomalias de estrutura, como hipoplasia de
esmalte, amelogénese imperfeita, dentinogénese imperfeita, entre outras, cáries, sendo com
relação ao posicionamento dos dentes contíguos à fenda por uma dificuldade na
higienização, no mesmo sentido é referente a doença periodontal (APPLETON, 2018).
Referente a alterações oclusais ocasionado pela FLP, pode se destacar mordidas
cruzadas uni e bilaterais, mordidas abertas, classe III e overjet diminuído. Ocorre também
os dentes neonatais e natais no local da fenda, incluindo principalmente os incisivos
centrais maxilares, principalmente quando associadas a síndromes, que aparecem com
mobilidade e sem a raiz formada, sendo indicado a sua extração (PEREIRA, 2019).

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Figura 4 – Paciente fissurado que apresenta hipodontia e agenesias

Fonte: LIMA, SAITO, SAITO (2019)

2.4 Tratamento do paciente com Fissuras Labiopalatinas

O tratamento das FLP deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, onde
estão inclusos profissionais da pediatra, cirurgião bucomaxilofacial, ginecologista-obstetra,
neonatologista, geneticista, cirurgião plástico, odontopediatra, fonoaudiólogo, ortodontista,
protesista, psicólogo, nutricionista e clínico geral, entre outros, que devem trabalhar em
harmonia para assim aumentar a qualidade de vida do paciente (SANTOS et al,2020,
APPLETON, 2018).
O que definira qual será o protocolo cirúrgico adotado está principalmente
2198
associado às idades em que ocorrerá cada cirurgias, a técnica cirúrgica que será utilizada e a
experiência clínica do profissional, o sucesso do tratamento também está relacionado com
a maneira que será realizada o atendimento da equipe multidisciplinar e com como será o
pós-operatório (PEREIRA, 2019).
O desenvolvimento de um protocolo geral para o tratamento dos pacientes com
FLP tem sido um obstáculo nas pesquisas atualmente, porém é importante que o momento
das cirurgias esteja alinhado ao crescimento da criança (PEREIRA, 2019). Independente do
protocolo realizado este deve respeitar os “5 A”, sendo eles do inglês, Airway
(Permeabilização das Vias Aéreas), Articulation (Articulação), Anterior Fistula Avoidance
(prevenção de Fístula), Arch (Arcada) e Aestethics (Estética) (APPLETON, 2018).
No Brasil o protocolo utilizado em vários serviços especializados é a realização das
cirurgias reparadoras inicialmente, sendo a queiloplastia realizada aos 3 meses de idade, e a
palatoplastia aos 12 meses. Com aproximadamente 6 anos são realizadas as cirurgias
secundarias para melhora estética, funcional ou correções de prováveis fistulas de palato, e
se necessário na adolescência é realizada as correções nasais, como rinoseptoplastia, e a
cirurgia ortognatica. Tratamento odontológicos para diminuir discrepância entre maxila e

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mandíbula e problemas dentários são feitos após a maturação óssea (SANTOS;


OLIVEIRA, 2021).

2.4.1 Queiloplastia

A queiloplastia é a primeira cirurgia realizada, que é definida como a reconstrução


naso-labial, e o melhor momento para sua realização sem risco anestésico é aos 3 meses de
vida tendo a criança o peso mínimo de 4,5 kg, 10mg/dl de hemoglobina e não ter
malformação congênita associada. Esta cirurgia pode ser realizada até os 12 meses sem que
ocorra efeitos prejudiciais ao crescimento maxilar (PEREIRA, 2019).
Tem como objetivos a reabilitação da parte funcional da musculatura orbicular dos
lábios e tambem o reestabelecimento da estética. Sendo seu elemento mais importante
reconstituição labial total envolvendo tecido cutâneo, mucosa e músculo (DI BERNARDO
et al., 2017). Uma das técnicas mais utilizadas é a de Millard, que é descrita por Appleton
(2018). como:

Esta técnica passa pelo encerramento da fenda em três planos distintos (cutâneo,
muscular e mucoso) no qual se aproximam as margens da fenda excisionando o 2199
tecido hipoplásico, sendo o plano cutâneo encerrado em alongamento com plastia
em Z alta. A questão primordial passa pela correta reconstrução do músculo
orbicular da boca num esfíncter continuo e um alinhamento do bordo vermelho.

Demonstrada nas figuras 5 e 6:

Figura 5 – Técnica de Millard

Fonte: APPLETON (2018)

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Figura 6 – Resultado da cirurgia de queiloplastia

Fonte: LIMA, SAITO, SAITO (2019)

2.4.2 Palatoplastia
É a cirurgia voltada para a reconstrução do palato, deve ser executada entre os seis
e dezoito meses para que o paciente consiga desenvolver uma normal pronuncia das
palavras sem mecanismos compensatórios, se realizada tardiamente além da disfunção da
fala, apresenta dificuldades alimentares maiores, principalmente com a introdução da
alimentação mais consistente (PEREIRA, 2019).
Tem como principal objetivo a separação entre o espaço oral e a nasofaringe,
2200
necessitando a mobilização do retalho por planos, pela inserção muscular anormal, eles
devem ser desinseridos nas margens da fenda e reconstruídos na linha media, sendo o
palato mole encerrado no plano nasal, muscular e mucoso e o palato duro no plano mucoso
nasal e oral (APPLETON, 2018).
A cirurgia pode ser realizada por várias técnicas, sendo a mais utilizada a Técnica
de von Langenbeck, realizada em um tempo cirúrgico, onde se realizam a união retalhos
mucoperiostais iniciando por extensas incisões relaxantes laterais, assim o encerramento é
realizado por camadas, sendo o assoalho nasal, tecido muscular e forro oral (Figura 7 e 8)
(DI BERNARDO et al., 2017).

Figura 7 – palatoplastia pela técnica de Von Langenbeck

Fonte: SATO; SILVA; MOREIRA (2016)

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Figura 8 – Resultado da cirurgia de palatoplastia

Fonte: SCHILLING (2019)

2.4.3 Ortopedia Maxilar pré-cirúrgica


Algumas crianças realizam a ortopedia pré-cirúrgica antes da queiloplastia o que
permite melhora da posição dos segmentos alveolares superiores e na estética do lábio e
nariz, reduzindo a amplitude da fenda e facilitando a cirurgia, a deglutição, respiração e
tem efeitos psicológicos positivos nos pais (PEREIRA, 2019).
2.4.3.1 Remodelação Nasoalveolar Pré-Cirúrgica 2201
Se dá pela a utilização de dispositivos para que ocorra a aproximação dos segmentos
maxilares e alveolares através do processo de crescimento da face e do crânio, age pela
sucção, gerando uma restruturação gradativo dos tecidos moles e ósseos. Leva um
componente nasal ajustável, que atua não só no nariz, mas também pela estimulação
muscular do lábio, realizando uma aproximação das bordas da fenda (Figura 9)
(APPLETON, 2018).

Figura 9 - Exemplo de antes e depois da Remodelação Nasoalveolar Pré-Cirúrgica

Fonte: APPLETON (2018)

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2.4.3.2 Ortho Aligner NAM

Um projeto da faculdade de Odontologia UFMG que realiza o tratamento pré-


cirúrgico de FLP utilizando uma sequência de placas. É realizado através da moldagem do
paciente, feito o planejamento virtual, realizada a confecção das placas, que serão trocadas
semanalmente na boca do paciente. O tratamento deve começar nos primeiros dias de vida
do bebê até o sexto mês, quando iniciam a erupção dos primeiros dentes e visto como
momento ideal para ser realizada a cirurgia. Como benefícios pode-se destacar uma
cirurgia menos traumática, melhora na amamentação, melhora na sucção, auxilia na
respiração, ajuda na higienização e fechamento da fenda (COSTAS; BORGES;
ALMEIDA, 2020).

2.4.3.3 Quad-Helix Modificado

É um aparelho ortodôntico usado na arcada superior com a finalidade de gerar uma


expansão maxilar lenta, produzindo uma menor resistência ao redor das estruturas peri-
maxilares, gerando uma maior formação de osso na sutura palatina. A expansão ocorre
2202
com por forças aplicadas no complexo dentoalveolar, comprimindo os ligamentos
periodontais, deslocando os processos alveolares e expandindo a sutura palatina (Figura 10)
(APPLETON, 2018).
Figura 10 – Evolução com aparelho Quad-Helix

Fonte: CARVALHO (2018)

2.4.4 Enxerto Ósseo Alveolar

O enxerto ósseo é utilizado para pacientes de fissuras com origem no palato


primário, isto é, fissuras com envolvimento do rebordo alveolar, essa malformação não é
normalmente corrigida na cirurgia inicial, é realizada após as cirurgias reparadoras
primarias. Esses enxertos aderem as porções alveolares e ajudam na prevenção da

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degradação e a constrição do arco, além de possibilitar suporte ósseo para os dentes


próximos à fissura e para os que irão erupcionar na área da lesão (Figura 11) (DI
BERNARDO et al., 2017).

Figura 11 - Volume ósseo e tecido periodontal antes e depois de enxerto ósseo

Fonte: APPLETON (2018)

É possível pela capacidade do tecido ósseo de se regenerar completamente no local


onde é depositado. Atualmente estão disponíveis vários tipos de materiais para realização
dos enxertos, estudos mostram resultados positivos com enxertos autógenos (da crista
ilíaca do próprio paciente), Bone Morphogenetic Protein (BMPs) e Recombinant Human Protein 2203
(RHP). É indicado enxerto nas fendas maiores que 2 mm, se forem maiores de 2 cm, é
necessário recorrer a enxertos microvascularizados do fêmur. A desvantagens do enxerto é
a chance de ocorrer a rejeição (APPLETON, 2018).
É utilizado de acordo com o estágio de desenvolvimento dentário, podendo ser
enxerto alveolar primário, realizado durante o primeiro estágio da dentição, forma uma
ponte óssea transversalmente ao defeito, o que não garante que a fístula será unida ou irá
acontecer a formação adequada de osso (COSTA et al., 2018).
O enxerto secundário, que ocorre na fase da dentição mista, tem o propósito de
restaurar o rebordo alveolar, realizar o fechamento da comunicação oro-nasal e estabilizar
os segmentos maxilares, gerando o suporte ósseo para os dentes adjacentes à fissura,
diminuindo os problemas de crescimento da maxila, auxiliando a correta erupção dos
dentes e em seguida para movimentos ortodônticos e implantes (COSTA et al., 2018).
Já o enxerto ósseo na dentição permanente, também chamado de tardio ou terciário,
tem uma taxa de sucesso reduzida, apresentando problemas de reabsorção cervical, não

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resolvendo os problemas de perda óssea dos dentes adjacentes a fissura (COSTA et al.,
2018).

2.4.5 Tratamento Cirúrgico da Disfunção Velofaríngea

O anel velofaríngeo é constituída pelo palato mole, paredes laterais e parede


posterior da faringe, e tem como função principal se manter aberto enquanto ocorre a
respiração nasal, se fechar levemente ou não durante a produção dos fonemas nasais e se
obstruir inteiramente durante a produção dos demais fonemas, assim como na deglutição,
vômito, assobio e sopro (LIMA, 2019).
Quando não ocorre esse fechamento corretamente é chamado de Disfunção
Velofaríngea, que pode ser devido a alteração estrutural, ou seja, falta de tecido no palato
mole, sendo denominada insuficiência velofaríngea, tambem podem ser causadas por
alterações neuromusculares, sendo chamada de incompetência velofaríngea, e por último
pode ocorrer apenas por um erro no fechamento velofaríngeo, sendo denominada de erro
de aprendizagem (FERREIRA, 2018).
A faringoplastia tem como proposito a correção da hiper nasalidade e do escape de 2204

ar nasal, melhorando assim a fala, equilibrando o estado de pressão intraoral e fluxo aéreo
oral proporcionando uma melhor pronuncia dos fonemas, já para correção dos distúrbios
articulares é necessária uma terapia fonoarticulatória (LIMA, 2019).
Existem 5 grupos de técnicas para a realização da cirurgia, sendo eles o aumento da
parede posterior da faringe, a mobilização dos músculos levantadores do palato, a
retroposição do palato (push-back), com retalhos faríngeos, e a esfincterplastia. A técnica
que sera utilizada depende de como é a disfunção velofaríngea (LIMA, 2019).

2.4.6 Cirurgia Ortognatica

A cirurgia ortognatica é indicada para pacientes que têm má-formação envolvendo


os ossos da face e os dentes, com o intuito de restabelecer a equilíbrio anatômica da face,
assim quando o caso não se resolver apenas com uso de aparelhos ortodônticos e
ortopédicos, quando a malformação ocorre no tamanho dos ossos do esqueleto e não
apenas no posicionamento dos dentes, é necessária está cirurgia (figura 12) (LIMA, 2019).
Sendo evidenciado na literatura que pacientes com FLP geralmente dispõe de hipoplasia

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anteroposterior de maxila e de má-oclusão classe III de Angle, resultando em um perfil


côncavo (BARRETO et al., 2017).
Pela análise cefalométrica, realizada desde os 5 anos de idade do paciente, pode-se
supor se o crescimento craniofacial será ou não favorável para ser realizado o tratamento.
A melhor idade para fazer a cirurgia corresponde ao final do crescimento, sendo no sexo
masculino por volta dos 17-18 anos e no feminino aos 15 anos (APPLETON, 2018).
O planejamento cirúrgico obedece aos passos convencionais similares com o de
pacientes sem fissuras. Se com o desenvolvimento, o defeito mandibular dos pacientes
com fissuras completas for destacado, se torna essencial a osteotomia basilar da mandíbula
para avanço do mento. Com é realizada após as cirurgias primárias e ao enxerto ósseo a
presença de fibroses, que podem dificultar o avanço maxilar, fazendo necessário, a
execução do recuo mandibular, ainda se este não estiver planejado durante o pré-operatório
(BARRETO et al., 2017).
Figura 12 – Pré-operatório e Pós-operatório de ortognatica de paciente com FLP

2205

Fonte: Barreto, Santos, Carvalho, Souza, Pontes, Azevedo

Durante o pós-operatório apresenta dor, inflamação, disfagia, hemorragia,


mobilidade reduzida, entre outros sintomas., é recomendado alimentação restrita a líquidos
durante os primeiros dias, crioterapia, é receitado tratamento com AINES se houver dor
(anti-inflamatórios não-esteroides), bochechos de Clorexidina e incentivo para
higienização oral Atraumática (APPLETON, 2018).

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2.4.7 Tratamentos secundários

2.4.7.1 Fonoaudiologia

A fonoaudiologia deve ser iniciada ainda na maternidade em pacientes de FLP,


realizado ainda na maternidade, pois a criança com fissura apresentará alterações na
deglutição, sucção e respiração. São diversas as alterações que podem ocorrer na fala pela
presença de fissuras, desde uma leve distorção de algum fonema, causada por deformidade
dento facial até o desenvolvimento de hiper nasalidade e de mecanismos compensatórios.
Grande parte dessas alterações está relacionada com a disfunção velofaríngea (LIMA,
2019).
Após a realização das cirurgias necessárias, como ortognatica e a correção da
insuficiência velofaríngea, o fonoaudiólogo auxilia na recuperação das funções
estomatognáticas, se estas não tenham se corrigido espontaneamente. O fonoaudiólogo
pode trabalhar a parte muscular de duas maneiras a terapia miofuncional e a mioterapia.
Levando assim a correção de possíveis complicações de comunicação (LIMA, 2019).

2206
2.4.7.2 Rinoplastia

Geralmente as FLP acarretam desarmonias no nariz, causando problemas estéticos,


funcionais e psicológicos, que podem afetar muito a vida do paciente. A cirurgia de
rinoplastia nestes pacientes é realizado da mesma maneira e com as mesmas técnicas
usadas em uma rinoplastia estética (LIMA, 2019).
O nariz dos pacientes de FLP tem em comum cinco principais características.
Sendo a primeira que a columela aparenta mais curta no lado fissurado, com sua base
inclinada desviada para o lado normal. A segunda característica se dá pela cruz lateral da
cartilagem lateral ter uma posição inferior quando equiparado ao lado normal, aparentando
uma letra “S”. A terceira é que o domus do lado que houver a fissura é assimétrico e mais
baixo. A quarta característica se dá pelas narinas do lado da fissura estarem de forma quase
horizontal e retroposicionado. Na última característica é que a parte caudal do septo e da
espinha nasal anterior são inclinados para o lado fissurado (LIMA, 2019).

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2.4.6.3 Implantodontia

Há evidência científica de que os implantes em pacientes portadores de fendas


bilaterais apresentem maiores dificuldades do que os com fendas unilaterais, em razão a
menor taxa de sucesso nos enxertos ósseos bilaterais. Pode também ser utilizado os
implantes zigomáticos quando houver insuficiência óssea na área da fenda, apesar de ser
uma opção mais invasiva. Sendo assim o uso de implantes para a reabilitação destes
pacientes é uma possibilidade segura que demonstra resultados eficazes (APPLETON,
2018).

2.4.6.4 Próteses

Como opção para os problemas de agenesias dentárias também pode ser empregado
a realização de uma Prótese Parcial Fixa. A maior intercorrência para esta reabilitação se
dá pela adaptação do pôntico ao rebordo desdentado, visto que geralmente este ter uma alta
perda óssea e de tecido periodontal nesta região (figura 13) (APPLETON, 2018).

Figura 13 – Preparo e prótese parcial fixa aplicada 2207

Fonte: APPLETON (2018)

Assim como a Prótese Parcial Removível (PPR) também pode ser apontada como
opção para a reabilitação oral de portadores de FLP, apesar de não ser adequada para
manter os tecidos. Pacientes com FLP geralmente apresentam casos de classe IV de
Kennedy, em virtude das agenesias dos incisivos laterais, em sua maioria não está
relacionada a uma zona desdentada muito grande, tendo um bom suporte dentário, o que
faz com que se opte por uma prótese esquelética dento-suportada. Já em casos onde a
agenesia de toda a região anterior pode se escolher as próteses dento-muco-suportadas,
mesmo que esteja em decadência seu uso por causa do sucesso dos implantes, a PPR

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apresenta vantagens como um baixo custo e uma maior facilidade de manutenção


(APPLETON, 2018).

2.5 Centros de reabilitação de Anomalias Craniofaciais no Brasil

No ano de 1993 ocorreu a introdução de procedimentos para correção de FLP e


realização de implante dentário osseointegrado na tabela do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS, sendo este o primeiro passo do sistema para o tratamento destes
pacientes, sendo publicada em 1994 a Portaria nº 62, estabelecendo normas para o
cadastramento de serviços de reabilitação da FLP (ALMEIDA; CHAVES, 2019).
Atualmente no Brasil encontram-se 29 centros de atendimento às Anomalias
Craniofaciais, onde as FLP se destacam por ser uma das anomalias mais encontradas
(SANTOS et al,2020). Dentre estes se destaca o Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais (HRAC-USP), também conhecido como “Centrinho”, que foi precursor no
tratamento de FLP no Brasil, sendo inteiramente destinado ao atendimento de usuários do
SUS (HRAC-USP, 2021).
Nasceu em 1967 como um Centro de Estudos Interdepartamental dentro 2208

da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP), que


fazia pesquisa e oferecia atendimento à população, nomeado como Centro de Pesquisa e
Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, mas com passar dos anos e as mudanças em sua
estrutura em 1998 recebeu sua nova denominação de HRAC-USP pela ampliação do seu
campo de atividade (HRAC-USP, 2021).
Atualmente é reconhecida nacionalmente e internacionalmente como centro
referência no atendimento de pacientes com FLP, anomalias craniofaciais congênitas e
deficiência auditiva. Com uma equipe multidisciplinar, altamente qualificada, oferece
atendimento absoluto e humanizado aos pacientes (HRAC-USP, 2021).
No Estado do Mato Grosso, existe o Serviço de Reabilitação de Fissuras
Labiopalatinas, inserido no Hospital Geral, que é um hospital referência no estado em
patologias neurológicas, cardiorrespiratórias, malformações congênitas e craniofaciais, e
maternidade, que atende todo o estado (FREITAS et al.,2021).
Este serviço constitui em um núcleo multiprofissional voltado aos cuidados, a
integralidade e reabilitação do indivíduo com fissura FLP, tendo profissionais de áreas

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variadas como médicos pediatras, otorrinolaringologistas, cirurgiões plásticos, psicólogos,


fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, odontopediatras, cirurgiões
bucomaxilofaciais e ortodontistas (FREITAS et al.,2021).
São ofertados aos pacientes de FLP serviços de tratamento preventivo e
restaurador, com intuito de favorecer a saúde bucal, e restabelece-la antes da correção
cirúrgica e a conservando no pós-operatório pelas ações educativas com responsáveis e
motivacionais e preventivas aos pacientes para que adquiram capacidade de realizar a
própria higiene por meio da técnica apropriada, além do uso de flúor e na orientação de
uma dieta adequada (FREITAS et al.,2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com isso este trabalho elucidou sobre a classificação das fissuras e a importância
das cirurgias para correção das FLP, já que esta má formação pode desenvolver vários
problemas no futuro dos pacientes sendo eles não apenas funcionais e estéticos como
também psicológicos, podendo também afetar a vida dos familiares.
2209
Demonstrando que a realização destas cirurgias traz diversos benefícios para a vida
do paciente, como a melhora da amamentação natural quando recém-nascido e
posteriormente na alimentação, no aspecto psicológico para o paciente e família, melhora
na fonação do paciente entre outros, enfim trazendo uma maior qualidade de vida para
este.
Portanto é de extrema importância que os familiares de portadores de FLP busquem
realizar as cirurgias para correção o quanto antes para que assim consiga ser realizado o
acompanhamento multidisciplinar do paciente durante toda sua vida, gerando um
tratamento satisfatório.

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implantação da atenção à pessoa com fissura labiopalatina em um centro de reabilitação
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