Deficientes Visuais
Deficientes Visuais
Deficientes Visuais
DEFICIÊNCIA VISUAL
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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 27
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ESCOLA, DEFICIÊNCIA VISUAL E INCLUSÃO
Como enfatiza Demo (2009), a escola como um todo é o lugar da aula. Porém
é necessário mudar essa concepção tradicionalista. Segundo o autor, uma ideia
bastante interessante é tornar a escola um “laboratório de aprendizagem”, um lugar
de pesquisa e de conhecimento. Poderia ser acrescentada às considerações do autor
a constatação de que a escola também deve ser um espaço da inclusão, pois a
realização de suas funções envolve alunos, diretores, pessoal de apoio e toda a
comunidade escolar.
De acordo com Libâneo (2010), os processos de transformações sociais afetam
diretamente o sistema educacional e consequentemente a aprendizagem do aluno.
Para o autor, “[...] a escola, precisa reciclar-se para assumir seu papel nesse contexto
como agente de mudanças, geradora de conhecimento, formadora de sujeitos
capacitados a intervir e atuar na sociedade de forma crítica e criativa” (p. 195).
Diante desse contexto, torna-se indispensável a construção de uma escola
inclusiva, estando aberta para receber alunos com deficiência e estabelecendo
relações significativas para o futuro dos educandos, tornando-os cidadãos capazes
de lidar com os desafios e dificuldades impostas pela sociedade contemporânea.
O Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, considera a deficiência visual
como: [...] cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre
0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°;
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ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores (BRASIL, 2004, p.
14).
A deficiência visual está dividida entre a cegueira e a baixa visão, que pode
ser congênita ou adquirida. As causas de origem congênita podem ser diversas, tais
como retinite pigmentosa, glaucoma e catarata congênita. Dentre essas causas,
alguns fatores são mais frequentes como a desnutrição gestacional, toxoplasmose,
rubéola, dentre outros. A DV também pode ser adquirida através de acidentes ou
doenças como: deslocamento da retina, catarata, traumas oculares e outros (BRASIL,
2001a).
Brasil (2001a) define baixa visão como uma alteração da capacidade funcional
da visão, isso leva a vários fatores: [...] baixa acuidade visual significativa, redução
importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes
que interferem ou limitam o desempenho visual do indivíduo. A perda da função visual
pode ser em nível severo, moderado ou leve, podendo ser influenciada também por
fatores ambientais inadequados (BRASIL, 2001a, p. 33).
Já a cegueira é a perda total da visão até a ausência de projeção de luz, ou
seja, envolve as pessoas que possuem redução da acuidade visual central. Brasil
(2001a) define a deficiência visual abarcando pessoas com baixa visão e pessoas
cegas.
As pessoas com baixa visão apresentam “desde condições de indicar projeção
de luz até o grau em que a redução da acuidade visual interfere ou limita seu
desempenho” (BRASIL, 2001a, p. 34). Nesse sentido, o processo educacional do
aluno com baixa visão se desenvolverá por meio de diversos recursos específicos a
sua limitação, principalmente a partir de recursos visuais ampliados (BRASIL, 2001a).
As pessoas cegas apresentam “desde ausência total de visão até a perda da
projeção de luz” (BRASIL, 2001a, p. 35). No caso das pessoas com cegueira total o
processo de ensino aprendizagem será por meio dos outros sentidos (tato, audição,
olfato, paladar), e também utilizando o sistema Braille para a escrita (BRASIL, 2001a).
É importante que o professor esteja sempre atento, no caso de algum aluno
apresentar sinais, posturas e sintomas referentes à DV e fazer o encaminhamento
necessário ao especialista, pois quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais
chances terá o aluno de um desenvolvimento com estimulações no seu ambiente
escolar.
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No quadro 01 estão organizados alguns sinais e sintomas mais comuns de
alterações visuais, destacados por Brasil (2001a), e que requerem atenção do
professor. Diante desses sinais, torna-se muito importante a observação do professor
no momento das atividades e da própria conduta do aluno ao apresentar esses
sintomas. Porém, vale ressaltar que essa avaliação precisa ser desenvolvida por um
especialista da área por meio de um exame clínico, onde será diagnosticada a
deficiência, podendo ser classificada como baixa visão ou cegueira.
- Purgações e terçóis;
- Estrabismo;
- Pisca excessivamente;
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- Franzimento da testa ou piscar
contínuo para fixar.
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deficiência visual, pois, na maioria dos casos, o aluno é taxado como “coitado” e
“incapaz”, simplesmente pelo fato de possuir uma deficiência.
Na realidade, os alunos com DV devem ter acesso aos mesmos conteúdos que
os demais alunos, o que vai diferenciar, na maioria das vezes, é a metodologia
empregada pelo professor para que esse aluno consiga adquirir os conhecimentos
necessários para a sua aprendizagem. Um primeiro ponto a se pensar sobre a prática
docente é a mudança de postura, exigindo desse a consideração do aluno como um
sujeito da aprendizagem, capaz de pensar, construir, discordar etc.
Segundo Minetto (2008, p. 19) “a educação é responsável pela socialização,
que é a possibilidade de convívio, com qualidade de vida, de uma pessoa na
sociedade; viabiliza, portanto, com um caráter cultural acentuado, a integração do
indivíduo com o meio”. Ou seja, a escola conduz os indivíduos para a vida na
sociedade, conhecendo novas culturas, fazendo com que o aluno quebre a barreira
do preconceito e conheça a diversidade que existe em sua volta.
Para Santos (2006) o professor precisa superar procedimentos como “dar” aula,
que pressupõe um papel passivo ao aluno; estabelecer respostas prontas e instruções
em demasia, pois estas precisam ser construídas pelos alunos. E, por outro lado,
precisa buscar inovações que desafiem os alunos, que tornem a aprendizagem
interessante e prazerosa. Os estímulos e a interação entre os alunos também
contribuem para a prática pedagógica do professor interessado na construção de uma
aprendizagem significativa.
A inclusão nas escolas, mais especificamente em contexto de sala de aula,
deve partir do professor, utilizando estratégias inovadoras para sua aula, fazendo com
que todos os alunos tenham uma participação ativa. Diante desses fatores, Bruno
(2006, p. 18) afirma que:
[...] a sala de aula inclusiva propõe um novo arranjo pedagógico: diferentes
dinâmicas e estratégias de ensino para todos, e complementação, adaptação e
suplementação curricular quando necessários. A escola, a sala de aula e as
estratégias de ensino é que devem ser modificadas para que o aluno possa se
desenvolver e aprender.
Essas são algumas das condições essenciais e importantes citadas por Bruno
(2006) que devem ser prioridades nas escolas para o processo de inclusão dos alunos
com deficiência. As práticas dos professores precisam estar diretamente ligadas a
essas condições, fazendo assim novas ações que contribuam para o processo de
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aprendizagem dos alunos com deficiência visual. Ou seja, um trabalho em conjunto
entre professor-aluno a fim de proporcionar aos alunos uma melhor aprendizagem.
Diante das práticas desenvolvidas pelos docentes, vale citar como instrumentos
importantíssimos a utilização de recursos didáticos, que irão ajudar de forma
significativa na aprendizagem dos alunos com DV. Esses recursos devem promover
a interação e comunicação entre todos os alunos da classe fazendo com que haja um
entrosamento.
Segundo Brasil (2001b, p. 75) os recursos didáticos são muito importantes para
a educação dos alunos com DV, considerando-se que:
[...] um dos problemas básicos do aluno com deficiência visual, em especial o
aluno cego, é a dificuldade de contato com o ambiente físico; a carência de material
adequado pode conduzir a aprendizagem da criança deficiente visual a mero
verbalismo, desvinculado da realidade [...].
Conforme Sá; Campos e Silva (2007), os recursos didáticos podem ser
produzidos a partir de vários materiais de baixo custo e de materiais que podem ser
reaproveitados, entre eles vale citar: embalagens descartáveis, frascos, tampas de
vários tamanhos, retalhos de papéis e tecidos com texturas diferentes, botões, palitos,
crachás, barbantes, sementes, dentre outros.
Os autores também destacam algumas
sugestões de materiais que podem ser
confeccionados para trabalhar com o aluno com
DV. Entre eles estão: o Jogo da velha: que pode
ser feito com papelão, isopor, madeira e com peças
de encaixe; a Cela Braille: que pode ser
confeccionada com caixas de papelão, frascos de
desodorantes e embalagens de ovos; e muitos
outros recursos (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007).
A figura 1 demonstra o jogo da velha, confeccionado com madeira e peças de
encaixe, usado para trabalhar a dimensão de tamanhos com alunos com deficiências
visuais. Já a figura 2 demonstra a Cela Braille, confeccionada a partir de materiais
recicláveis. Esse tipo de jogo pode ser usado para facilitar o aprendizado da escrita
Braille do aluno com DV.
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Figura 01: Jogo da velha (Recursos materiais)
Figura 02: Cela braile (Recursos materiais)
PROGRAMA DESCRIÇÃO
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Sistema operacional desenvolvido pelo Núcleo de Computação
Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui um
DOSVOX conjunto de ferramentas e aplicativos próprios além de agenda, chat
e jogos interativos. Pode ser obtido gratuitamente por meio de
“download” a partir do site do projeto DOSVOX:
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox
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nas escolas; também é fundamental que os docentes estejam capacitados, dispostos
e interessados no uso dos programas.
Conforme Brasil (2001b) precisa ser criado nas escolas um ambiente rico de
estímulos e novas experiências, promovendo situações novas de aprendizagem, com
mudanças que devem fazer parte do cotidiano das crianças. Alunos com deficiência,
mais especificamente com DV, precisam compartilhar seus conhecimentos assim
como quaisquer outras crianças, mostrando para a sociedade que também são
capazes de aprender e de se desenvolver.
Desse modo, para que os alunos com DV se sintam incluídos em contexto
escolar é necessário que a escola e os educadores saibam respeitar as
especificidades de cada educando possibilitando aos mesmos novas formas de
conhecimento.
A concepção de educação parte do princípio de que a escola é o lugar de todos
(BRASIL, 2013). Onde os alunos devem se desenvolver e aprender de forma coletiva,
sendo cada um atendido de acordo com as suas necessidades específicas. A Inclusão
escolar deve promover aos alunos com DV melhores condições no ensino e também
na estrutura física da escola com adaptações.
O trabalho com a inclusão necessita ser em conjunto, sendo realizado com
todos os envolvidos nesse processo, ou seja, pais, alunos e toda a comunidade
escolar, possibilitando o apoio às necessidades dos alunos, compartilhando e
estimulando novos conhecimentos fazendo com que o aluno se sinta valorizado e
amado no ambiente escolar (BRUNO, 2006).
O processo de socialização dos alunos com relação à escola precisa ocorrer
de forma positiva, onde todos da equipe educacional estejam empenhados em
desenvolver um trabalho afetuoso adaptando a escola às necessidades do aluno. A
escola precisa propor ações significativas para os alunos. É muito importante deixar
clara a função do professor no processo de ensino-aprendizagem de alunos com DV.
O professor vai organizar suas atividades com materiais necessários para que
os alunos possam se desenvolver. Sendo assim, o educador deve propor atividades
prazerosas e lúdicas, estimulando a interação das crianças com o meio escolar. Brasil
(2001a) afirma que o professor necessita deixar o aluno experimentar várias situações
de aprendizagem, para que possam compreender o ambiente ao qual pertencem.
Os alunos com DV são capazes de se desenvolver pessoalmente e
intelectualmente, mas para que isso ocorra é necessário que seja oferecido a eles
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oportunidades de aprendizagem com novas metodologias e recursos didáticos
adaptados a sua deficiência. Nesse contexto, o aluno passa a perceber e a sentir o
meio em que se encontra inserido, ou seja, o ambiente escolar (BRASIL, 2001a).
Cabe aos professores o interesse e a dedicação em pesquisas para
proporcionar aos alunos novas formas de receber os conhecimentos. Dedicação é a
palavra certa para os profissionais da educação que buscam melhorias no ensino para
alunos com DV. Usar a criatividade, confeccionar materiais adaptados, jogos,
brinquedos e outros contribuirão muito para a aprendizagem do aluno. Brasil (2001 b)
recomenda alguns critérios para a inclusão do aluno com DV em classe comum, como
descritos no quadro 3:
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Entretanto, é importante destacar a relação professor-aluno no contexto
escolar, onde o docente deve conhecer o seu aluno e compreender as suas principais
necessidades. Nesse momento, a função da afetividade tende a contribuir para que
haja o desenvolvimento, a compreensão, a confiança, o respeito mútuo e a motivação
dos alunos com DV.
Segundo Brasil (2001b), o professor pode facilitar sua educação por meio de
algumas medidas perante o aluno com DV. Poderia se acrescentar a essas medidas
a afetividade como elemento fundamental para a construção de um espaço repleto de
carinho e respeito, onde o aluno passe a ser participativo e amado.
Entre as mediadas citadas por Brasil (2001b) vale destacar as seguintes:
aceitar bem o aluno, não fazer discriminação; preparar os colegas para recebê-lo bem;
relacionar-se bem com o aluno; dizer o nome do aluno deficiente visual sempre que
desejar sua participação; identificar-se sempre que começar a conversar com o aluno
deficiente visual; solicitar sua opinião na hora das conversas; fazer o aluno se sentir
ativo e participante na hora das aulas (BRASIL, 2001 b, p.100).
Diante dessas medidas, a afetividade passa a fazer parte da rotina escolar e o
professor a utilizar estratégias pedagógicas dinâmicas e criativas, demonstrando
prazer em ensinar, em ministrar aulas, estimulando e contribuindo para o processo de
ensino-aprendizagem desses alunos.
A escola como um todo é um espaço onde acontecem as interações sociais
favorecendo a troca de experiências e opiniões. Contudo, é importante direcionar o
olhar à prática pedagógica do professor, e estar atento ao desenvolvimento dos alunos
com deficiência visual, pois cabe ao professor oferecer métodos diferenciados a esses
alunos. “O método é, em linhas gerais, um conjunto de técnicas de ensino,
cuidadosamente organizadas com um fim específico” (FREITAS, 2009, p. 15).
Freitas (2009) afirma que a sala de aula deve ser o lugar com o qual os alunos
se identifiquem, circulem livremente e tenham acesso aos materiais e informações.
Nessa perspectiva, o professor deve ser o principal responsável pela construção
desse espaço educativo, favorecendo a elaboração de saberes para os alunos com
DV.
Para Fernández (2001) o processo de ensino-aprendizagem envolve vínculos
entre quem ensina e quem aprende. Portanto, existe uma relação de troca entre
ambas as partes, ou seja, entre professor e aluno. O professor deve mediar as
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relações afetivas dentro da sala de aula, fazendo com que as crianças vivenciem o
afeto em seu cotidiano escolar.
Construir boas relações no ambiente escolar facilita o processo de construção
do conhecimento e, consequentemente, da aprendizagem de alunos com DV na
escola, o que faz do afeto uma ferramenta imprescindível para a prática pedagógica
do professor que busca incluir o aluno com DV no contexto educacional.
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devem acolher todas as crianças indiscriminadamente considerando em especial suas
diferenças.
Na sociedade historicamente entrelaçada de reminiscência cultural e de
práticas sociais segregadoras, a educação especial não tem se instituído como parte
do conteúdo curricular da formação basilar, ordinário, do docente; quase sempre é
vista como uma formação especial reservada àqueles que anseiam trabalhar com
alunos com necessidades especiais.
Analisar a legislação específica e compreender direitos e deveres sob a
responsabilidade dos poderes públicos quanto à normatização das leis de acesso aos
discentes com deficiência visual é primordial para a família. Reafirmando assim a
importância da qualificação dos educadores para a educação inclusiva, para que o
professor dinamize a interação entre os alunos com e sem deficiência visual no
ambiente escolar.
A família e a escola devem interagir conhecendo as dificuldades e buscando
novos recursos necessários para o bem estar e desenvolvimento de potencialidades.
Sendo de responsabilidade do poder público oportunizar e garantir as famílias,
assistência social e serviços que favoreçam a saúde física e mental dos indivíduos
envolvidos.
É de competência da escola, dos gestores e demais profissionais da educação
adequar o ambiente de ensino para atender de forma eficiente os alunos com
necessidades educacionais especiais, garantindo melhores condições para inserir o
aluno de forma consciente no processo sócio educacional.
Diante da complexidade do sistema que envolve o alunado, as ações de um
educador sozinho não atingiriam com excelência os principais objetivos da educação
inclusiva.
Um pressuposto frequente nas políticas relativas à inclusão supõe um processo
sustentado unicamente pelo professor, no qual o trabalho do mesmo é concebido
como o responsável pelo seu sucesso ou fracasso. [...] Porém, acreditar que este
objetivo possa ser alcançado apenas com a modificação destas práticas é uma
simplificação que não dá conta da realidade de nossas escolas. [...] A preparação
adequada de todo pessoal da educação constitui um fator-chave na promoção do
progresso em direção às escolas inclusivas (PAULON; FREITAS; PINHO, 2005, p.
09).
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É de competência do município e estado realizar o mapeamento e check-up da
demanda de sua população; orientar as instituições quanto às necessidades nelas
presentes e instigar o desenvolvimento de novos serviços necessários como promover
e dar publicidade através de ciclos de palestras; e cursos, com profissionais
especializados para informar, orientar e esclarecer a comunidade escolar sobre como
trabalhar com alunos com baixa visão e cegueira. Assim, somente com a qualificação
dos docentes e demais profissionais, a escola poderá ser considerada inclusiva
quando estiver estruturalmente e conjunturalmente organizada para oportunizar aos
alunos independentemente de suas diferenças um ensino com qualidade.
Com base no exposto, este estudo tem como objetivo analisar a literatura
existente e as políticas públicas direcionadas ao tema, bem como fomentar a
importância da qualificação dos educadores para a educação especial priorizando o
desenvolvimento da criticidade no ambiente escolar.
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pessoas com deficiência visual. E, por conseguinte descobriu que poderia aplicar
também nas diversas áreas do conhecimento.
O sistema Braille expandiu-se em todas as áreas, em razão das ações
conjuntas dos docentes e de evangelizadores, que desejavam tornar as Sagradas
Escrituras acessíveis aos deficientes visuais. Diante disso, perceberam a real
importância de haver uma uniformização da escrita Braille de forma global. Destarte,
em 1951 a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) criou seu código internacional oficial da escrita Braille e fundou o Conselho
Mundial Braille.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência visual iniciou durante o
Império, com criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1854, atual Instituto
Benjamin Constant (IBC).
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90, no artigo 55,
reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis
têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”
(BRASIL, 2007). Também nessa década, documentos como a Declaração Mundial de
Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) passam a
influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva (BRASIL, 2007).
As Diretrizes acrescentam o caráter da educação especial para isto o
atendimento educacional especializado suplementa ou complementa à escolarização,
no entanto, não há adoção eficaz de uma política de educação inclusiva na rede
pública de ensino no Brasil.
Somente em 1999, com o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89,
ao dispor sobre a Política Nacional para a Integração de indivíduos com deficiência,
determina que a educação especial como uma modalidade transversal atenda a todos
os níveis e modalidades de ensino, ressaltando a atuação complementar da educação
especial ao ensino regular.
A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas para o ensino, a
produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino,
compreendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa em todo o país.
Em 2004, o Ministério Público divulga o seguinte documento “O Acesso de Alunos
com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”, com objetivo de
difundir diretrizes de inclusão a nível global, reiterando a concepção sobre aos direitos
e os benefícios recíprocos da escolarização do educando com e sem deficiência no
ensino regular público e particular.
Com a promulgação do decreto 7.611 de 17 de novembro de 2011 dispõe sobre
a educação especial decreta no artigo 1° o dever do Estado com a educação das
pessoas público-alvo da educação especial será efetivado de acordo com as
principais diretrizes: garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis
preferencialmente no ensino regular, sem discriminação e com base na igualdade de
oportunidades; não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de
deficiência; garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas
adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais; em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão
plena. No Art. 9o As despesas decorrentes da execução das disposições constantes
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deste Decreto correrão por conta das dotações próprias consignadas ao Ministério da
Educação (BRASIL, 2007).
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Segundo Siaulys (2005) as crianças precisam brincar independentemente, de
suas condições de mobilidade física ou intelectual, pois com as atividades lúdicas
permitem a troca de experiência e socialização entre os que enxergam e os que não
enxergam, pois para toda criança é importante participar das brincadeiras em especial
as com deficiência visual. Brincando elas desenvolvem habilidades sensorias e
motoras passando a entrar em contato diretamente com as demais pessoas, ambiente
e por conseguinte elevando a auto-estima e interessando-se em aprender sendo um
indivíduo ativo.
Dentro da proposta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde se
inclui o atendimento do aluno com deficiência no que tange à orientação e mobilidade,
caberá ao professor especializado proporcionar a esse aluno o conhecimento dos
espaços da escola em que ele estiver trabalhando (GIACOMINI; SARTORETTO;
BERSCH, 2010, p. 08).
Para que a locomoção dos deficientes visuais ocorra de forma independente e
segura, pode ser usado variáveis ferramentas e técnicas. Os especialistas em
orientação e mobilidade são aptos e treinados especificamente para ensinar como se
locomover com segurança, confiança, utilizando a bengala longa, cão-guia,
equipamentos eletrônicos de forma independente em vários ambientes entre eles
escola, casa e comunidade.
Nas escolas, os colegas também poderão ser instruídos a guiar os colegas com
deficiência visual e com essa experiência os fará capazes de conviver e aceitar as
diferenças. Com as técnicas de auto-ajuda em ambiente interno permite o acesso dos
educandos de forma independente tanto na escola como também em ambiente
familiar, as técnicas de auto – ajuda são: proteção inferior; proteção superior;
rastreamento com a mão; enquadramento e tomada de direção; localização de
objetos; técnicas para o cumprimento e familiarização de ambientes. Para desenvolver
certas habilidade através das referidas técnicas, é necessário, conhecer pontos de
referência, pistas táteis, sonora, olfativa, medição, autofamiliarização, mapas tatéis,
orientação pelos pontos cardeais.
É importante ressaltar outros aspectos relacionados a orientação e mobilidade
para deficiente visual e outras deficiências especificamente como postura, andar,
equilíbrio, maneirismo (tiques), desenvolvimento motor, destreza de mobilidade.
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Para a avaliação dos alunos em alguns casos é recomendável a execução de
atividades orais, ou através da representação gráfica em relevo e na própria escrita
braile.
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REFERÊNCIAS
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