Cap 1 Material Complementar

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capítulo 1

Microbiologia

Material complementar

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Você Sabia?
Quando escrevemos o nome científico de qualquer ser vivo, como, por exemplo,
Streptococcus pneumoniae (bactéria), Homo sapiens (seres humanos) ou Plasmo-
dium vivax (protozoário), devemos observar algumas regras básicas.

O nome da espécie é binomial, ou seja, constituído de duas partes. A proposta da


nomenclatura partiu do sueco Carolus Linnaeus (1707-1778) e é adotada até hoje.

• O primeiro nome corresponde ao do gênero (p. ex., Homo), escrito com letra
inicial maiúscula. O segundo nome é o da espécie (p. ex., sapiens), escrito com
letra inicial minúscula. Portanto, o nome científico de uma espécie é composto
pelo gênero e pelo epíteto e essas formas não são usadas isoladamente.
• O nome científico é escrito em latim (não sofre alterações, pois é dita uma “lín-
gua morta”) com letra do tipo itálico ou grifado.

Como prevenir a ocorrência de micoses


Os fungos desenvolvem-se bem no calor e na umidade. Por isso, enxugue-se bem após o banho,
principalmente na região da virilha e entre os dedos dos pés. Procure não usar por muito tempo sa-
patos que abafem muito os pés, como tênis. Antes de frequentar piscinas, faça um exame médico
e, quando passar a frequentá-las, use chinelos de borracha. Prefira meias, calcinhas ou cuecas de
algodão, pois as de fibras sintéticas prejudicam a transpiração. Se observar coceira, descamação,
pequenas vesículas ou outras mudanças na pele, em especial nas bordas dos pés ou no espaço
entre os dedos, procure um médico dermatologista.

Conceitos importantes
Infecção: resultado da penetração e do desenvolvimento ou multiplicação de um
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patógeno no organismo de um hospedeiro.

Doença infecciosa: consequência das lesões causadas pelo agente infeccioso e


pela resposta do hospedeiro revelada por sinais, sintomas e alterações fisiológicas.

Doença infectocontagiosa: designação que implica a transmissão por contato


direto. Nem todas as doenças infecciosas são contagiosas (p. ex., malária e tétano).

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Doença transmissível: transmitida por seres humanos, por animais, por insetos,
pelo ar, pela água ou pelo solo.

IMPORTANTE
Doença sexualmente transmissível: doenças infecciosas transmitidas pelo con-
Nem toda doença
tato sexual. O uso de preservativo tem sido considerado a medida mais eficiente
infecciosa é contagiosa,
para prevenir a contaminação e para impedir sua disseminação. São exemplos sí-
mas toda doença
filis, herpes genital, HPV, granuloma inguinal, hepatite B e AIDS.
contagiosa é infecciosa.

Curso da doença
infecciosa no organismo
Reações do organismo

As reações do organismo do hospedeiro aos agentes infecciosos podem ter dife-


rentes intensidades, como descrito a seguir.

Colonização: simples colonização de microrganismos na pele e mucosas, sem


produzir infecção ou doença.

• Infecção: quando a reação do organismo é detectável por exames, mas sem


presença de sintomas.
• Doença: surgem os sintomas.
• Período de incubação: intervalo de tempo entre a exposição a um agente
infeccioso e o aparecimento de sinais e sintomas da doença. É muito variável,
desde algumas horas (cólera) até meses ou anos (hanseníase, AIDS).
• Período de transmissibilidade: intervalo de tempo no qual o agente infeccio-
so pode ser transferido direta ou indiretamente de um ser infectado para outro.
• Manifestação aguda e crônica: clinicamente a infecção pode ser aguda (p. ex.,
sarampo, rubéola) ou crônica (p. ex., tuberculose e hanseníase).

Agora é a sua vez!


Pesquise no seu município quais são os órgãos responsáveis pelo controle das doenças transmissíveis.

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Prevenção da infecção
hospitalar
Entre as medidas de prevenção da infecção hospitalar, destacam-se a lavagem das
mãos, as precauções para evitar a transmissão de agentes infecciosos e o rigor na
realização de técnicas assépticas.

Higienização das mãos: é fundamental contra a infecção hospitalar. Ela remove


a flora microbiana transitória presente na superfície da pele, impedindo que as
mãos dos profissionais de saúde transfiram microrganismos para os clientes. Deve
ser realizada por todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde e que
entram em contato direto ou indireto com os clientes. As mãos podem ser higie-
nizadas com o uso de água e sabão. Em situações especiais, podem ser utilizados
antissépticos, como o álcool gel, porém este não substitui a lavagem das mãos.

Figura 1.16 Higienização das mãos.


Fonte: Fabio Lavarone/iStock/Thinkstock.
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Técnicas assépticas
Técnicas assépticas reduzem ou eliminam a presença de microrganismos, propor-
cionando maior segurança ao cliente. O emprego de técnicas assépticas é funda-
mental no controle de infecção.

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Dentre as técnicas assépticas realizadas pelos profissionais de enfermagem, pode-
mos destacar o cateterismo vesical, a aspiração de vias aéreas e a punção venosa.

• Assepsia é o conjunto de meios empregados para impedir a penetração de mi-


crorganismos em local que não os contém. Pode ser:
• Assepsia médica: medidas de limpeza que diminuem a quantidade de micror-
ganismos capazes de produzir infecção.
• Assepsia cirúrgica: medidas para a eliminação dos microrganismos existentes
em determinada área, inclusive os esporos (técnica de esterilização). Também
consiste no emprego de técnicas com o objetivo de não propagar microrga-
nismos em local ou objeto estéril. Para tanto o profissional de enfermagem e a
equipe de saúde devem:
• Não falar, tossir ou espirrar sobre o material estéril;
• Não considerar estéril, pacotes úmidos, sem data e abertos anteriormente;
• Acondicionar os materiais esterilizados em armários próprios.
• Antissepsia: é o conjunto de meios empregados para impedir a proliferação dos
microrganismos. Para isso, são usadas substâncias químicas capazes de inibir o
crescimento e a proliferação dos microrganismos. Principais soluções: PVPI (poli-
vinipirrolidona Iodo), clorohexidina, Álcool 70%, Álcool Iodado, Nitrato de prata.

Doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs)
As DSTs são transmitidas essencialmente pelo contato direto, mantido por meio
de relações sexuais nas quais o parceiro ou parceira necessariamente porta a
doença, e indireto, por meio de compartilhamento de utensílios pessoais mal hi-
gienizados (roupas íntimas) ou manipulação indevida de objetos contaminados,
principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV.
Microbiologia

Os principais agentes patogênicos são os vírus, os fungos e as bactérias. As DSTs


acometem principalmente o público jovem, tanto de países em desenvolvimento
como industrializados, consequência de fatores como a promiscuidade (descuido)
individual com a saúde e a carência ou mesmo a falta de programas educativos.
Quando algumas DSTs não são diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir
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para complicações graves e até mesmo óbito. Durante a gestação, algumas DSTs
também podem ser transmitidas ao feto, causando importantes lesões ou mesmo
provocando a interrupção espontânea da gravidez.

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Em razão de suas características epidemiológicas, as DSTs devem ser abordadas
com ações de prevenção primárias, como a utilização de preservativos de forma
adequada em todas as relações sexuais. Para o controle das DSTs é fundamental a
existência de programas de prevenção e de uma rede pública de serviços básicos,
com unidades de saúde acessíveis para pronto-atendimento, com profissionais pre-
parados não só para o diagnóstico e o tratamento, mas também para o adequado
acolhimento e aconselhamento dos portadores de DSTs e de seus parceiros sexuais.

Algumas das principais DSTs


Sífilis: Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença com evolu-
ção crônica (lenta) com surgimento de um cancro duro (lesão) nos órgãos genitais
e posterior aparecimento de lesões espalhadas pelo corpo. Quando generalizada,
causa complicações cardiovasculares e nervosas, desencadeando nas mulheres o
aborto ou o parto prematuro.

Gonorreia: O contágio pela bactéria Neisseria gonorrheae provoca a inflamação


da uretra (canal urinário) e pode alastrar-se para outros órgãos, causando compli-
cações como artrite, meningite e problemas cardíacos.

Tricomona: Causada pelo protozoário do gênero Trichomonas Donne, atinge


principalmente os aparelhos digestório e genital, causando a inflamação do canal
vaginal, nas mulheres, e da uretra, nos homens.

Clamídia: O contágio pela bactéria Chlamydia trachomatis provoca inflamação


dos canais genitais e urinários. Nas mulheres, pode ocasionar a formação de abs-
cessos (obstruções com dilatação), infertilidade e dores pélvicas. Nos homens,
pode provocar esterilidade.

AIDS – Síndrome da imunodeficiência humana (HIV), transmitida por um retroví-


rus que destrói as células de defesa (linfócito T). Isso resulta na baixa imunidade
do organismo, que fica suscetível a outras infecções. Dentre os sintomas iniciais
destacam-se fadiga, febre, distúrbios do sistema nervoso central, inchaço crônico
dos gânglios linfáticos e surgimento de vesículas avermelhadas na derme.

Atividades
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1. De modo geral, o uso de preservativo, associado a alguns cuidados, impede o


contágio e a disseminação de doenças. Contudo, se não forem diagnosticadas e
tratadas corretamente, além do processo infeccioso, podem levar à infertilida-
de, surgimento de outras doenças oportunistas e até a morte. Quais ações de
prevenção devem ser adotadas para evitar as DSTs?
2. Cite quatro DSTs mais frequentes em seu município e seu respectivo agente
etiológico.

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3. Elabore um programa de educação para os jovens sobre como evitar as DSTs e o
que fazer quando identificar os primeiros sintomas da doença?
4. As doenças sexualmente transmissíveis podem ser causadas por bactérias ou
por vírus. Uma adolescente procura a unidade de saúde do bairro, referindo
estar apresentando verrugas na região genital há aproximadamente um mês.
Relata manter contato sexual com parceiro único e não usar preservativos du-
rante as relações.
a) Verrugas na região genital são sugestivas de qual DST?
b) Essa doença é causada por vírus ou bactéria?
c) Quais orientações devem ser dadas a essa jovem?

Risco biológico
Refere-se à possibilidade de contato do trabalhador com agentes infecciosos, os
quais podem causar doenças como tuberculose, hepatite, rubéola, herpes, AIDS,
meningite, entre outras.

Os profissionais de saúde estão sujeitos ao contato com microrganismos patogêni-


cos. Os acidentes ocorridos pela manipulação de material perfurocortante contami-
nado são os mais preocupantes, pois expõem os profissionais ao vírus da hepatite B
(doença mais incidente entre esses trabalhadores), da hepatite C e também da AIDS.
A exposição ocupacional também pode ocorrer pelo contato direto da pele e/ou
mucosa dos profissionais com sangue e/ou fluidos corporais do cliente.

Normas de segurança para prevenção


de acidentes de trabalho envolvendo
material biológico
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Os seguintes procedimentos devem ser adotados pelos profissionais de saúde


para evitar acidentes de trabalho, principalmente aqueles envolvendo material
perfurocortante:

• usar adequadamente os equipamentos de proteção individual (EPIs);


• nunca recapar agulhas;
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• descartar os materiais perfurocortantes em recipiente específico;


• manter atenção e concentração quando realizar procedimentos que envolvam
material perfurocortante;
• seguir ao disposto na NR32.

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PARA SABER MAIS
A seguir, algumas definições importantes:

Endemia: Ocorre quando uma doença está localizada em um espaço limitado denominado “faixa en-
dêmica”, ou seja, manifesta-se apenas em uma determinada região, não se espalhando para outras
comunidades. Existem algumas áreas endêmicas no Brasil. Por exemplo, na Amazônia, a febre amarela
e a malária são muito comuns. A dengue é outro exemplo de endemia, pois seus focos são registrados
em um espaço limitado, ou seja, ela não se espalha por toda uma região, ocorrendo apenas onde há
incidência do mosquito transmissor da doença.

Epidemia: Ocorre quando uma doença infecciosa e transmissível identificada em uma comunidade ou
região se espalha rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epidêmico. Com o
tempo e um ambiente estável, a ocorrência da doença passa de epidêmica para endêmica e, depois, para
esporádica.

Pandemia: É uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais con-
tinentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras. Para
que uma doença seja considerada pandemia, ela deve, além de se espalhar ou matar inúmeras pessoas, ser
infecciosa (p. ex., AIDS, tuberculose, peste, gripe asiática, gripe espanhola, tifo, etc.).

Agora é a sua vez!


Um profissional de enfermagem encaminha um cliente de 62 anos de idade para o setor de internação
para ser submetido ao tratamento de hipertensão. Ao realizar a punção venosa, a funcionária, que não
estava de luvas, se fere com a agulha que havia sido introduzida no cliente. Diante dessa ocorrência, assi-
nale a alternativa adequada:
a) Imediatamente, a funcionária deverá solicitar autorização de sua chefia para ir embora e tratar-se.
b) Limpar o local com álcool 70%, realizar nova punção no cliente e, após preenchimento da comunicação
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de acidente de trabalho (CAT), no plantão seguinte, comunicar sua chefia.


c) Lavar as mãos imediatamente, comunicar a chefia, realizar consulta no pronto-atendimento e dar se-
guimento ao protocolo instituído na Unidade para Acidentes Profissionais.
d) Lavar as mãos imediatamente e solicitar AZT para o início de tratamento profilático.
e) Lavar as mãos e continuar trabalhando, pois o Departamento Pessoal não quer saber de acidentes de
trabalho

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Atividades
1. Qual é a contribuição do técnico em enfermagem para diminuir a ocorrência da
infecção hospitalar?
2. No ambiente hospitalar, como o técnico em enfermagem deve manusear o ma-
terial esterilizado?
3. No ambiente hospitalar, diversos materiais esterilizados são manipulados com
técnica asséptica. Descreva a técnica que deve ser empregada para manusear
os seguintes materiais esterilizados: pacote de gaze, seringa descartável e agu-
lha descartável.
4. Após um acidente com moto, um jovem de 23 anos deu entrada no hospital
com quadro de politrauma. Ele está internado na UTI Geral há cinco dias. Co-
meçou a apresentar febre e secreção pulmonar. Este pode ser considerado um
quadro de infecção hospitalar? Justifique sua resposta.
5. Quando um cliente hospitalizado necessita de cateterismo vesical e de aspira-
ção endotraqueal, quais são os cuidados que o técnico em enfermagem deve
considerar ao realizá-los? Por quê?
6. A lavagem das mãos é importante em qualquer circunstância no ambiente hos-
pitalar. Justifique essa afirmação.
7. Como técnico em enfermagem, você participa, junto com a enfermeira da uni-
dade, de um grupo de jovens, sendo que a maioria dos participantes está na
faixa etária de 16 a 22 anos. O tema da semana a ser abordado é doenças sexu-
almente transmissíveis. Elabore uma apresentação sobre esse tema abordando
as principais DSTs, seus sinais e sintomas, os tratamentos e a prevenção.
8. Os clientes hospitalizados, principalmente aqueles em unidades de terapia
intensiva, são mais susceptíveis à infecção hospitalar. Justifique essa afirma-
ção.
9. Como o técnico em enfermagem deve atuar para evitar o risco de acidente com
material perfurocortante em sua prática profissional? Quais possíveis doenças
infecciosas podem ocorrer em caso de acidente?
10. Nos casos confirmados de rotavírus, herpes simples localizado, diarreia
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aguda, furunculose, infecção de ferida operatória, meningite meningocóci-


ca, tuberculose e rubéola, descreva quais precauções devem ser adotadas
e quais EPIs devem ser utilizados pelos profissionais de enfermagem para
cada patologia.
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11. Preencha o quadro abaixo relacionando as DSTs com seus agentes etiológicos
e a população de clientes afetada (grupo de alto risco).

DST Agente etiológico Grupo de risco Medidas preventivas

Gonorreia

Tricomoníase

Treponema pallidum

HIV

Papiloma vírus humano

Clamídia

12. A tuberculose é uma doença altamente contagiosa, causada pela bactéria


Mycobacterium tuberculosis. É transmissível por gotículas de saliva expelidas
ao tossir, espirrar e falar. Como você, profissional de saúde, deve orientar a co-
munidade na prevenção da tuberculose?
13. Uma criança de 18 meses chega ao hospital com quadro de gastroenterocolite
aguda (GECA). No dia seguinte, inicia com erupção cutânea sugestiva de rubé-
ola. Esse caso pode ser considerado infecção hospitalar? Podemos considerar
infecção comunitária? Justifique sua resposta.
14. Um morador de zona rural refere o hábito de palitar os dentes com capim,
muito comum nessa região. Queixa-se de falta de ar e cansaço. Nos exames,
constata-se diagnóstico de blastomicose sul-americana. Qual é o agente etio-
lógico dessa doença e a qual reino ele pertence? Quais são as orientações para
a prevenção dessa doença?
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