Breves Noções em Fisiologia Cardiovascular
Breves Noções em Fisiologia Cardiovascular
Breves Noções em Fisiologia Cardiovascular
Fisiologia
Cardiovascular
Jamile Haddad Neta
2023
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................... 04
Funções gerais do sistema cardiovascular............................................... 05
O sangue ................................................................................................. 05
Considerações anatômicas do coração ................................................... 08
A circulação pulmonar e sistêmica.......................................................... 10
Eletrofisiologia cardíaca........................................................................... 12
Ciclo cardíaco .......................................................................................... 15
Anatomofisiologia dos vasos sanguineos................................................. 19
Hemodinâmica......................................................................................... 22
Relação Pressão – Fluxo – Resistência .................................................... 23
Regulação da pressão arterial ................................................................. 24
Referências .............................................................................................. 26
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INTRODUÇÃO
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FUNÇÕES GERAIS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
O SANGUE
70 x 0,07=4,9 kg ou Litros
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Composição do sangue:
De modo geral, o sangue é composto por duas partes: os elementos figurados
(ou celulares) e elementos não figurados (representado pelo plasma).
As células (elementos celulares ou figurados), estão banhadas por um fluido
extracelular intravascular denominado plasma.
A cor vermelha do sangue se deve ao pigmento hemoglobina, contido no
interior das hemácias ou eritrócitos (as células vermelhas do sangue).
Componentes do Plasma
1. água
2. íons
3. moléculas orgânicas
- aminoácidos
- proteínas* (albuminas, globulinas, fibrinogênio)
- glicose
- lipídios
- resíduos nitrogenados
4. elementos traço e vitaminas
5. gases (CO2, O2)
Elementos Celulares
1. Células vermelhas do sangue (eritrócitos ou hemáceas): são as que
transportam o oxigênio.
2. Células brancas do sangue (ou leucócitos - leuco: branco; cito: célula): são as
células de defesa do organismo, e subdivididas em cinco tipos
linfócitos
monócitos
neutrófilos
eosinófilos
basófilos
3. Plaquetas: responsáveis pela coagulação do sangue.
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https://www.todamateria.com.br/sangue/
O Hematócrito (HT)
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pesadas, que por sua vez são recobertas pelo plasma que fica disposto na
parte superior do tubo.
Hematopoiese
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4 vasos: os vasos entram no coração - nos átrios - por meio das
veias, e saem do coração - nos ventrículos - por meio das artérias. A
veia do lado direito do coração é a veia cava, e a do lado esquerdo é
a pulmonar (tronco pulmonar). A artéria que sai do ventrículo direito
é a artéria pulmonar. E a que sai do ventrículo esquerdo é a artéria
aorta.
4 valvas: as valvas entre átrios e ventrículos são as
atrioventriculares. A valva atrioventricular do lado esquerdo tem duas
cúspides, portanto é a bicúspide (ou mitral). Já a valva do lado
esquerdo tem 3 cúspides, sendo, portanto, denominada tricúspide.
Temos também valvas entre ventrículos e artérias, sendo
denominadas semilunares por terem formato de meia lua. O nome
destas valvas é similar às respectivas artérias, sendo, portanto, valva
semilunar pulmonar no lado direito e valva semilunar aórtica do lado
esquerdo.
AD AE
Valva Valva
atrioventricular atrioventricular
tricúspide
VD VE bicúspide ou
mitral
| | | |
artéria pulmonar artéria aorta
Valva semilunar Valva semilunar
pulmonar aórtica
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A abertura e fechamento das válvulas é determinado por diferenças de
pressão.
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=8l-JOnGRxoM
CORAÇÃO
Átrio Direito Da veia cava O ventrículo direito
Ventrículo Direito Do átrio direito Os pulmões
Átrio Esquerdo Das veias pulmonares O ventrículo esquerdo
Ventrículo Esquerdo Do átrio esquerdo O corpo
VASOS
Veia cava Das veias sistêmicas O átrio direito
Artéria pulmonar Do ventrículo direito Os pulmões
Veia pulmonar Das veias dos pulmões O átrio esquerdo
Artéria Aorta Do ventrículo esquerdo As artérias sistêmicas
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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA
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2) Excitabilidade:
12
Fonte: Silverthorn (2010)
Fase 0: Despolarização
Fase 1: Repolarização rápida. A permeabilidade ao sódio começa a
diminuir, e o potencial começa a retornar ao seu nível de repouso
Fase 2: A repolarização é interrompida e se retarda, resultando em um
platô prolongado que dura mais de 100 ms. É aqui que ocorre a entrada
de cálcio do LEC para o interior da fibra pelos canais lentos de cálcio.
Fase 3: Segue-se novamente uma onda de repolarização, que é
completada com a saída de potássio
Fase 4: Finalmente o PR (potencial de repouso) é atingido.
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Tratos fibras
nodo
Nodo atriais feixe de Fibras de ventricula
atrioventri
sinoatrial especializa His Purkinje res
cular
dos comuns
O CICLO CARDÍACO
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- O sangue flui mais facilmente pela alça pulmonar do que pela alça sistêmica,
pois a pulmonar tem menor resistência ao fluxo. Por essa razão, o ventrículo
direito não tem de gerar tanta pressão para ejeção, e sua parede muscular é
acentuadamente mais fina do que a do VE.
- Apesar do fato de que tanto os átrios quanto os ventrículos se contraem e
se relaxam durante um batimento cardíaco, o termo sístole é reservado para
o período em que os ventrículos estão contraídos (fases 3 e 4), e o termo
diástole para o período no qual os ventrículos estão relaxados (fases 1, 2 e5)
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O início da contração ventricular eleva a pressão ventricular acima da
pressão atrial e as válvulas AV se fecham.
As valvas AV (atrioventriculares) se fecham para que o sangue não reflua
para os átrios. As vibrações geradas pelo fechamento das valvas AV criam a
1ª bulha cardíaca – o “tum” do tum-tá.
A sístole inicia no ápice do coração, fazendo com que as bandas musculares
empurrem o sangue em direção à base.
Contração isovolumétrica: Com as valvas AV e semilunares fechadas, o
sangue nos ventrículos não tem para onde ir. No entanto, o ventrículo
continua a contrair, apertando o sangue no interior da câmara. Enquanto
isso, os átrios estão iniciando a repolarização e a diástole.
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Quando a pressão ventricular cai a níveis inferiores aos das artérias, o
sangue começa a refluir para o coração.
Esse fluxo retrógrado faz com que as valvas semilunares se fechem. É a
segunda bulha cardíaca.
O ventrículo torna-se novamente uma câmara fechada, passando à fase de
“relaxamento isovolumétrico”.
FINALIZANDO
Quando as valvas semilunares se fecham, mais uma vez os ventrículos se
tornam câmaras isoladas.
Quando a pressão ventricular cai até ficar menor que a pressão atrial, as
valvas AV se abrem e o sangue flui para os ventrículos.
E assim sucessivamente...
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ANATOMOFISIOLOGIA DOS VASOS SANGUÍNEOS
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As artérias situadas próximas ao coração são ricas em fibras elásticas, o que as
tornam capazes de transportar o sangue sob alta pressão. Sua capacidade
elástica é, portanto, de fundamental importância entre os períodos de sístole e
diástole.
As artérias e as arteríolas adotam um padrão de fluxo sanguíneo do tipo
divergente (divergere: separar), ou seja, dividem-se sucessivamente e tornam-
se cada vez menores e mais numerosas. À medida que isso ocorre, tornam-se
cada vez mais musculares ao invés de elásticas. A presença do músculo liso
permite a contração (vasoconstrição), a qual reduz o diâmetro do lúmen do vaso,
e o relaxamento (vasodilatação), o qual expande o diâmetro do lúmen dos vasos.
Isso ocorre sob influência de muitas substâncias, tais como neurotransmissores
e hormônios. No entanto, na maioria dos vasos sanguíneos, o músculo liso
permanece, sob estímulo simpático, em um estado de contração parcial na
maior parte do tempo, caracterizando o que se denomina de “tônus muscular”.
Observe na figura acima que o vaso que possui a maior quantidade de
musculatura lisa em suas paredes é a arteríola. Essa característica histológica faz
com que as arteríolas sejam reconhecidas como vasos de resistência,
participando de forma importante na regulação da pressão arterial pelo fato
dessa musculatura alterar o diâmetro interno dos vasos: na vasoconstrição a
pressão arterial aumenta, e na vasodilatação a pressão diminui. A resistência
pode ser entendida como o impedimento ou dificuldade ao fluxo sanguíneo em
um vaso. Quanto maior a resistência, portanto, menor será o fluxo sanguíneo,
porém maior será a pressão do sangue no vaso.
Já os capilares se caracterizam pela ausência completa tecido elástico, fibroso ou
muscular em suas paredes. São os menores vasos do sistema circulatório e
possuem apenas a camada endotelial, e isso os tornam capazes de realizar a
importante função de trocas transcapilares, uma vez que a ausência de uma
parede espessa facilita a passagem das substâncias entre sangue e interstício.
Se o fluxo de sangue das artérias em direção aos capilares é divergente, de
capilares a vênulas ele adota um sentido convergente, dando origem a vênulas
que por sua vez confluem em veias que desembocam no coração. À medida que
a convergência prossegue, os vasos venosos vão progressivamente aumentando
seu diâmetro e incorporando elementos em suas paredes. Inicialmente a
musculatura lisa aparece na parede das vênulas, e posteriormente tecido
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elástico e fibroso. As veias são mais numerosas do que as artérias, e possuem
um diâmetro interno maior. Suas paredes são mais finas e com menor
quantidade de tecido elástico, daí a facilidade de expandirem quando repletas
de sangue. Por acomodarem grande volume de sangue, as veias são tidas como
o “reservatório” de sangue no organismo: de fato, mais da metade do volume
sanguíneo está contido nas veias. Por outro lado, a pressão sanguínea atinge os
mais baixos valores nas veias. Para facilitar o fluxo sanguíneo sob baixa pressão,
as veias situadas abaixo do coração são dotadas de válvulas internas em suas
paredes, garantindo assim o fluxo unidirecional do sangue. Quando a
musculatura no entorno dos vasos se contrai, como por exemplo a musculatura
da panturrilha, as veias são comprimidas, forçando a subida do sangue passando
pelas valvas. O fechamento das válvulas garante que o sangue passando por elas
não retorne, seguindo assim em direção ao coração. Este mecanismo é
conhecido como bomba muscular, ilustrado pela figura abaixo:
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HEMODINÂMICA
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RELAÇÃO PRESSÃO – FLUXO - RESISTÊNCIA
A pressão sanguínea pode ser definida como a força exercida por um líquido (no
caso o sangue) contra as paredes de um vaso. É expressa em milímetros de
mercúrio (mmHg).
A resistência ao fluxo sanguíneo é o impedimento ao fluxo sanguíneo em um
vaso, calculada indiretamente pela medida do fluxo e pela diferença de pressão
entre dois pontos do vaso: F=ΔP/R
Deste modo, a relação pressão – fluxo – resistência se estabelece da seguinte
forma: uma vez que o gradiente de pressão é diretamente proporcional ao fluxo,
quanto maior for a ΔP, maior será o fluxo. Por outro lado, sendo a resistência
inversamente proporcional ao fluxo, quanto maior a R menor será o fluxo.
A tabela abaixo demonstra a resistência imposta ao fluxo sanguíneo pelos
diferentes vasos e, como consequência, a variação da pressão arterial média
(PAM). Nota-se que a pequena resistência nos capilares (arteriais e venosos) e
pequenas veias causa, também, pequena queda da PAM; de forma análoga à
aorta e aos grandes vasos arteriais, a cava e as grandes veias oferecem pequena
resistência ao fluxo sanguíneo, e, conseqüentemente, induzem pequena queda
da PAM.
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Fonte: Salgado (2009)
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autônomo, responsável pela resposta motora do músculo liso vascular
frente às alterações pressóricas.
O reflexo barorreceptor atua sempre que ocorre alterações na PA. Na
hipertensão, e os receptores no arco aórtico e seios carotídeos detectam
a alteração e enviam sinais de aumento de pressão para o centro
vasomotor, que por sua vez ativa o sistema nervoso autônomo
parassimpático e desativa o componente simpático. A ativação do
parassimpático irá reduzir a força de contração e a frequência cardíaca,
enquanto a desativação do simpático conduz à vasodilatação com
consequente redução da resistência periférica. Esta ação conjunta ajusta
rapidamente a pressão ao seu valor normal. Por outro lado, se ocorre
hipotensão, os barorreceptores detectam essa redução e enviam os sinais
aferentes ao centro vasomotor. Este, por sua vez, desencadeia a ativação
do simpático e desativação do parassimpático. Tais efeitos promovem, no
coração, o aumento da força de contração e da frequência cardíaca. Nos
vasos promove vasoconstrição periférica e consequente aumento da
resistência periférica total. O resultado é o aumento da pressão até seus
valores normais.
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entrada de sódio nos vasos, a água segue seu movimento, o que induz ao
aumento da volemia e consequentemente o aumento da pressão arterial
até os níveis normais.
REFERÊNCIAS
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia cardiovascular. In: SILVERTHORN, D. U.
Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. São Paulo: Artmed, 2010.
p. 467-510.
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