A Guerra Secreta Contra A Russia Soviética - Capitulo XVIII
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O papel de Yagoda na conspirao a princpio era conhecido unicamente dos trs lderes mximos das direitas: Bukharin, Rikov e Tomslcy. Em 1932, quando o bloco das direitas e trotskistas se formou, Yagoda conheceu tambm a Pyatakov o Krestinsky. Como vice-diretor da O GPU, Yagoda podia proteger os conspiradores e impedir que fssem descobertos e presos. "Eu tomei tdas as medidas, no decurso de numerosos anos", declarou le mais tarde, "a fim de proteger a organizao, particularmente o seu Centro, para que no fosse descoberta." Yagoda nomeava membros do bloco das direitas e trotskistas para agentes especiais da OGPU. Dsse modo, numerosos agentes dos S. S. estrangeiros puderam penetrar na polcia secreta sovitica e, sob a proteo de Yagoda, desempenhar atividades de espionagem para os seus respectivos governos. Os agentes germnicos, Pauker e Volovitch, que efetuaram a priso de Zinoviev e Kamenev, foram indicados OGPU pelo pprio Yagoda. "Eu os considerava", disse mais tarde, referindo-se aos espies estrangeiros, "como uma fra valiosa pra a realizao dos planos conspirativos, particularmente par manterem ligaes com os S. S. estrangeiros." Em 1934, antes do assassnio de Kirov, o terrorista Leonid Nikolayev foi apanhado pelos agentes da OGPU em Leningrado. Em seu poder encontraram um fuzil e um mapa com o caminho que Kirov percorria diriamente. Quando 1 Yagoda foi notificado da pris" 1 ' " rojetz, assistente da OGPU tasse o terrorista sem interrogatrio. Zaporojetz era um dos homens de Yagoda. Fz o que lhe tinha sido indicado. Poucas semanas depois, Nikolayev assassinou Kirov. Mas o assassnio de Kirov era apenas um dos numerosos assassnios realizados pelo bloco das direitas e trotskistas com o apoio direto de Henry Yagoda... Atrs de seu exterior calmo e bom, Yagoda escondia uma ambio irrefrevel, ferocidade e astcia. Com as operaes secretas do bloco das direitas e trotskistas que dependia cada vez mais de proteo, o vice-diretor da OGPU comeou a considerar-se pessoalmente como a figura central e o personagem dominante de tda a conspirao. Yagoda tinha sonhos de tornar-se o Hitler da Rssia. Lera o Mein Kampf. " um livro utilssimo" contou ao seu dedicado secretrio Pavel
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Bulanov. le impressionara-se particularmente, segundo disse, pelo fato de Hitler "ter-se elevado da condio de sargento do homem que era ento." O prprio Yagoda comeara a sua carreira como sargento do exrcito russo. Yagoda tinha as suas idias pessoais acrca da modalidade de govrno que devia ser instaurado depois da queda de Stlin. sse govrno deveria ser modelado pelo da Alemanha nazista, comunicou a Bulanov. Yagoda seria o chefe; Rikov substituiria Stlin como secretrio do Partido reorganizado; Tomsky seria o chefe dos sindicatos, que seriam submetidos a estrito contrle militar, como os batalhes de trabalhadores nazistas; o "filsofo" Bukharin, como pretendia Yagoda, haveria de sor o "Dr. Ooobbcls." Quanto a Trotsky, Yagoda mio estava certo se permitiria o seu rotmo l HinnIu, Dependeria das circunstncias. Enquanto isso, entTclimlo, eitavu disposto a se utilizar de Trotsky em iiogocInyocN com u Alcmarilm o o Jnplo. O golpe do estado, (IImnc Yagoda, deve coincidir com o rompimento da gtiorra conlm u Uniu Sovitica. "Todos os meios sero aproveitados para consumao dsse golpe ao armada, provocao c mesmo prises. H ocasies em que preciso agir devagar o muito cautelosamente, e h ocasies em que preciso agir rpida e sbitamente." A deciso do bloco da.s direitas o trotskistas de adotarem o terrorismo como arma poltica contra o regime sovitico tinha o endsso do Yagoda. A deciso foi-lhe comunicada pelo antigo soldado o funcionrio do secretariado do Kremlin, Y. S. Yenukidzo, quo em o organizador do terrorismo das direitas. Yagoda tinha s uma objeo. Os mtodos terroristas empregados pelos conspiradores pareciam-lhe extremamente primitivos e perigosos. For isto passou a procurar meios mais sutis de assassnio poltico do que as bombas, punhais e balas dos assassinos tradicionais. A princpio, experimentou o veneno. Montou um laboratrio secreto e ps vrios qumicos em ao. Seu desejo era descobrir um mtodo de matar que no deixasse vestgio. "Assassnio com garantia, era o que Yagoda desejava. Mas os prprios veneqos eram muito imperfeitos. Sem perda de tempo, Yagoda desenvolveu sua tcnica prpria e
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especial de assassnio. Recomendou-a como uma arma perfeita para o lderes do bloco das direitas e trotskistas. " simplssimo", disse. "Uma pessoa cai doente naturalmente, ou fica doente por algum tempo. Os que o cercam acostmam-se com a idia, que acham natural, de que o paciente ou morrer ou se restabelecer. O mdico que trata do paciente quer facilitar ao mesmo os meios de recuperar a sad e . . . Ento? O resto questo de tcnica." O que faltava era achar os mdicos adequados. o
2.
O assassnio de Menjinsky
O primeiro mdico que Yagoda envolveu no seu projeto original de assassnio foi o Dr. Leo Levin, homem corulento, de meia-idade, obsequioso, que gostava de gabar-se e desintersse por coisas polticas. O Dr. Levin era o mdico de Yagoda. O mais importante para Yagoda era o fato de ser o Dr. Levin um membro proeminente do corpo mdico do Kremlin. Entre os seus pacientes regulares havia numerosos lderes soviticos destacados, inclusive o superior de Yagoda, Viacheslav Menjinsky, diretor da OGPU. Yagoda comeou dispensando atenes especiais ao Dr. Levin. Mandava-lhe vinhos importados, flres para a sua senhora e vrios outros presentes. Ps uma casa de campo, desimpedida, disposio do doutor. Quando o Dr. Levin viajava para o exterior, Yagoda permitia-lhes que trouxesse compras feitas fora do pais sem pagar os impostos regulares. O mdico sentia-se envaidecido e um tanto embaraado com essas atenes desusadas de seu cliente. Devido a essas maquinaes o insuspeitoso Dr. Levin aceitara o que equivalia a subrno e cometera pequenas infraes das leis soviticas. Ento Yagoda chegou claramente ao ponto. Contou ao Dr. Levin que um movimento de oposio secreta, do qual era um dos lderes, estava s portas do poder na Unio Sovitica. Os conspiradores, disse Yagoda, precisavam dos seus servios. Certos lderes soviticos, entre os quais alguns clientes do Dr. Levin, tinham de ser eliminados. "Convena-se", disse Yagoda ao mdico aterrorizado, "que no pode deixar de me obedecer, no pode desvencilhar-se
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de mim. J que eu confiei em voc para essa tarefa, voc ter de execut-la. No diga nada a ningum acrca dsse assunto. Ningum lhe dar crdito. No acreditaro em voc, mas em mim." Yagoda acrescentou: "Vamos interromper por hoje esta conversa: pense nisto em sua casa, e espere que eu o chamarei dentro de poucos dias." O Dr. Levin descreveu posteriormente a sua reao s palavras de Yagoda e afirmou: "Eu no podia exprimir a minha reao psicolgica. Como era terrvel para mim ouvir uma coisa dessas!... Creio que isso est claramente entendido. E depois, a incessante angstia mental... le acrescentara: "Voc sabo quem 6 quo lhe est falando, do quo instituio sou chefe." Hcpotiu que a minha recusa significaria a mina para mim o para minha famlia. Conclu que titio liavia outro moio sonfio o de submeter me." O J)r. Levin ajudou Yagoda a arrolar os servios de outro mdico quo tambm tratava freqentemente do Menjinsky, fisso medico era o Dr. Ignaty N. Kazakov, cujos mtodos teraputicos pouco ortodoxos foram motivos de acesa controvrsia os crculos mdicos .soviticos durante o como de 1930. O Dr. Kazakov proclamou quo descobrira um remdio quase infalvel para urna grande lista do enfermidades por meio de uma tcnica especial que lo denominava "lisatoterapia." O diretor da OGHJ, Menjinsky, quo sofria de angina pectoris e asma brnquica tinha grande f nos tratamentos de Kazakov e submetou-so a eles regularmente (67.)
(67) Aos 23 de dezembro <1 1043, o Dr. Henry E. Sigerrist, professor de Histria da Medicina na Universidade de Tohns Hopkins e extraordinria autoridade americana cm Histria da Medicina, escreveu aos autores dste livro acrca do Dr. Ignaty N. Kazakov: "Passei um dia inteiro com o Professor Ignaty N. Kazakov em sua clnica em 1935. Era um homem enorme com uma juba selvagem, parecendo mais um artista do-que um cientista e dando a impresso de um cantor de pera. Falando, dava a sensao de um gnio ou de um louco. Dizia ter descoberto um novo mtodo de tratamento a que le chamava lisatoterapia, mas recusava revelar cemo eram preparados sses lisatos com os quais tratava grande variedade de pacientes. le motivava a sua
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Segundo instrues de Yagoda, o Dr. Levin foi ver o Dr. Kazakov e lhe disse: Menjinsky um cadver ambulante. Voc est perdendo o seu tempo. Kazakov olhou o seu colega com espanto. Tenho que falar com voc em particular disse Levin. "Sbre a sade de Menjinsky.. Depois Levin chegou ao ponto. Pensei que voc fsse mais sagaz. Voc ainda no me compreendeu disse estou surprso de voc ter empreendido o tratamento de Menjinsky com tanto zelo e de lhe ter melhorado a sade. Voc nunca devia ter-lhe possibilitado o regresso atividade. Em seguida, ante o pasmo e horror de Kazakov, Levin continuou: Voc deve observar que Menjinsky atualmente um "cadver", e, restaurando a sua sade, dando-lhe possibilidade de voltar a trabalhar, voc est-se opondo a Yagoda, Menjinsky est no caminho de Yagoda que est interessado em elimin-lo o mais cedo possvel. Yagoda um homem que no se detm diante de coisa alguma. Levin acrescentou: Nem uma palavra sbre isto a Menjinsky! Estou avisando-lhe, porque se transpirar alguma coisa, Yagoda acabar com voc. Voc no escapar, esconda-se onde se esconder. Mesmo que se enterrasse, Yagoda o apanharia. Na tarde de 6 de novembro de 1933, Kazakov recebeu um* chamado urgente da casa de Menjinsky. Quando chegou casa do diretor da OGPU, deu com um cheiro pesado e sufocante de terebentina e tinta. Dentro de alguns minutos comeou a sentir falta de ar. Um dos secretrios
recusa com o argumento de que o mtodo poderia ser desacreditado caso fsse usado sem cautela e indiscriminadamente por outros, antes do ser inteiramente comprovado. As autoridades sanitrias soviticas tiveram no caso uma atitude muito liberal e deram tdas os facilidades clnicas o laboratrios para le experimentar e desenvolver o seu mtodo. "O Professor Kazakov esperava a minha visita e no dia em que cheguei estava rodeado de grande nmero de clientes para fazer-me demonstraes. Foi um espetculo que me causou multo m impresso. Eu vira curas miraculosas operadas por charlates em outros pases... Poucos anos depois evidenciou-se que o seu mtodo no servia e que le no era apenas doido, mas criminoso."
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do Menjinsky informou de que a casa tinha sido pintada "' ' " adicionado tinta "uma subs pintura secasse mais depressa.' .A . A :ial" que causava o cheiro pungente e destruidor. Kazakov subiu. Encontrou Menjinsky em grande aflio. Sua condio brnquica tinha sido terrivelmente agravada pelos vapres. Estava em completo desalinho, com o rosto e o corpo inchados, mal podendo murmurar. Kazakov auscultou-o. Sua respirao era difcil e arrancada, com exalao grandemente prolongada, caracterstica de um srio ataque de bronquite asmtica. Kazakov imediatamente lhe aplicou uma injeo para reabilit-lo. Depois escancarou tdas as janelas do quarto o mandou o secretrio abrir tdas as portas o janelas da casa. Gradualmente o cheiro desapareceu. Kazakov permaneceu com Menjinsky ut o mesmo sentir-se melhor, Quando passou o ataque, voltou paru eusu. Apenas entrara cm tia casa o (detone tilintou. Km um chamado do O < i, dii 0(!l'U. Ka/akov foi informado de quo Henry Yugodu desejava v * lo Imediatamente. Um carro < j estava a caminho pura levA lo ao escritrio de Yagoda... Hcm, como sielut que vai a sade do Menjinsky? foi a primeira coisa quo Yagoda lhe perguntou quando se encontraram a ss no gabinete. O pequeno, elegante o moreno - vice-diretor da OCPU eslava sentado dirs de sua escrivaninha, analisando friamente n expresso de Kazakov. Kazakov replicou que com u ronovuio dos ataques asmticos, o estado do Menjinsky era grave. Yagoda calou-se por um instante. Voc falou com LovitiP Sim, falei replicou Kazakov. Yagoda levantou-se abruptamente de sua cadeira e comeou a andar em frente da escrivaninha. Sbitamente, voltou-se, exclamando furiosamente; Por que hesita? Por que no age? Quem mandou voe se intrometer nos negcios dos outros? .1 O que pretende de mim? perguntou Kazakov. Quem pediu a voc que desse auxlio mdico a Menjinsky? disse Yagoda. Voc est perdendo tempo toa. A sua vida no tem utilidade. le atrapalha tda gente.
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Ordeno-lhe que colabore com Levin para descobrir um mtodo de tratamento pelo qual seja possvel dar um fim, o mais rpido possvel, vida de Menjinsky! Depois de uma pausa, acrescentou: Advirto que se tentar desobedecer-me, terei meios para liquid-lo. Voc no me escapar . . . Para Kazakov, os dias que seguiram foram cheios de terror. Voltou para o seu trabalho como que alucinado. Deveria ou no relatar o que sabia s autoridades soviticas? A quem poderia falar? Como poderia assegurar-se de no estar falando com um dos espies de Yagoda? Levin, que o viu freqentemente durante sse perodo, narrou a Kazakov a existncia de uma vasta conspirao surda contra o governo sovitico. Famosos e poderosos funcionrios como Rykov e Pyatakov estavam metidos na conspirao; brilhantes escritores e filsofos como Karl Radek e Bukharin tambm se tinham aliado a ela; atrs havia elementos do exrcito. Se Kazakov prestasse algum servio valioso Yagoda se lembraria disso quando estivesse no poder. Havia uma guerra secreta que se processava, dentro da Unio Sovitica, e os mdicos tanto como outras pessoas, tinham de tomar partido... Kazakov sucumbiu. Comunicou a Levin que executaria as ordens de Yagoda. Eis, segundo as prprias palavras de Kazakov, qual a tcnica que le e o Dr. Levin usaram para o assassnio do Diretor da OGPU, Viacheslav Menjinsky: "Encontrei-me com Levin e juntos elaboramos o programa que consistia no seguinte. Primeiro: os produtos da decomposio hidroltica de albumina possuem a propriedade de estimular o efeito dos medicamentos. Segundo: os lisatos aumentam a sensibilidade. Aproveitamo-nos dessas duas pronriedades. Terceiro, tiramos proveito das peculiaridades do organismo de Menjinsky, da combinao da bronquite asmtica e angina pctoris. fato muito conhecido que no caso ae tuna bronquite asmtica a chamada seco parassimptica do sistema nervoso vegetativo se excita. Da, nos casos de bronquite asmtica, prescrevem-se substncias que excitam a seco correspondente, isto , o simptico, a glndula tireide. Esse preparado o extrato da glandula supra-renal, um
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preparado do stratum, medular. No caso da angina pctoris exatamente a seco simptica que parte v ' * 1 gnglio sin '" principal veitamos... Gradualmente, introduzimos uma srie de preparados, enquanto deixamos outra de reserva... Foi necessrio introduzir numerosos estimulantes cardacos digitalis, adnis, atrofanto que estimulavam a atividade do corao. sses medicamentos eram ministrados na seguinte ordem: primeiro, lisatos; depois, um intervalo no tratamento cio lisatos; finalmente, estimulantes cardacos. Como resultado dsse tratamento, um dchilitamcnto peru!,.." Na noite de 10 de mulo de H V Menijnsky morreu. KI O homem que lomou o seu lujjur como chefe da OGPU foi Henry Yagodu. "Nej',0 <|iie ciitmmlu u muito de Meitjinsky eu tenha sido guiado por motivos de odeni pessoal', confessou Yagoda depois. "Ku almejava o pslo de chefe da OClHi, no por considerao pessoal, ni.is no InterAsso de nossa organizao conspirativa."
3.
A lista de assassnios do bloco das direitas o trotskistas inclua os seguintes altos lderes soviticos: Stlin, Vorchilov, Kirov, Menjinsky, Molotov, Kuibyehev, Kaganovitch, Grki e Jdanov. sses homens viviam todos vigiados. O govmo sovitico tinha longa e dura experincia de trato com os terroristas e por isto no facilitava. Yagoda sabia disso perfeitamente. Quando o organizador terrorista da direita, Yenukidze, lhe comunicou a deciso do Centro Terrorista Trotskista-Zinovievista de cometer o assassnio de Sergei Kirov, Yagoda a princpio observou, segundo suas palavras: "Exprimi a minha apreenso de que um ato direto de terrorismo poderia expor no s a mim mesmo, mas a organizao inteira. Mostrei a Yenukidze como
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a morte de Menjinsky tinha sido levada a cabo com o auxlio dos mdicos. Yenukidze replicou que o assassnio de Kirov devia ser realizado como tinha sido planejado, que os trotskistas e zinovievistas tinham tomado a incumbncia dsse crime, e que era tarefa nossa no lhe opor obstculos. Quanto ao mtodo seguro de matar com o auxlio dos mdicos Yenukidze disse que brevemente o Centro discutiria a questo, para saber exatamente quais dos membros do Partido e do govrno poderiam, em primeiro lugar, ser liquidados por sse mtodo." Um dia, pelo fim de agsto de 1934, um jovem membro secreto da oposio de direita foi convocado ao gabinete de Yenukidze no Kremlin. Seu nome era Venyamin A. Maximov. .Em 1928, quando estudante, Maximov freqentara a "Escola Marxista Especial" que Buldiarin dirigia em Moscou. Bukharin o tinha recrutado para a conspirao. Jovem sagaz e inescrupuloso, Maximov fra cuidadosamente treinado pelos lderes de direita e, depois de formado, estivera em vrios postos de secretaria. Na ocasio em que foi chamado ao gabinete de Yenukidze, Maximov era o secretrio pessoal de Valerian V. Kuibychev, diretor do Supremo Conselho de Economia Nacional, membro do Bureau Poltico do Partido Comunista, e ntimo amigo e colaborador de Stlin. Yenukidze informou Maximov que "enquanto outrora as direitas pensavam que o govrno sovitico poderia ser derribado com a organizao de certas camadas anti-soviticas mais esclarecidas da populao, e particularmente os kulaks, agora a situao mudara... e era necessrio roceder a mtodos mais ativos para apoderar-se do govrno.' Yenukidze descreveu as novas tticas da conspirao. De acrdo com os trotskistas, disse le, as direitas tinham adotado a deciso de eliminar numerosos de seus adversrios polticos por meios terroristas. Isso deveria fazer-se "arruinando a sade dos lderes." sse mtodo, disse Yenukidze, era "o mais conveniente porque a morte pareceria o infeliz resultado de uma enfermidade grave e dste modo possibilitaria a camuflagem da atividade terrorista das direitas." Yenukidze acrescentou que j estavam sendo feitos preparativos para isso. Contou a Maximov que Yagoda estava
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atrs de tudo isso, protegendo os conspiradores. Maximov, como secretrio de ltuibychev, devia ser utilizado no assassnio do diretor do Supsemo Conselho de Economia Nacional. Kuibychev sofria de grave condio cardaca, e os conspiradores projetaram tirar partido disso. Maximov, diante dessa tarefa, demonstrou hesitao. Poucos dias depois, Maximov foi chamado novamente ao ibinete de Yenulddze. Dessa vez, enquanto o assassnio de uibychev foi discutido com mais pormenores, havia outro homem sentado num canto da sala. No proferiu palavra durante a conversao tda; mas o simples fatc de sua presena chamou a ateno de Maximov. O homem era Henry Yagoda... O que esperamos de vnc disso Yemilcidze a Maximov, ", primeiro, que d aos mdicos do Yagoda a oportunidade do ficarem vontade para atender ficqliontemente ao paciento, <!o sorte que uflo huju empecilhos nas suas visitas; e, em ejundo fu^ar, nn casu de recada grave ou ataques nfio lejam chamados outros mdlctis." Pelo outono do 1904. a sado de Kulbvchcv sfibitamen-
Levin descreveu mula tardo a t&nicu que, sob instruo de Yagoda, empregou durante a onfonnidauo do Kuibychev: "O ponto viiltiorvol dn J C I I organismo era o corao, e foi ai que trabalhamos. Sabamos que o seu corao estivera em oondlfto lastimvel durante tempo considervel. lo sofria de uma afeco dos vasos cardacos, miocardite, e Unha leves ataques de angina pctoris. Em tais casos, 6 preciso poupar o corao, evitar estimulantes poderosos, que acelerariam excessivamente a atividade do corao e o levariam gradualmente ao debilitamento... No caso de Kuibychev, administramos estimulantes para o corao, sem intervalos, por um perodo prolongado, at o tempo de sua viagem Asia Central. De agsto at setemcnna e outros estimulantes cardacos. Isso intensificou e amiudou os ataques de angina pctoris."
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s duas da tarde de 25 de janeiro de 1935, Kuibychev teve um violento ataque no seu gabinete no Conselho dos Comissrios do Povo om Moscou. Maximov, que nessa ocasio estava com Kuibychcv, tinha sido prevenido pelo Dr. Levin do que num caso como aqule, o correto seria fazer Kuibychev'deitar-se e permanecer em absoluto repouso. Maximov ra prevenido de que a sua incumbncia seria fazer que Kuibychev fizesse exatamente o contrrio. E persuadia o doente a que andasse em demanda de sua casa. Plido como um cadver e movendo-se com extrema dificuldade, Kuibychev deixou o seu gabinete. Maximov chamou rontamente Yenukidze e contou-lhe o que acontecera. O ler da direita instruiu Maximov para que permanecesse calmo e no chamasse mdico. Kuibychev fez penosamente a caminhada do edifcio do Conselho dos Comissrios do Povo at a sua casa. Devagar e com crescente mal-estar, subiu a escada para o seu apartamento no terceiro andar. Sua criada veio encontr-lo porta, e ao v-lo, telefonou imediatamente para o gabinete, avisando que le necessitava de cuidados mdicos urgentes. Mas na ocasio em que os mdicos chegaram, Valerian Kuibychev tinha morrido.
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"Grki um homem muito ligado ao govmo" disse Yagoda ao Dr. Levin, "um homem muito dedicado poltica realizada no pas, muito dedicado pessoalmente a Stlin, um homem que nunc^ andar por onde andamos. Alm disso, voc sabe qual a autoridade das palavras de Grki tanto no pas como alm de nossas fronteiras. Voc conhece a influncia que le exerce-e quanto prejuzo causa ao nosso movimento pelas suas palavras. Voc precisa concordar com isso e colher os frutos mais tarde, quando o novo govmo assumir o poder." Como Levin demonstrasse alguma perturbao ante essas instrues, Yagoda continuou: "Nao h necessidade de sobressaltar-se. Voc deve compreender auo isso inevitvel, que uma necessidade histrica, um OirtAglo por quo tem de passar a rovoluo, o voc pawar por le Junto conosco. Voc h do sor umn taxtomunlin dUio o no* lid ilu ajudar com todos oi melro quo oulvorrm sun dhpo*lfio." (65.)
(fK) A <l"polt(i (lo Uladn, OAfVl nrn IKIIIUIO P temido |Kilo JrntskUlJi*, .Sr.rtfoi Hrwoiiov, menanupin Irulnkfut. rolntou que ( nin jnllio (lo JIM4. Trobky )|,e ilbaiwi '"UArkl inuUo Intimo tln Stlin. lo doscmponlut nm M|>O| ou'r|H'ioim| eonqtiMimdn a nlmpallH |irn n URSS nntro A oplnifto (lomoorAtlrH ilo uiuiul o U|k-I lliiinuln im Kuropn Ocidental . . . N O M O antigo* iloltm un InplHnfititniu eslAn dosortando o;n mossa sol a Influencia <! f^Arki. l>tl < ud-cuhlnilp il* < Y>rki ser elii minado. Trnnnmlla n t i inlnvlo n Pynlnknv nu forniu mitii categrica: Grki precisa *er fUkninrnfa erinrtuiinido, ciuln o pin eiintar." Os cinlgrpdo ruiuoi fnaelsla* p tPirmUloj. quo trabalhavam com os nazistas, tinham tiiml>m ralmndo Crkl nu !l*ln doa Hsloros soviticos quo planejavam malar. A I tio novembro do 1034, o nmero d e Za Rosshju, rgo da LiffA Nacional lloia da Nova Rogonarnfio, publicado em Belgrado, lucailAvla, declarou: "Klrov em l^olngrado precisa ser liquidado. Tambm proolmino* eliminar Kousior o Postychev no ii da Rssia. Iim&os fnicLitnj, $o n l o conseguem apanhar Stlin, matem Grki matem o poeta Domyan Binni, matem a g a n o v i t c h . . .
O motivo que Yagoda tinha nora aunsilnitr o filho de Grki, Pechkpv, no era apenas poltico. Anteriormonto ao crime, Yagoda comunicou aos conspiradores que a morto de Pochkov seria um "golpe, pesd^: para Grki, c que o reduzfrli a um "vollio desesperado. Mas no seu julgamento em 1933, Yagoda pediu permissSo Crte para no rev& lar, pblicamente as suas razCcs por ter assassinado Pechkov. Yagoda solicitou que L e fAsse permitido dar o seu depoimento em uma das h sesses n comera. O tribunal atoadou ao pedido. O Embaixador D^wies, no seu livro Misso em Moscou d uma possvel explicao pr' o crime contra Fcbkov: " m trno disso corre a lenda de crae YagoE da... se apaixonara.pela jovem o linda mulher'de GrJd...
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Pechkov foi morto antes de seu pai. Levin disse mais tarde: "Havia trfis sistemas no sou organismo que podamos aproveitar muito fcilmente. Eram: o sistema excepcionalmente excitvel crdio-vascular, seus rgos respiratrios, herdados de seu pai, no que sofressem do tuberculose, mas porque muito fracos, o finalmente o sistema nervoso vegetativo. Mesmo uma pequenina quantidade de vinho afetava o seu organismo, e apesar disso le bebia grande quantidade . . . Levin trabalhou metdicamente no debilitamento do organismo de Pechkov que em meados de abril de 1934, apanhou srio-resfriado. Atacou-o a pneumonia. Quando parecia que Pechkov ia recobrar a sade, Yagoda ficou furioso. "Diabo", exclamou le, "les so capazes de matar gente s e no sabem liquidar um homem doente!" Mas finalmente, graas aos esforos de Levin, chegou-se ao resultado almejado. Como le mesmo confessou: "O paciente se debilitara extremamente. Seu corao estava em condies abominveis; o sistema nervoso, como sabemos, desempenha um papel tremendo durante distrbios infecciosos. le estava totalmente enfraquecido e a enfermidade se agravava. O progresso da doena acentuou-se porque foram eliminados os medicamentos capazes de proporcionar benefcio ao corao, enquanto que, ao contrrio, eram aplicados os que enfraqueciam. E finalmente... aos 11 de maio le morreu de pneumonia." Mximo Grki foi assassinado por mtodos semelhantes. Durante 1935, as viagens freqentes de Grki fora do Moscou subtraram-no s mos do Dr. Levin, salvando-o temporriamonto. Depois, no como de 1936, chegou a oportunidade esperada. Grki contraiu uma gripe sria om Moscou. Levin deliberadamente agravou a condio de Grki e, como no caso de Pechkov, sobreveio a pneumonia. Pela segunda vez, o Dr. Levin matou um seu paciente:
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"Com respeito a Alexei Maximvitch Grki, a conduta foi a seguinte: usar medicamentos normalmente indicados, contra cujo uso no podia levantar-se suspeita, e que podiam ser usados para estimular a atividade cardaca. Entre esses medicamentos havia cnfora, cafena, cardiasol, digaleno. Podemos aplicar sses medicamentos num certo grupo de distrbios cardacos. Mas no caso ns os ministramos em doses tremendas. Assim, por exemplo, le tomou pelo menos umas 40 injees de cnfora... em 24 horas. Era uma dose muito forte para 1... Mais duas injees de digaleno . . . Mais quatro injees de cafena... Mais duas fnjefio de oNtrienina." Aos ! S de Junho de l!0l morna o f^mtulc escritor so< vitieo.