Recurso Especial - Seção5 - D Civil - Alan Magiar
Recurso Especial - Seção5 - D Civil - Alan Magiar
Recurso Especial - Seção5 - D Civil - Alan Magiar
ALLAN MAGIAR, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, que promove em face de
VALINZINHO TRANSPORTES, igualmente qualificado nos autos, vem, respeitosamente à
presente de Vossa Excelência, por seu advogado, tempestivamente, com fundamento no 1.029 e
seguintes do Código de Processo Civil, e no art.105, inciso, III, alínea “a” da Constituição Federal
de 1988, interpor o presente:
RECURSO ESPECIAL
Contra respeitável acordão proferido de fls..., que julgou improcedente os embargos opostos
com fundamento no art. 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, e no art.105, inciso, III,
alínea “a” da Constituição Federal.
Requer desde já que o presente recurso recebido e processado para, após ouvido o recorrido e
analisados os requisitos de admissibilidade abaixo indicados, seja remetido ao Egrégio Superior
Tribunal de Justiça e ao final, ser provido em sua totalidade.
1.2 Por ter sido deferida a justiça gratuita em primeiro grau, deixa de recolher as custas
processuais, conforme decisão junta em anexo;
1.3 Da tempestividade.
Portanto, visto que foi cumprido os requisitos de cabimento e tempestividade, da mesma forma
como demonstrado a seguir, tem cabimento e merece acolhimento recuso especial.
LOCAL, DATA.
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NOME/ASSINATURA
N º INSCRIÇÃO OAB
Processo nº 0008922-99.2023.4.00.8977
1. RAZÕES RECURSAIS
Deste modo, com fulcro no art. 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015:
1.2 DO PREQUESTIONAMENTO
O Recorrente sempre honrou com seus compromissos, porém, nos últimos anos passou por
dificuldades financeiras, hoje, trabalha em estande de tiros e percebe um salário mensal de
R$1.400,00 (mil e quatrocentos reais), verba esta que utiliza para subsistir. Na execução de
Títulos foi penhorado seu salário, deixando o autor desesperado, pois encontra-se em situação
de total miséria.
Após ter seu salário totalmente penhorado, o Recorrente opôs embargos de execução, já que o
valor penhorado no processo é relativo à verba salarial e o mesmo não possui outro tipo de
renda para sua sobrevivência.
A sentença proferida em primeiro grau foi improcedente ao pedido. Descontente, entrou com
recurso de apelação, que também foi julgado improcedente, por meio de acórdão eivado de
vícios de contradição, razão pela qual foi interposto embargos de declaração, julgados pela 12ª
Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Goiás acolhendo os Embargos, modificando
a decisão anteriormente proferida. Porém, considerando o costumeiro acerto, optou por julgar
improcedente o pedido do embargante, contrariando o art 833, inciso IV do CPC/2015,
evidenciando-se uma decisão contrária e dispositivo de lei federal conforme estará demonstrado
a seguir.
2. DO DIREITO
DA CONTRADIÇÃO
O acórdão recorrido julgou improcedente o pedido do embargante, o que enseja o recurso com
base, nos termos do art.105, inciso, III, alínea “a” da Constituição Federal:
“ACORDÃO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Contradição. Acordão Modificativo. Apelação. Embargos à
Execução. Penhora. Natureza Salarial. Impenhorabilidade não reconhecida. APELAÇÃO
DESPROVIDA.
O presente recurso de apelação foi interposto contra sentença proferida pelo juízo de primeiro
grau, o qual julgou improcedente os embargos opostos, “mantendo-se a penhora lançada por
não configurar afronta à dignidade ou violação a impenhorabilidade salarial”. Segundo consta da
sentença, “o devedor em momento algum realizou prova absoluta apta a convencer este juízo do
entendimento de que as verbas penhoradas são sua única fonte de renda, afinal, não é crível
que esteja sobrevivendo até agora, quase 30 dias depois da penhora, se não tem condições
financeiras”.
O recorrente afirma que os valores oriundos de sua força de trabalho são sua única fonte de
renda, e que sem eles não tem como manter seu sustento.
É O RELATÓRIO
De início, cumpre apontar que o art. 833, IV do Código de Processo Civil é cristalino ao definir
quais bens ou valores são impenhoráveis, in verbis:
Art. 833. São impenhoráveis:
[…]
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; […].
Consigne-se que consta das fls. 785/802 dos autos, juntada de holerites, declaração de imposto
de renda e declaração do empregador, visando demonstrar que as verbas, de fato, são
decorrentes da relação de trabalho.
Em que pese a alegação de impenhorabilidade, entendo que o disposto no art. 833, IV se presta
apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, razão pela qual entendo pela possibilidade de
penhora integral do salário do embargante.
Ante o exposto pelo meu voto, entendo pelo ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO, alterando o acordão anteriormente prolatado, e quanto ao mérito da apelação
proposta, voto pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a sentença atacada por
seus próprios fundamentos.
LUDWIG VAN BEETHOVEN
RELATOR”
O acórdão proferido foi contraditório entre o dispositivo e a conclusão, uma vez que o tribunal
entendeu que a verba salarial é impenhorável, fundamentado no art. 833, inciso IV, do código de
Processo Civil:
“Em que pese a alegação de impenhorabilidade, entendo que o disposto no art. 833, IV se
presta apenas a fomentar o não pagamento de dívidas, razão pela qual entendo pela
possibilidade de penhora integral do salário do embargante.
Ante o exposto pelo meu voto, entendo pelo ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO, alterando o acordão anteriormente prolatado, e quanto ao mérito da apelação
proposta, voto pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo-se a sentença atacada por
seus próprios fundamentos.”
Contudo, julgou a apelação improcedente, sendo que no recurso foi comprovado que consta nas
fls. 785/802 dos autos, juntada de holerites, declaração de imposto de renda e declaração do
empregador, visando demonstrar que as verbas, de fato, são decorrentes da relação de trabalho.
Corroborando, novamente, que as verbas que foram penhoradas são sua única fonte de renda.
Segundo os preceitos dos juristas Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha:
Ora, uma vez que, averiguado que os valores se enquadram como vencimentos, que, portanto, é
protegido pelo art. 833, IV do CPC resta claro e cristalino a gritante afronta ao Código de
Processo Civil:
Ressalte-se que o que se almeja não é analise da matéria que já foi feita pelas instancias
anteriores, o que se pretende é a demonstração de que houve descumprimento de preceito
insculpido em Lei/Jurisprudência, motivo pelo qual requer-se o conhecimento e o provimento do
presente.
Nesta conjunção, faz jus a impugnação da decisão proferida, ao que foi pedido.
3. DO PEDIDO
Nestes termos, pede a aguarda deferimento, como medida da mais clara e cristalina justiça.
LOCAL, DATA.
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NOME/ASSINATURA
N º INSCRIÇÃO OAB