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O direito fundamental de acesso à


justiça e as dificuldades econômicas e
sociais
The fundamental right of access
to justice and economic and social
difficulties

Haíly Araújo Pereira


Graduanda pela UNITINS
Maynara Fernandes da Costa Nascimento
Graduanda pela UNITINS
Márcio Fernando Moreira Miranda
Doutor em Função Social do Direito pela FADISP, Mestre em Administração pela FEAD, Especialista em
Docência do Ensino Superior pela UEMA, em Direito do Trabalho pela UCAM e em História e Geografia
do Brasil – FIA, Graduado em Direito pela UFPA.
Kamila Soares Leal
Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté - UNITAU (2020);
Especialista em Prática Avançada Previdenciária pelo Damásio (2020); Especialista em Direito
Processual Civil pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2016); Especialista em Docência
do Ensino Superior pela Faculdade Rio Sono (2015); Bacharel em Direito pela Faculdade do Bico do
Papagaio - FABIC (2013).

DOI: 10.47573/aya.5379.2.82.8

REFLEXÕES SOBRE DIREITO E SOCIEDADE: FUNDAMENTOS E PRÁTICAS 2


RESUMO

O acesso à justiça constitui um pilar importantíssimo de uma sociedade democrática, que preza
pela garantia dos direitos estabelecidos em sua Constituição, sendo o mecanismo mais impor-
tante de efetivação dos bens jurídicos estabelecidos na norma máxima de todo país. Entretanto,
muitas vezes, os custos para se acessar a justiça podem ser demasiados, e, com isso, impos-
sibilitam os necessitados de gozar de tão importante direito fundamental. Diante disso, surge a
seguinte problemática: O atual cenário socio-econômico brasileiro constitui óbice ao acesso à
justiça por parte das pessoas hipossuficientes? Em caso positivo, existem mecanismos efetivos
capazes de dirimir essas eventuais dificuldades? O presente trabalho visa analisar o atual cená-
rio do acesso à justiça e à informação pela pessoas carentes, como direito fundamental, apon-
tando fundamentadamente se existem dificuldades orgânicas e/ou sistêmicas para o seu exer-
cício, bem como, averiguando os mecanismos destinados à sua efetivação. Quanto ao método,
realizou-se pesquisa bibliográfica qualitativa atualizada, baseada em doutrinas principalmente
do ramo do Direito Constitucional Nacional e em dados governamentais e institucionais sobre os
índices socio-econômicos brasileiros. O direito de acesso à justiça e de defesa está assegurado
na Constituição e, desta forma, não deve ser visto somente como acesso ao judiciário nem pode
ser dificultado por falta de recursos financeiros daquele que foi reconhecido pobre na forma da
lei.

Palavras-chave: acesso à justiça. informação. hipossuficientes.

ABSTRACT

Access to justice is a very important pillar of a democratic society, which values the guarantee of
the rights established in its Constitution, being the most important mechanism for the realization
of the legal interests established in the maximum norm of whole country. However, the costs of
accessing justice can often be too much, and, as a result, make it impossible for those in need
to enjoy such an important fundamental right. In view of this, the following problem arises: Does
the current Brazilian socio-economic scenario constitute an obstacle to access to justice for di-
sadvantaged people? If so, are there effective mechanisms capable of resolving these eventual
difficulties? The present work aims to analyze the current scenario of access to justice and infor-
mation by needy people, as a fundamental right, pointing out fundamentally if there are organic
and/or systemic difficulties for its exercise, as well as, verifying the mechanisms destined to its
effectiveness. As for the method, an updated qualitative bibliographic research was carried out,
based on doctrines mainly in the field of National Constitutional Law and on governmental and
institutional data on Brazilian socioeconomic indices. The right of access to justice and defense is
guaranteed in the Constitution and, therefore, should not be seen only as access to the judiciary,
nor can it be hampered by the lack of financial resources of those who were recognized as poor
under the law.

Keywords: access to justice. information. people in need.

INTRODUÇÃO

É uníssono entre os mais proeminentes doutrinadores que a Constituição Federal da


República Federativa do Brasil de 1988 é a Carca Constitucional brasileira mais garantista e que

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mais concedeu direitos de natureza individual e coletiva, o que é, em grande parte, resultado das
evoluções sociopolíticas e jurídicas vivenciadas pelo mundo em eventos como a promulgação da
Magna Carta de 1215, da Inglaterra, a Revolução Francesa de 1789, promulgação da Constitui-
ção de Weimar em 1919, dentre outros.

Diversos direitos fundamentais, de natureza individual e coletiva, foram estabelecidos na


Constituição, resultando em um título riquíssimo, dentre os quais pode-se destacar a “[...] inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988),
ou ainda que “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988).

Entretanto, a mera declaração de direitos não pode, por si só efetivar o cumprimento


destes, sendo necessárias as garantias individuais, que para José Afonso da Silva (2005, p.
412), diferenciam-se dos direitos individuais da seguinte forma: “os direitos são bens e vantagens
conferidos pela norma, enquanto as garantias são meios destinados a fazer valer esses direitos,
são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens”

Essas garantias foram bastante valorizadas pela Constituição, seja no art. 5º, quando
institui os incisos LXVIII (habeas corpu), LXIX e LXX (mandado de segurança individual e coleti-
vo), LXXI (mandado de injunção), LXXII (habeas data) e LXXIII (ação popular), seja em diversos
outros dispositivos, que, entretanto, redundam em um meio principal de efetivação dos direitos
violados, qual seja, o acesso à justiça.

Nos últimos três séculos, a preocupação com o acesso do cidadão ao Judiciário pautou a
agenda política dos Estados. Na verdade, desde a Grécia Antiga, já existia alguma preocupação
com o acesso à Justiça; contudo, acesso ao Judiciário propriamente dito somente existiu a partir
do século XVIII, com a Revolução Francesa, que trouxe consigo a separação de poderes e a
consequente criação do Poder Judiciário, responsável pela prestação da justiça.

A partir desse momento, o acesso à Justiça passou a ser compreendido como um direito
fundamental do cidadão, enunciado nas Cartas de direitos do homem. Com o passar dos anos,
vários obstáculos ao exercício desse direito se tornaram evidentes, entre os quais se destacam
os de ordem econômica.

Para a superação desses obstáculos, os Estados empreenderam diversas reformas, tais


como a prestação de assistência jurídica para os pobres, a admissão de ações de classe para a
defesa de interesses difusos e a criação de métodos alternativos de resolução de controvérsias.

O acesso à justiça enfrenta muitas barreiras e desafios, considerando que a assistência


às pessoas economicamente hipossuficientes é precárias em determinadas regiões.

No Brasil tal aspecto se mostra ainda mais notório, uma vez que existem diversas de-
sigualdades de cunho econômico, e uma marcada estratificação de distribuição da renda, que
notoriamente implica em uma maior dificuldade dos com menos poder aquisitivo, no acesso a
diversas esferas de serviços essenciais.

Diante disso, surge a seguinte problemática: O atual cenário socio-econômico brasileiro


constitui óbice ao acesso à justiça por parte das pessoas hipossuficientes? Em caso positivo,
existem mecanismos efetivos capazes de dirimir essas eventuais dificuldades?

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É notório que o Estado Democrático de Direito possui o dever de garantir o conheci-
mento dos direitos aos cidadãos de pouco recurso financeiro, não se omitindo frente às lesões,
vencendo assim, as barreiras de acesso à justiça (SILVA, 2018).

O acesso à justiça é um direito de bastante relevância, e para melhor resolver litígios, o


Judiciário é uma porta de entrada, que acaba por se tornar um órgão estatal, contudo, esta porta
de entrada acaba desencorajando ou se fecha para uma grande parte dos indivíduos que não
são capazes de manejar ferramentas de efetivação de seus direitos (SADEK, 2014).

Atualmente pode-se dizer que está ultrapassada a ideia de que a mera possibilidade de
acesso aos órgãos judiciais seja o verdadeiro significado da acepção jurídica de acesso à Justi-
ça.

Hoje, muito mais do que acesso aos tribunais - de fundamental importância, mas não
apto a esgotar todas as vias política e socialmente desejáveis de resolução de conflitos - o fenô-
meno do acesso à justiça deve ser compreendido como a possibilidade material de o ser humano
conviver em uma sociedade, na qual o direito e a justiça são realizados de forma concreta, seja
isso decorrência da manifestação soberana da atuação judiciária do organismo estatal, seja atra-
vés do estímulo ao uso das formas prévias e alternativas de resolução de conflitos, ou seja ainda
como reflexo das grandes políticas públicas a serem produzidas e efetivadas pelas respectivas
atuações legislativa e executiva.

Sendo assim, o intuito deste trabalho é estudar o atual cenário do acesso à justiça e à
informação pela pessoas carentes, como direito fundamental, apontando fundamentadamente
se existem dificuldades orgânicas ou sistêmicas para exercício desse direito fundamental, bem
como, averiguando os mecanismos destinados à sua garantia.

Para alcance do referido objetivo geral, elencaram-se, a título de objetivos específicos,


os seguintes: a) Conceituar acesso à justiça; b) Conceituar termos como carência, hipossuficiên-
cia, e outros semelhantes; c) Analisar através de pesquisa de natureza quali-quantitativa o aces-
so à justiça aos hipossuficientes, aferindo fundamentadamente acerca dos motivos principais
das dificuldades, caso evidenciadas; d) Verificar na legislação, doutrina e jurisprudência atuais a
existência ou não de mecanismos para diminuição das dificuldades eventualmente encontradas;
e) Caso verificadas as problemáticas no acesso à justiça por parte da categoria investigada,
apresentar formas de diminuir as dificuldades e promover inclusão respeitando os direitos funda-
mentais do indivíduo.

Para a realização deste, com o intuito de melhor absorver o conhecimento e aprofundar


no tema, foi necessário a leitura de livros, artigos, legislações discorrendo de forma sucinta e
clara o ponto central do tema.

Com relação à metodologia, realizou-se pesquisa bibliográfica atualizada, baseada em


doutrinas principalmente do ramo do Direito Constitucional Nacional. Trata-se ainda o trabalho
de pesquisa qualitativa, pois tenta compreender os fenômenos e conceitos específicos do obje-
to em estudo, dando observância a qualidade para a compreensão de um grupo social. Diante
os estudos através de leituras bibliográficas, facilitando a compreensão do tema, é notório uma
pesquisa exploratória.

CAPÍTULO 08 109
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Em um Estado Democrático de Direito como o brasileiro, todos são iguais perante a lei,
mas nem sempre o tratamento é igual para todos os cidadãos tanto nas instâncias judiciárias
como fora delas, ainda que o pleno acesso à Justiça deva ser um dos principais objetivos do
Estado.

Vale ressaltar que, o acesso à justiça assegurado pela Constituição Federal de 1988, é
um direito fundamental de todos, ou seja, todos tem o direito de acesso à justiça para pleitear
tutela jurisdicional, pois, sabe-se que trata de um direito pessoal, havendo o interesse processual
na determinada ação.

Uma questão interessante, que emerge da constatação de se tratar o acesso à Justiça


de garantia fundamental, diz respeito à possibilidade de o legislador ordinário restringir o seu
exercício.

Em princípio, pode ser afirmado que o legislador pode limitar o exercício dessa garantia,
pois o inciso XXXV do art. 5º da Constituição diz que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”, o que não o impediria de restringir o direito, sobretudo em
face de colisão com outro direito fundamental (BRASIL, 1988).

Contudo, segundo Mendes, Coelho, e Branco (2008, p. 509) “não pode o legislador, a
pretexto de conformar ou disciplinar a garantia da proteção judicial efetiva, adotar disciplina que
afete, de forma direta ou indireta, o exercício substancial desse direito”.

Em outras palavras, qualquer disposição legislativa que tenha o cunho de limitar o aces-
so à Justiça deve conservar o núcleo essencial ou o conteúdo substancial da garantia de subme-
ter ao Poder Judiciário a apreciação de lesão ou ameaça a direito.

Ainda, a Constituição, garante assistência jurídica gratuita à aqueles que são hipossu-
ficientes de recursos, mas, não significa que a garantia do direito de acesso à justiça, fará com
que o processo será gratuito, aqui se garante a inafastabilidade do Poder Judiciário quando
alguém se achar em ameaça ou lesão ao seu direito, independente de recursos econômicos
(BRASIL, 1988).

O ACESSO À JUSTIÇA E O DIREITO À INFORMAÇÃO

Quando se fala em acesso à Justiça, o significado que em primeiro lugar nos vem à
mente é o de acesso ao Poder Judiciário, ou seja, acesso à tutela jurisdicional do Estado para
pleitear a proteção de direitos.

Decorre principalmente da garantia constitucional do cidadão à inafastabilidade da juris-


dição, consubstanciada no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, segundo o qual “a lei
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (BRASIL, 1988).

Decorre também de outros preceitos espalhados pela Constituição, como os princípios


da dignidade da pessoa humana e do devido processo legal.

O preceito inscrito no inciso XXXV do art. 5º da Constituição identifica o acesso à Justiça

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como uma garantia fundamental do cidadão.

Trata-se, portanto, de uma garantia posta ao lado daqueles direitos ou garantias nome-
ados e especificados no instrumento constitucional (...) que receberam da Constituição um grau
mais elevado de garantia ou de segurança; ou são imutáveis (unabänderliche) ou pelo menos de
mudança dificultada (erschwert), a saber, direitos unicamente alteráveis mediante lei de emenda
à Constituição (BONAVIDES, 2006 p. 561).

Entretanto, a expressão “acesso à justiça” não comporta apenas o significado que a


identifica com acesso ao Judiciário, mas serve para determinar outras duas finalidades básicas
do sistema jurídico1, a uma, o sistema deve ser igualmente acessível a todos; a duas, ele deve
produzir resultados que sejam individual e socialmente justos (CAPPELETTI & GARTH, 1988, p.
8).

Definições acerca do acesso à justiça

O acesso à justiça constitui direito fundamental, entretanto, em razão das muitas de-
sigualdades de natureza sócio-econômica verificadas entre os brasileiros, o gozo de tal direito
acaba sendo dificultado.

Via de regra, em um Estado permeado por desigualdades sociais, especialmente as


de cunho econômico, mas também cultural e educacional, a parte desfavorecida da população,
embora detentora de direitos e deveres, acaba por não gozar dos bens da vida fundamentais
assegurados constitucional e legalmente, inviabilizando o pleno acesso a, por exemplo, à justiça.

Isso faz com que pessoas de pouco recursos financeiros, que não possuem condições
para arcar com a manutenção e gastos inerentes às demandas judiciais sejam desestimuladas
de tentar acessar a justiça, sendo que alguns motivos são as diferenças entre o valor da causa
e o valor efetivamente recebido, ou até mesmo a falta de Defensorias Públicas em determinadas
localidades, causando a não democratização da justiça (GUIMARÃES, 2015).

Como é sabido, o conceito do que é justiça é amplíssimo, discutido desde a antiguidade,


objeto de inúmeras teorias, o que torna difícil estabelecer um conceito fechado. É certo que cada
um tem a sua concepção acerca do que é a justiça, a qual varia de acordo com a experiência e a
visão de mundo de cada pessoa, com as transformações sociais e com a evolução da sociedade
e do direito.

Perelman (2012, p. 9), realizando uma análise das diversas concepções de justiça, apon-
ta:

É ilusório querer enumerar todos os sentidos possíveis da noção de justiça. Vamos dar,
porém, alguns exemplos deles, que constituem as concepções mais correntes da justiça,
cujo caráter inconciliável veremos imediatamente: 1 – A cada qual a mesma coisa.

2 – A cada qual segundo os seus méritos.

3 – A cada qual segundo suas obras.

4 – A cada qual segundo suas necessidades.

5 – A cada qual segundo sua posição.


1 O sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado
(CAPPELETTI & GARTH, 1988)

CAPÍTULO 08 111
6 – A cada qual segundo o que a lei lhe atribui.

Com efeito, a noção de justiça de uma pessoa difere da de outra, tornando tal noção
arbitrária, conforme varie de pessoa para pessoa. O juiz, ao aplicar o direito para chegar a um
resultado socialmente justo – na sua concepção – pode violar aquilo que seria justo para uma
das partes, ou para ambas, ou para o homem médio da população.

Com efeito, diante da possível arbitrariedade na definição do “justo”, a promoção de re-


sultados socialmente justos para a viabilização do acesso a uma ordem jurídica justa não pode
advir apenas do sentimento particular do julgador acerca do significado da palavra justiça.

Para melhor discorrer sobre o acesso à justiça, é necessário explanar sobre o conceito
de justiça, este é amplo e complexo, destarte, entende-se por justiça aquilo que é justo, interli-
gado ao caráter pessoal, em conformidade com o que é de direito, a justiça é um princípio moral
na qual se dar respeito ao direito, tendo reconhecimento do mérito de alguém (ARISTÓTELES,
2003).

De acordo Pedron (2013, p. 4), o fato é que a justiça, como pretensão de validade sobre
a correção normativa, não se confunde com a função jurisdicional, e mais, não poderá ser ape-
nas concretizada pelo Judiciário em sua atuação sobre os litígios existentes na sociedade, pois,
para isso, se faz necessário observar o modelo constitucional de processo, como condição legi-
timadora da medida estatal em substituição a uma vontade instrumentalizada de uma racionali-
dade solipsista e redentora, que acreditando legitimar o processo a partir de fins meta jurídico, o
que conduz a perda de seu aspecto discursivo.

A justiça é impreterivelmente ligada por valores, como: a igualdade, liberdade, fraternida-


de, equidade, honestidade, moralidade, dignidade e segurança, então 10 entende-se que a jus-
tiça está em frequente mutação, mediantes aos valores que os ligam (CAVALIERI FILHO, 2002).

A partir do conceito de justiça, é possível observar que uma sociedade justa é aquela
em que se tem igualdade de oportunidades para todos, por serem todos um só corpo social e
serem considerados um sistema de cooperação em que os sujeitos são livres e iguais, e podem
buscar o seu próprio bem e contribuir com a sociedade. Desse modo, para melhor acessibilidade
da justiça para todos, existem meios alternativos, como a conciliação e mediação para resolução
de conflitos.

São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. Valem como pressupostos
do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condições materiais mais propiciais ao
auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona condição mais compatível com o
exercício efetivo da liberdade (SILVA, 2001, p. 878).

O acesso à justiça é de suma importância para a sociedade, estando ele resguardado


pela CRFB/88, constitui-se não só como direito fundamental propriamente dito, mas sim como
garantia fundamental de acesso a todos os outros direitos, pois pressupõe que todos devem
ser ouvidos pelo Poder Judiciário diante de lesão ou ameaça de lesão ao seus direitos (TOLFO;
BRUCK, 2020).

Ele se traduz como uma maneira de materializar os direitos fundamentais, sendo assim,
deve ser viabilizado a todos, sem nenhuma exceção, abrangendo aquelas pessoas economica-
mente hipossuficientes, com isso seria possível pensar em soluções alternativas para garantir o

CAPÍTULO 08 112
acesso efetivo à justiça, adequando à realidade social e regional, deixando de ser apenas uma
positivação (FREITAS, 2014).

O Princípio da Igualdade influencia na identificação das desigualdades existentes ante


a comunidade, em que é dirigida a prestação positiva, para que haja a conquista da igualdade
material, sendo este o objetivo principal dos Direitos Sociais, favorecendo aos hipossuficientes
um tratamento desigual, na medida de suas desigualdades, objetivando equilibrar o panorama
social brasileiro. Assim, o Estado deve agir objetivando diminuir essas desigualdades frente ao
judiciário e ao efetivo acesso a justiça.

De acordo Francioni apud Tavares (2013, p. 36), a expressão acesso à justiça possui
três significados, primeiramente o acesso ao poder judiciário, em segundo, consiste não apenas
no direito de pedir a tutela jurisdicional, mas também ao uso da técnica processual adequada
às necessidades do direito material e por último representa um movimento dedicado à solução
dos obstáculos relacionados com as dificuldades enfrentadas pelas pessoas hipossuficientes na
concretização de seus direitos.

Dessa forma, o acesso à justiça configura-se como mecanismo essencial de efetivação


dos bens jurídicos declarados na Constituição, dada a natureza decisória e repressora, mas tam-
bém garantidora, do Poder Judiciário.

DO ACESSO À JUSTIÇA AOS HIPOSSUFICIENTES

Dificuldades econômicas e socioculturais

Uma das principais dificuldades encontradas para o firme acesso a justiça é o valor mo-
netário que precisa ser dispensado, ainda mais ao se tratar de um país com grave desigualdade
econômica como o Brasil, o que limita o desenvolvimento da cidadania e consequentemente o
acesso à justiça. Além das custas judiciais de distribuição, preparo de recurso, produção de pro-
vas por pericias, há os honorários advocatícios.

O principio da sucumbência impõe uma penalidade duas vezes maior, o que pode inibir o
litigante em potencial de ingressar em juízo, já que, se vencido, além de arcar com os honorários
do seu advogado, terá que pagar os honorários da parte contrária.

Não se pode confundir acesso à justiça com acesso ao judiciário, a primeira não se
restringe apenas em postular seus direitos ao judiciário, visa também, garantir aos cidadãos, os
seus direitos, caso violados, os sendo restituídos, ou seja, é o direito de exigir do Estado não
somente a garantia do Poder Judiciário, e sim, a realização plena da justiça, dando lhe direito
à ampla e efetiva defesa, a segunda, é a prestação dos serviços indispensáveis à defesa dos
direitos em Juízo, não confundindo-a com gratuidade processual, pois esta se trata da isenção
das despesas processuais (VASCONCELOS, 2008).

A realidade brasileira é que grande parte da população possui baixíssimo ou nenhum


grau de instrução educacional sequer tem noção dos direitos que possui, quanto mais a possi-
bilidade de reparação judicial por suas violações. Existe grande dificuldade de acessar e com-
preender a norma. Muitas vezes, o vulnerável nem mesmo tem noção da existência de uma
assistência jurídica gratuita.

CAPÍTULO 08 113
Por outro lado, os artigos 21 do Código Penal brasileio (Decreto-Lei 2.848/42), e 3º da
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei 4.657/42), estabelecem respecti-
vamente que não se pode alegar o desconhecimento da lei com intuito de não cumpri-la.

É de muita relevância o acesso à justiça, mas não tão somente como o primeiro passo
para o Poder Judiciário, e sim, para garantir a todos o direito de uma técnica processual adequa-
da às pessoas envolvidas e àquilo que se pede, é notório que o acesso à justiça é um dos direitos
fundamentais de suma importância, pois este, garante a tutela dos demais direitos (TAVARES,
2013).

É nessa seara que surge o conceito de hipossuficiência, visando categorizar os grupos


mais frágeis em determinados aspectos, para que políticas públicas eficientes pudessem ser
levadas a efeito.

O acesso à justiça é resguardado de forma especial aos hipossuficientes, que são, em


resumo, aqueles que não dispõem de recursos econômicos e financeiros para prover o sustento
com equilíbrio e satisfação, enfrentando, consequentemente, dificuldades para o acesso à justi-
ça. Nas palavras de (Joseane Suzart Lopes Silva, 2013. p. 295 apud Larissa Almeida Resende,
2019. p. 25):

[...] a hipossuficiência é uma marca visível apenas nos casos em que existe um flagrante
fragilidade econômica do cidadão em prover os aspectos processuais necessários para a
defesa dos interesses e direitos, sem gerar prejuízos para si e para a sua família.

A hipossuficiência é, então, o estado de vulnerabilidade socioeconômica do indivíduo,


e não pode ser calculado baseado tão somente na renda auferida, mas sim na possibilidade
individual de arcar determinada despesa. Levando à seara do acesso à justiça, o hipossuficien-
te é, portanto, aquele que não dispõe de recursos suficientes para arcar com as despesas de
natureza processual, o que pode variar muito de acordo com os valores das causas, a situação
econômica da parte, dentre outros.

A hipossuficiência então pode ser caracterizada através de uma análise sócio-econômi-


ca-cultural de um determinado país ou estado, análise esta realizada através de determinados
indicadores como o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, mas também outros como os
educacionais, culturais, etc.

Segundo trabalho produzido por Jorge Luiz Souza, membro do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada – IPEA (2008):

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) compara indicadores de países nos itens


riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros, com o intuito de
avaliar o bem-estar de uma população, especialmente das crianças. Varia de zero a um
e é divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em seu
relatório anual.

No caso do Brasil, como se extrai do último relatório anual do PNUD (2020), o Brasil ocu-
pa a octogésima quarta (84ª) posição de uma lista de cento e oitenta e nove (189) países, com o
IDH elencado em 0,765, considerado como desenvolvimento humano elevado.

Outro dado importante é a renda individual do brasileiro, que, entretanto, não é fielmen-
te medida pelo índice de renda per capita, visto que este não considera as diferenças salariais
exorbitantes no país, mas sim outros índices como o Gini.

CAPÍTULO 08 114
Segundo informações obtidas no Relatório da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE
(2020), apud (World Bank, 2020):

O índice de Gini é um indicador importante e amplamente utilizado em comparações inter-


nacionais, permitindo ranqueamentos e estudos subnacionais a partir de uma metodologia
consolidada. De acordo com harmonização de dados feita pelo Banco Mundial (World
Bank), o Brasil permanece como um dos mais desiguais do mundo quando se trata da
distribuição de renda entre seus habitantes.

O índice funciona de modo semelhante ao IDH, possuindo uma escala de 0 (zero) a 1


(um), sendo que quanto menor o número, maior a distribuição e equitatividade de renda, e quan-
to maior, maior é a concentração de capital.

O referido relatório do IBGE aponta que no ano de 2019 o Brasil possuiu índice de gini
na casa do 0,543, um dos maiores do mundo, de forma que a concentração de capital é muito
grande, o que indica a existência de grupos vulneráveis.

Sobre educação, atendo-nos ao Estado do Tocantins, dados do IBGE2, apontam que


no ano de 2019, mais da metade dos tocantinenses de 25 anos de idade ou mais não concluiu
sequer o ensino médio, bem como cerca de 9,7% (nove inteiros e sete décimos porcento) da
população encontrava-se em estado de analfabetismo, o que totalizou à época cerca de cento e
dezessete mil pessoas em estado de vulnerabilidade educacional.

Outro índice educacional importantíssimo é o Índice de Desenvolvimento da Educação


Básica – IDEB, que mede numericamente o desemvolvimento das instituições educacionais em
um espectro de 0 a 10. Conforme informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira – INEP, desde 2013 o Brasil não alcança a meta do IDEB para a
educação pública ou privada nos anos finais do ensino fundamental nem do ensino médio.

Além disso, observando tais dados é possível verificar que o ensino nas escolas privadas
para todos os anos desde 2003 possuia meta e alcançou resultado maior que a escola pública,
o que demonstra uma maior qualidade no ensino privado, e por sua vez, pago, em detrimento do
público e gratuito, causando mais um nível de desigualdade entre pessoas com poder aquisitivo
e os mais vulneráveis. (INEP, 2019, p. 22).

Esses e diversos outros indicadores demonstram a desigualdade na distribuição de ren-


da nacional, e, com isso, servem para evidenciar que boa parte da população caracteriza-se no
grupo dos hipossuficientes, ocasião em que políticas públicas devem ser instaladas para resolu-
ção ou ao menos amenização de tais situações.

Em decorrência disso, surge um mecanismo importantíssimo para salvaguardar os di-


reitos dos hipossuficientes, é a famigerada gratuidade da justiça, melhor abordada no tópico a
seguir.

Gratuidade da justiça e suas implicações

A gratuidade da justiça foi instituída no sistema jurídico brasileiro, nos moldes semelhan-
tes aos atuais, em meados de 1950, com a edição da Lei Federal nº 1.060/1950, que estabelece
regras para o requerimento e concessão da assistência judiciária gratuita aos necessitados.

Importante destacar que o cálculo das custas processuais são geralmente reguladas por
2 Notícia veiculada no site Conexão Tocantins por Wendy Almeida.

CAPÍTULO 08 115
lei estadual.

Entretanto, em 2015, com a edição da Lei Federal nº 13.105/2015, o Código de Processo


Civil, houve profundas alterações na dinâmica de concessão da gratuidade da justiça e da assis-
tência judiciária gratuita, esta última sendo aquela mais inclinada à assistência do necessitado
por um profissional capacitado e sem custos, e a primeira, indicando a isenção do pagamento
das despesas processuais.

O CPC em seus artigos 98 e seguintes, regulam a matéria da gratuidade da justiça da


seguinte forma:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de re-
cursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:

I - as taxas ou as custas judiciais;

II - os selos postais;

III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em


outros meios;

IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador


salário integral, como se em serviço estivesse;

V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames


considerados essenciais;

VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor


nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua
estrangeira;

VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração
da execução;

VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação
e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do
contraditório;

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de re-


gistro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial
ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.

§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas des-


pesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob


condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco)
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demons-
trar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a conces-
são de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
(BRASIL, 2015)

Essas e outras disposições demonstram a importância do instituto e indicam determi-


nadas peculiaridades acerca do procedimento, entretanto, não se limita a tais dispositivos, mas
seguem até o art. 102.

Talvez o dispositivo mais polêmico dentre os citados, seja o §3º do art. 99, que em suma,
estabelece que “Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente

CAPÍTULO 08 116
por pessoa natural” (BRASIL, 2015). Isso porquê a jurisprudência3 há muito vem decidindo que
tal presunção não é suficiente para comprovação da necessidade de concessão da gratuidade
da justiça, mas que deve o interessado demonstrar seu estado de vulnerabilidade através de
provas que, ao serem analisadas pelo juízo, demonstrarão a possibilidade ou não de concessão,
à semelhança do disposto no §2º do mesmo dispositivo.

Em decorrência disso, há uma relativização da presunção de veracidade da declaração


de hipossuficiência por pessoa natural, que pode ser prejudicial, pois tira o ônus de provar o po-
derio aquisitivo da parte oposta, conforme artigo 337, XIII4, do referido CPC, e impõe ao interes-
sado o dever de provar sua hipossuficiência, limitando o acesso ao benefício, e, por conseguinte,
à justiça.

Além disso, alguns tribunais já têm adotado critérios de uniformização da concessão da


gratuidade da Justiça, como foi o caso do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – TRF4, que
no julgamento do 25º Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR que tramitou na
corte (5036075-37.2019.4.04.0000/TRF), foi fixado como presumido o cumprimento dos requi-
sitos para a concessão da gratuidade por pessoas cuja renda mensal não ultrapasse o teto dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, definido anualmente em lei, sendo que para
concessão a indivíduos que possuam renda maior é necessária a comprovação.

Em resumo, a gratuidade da justiça é a isenção do pagamento de determinadas despe-


sas processuais, elencadas no rol taxativo do art. 98, §1º, e serve como importante mecanismo
de garantia do acesso à justiça, visto que, na sua ausência, diversos casos deixariam de ser
apreciados pelo judiciário diante da impossibilidade de pagamento dos gastos inerentes à ativi-
dade judiciária, o que implicaria em uma “privatização da justiça”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de muito tempo de hegemonia estatal no dever de decisão de conflitos, os méto-


dos extrajudiciais e alternativos de solução de controvérsias vem ganhando bastante relevância
na sociedade atual como um jeito de ajudar o Estado em seu papel de pacificação social.

O direito de acesso à justiça é um assunto muito importante e bem abrangente, pois


trata-se de um direito fundamental assegurada pela nossa Carta Magna, onde se faz com que
todos tenham esse acesso de forma garantida, para que possam pleitear a tutela de todos os
direitos que possam ser violados, entretanto diante da sociedade em que vivemos que sofre com
a desigualdade social, nem todos tem o acesso amplo à justiça, principalmente aqueles que são
economicamente hipossuficientes, e não possuem acesso aos meios para garantir seu direito, e
até mesmo são desinformados com relação a isso.

A atual estrutura do Poder Judiciário existente não se faz capaz de proporcionar total-
mente aos jurisdicionados a prestação da tutela jurisdicional efetiva como exigida pela Carta
Magna e pela processualística existente. A principal consequência disso são os fóruns cheios,
decisões que demoram, que custam caro, e nem sempre são efetivas ou adequadas à situação
extra processual. Entretanto lado, é interessante ressaltar que grande parcela da sociedade bra-
sileira vive à margem do Poder Judiciário e, muitas vezes, até mesmo do Direito.
3 STJ - AgInt no AgInt no REsp: 1670585 SP 2017/0103984-6
4 Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: [...] XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça
(BRASIL, 2015)

CAPÍTULO 08 117
É preciso também que, além de novos rumos para a solução dos conflitos, que os tribu-
nais exerçam seu papel de forma mais célere, que também aumente o número de juízes, e que
as regras processuais sejam flexibilizadas de modo a possibilitar uma maior agilidade no anda-
mento do processo e uma sentença em tempo mais reduzido.

É neste quadro que merece destaque os processos coletivos, voltados para a tutela dos
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.

Sendo assim, faz-se importante evidenciar a idéia de que o acesso amplo à justiça não
seria apenas com a reorganização da assistência jurídica em nosso país, pois, desta maneira,
somente irá contribuir de forma parcial para tornar a segregação social menos oculta. Somente
com o fortalecimento de políticas públicas dedicadas para a erradicação da desigualdade social,
junta da vontade política de buscar meios para a efetivação do direito fundamental do pleno
acesso à justiça, poderiam cooperar para a tão sonhada melhora da qualidade de vida das pes-
soas, sejam elas carentes ou não.

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CAPÍTULO 08 120

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