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DOI: 10.47573/aya.5379.2.82.8
O acesso à justiça constitui um pilar importantíssimo de uma sociedade democrática, que preza
pela garantia dos direitos estabelecidos em sua Constituição, sendo o mecanismo mais impor-
tante de efetivação dos bens jurídicos estabelecidos na norma máxima de todo país. Entretanto,
muitas vezes, os custos para se acessar a justiça podem ser demasiados, e, com isso, impos-
sibilitam os necessitados de gozar de tão importante direito fundamental. Diante disso, surge a
seguinte problemática: O atual cenário socio-econômico brasileiro constitui óbice ao acesso à
justiça por parte das pessoas hipossuficientes? Em caso positivo, existem mecanismos efetivos
capazes de dirimir essas eventuais dificuldades? O presente trabalho visa analisar o atual cená-
rio do acesso à justiça e à informação pela pessoas carentes, como direito fundamental, apon-
tando fundamentadamente se existem dificuldades orgânicas e/ou sistêmicas para o seu exer-
cício, bem como, averiguando os mecanismos destinados à sua efetivação. Quanto ao método,
realizou-se pesquisa bibliográfica qualitativa atualizada, baseada em doutrinas principalmente
do ramo do Direito Constitucional Nacional e em dados governamentais e institucionais sobre os
índices socio-econômicos brasileiros. O direito de acesso à justiça e de defesa está assegurado
na Constituição e, desta forma, não deve ser visto somente como acesso ao judiciário nem pode
ser dificultado por falta de recursos financeiros daquele que foi reconhecido pobre na forma da
lei.
ABSTRACT
Access to justice is a very important pillar of a democratic society, which values the guarantee of
the rights established in its Constitution, being the most important mechanism for the realization
of the legal interests established in the maximum norm of whole country. However, the costs of
accessing justice can often be too much, and, as a result, make it impossible for those in need
to enjoy such an important fundamental right. In view of this, the following problem arises: Does
the current Brazilian socio-economic scenario constitute an obstacle to access to justice for di-
sadvantaged people? If so, are there effective mechanisms capable of resolving these eventual
difficulties? The present work aims to analyze the current scenario of access to justice and infor-
mation by needy people, as a fundamental right, pointing out fundamentally if there are organic
and/or systemic difficulties for its exercise, as well as, verifying the mechanisms destined to its
effectiveness. As for the method, an updated qualitative bibliographic research was carried out,
based on doctrines mainly in the field of National Constitutional Law and on governmental and
institutional data on Brazilian socioeconomic indices. The right of access to justice and defense is
guaranteed in the Constitution and, therefore, should not be seen only as access to the judiciary,
nor can it be hampered by the lack of financial resources of those who were recognized as poor
under the law.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 08 107
mais concedeu direitos de natureza individual e coletiva, o que é, em grande parte, resultado das
evoluções sociopolíticas e jurídicas vivenciadas pelo mundo em eventos como a promulgação da
Magna Carta de 1215, da Inglaterra, a Revolução Francesa de 1789, promulgação da Constitui-
ção de Weimar em 1919, dentre outros.
Essas garantias foram bastante valorizadas pela Constituição, seja no art. 5º, quando
institui os incisos LXVIII (habeas corpu), LXIX e LXX (mandado de segurança individual e coleti-
vo), LXXI (mandado de injunção), LXXII (habeas data) e LXXIII (ação popular), seja em diversos
outros dispositivos, que, entretanto, redundam em um meio principal de efetivação dos direitos
violados, qual seja, o acesso à justiça.
Nos últimos três séculos, a preocupação com o acesso do cidadão ao Judiciário pautou a
agenda política dos Estados. Na verdade, desde a Grécia Antiga, já existia alguma preocupação
com o acesso à Justiça; contudo, acesso ao Judiciário propriamente dito somente existiu a partir
do século XVIII, com a Revolução Francesa, que trouxe consigo a separação de poderes e a
consequente criação do Poder Judiciário, responsável pela prestação da justiça.
A partir desse momento, o acesso à Justiça passou a ser compreendido como um direito
fundamental do cidadão, enunciado nas Cartas de direitos do homem. Com o passar dos anos,
vários obstáculos ao exercício desse direito se tornaram evidentes, entre os quais se destacam
os de ordem econômica.
No Brasil tal aspecto se mostra ainda mais notório, uma vez que existem diversas de-
sigualdades de cunho econômico, e uma marcada estratificação de distribuição da renda, que
notoriamente implica em uma maior dificuldade dos com menos poder aquisitivo, no acesso a
diversas esferas de serviços essenciais.
CAPÍTULO 08 108
É notório que o Estado Democrático de Direito possui o dever de garantir o conheci-
mento dos direitos aos cidadãos de pouco recurso financeiro, não se omitindo frente às lesões,
vencendo assim, as barreiras de acesso à justiça (SILVA, 2018).
Atualmente pode-se dizer que está ultrapassada a ideia de que a mera possibilidade de
acesso aos órgãos judiciais seja o verdadeiro significado da acepção jurídica de acesso à Justi-
ça.
Hoje, muito mais do que acesso aos tribunais - de fundamental importância, mas não
apto a esgotar todas as vias política e socialmente desejáveis de resolução de conflitos - o fenô-
meno do acesso à justiça deve ser compreendido como a possibilidade material de o ser humano
conviver em uma sociedade, na qual o direito e a justiça são realizados de forma concreta, seja
isso decorrência da manifestação soberana da atuação judiciária do organismo estatal, seja atra-
vés do estímulo ao uso das formas prévias e alternativas de resolução de conflitos, ou seja ainda
como reflexo das grandes políticas públicas a serem produzidas e efetivadas pelas respectivas
atuações legislativa e executiva.
Sendo assim, o intuito deste trabalho é estudar o atual cenário do acesso à justiça e à
informação pela pessoas carentes, como direito fundamental, apontando fundamentadamente
se existem dificuldades orgânicas ou sistêmicas para exercício desse direito fundamental, bem
como, averiguando os mecanismos destinados à sua garantia.
CAPÍTULO 08 109
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Em um Estado Democrático de Direito como o brasileiro, todos são iguais perante a lei,
mas nem sempre o tratamento é igual para todos os cidadãos tanto nas instâncias judiciárias
como fora delas, ainda que o pleno acesso à Justiça deva ser um dos principais objetivos do
Estado.
Vale ressaltar que, o acesso à justiça assegurado pela Constituição Federal de 1988, é
um direito fundamental de todos, ou seja, todos tem o direito de acesso à justiça para pleitear
tutela jurisdicional, pois, sabe-se que trata de um direito pessoal, havendo o interesse processual
na determinada ação.
Em princípio, pode ser afirmado que o legislador pode limitar o exercício dessa garantia,
pois o inciso XXXV do art. 5º da Constituição diz que “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”, o que não o impediria de restringir o direito, sobretudo em
face de colisão com outro direito fundamental (BRASIL, 1988).
Contudo, segundo Mendes, Coelho, e Branco (2008, p. 509) “não pode o legislador, a
pretexto de conformar ou disciplinar a garantia da proteção judicial efetiva, adotar disciplina que
afete, de forma direta ou indireta, o exercício substancial desse direito”.
Em outras palavras, qualquer disposição legislativa que tenha o cunho de limitar o aces-
so à Justiça deve conservar o núcleo essencial ou o conteúdo substancial da garantia de subme-
ter ao Poder Judiciário a apreciação de lesão ou ameaça a direito.
Ainda, a Constituição, garante assistência jurídica gratuita à aqueles que são hipossu-
ficientes de recursos, mas, não significa que a garantia do direito de acesso à justiça, fará com
que o processo será gratuito, aqui se garante a inafastabilidade do Poder Judiciário quando
alguém se achar em ameaça ou lesão ao seu direito, independente de recursos econômicos
(BRASIL, 1988).
Quando se fala em acesso à Justiça, o significado que em primeiro lugar nos vem à
mente é o de acesso ao Poder Judiciário, ou seja, acesso à tutela jurisdicional do Estado para
pleitear a proteção de direitos.
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como uma garantia fundamental do cidadão.
Trata-se, portanto, de uma garantia posta ao lado daqueles direitos ou garantias nome-
ados e especificados no instrumento constitucional (...) que receberam da Constituição um grau
mais elevado de garantia ou de segurança; ou são imutáveis (unabänderliche) ou pelo menos de
mudança dificultada (erschwert), a saber, direitos unicamente alteráveis mediante lei de emenda
à Constituição (BONAVIDES, 2006 p. 561).
O acesso à justiça constitui direito fundamental, entretanto, em razão das muitas de-
sigualdades de natureza sócio-econômica verificadas entre os brasileiros, o gozo de tal direito
acaba sendo dificultado.
Isso faz com que pessoas de pouco recursos financeiros, que não possuem condições
para arcar com a manutenção e gastos inerentes às demandas judiciais sejam desestimuladas
de tentar acessar a justiça, sendo que alguns motivos são as diferenças entre o valor da causa
e o valor efetivamente recebido, ou até mesmo a falta de Defensorias Públicas em determinadas
localidades, causando a não democratização da justiça (GUIMARÃES, 2015).
Perelman (2012, p. 9), realizando uma análise das diversas concepções de justiça, apon-
ta:
É ilusório querer enumerar todos os sentidos possíveis da noção de justiça. Vamos dar,
porém, alguns exemplos deles, que constituem as concepções mais correntes da justiça,
cujo caráter inconciliável veremos imediatamente: 1 – A cada qual a mesma coisa.
CAPÍTULO 08 111
6 – A cada qual segundo o que a lei lhe atribui.
Com efeito, a noção de justiça de uma pessoa difere da de outra, tornando tal noção
arbitrária, conforme varie de pessoa para pessoa. O juiz, ao aplicar o direito para chegar a um
resultado socialmente justo – na sua concepção – pode violar aquilo que seria justo para uma
das partes, ou para ambas, ou para o homem médio da população.
Para melhor discorrer sobre o acesso à justiça, é necessário explanar sobre o conceito
de justiça, este é amplo e complexo, destarte, entende-se por justiça aquilo que é justo, interli-
gado ao caráter pessoal, em conformidade com o que é de direito, a justiça é um princípio moral
na qual se dar respeito ao direito, tendo reconhecimento do mérito de alguém (ARISTÓTELES,
2003).
De acordo Pedron (2013, p. 4), o fato é que a justiça, como pretensão de validade sobre
a correção normativa, não se confunde com a função jurisdicional, e mais, não poderá ser ape-
nas concretizada pelo Judiciário em sua atuação sobre os litígios existentes na sociedade, pois,
para isso, se faz necessário observar o modelo constitucional de processo, como condição legi-
timadora da medida estatal em substituição a uma vontade instrumentalizada de uma racionali-
dade solipsista e redentora, que acreditando legitimar o processo a partir de fins meta jurídico, o
que conduz a perda de seu aspecto discursivo.
A partir do conceito de justiça, é possível observar que uma sociedade justa é aquela
em que se tem igualdade de oportunidades para todos, por serem todos um só corpo social e
serem considerados um sistema de cooperação em que os sujeitos são livres e iguais, e podem
buscar o seu próprio bem e contribuir com a sociedade. Desse modo, para melhor acessibilidade
da justiça para todos, existem meios alternativos, como a conciliação e mediação para resolução
de conflitos.
São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. Valem como pressupostos
do gozo dos direitos individuais na medida em que criam condições materiais mais propiciais ao
auferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona condição mais compatível com o
exercício efetivo da liberdade (SILVA, 2001, p. 878).
Ele se traduz como uma maneira de materializar os direitos fundamentais, sendo assim,
deve ser viabilizado a todos, sem nenhuma exceção, abrangendo aquelas pessoas economica-
mente hipossuficientes, com isso seria possível pensar em soluções alternativas para garantir o
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acesso efetivo à justiça, adequando à realidade social e regional, deixando de ser apenas uma
positivação (FREITAS, 2014).
De acordo Francioni apud Tavares (2013, p. 36), a expressão acesso à justiça possui
três significados, primeiramente o acesso ao poder judiciário, em segundo, consiste não apenas
no direito de pedir a tutela jurisdicional, mas também ao uso da técnica processual adequada
às necessidades do direito material e por último representa um movimento dedicado à solução
dos obstáculos relacionados com as dificuldades enfrentadas pelas pessoas hipossuficientes na
concretização de seus direitos.
Uma das principais dificuldades encontradas para o firme acesso a justiça é o valor mo-
netário que precisa ser dispensado, ainda mais ao se tratar de um país com grave desigualdade
econômica como o Brasil, o que limita o desenvolvimento da cidadania e consequentemente o
acesso à justiça. Além das custas judiciais de distribuição, preparo de recurso, produção de pro-
vas por pericias, há os honorários advocatícios.
O principio da sucumbência impõe uma penalidade duas vezes maior, o que pode inibir o
litigante em potencial de ingressar em juízo, já que, se vencido, além de arcar com os honorários
do seu advogado, terá que pagar os honorários da parte contrária.
Não se pode confundir acesso à justiça com acesso ao judiciário, a primeira não se
restringe apenas em postular seus direitos ao judiciário, visa também, garantir aos cidadãos, os
seus direitos, caso violados, os sendo restituídos, ou seja, é o direito de exigir do Estado não
somente a garantia do Poder Judiciário, e sim, a realização plena da justiça, dando lhe direito
à ampla e efetiva defesa, a segunda, é a prestação dos serviços indispensáveis à defesa dos
direitos em Juízo, não confundindo-a com gratuidade processual, pois esta se trata da isenção
das despesas processuais (VASCONCELOS, 2008).
CAPÍTULO 08 113
Por outro lado, os artigos 21 do Código Penal brasileio (Decreto-Lei 2.848/42), e 3º da
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei 4.657/42), estabelecem respecti-
vamente que não se pode alegar o desconhecimento da lei com intuito de não cumpri-la.
É de muita relevância o acesso à justiça, mas não tão somente como o primeiro passo
para o Poder Judiciário, e sim, para garantir a todos o direito de uma técnica processual adequa-
da às pessoas envolvidas e àquilo que se pede, é notório que o acesso à justiça é um dos direitos
fundamentais de suma importância, pois este, garante a tutela dos demais direitos (TAVARES,
2013).
[...] a hipossuficiência é uma marca visível apenas nos casos em que existe um flagrante
fragilidade econômica do cidadão em prover os aspectos processuais necessários para a
defesa dos interesses e direitos, sem gerar prejuízos para si e para a sua família.
Segundo trabalho produzido por Jorge Luiz Souza, membro do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada – IPEA (2008):
No caso do Brasil, como se extrai do último relatório anual do PNUD (2020), o Brasil ocu-
pa a octogésima quarta (84ª) posição de uma lista de cento e oitenta e nove (189) países, com o
IDH elencado em 0,765, considerado como desenvolvimento humano elevado.
Outro dado importante é a renda individual do brasileiro, que, entretanto, não é fielmen-
te medida pelo índice de renda per capita, visto que este não considera as diferenças salariais
exorbitantes no país, mas sim outros índices como o Gini.
CAPÍTULO 08 114
Segundo informações obtidas no Relatório da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE
(2020), apud (World Bank, 2020):
O referido relatório do IBGE aponta que no ano de 2019 o Brasil possuiu índice de gini
na casa do 0,543, um dos maiores do mundo, de forma que a concentração de capital é muito
grande, o que indica a existência de grupos vulneráveis.
Além disso, observando tais dados é possível verificar que o ensino nas escolas privadas
para todos os anos desde 2003 possuia meta e alcançou resultado maior que a escola pública,
o que demonstra uma maior qualidade no ensino privado, e por sua vez, pago, em detrimento do
público e gratuito, causando mais um nível de desigualdade entre pessoas com poder aquisitivo
e os mais vulneráveis. (INEP, 2019, p. 22).
A gratuidade da justiça foi instituída no sistema jurídico brasileiro, nos moldes semelhan-
tes aos atuais, em meados de 1950, com a edição da Lei Federal nº 1.060/1950, que estabelece
regras para o requerimento e concessão da assistência judiciária gratuita aos necessitados.
Importante destacar que o cálculo das custas processuais são geralmente reguladas por
2 Notícia veiculada no site Conexão Tocantins por Wendy Almeida.
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lei estadual.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de re-
cursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
II - os selos postais;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração
da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação
e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do
contraditório;
Talvez o dispositivo mais polêmico dentre os citados, seja o §3º do art. 99, que em suma,
estabelece que “Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
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por pessoa natural” (BRASIL, 2015). Isso porquê a jurisprudência3 há muito vem decidindo que
tal presunção não é suficiente para comprovação da necessidade de concessão da gratuidade
da justiça, mas que deve o interessado demonstrar seu estado de vulnerabilidade através de
provas que, ao serem analisadas pelo juízo, demonstrarão a possibilidade ou não de concessão,
à semelhança do disposto no §2º do mesmo dispositivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atual estrutura do Poder Judiciário existente não se faz capaz de proporcionar total-
mente aos jurisdicionados a prestação da tutela jurisdicional efetiva como exigida pela Carta
Magna e pela processualística existente. A principal consequência disso são os fóruns cheios,
decisões que demoram, que custam caro, e nem sempre são efetivas ou adequadas à situação
extra processual. Entretanto lado, é interessante ressaltar que grande parcela da sociedade bra-
sileira vive à margem do Poder Judiciário e, muitas vezes, até mesmo do Direito.
3 STJ - AgInt no AgInt no REsp: 1670585 SP 2017/0103984-6
4 Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: [...] XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça
(BRASIL, 2015)
CAPÍTULO 08 117
É preciso também que, além de novos rumos para a solução dos conflitos, que os tribu-
nais exerçam seu papel de forma mais célere, que também aumente o número de juízes, e que
as regras processuais sejam flexibilizadas de modo a possibilitar uma maior agilidade no anda-
mento do processo e uma sentença em tempo mais reduzido.
É neste quadro que merece destaque os processos coletivos, voltados para a tutela dos
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Sendo assim, faz-se importante evidenciar a idéia de que o acesso amplo à justiça não
seria apenas com a reorganização da assistência jurídica em nosso país, pois, desta maneira,
somente irá contribuir de forma parcial para tornar a segregação social menos oculta. Somente
com o fortalecimento de políticas públicas dedicadas para a erradicação da desigualdade social,
junta da vontade política de buscar meios para a efetivação do direito fundamental do pleno
acesso à justiça, poderiam cooperar para a tão sonhada melhora da qualidade de vida das pes-
soas, sejam elas carentes ou não.
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