Liquidos Do Corpo

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Líquidos do Corpo

O corpo humano tem líquidos que estão distribuídos em diferentes


"compartimentos". Eles ajudam a manter o corpo funcionando
corretamente e podem ser divididos principalmente em dois grandes
grupos:

1. Líquido Intracelular (LIC):

 Fica dentro das células.


 Representa a maior parte do líquido no corpo (cerca de 60% da
água corporal).

2. Líquido Extracelular (LEC):

 Fica fora das células, e se divide em:


o Plasma: Parte líquida do sangue, onde circulam
nutrientes e células sanguíneas.
o Líquido intersticial: Está entre as células e vasos
sanguíneos, ajudando a transportar substâncias.

Existe também um grupo menor chamado líquido transcelular, que


inclui:

 Líquido ao redor das articulações (como o joelho).


 Líquido que envolve o cérebro (líquido cefalorraquidiano).
 Líquido em cavidades como o peito e abdômen.

Quantidade de Água no Corpo:

 Um adulto de 70 kg tem aproximadamente 42 litros de água


no corpo, o que é cerca de 60% do peso.
 Com a idade, o percentual de água no corpo diminui porque a
gordura corporal aumenta.

Esse equilíbrio de líquidos é importante para manter as funções vitais,


como o transporte de nutrientes, a eliminação de resíduos e a
proteção de órgãos como o cérebro e as articulações.

Compartimento Líquido Intracelular:


O líquido intracelular é todo o líquido que fica dentro das células do
corpo. Para ter uma ideia, são cerca de 28 a 42 litros desse líquido
em uma pessoa adulta. Isso representa cerca de 40% do peso do
corpo. Mesmo que cada célula tenha sua própria mistura de
substâncias, o líquido dentro delas é bem parecido, seja em humanos
ou em outros animais.

Compartimento Líquido Extracelular:

O líquido extracelular é o que fica fora das células. Ele forma cerca
de 20% do peso corporal, ou seja, em torno de 14 litros em um
adulto. Existem dois tipos principais:

 Líquido intersticial: Está entre as células e representa a


maior parte do líquido extracelular (cerca de 11 litros).
 Plasma: Parte líquida do sangue, que tem cerca de 3 litros.

O plasma troca substâncias com o líquido intersticial, e ambos têm


uma composição bem parecida, exceto que o plasma tem mais
proteínas.

O LEC é um tampão entre as células e o meio externo do corpo. Tudo


o que entra ou sai da maioria das células passa através do LEC.

Volume Sanguíneo:

O sangue tem tanto líquido extracelular (no plasma) quanto líquido


intracelular (nas células do sangue, chamadas de hemácias ou
eritrócitos ou glóbulos vermelhos). Em um adulto, o sangue totaliza
cerca de 5 litros, o que equivale a 7% do peso corporal.
 Hematócrito: É a medida que diz quanto do sangue é feito de
hemácias. Nos homens, normalmente, cerca de 40% do sangue
é composto por hemácias, e nas mulheres, cerca de 36%.

Composições Iônicas do Plasma e do Líquido


Intersticial

O plasma (parte líquida do sangue) e o líquido intersticial (o líquido


entre as células) têm composições muito parecidas, porque eles são
separados apenas por uma membrana nos capilares que deixa os íons
passarem facilmente. No entanto, uma diferença importante é que
o plasma tem mais proteínas, já que a membrana dos capilares não
permite que as proteínas saiam do plasma com facilidade.

Essa diferença nas proteínas cria algo chamado efeito Donnan, que
faz com que os íons positivos (como sódio e potássio) sejam um
pouco mais concentrados no plasma, porque eles se ligam às
proteínas. Já os íons negativos (ânions), como o cloreto, ficam um
pouco mais concentrados no líquido intersticial porque as proteínas
do plasma os repelem.

Líquido Extracelular

O líquido extracelular (que inclui o plasma e o líquido intersticial) tem


muitos íons importantes:

 Sódio e cloreto: estão em grandes quantidades.


 Bicarbonato: está presente em quantidade moderada.
 Potássio, cálcio, magnésio, fosfato: em pequenas
quantidades.

Esses níveis de íons são controlados pelos rins para garantir que as
células recebam a quantidade certa de nutrientes e eletrólitos para
funcionarem bem.

Líquido Intracelular

Dentro das células, o líquido intracelular tem uma composição bem


diferente:

 Pouco sódio, cloreto e cálcio.


 Muito potássio, fosfato e magnésio.
Além disso, as células têm quatro vezes mais proteínas do que o
plasma. A membrana celular deixa a água passar facilmente, mas
não deixa os eletrólitos entrarem ou saírem com facilidade, mantendo
essas diferenças entre o líquido intracelular e extracelular.

Equilíbrio Osmótico entre líquidos extra e intracelular

Pense que o nosso corpo é como uma balança que precisa manter os
líquidos dentro e fora das células em equilíbrio. Esse equilíbrio é
chamado de equilíbrio osmótico. Aqui está como isso funciona:

1. Pressão Osmótica: Imagina que a água é como uma equipe


de trabalho que quer se mover para onde há mais “trabalho”
(ou solutos). Se um lado da membrana da célula tem muita
coisa (solutos), a água quer se mover para lá para ajudar a
equilibrar as coisas.
2. Membrana Celular: A membrana é como uma parede que
separa o líquido dentro da célula do líquido fora da célula. Se a
quantidade de solutos dentro e fora da célula não está igual, a
água vai se mover para onde há mais solutos para tentar
equilibrar as coisas.
3. Equilíbrio: Se houver muita diferença entre os solutos fora e
dentro da célula, a água pode se mover rapidamente para
tentar equilibrar isso. Isso pode fazer a célula aumentar de
tamanho ou diminuir, dependendo de qual lado tem mais
solutos.
4. Força da Água: Mesmo pequenas mudanças na quantidade de
solutos podem fazer a água se mover com muita força.
Portanto, nosso corpo precisa manter esse equilíbrio para que
as células não fiquem muito grandes nem muito pequenas.

Resumindo, o equilíbrio osmótico é como garantir que a balança entre


os líquidos dentro e fora das células esteja sempre equilibrada para
que as células funcionem direitinho.

A água é essencialmente a única molécula que se move livremente


entre as células e o líquido extracelular. Devido ao movimento livre
da água, os compartimentos intracelulares e extracelular alcançam
um estado de equilíbrio osmótico, no qual as concentrações nos
líquidos são iguais dos dois lados da membrana celular. (A
concentração é expressa como a quantidade de soluto por volume de
solução.)

Intercâmbio entre os compartimentos do corpo - mecanismos


de transporte através da membrana plasmática.

A membrana celular é composta por uma bicamada lipídica e


proteínas de transporte. A bicamada lipídica age como uma barreira,
impedindo a passagem de moléculas hidrossolúveis entre os líquidos
intra e extracelulares, mas permitindo a passagem de substâncias
lipossolúveis diretamente.

As proteínas da membrana têm funções variadas para o transporte:

 Proteínas canais: Formam espaços aquosos que permitem o


fluxo de água e íons específicos através da membrana.
 Proteínas carreadoras: Ligam-se às moléculas ou íons e
alteram sua estrutura para movê-los através da membrana.
(acuaporinas)

Então as funções da membrana são: Proteção, revestimento e


seleção.
Pelas proteínas podem passar moléculas maiores e electrons.
As inteiras são chamadas de integrais ou transmembranar. Tem
outras que não atravessam a membrana que são as periféricas
ou extrinsicas a sua função principal é enzimática (ela vai a
acelerar algumas reações da célula). Também existe o
colesterol que tem a função importante, ela torna a bicamada
fosfolipidea menos sujeita a deformação. Também tem a
Glicoproteina ou Glicolipido elas formam uma estrutura
chamada de Glicocalice tem como função principal proteger a
célula, outra função importante é reter nutrientes (ex. glicose),
outra função é o reconhecimento celular. E finalmente o
citoesqueleto, ela da forma à célula.

Essas proteínas são seletivas, permitindo apenas certos tipos de


moléculas ou íons a atravessar a membrana.
A medida dos volumes dos líquidos orgânicos refere-se à quantificação dos volumes dos
diferentes compartimentos de fluidos dentro do corpo, como o líquido extracelular, o
líquido intracelular, o plasma sanguíneo, e outros compartimentos específicos. Esse
processo é crucial para entender a distribuição de fluidos no corpo e para diagnosticar e
monitorar condições médicas relacionadas ao equilíbrio hídrico e à função dos órgãos.

Medida dos volumes dos líquidos orgânicos.

1. Método do Indicador-Diluição:
o Princípio: Baseia-se na injeção de uma substância
indicadora no compartimento líquido e na medição da
concentração do indicador após a dispersão. O volume do
compartimento é calculado usando a fórmula
Volume=Quantidade Total Injetada/Concentração Final
o Aplicação: Utilizado para medir o volume de
compartimentos como o plasma sanguíneo e o líquido
intersticial.

2. Método de Diluição de Cores:


o Princípio: Similar ao método do indicador-diluição, mas
utiliza corantes ou substâncias que podem ser detectadas
visualmente ou com equipamentos específicos.
o Aplicação: Usado para medir volumes em estudos
laboratoriais e pesquisas.

3. Método de Marcadores Específicos:


o Princípio: Utiliza substâncias que se ligam
especificamente a certos compartimentos ou tipos de
fluidos.
o Aplicação: Pode ser utilizado para medir volumes de
fluidos como o líquido cerebrospinal ou o líquido sinovial.

4. Método de Bioimpedância:
o Princípio: Mede a resistência elétrica do corpo, que varia
com a quantidade de água nos compartimentos corporais.
o Aplicação: Usado para avaliar a composição corporal,
incluindo a quantidade de água intra e extracelular.

5. Método de Diluição Radioativa:


o Princípio: Utiliza substâncias radioativas como
indicadores para medir a dispersão e o volume dos
fluidos.
o Aplicação: Mais comum em pesquisas e alguns
diagnósticos médicos.
Esses métodos são fundamentais para a compreensão da dinâmica
dos fluidos corporais e para o manejo de condições que afetam o
equilíbrio hídrico, como desidratação, edema e problemas renais.

A Microcirculação e o Sistema Linfático

Trocas Capilares, Líquido Intersticial e Fluxo de Linfa

As mais significativas funções da microcirculação são o transporte de


nutrientes para os tecidos e a remoção dos produtos da excreção
celular. As pequenas arteríolas controlam o fluxo sanguíneo para cada
tecido, e as condições locais nos tecidos, por sua vez, controlam o
diâmetro das arteríolas. Assim, cada tecido na maioria dos casos
controla seu próprio fluxo sanguíneo, de acordo com suas próprias
necessidades.

As paredes dos capilares são delgadas, formadas por camada única


de células endoteliais muito permeáveis. Desse modo, pode ocorrer
intercâmbio rápido e fácil de água, nutrientes e excrementos
celulares entre os tecidos e o sangue circulante.

A circulação periférica em todo o corpo contém aproximadamente 10


bilhões de capilares, com superfície total estimada entre 500 e 700
metros quadrados.

Estrutura e Organização dos Vasos Sanguíneos

A microcirculação de cada órgão está organizada para atender às


suas necessidades específicas. Em geral, cada artéria nutriente que
penetra em um órgão se ramifica por seis e oito vezes antes que seus
ramos fiquem suficientemente pequenos para serem chamados
arteríolas
As arteríolas, então, se ramificam de novo por mais duas a cinco
vezes, em suas porções terminais, de onde suprem o sangue para os
capilares.

As arteríolas são muito musculares, podendo alterar por muitas vezes


seu diâmetro. As metarteríolas (as arteríolas terminais) não têm
revestimento muscular contínuo; ao contrário, as fibras musculares
lisas circundam os vasos em pontos intermitentes.

No ponto onde cada capilar verdadeiro se origina da metarteríola,


uma fibra muscular lisa costuma circundar o capilar. Essa estrutura é
chamada esfíncter pré-capilar, que pode abrir e fechar a entrada do
capilar.

As vênulas são maiores que as arteríolas e têm revestimento


muscular muito mais fraco. Contudo, a pressão nas vênulas é muito
menor que nas arteríolas, assim as primeiras ainda podem se contrair
de forma considerável, apesar da fraca musculatura.

Estrutura da Parede Capilar. A Figura mostra a estrutura


ultramicroscópica de células endoteliais típicas, na parede capilar,
encontradas na maioria dos órgãos do corpo, especialmente nos
músculos e no tecido conjuntivo. Note que a parede é composta por
camada unicelular de células endoteliais e é circundada por
membrana basal fina no lado externo do capilar. A espessura total da
parede capilar consiste em apenas cerca de 0,5 micrômetro. O
diâmetro interno do capilar é de 4 a 9 micrômetros, justo o necessário
para que os eritrócitos e outras células sanguíneas possam passar por
ele.
Poros na Membrana Capilar

 Fendas intercelulares: Pequenos canais entre células


endoteliais, com largura de 6 a 7 nanômetros, permitindo a
difusão de água, íons e pequenas moléculas.
 Cavéolas: Vesículas plasmáticas formadas por caveolinas.
Podem capturar plasma e realizar endocitose e transcitose de
macromoléculas.

Fluxo de Sangue nos Capilares —


Vasomotilidade
1. Vasomotilidade

O sangue não flui continuamente pelos capilares, mas de forma


intermitente, devido à vasomotilidade. Esse fenômeno envolve a
contração intermitente das metarteríolas e dos esfíncteres pré-
capilares.
2. Regulação da Vasomotilidade

Quando a intensidade do consumo de oxigênio pelos tecidos é tão


grande que sua concentração de oxigênio cai abaixo da normal, os
períodos intermitentes de fluxo sanguíneo capilar ocorrem com maior
frequência, e a duração de cada período aumenta, permitindo, desse
modo, que o sangue capilar transporte maior quantidade de oxigênio
(bem como de outros nutrientes) para os tecidos.

Trocas de Água, Nutrientes e Outras Substâncias entre o


Sangue e o Líquido Intersticial

1. Difusão através da Membrana Capilar

O meio mais importante de transferência de substâncias entre o


plasma e o líquido intersticial é a difusão.

A Figura ilustra esse processo, mostrando que, à medida que o


sangue flui ao longo do lúmen capilar, enorme quantidade de
moléculas de água e de partículas dissolvidas se difunde para dentro
e para fora, através da parede capilar, provocando mistura contínua
do líquido intersticial e do plasma. A difusão resulta da movimentação
térmica das moléculas de água e das substâncias dissolvidas no
líquido; as diferentes moléculas e os íons se movem, inicialmente, em
uma direção e, a seguir, em outra, deslocando-se aleatoriamente em
todas as direções.

2. Substâncias Lipossolúveis

 As substâncias lipossolúveis (ex. oxigênio e dióxido de


carbono) se difundem diretamente através das membranas
celulares do capilar sem ter de atravessar os poros.
 Isso proporciona um transporte mais eficiente em comparação
com as substâncias lipoinsolúveis, como íons sódio e glicose,
que só podem atravessar a membrana passando pelos poros.

3. Substâncias Hidrossolúveis

 As substâncias hidrossolúveis, como íons de sódio, cloreto e


glicose, não atravessam as membranas lipídicas, mas passam
pelos poros intercelulares.
 A difusão dessas substâncias é extremamente rápida,
permitindo uma troca eficiente.

4. Efeito do Tamanho Molecular

 A permeabilidade dos poros capilares varia conforme o


tamanho das moléculas:
o Água: alta permeabilidade.
o Proteínas plasmáticas: baixa permeabilidade.

5. Diferenças entre Tecidos

 Diferentes tecidos têm permeabilidades capilares distintas:


o Fígado: capilares sinusoides permitem a passagem de
proteínas.
o Rins: alta permeabilidade para água e eletrólitos.

6. Diferença de Concentração

A intensidade de difusão de uma substância é proporcional à


diferença de concentração entre os dois lados da membrana:

 Oxigênio: maior concentração no sangue, movendo-se para os


tecidos.
 Dióxido de carbono: maior concentração nos tecidos,
movendo-se para o sangue.

Interstício e o Líquido Intersticial

1. Estrutura do Interstício

O interstício é composto por:

 Fibras de colágeno: fornecem força tensional aos tecidos.


 Filamentos de proteoglicanos: finos e compostos por ácido
hialurônico e proteínas, formando uma trama de filamentos.

2. Gel Intersticial

 O líquido intersticial, derivado do plasma, é retido


principalmente entre os filamentos de proteoglicanos, formando
o gel tecidual.
 Esse gel dificulta o fluxo do líquido, permitindo apenas a
difusão molécula a molécula.

3. Líquido Livre no Interstício

 Pequenas quantidades de líquido livre podem estar presentes


no interstício.
 Em condições normais, esse líquido livre representa menos de
1%, mas em casos de edema, essa proporção aumenta
consideravelmente.

Resumo: Filtração do Líquido pelos Capilares e Forças


Osmóticas

Introdução

A filtração de líquidos através dos capilares é determinada por um


equilíbrio dinâmico entre as pressões hidrostáticas e osmóticas, bem
como pelo coeficiente de filtração capilar. As forças hidrostáticas 17.3
tendem a mover o líquido para fora dos capilares (Ultrafiltrarão),
enquanto as forças osmóticas, especialmente a pressão
coloidosmótica ou oncótica 28 (gerada por proteínas plasmáticas,
principalmente a albumina), atraem ou puxam o líquido de volta para
o sangue.

Nos capilares sanguíneos próximos às arteríolas, a pressão


hidrostática é maior e a pressão oncótica é menor. Já nos capilares
venosos, a pressão hidrostática é menor, mas a pressão oncótica é
maior, o que resulta na reabsorção de cerca de 90% do líquido de
volta para o capilar sanguíneo (reabsorção venosa). Os 10% restantes
são absorvidos pelos capilares linfáticos (absorção linfática).
Se a água acumula no interstício causa edema que se deve ao
desequilíbrio de essas duas pressões, pode ser por exemplo aumento
da Pressão Hidrostática causada pela sobre-hidratação, hiper-
hidratação, insuficiência cardíaca, e estados de hipertensão. Ou
também pode ser pela diminuição da pressão oncótica, provoca o
não deslocamento do líquido do meio intersticial para o interior do
vaso. Essa variação da pressão oncótica é determinada pela
diminuição da quantidade de proteínas plasmáticas presentes no
sangue. É uma consequência de hipoproteinemia, causada por
problema hepático ou renal quando o rim não segura mais as
proteínas ou o rim para de produzir. E pode ser também pela
obstrução dos vasos linfáticos no caso da Filariose Linfática ou caso
dilatação quando ativados mastócitos, libera histamina pela Ge e isso
vai causar vasodilatação assim como oxido nítrico e outros
vasodilatadores pro inflamatórios que podem estar acumulando na
circulação e aumentando a saída de água por vasodilatação e
aumenta a permeabilidade capilar.

Forças de Starling

Quatro forças primárias, conhecidas como "forças de Starling",


controlam o movimento de líquido através das membranas capilares:

1. Pressão Capilar (Pc): força o líquido para fora dos capilares.


2. Pressão do Líquido Intersticial (Pli): se positiva, força o
líquido para dentro dos capilares; se negativa, força o líquido
para fora.
3. Pressão Coloidosmótica Plasmática (Pp): provoca a osmose
de líquido para dentro dos capilares.
4. Pressão Coloidosmótica do Líquido Intersticial (Pli):
provoca a osmose de líquido para fora dos capilares.

Se a soma dessas forças, chamada pressão efetiva de filtração


(PEF), for positiva, ocorrerá filtração de líquido. Se for negativa,
ocorrerá absorção.

28.3 força total para fora

28 força total para dentro

Força efetiva para fora é de 0.3 ou 2ml/minuto

Sistema Linfático ou Linfoide

Os vasos do sistema linfático interagem com outros três sistemas


fisiológicos: o sistema circulatório, o sistema digestório e o sistema
imune. As funções do sistema linfático incluem: (1) restituir de volta
ao sistema circulatório os líquidos e proteínas filtrados para fora dos
capilares, (2) capturar a gordura absorvida no intes- tino delgado e
transferi-la para o sistema circulatório e (3) atuar como um filtro para
ajudar a capturar e destruir patógenos. Nessa discussão, enfocamos o
papel do sistema linfático no transporte de líquidos.

O sistema linfático permite movimento unidirecional do líquido


intersticial desde os tecidos até a circulação. Os menores vasos
linfáticos são compostos por uma única camada de endotélio
achatado, que é ainda mais fino que o endotélio capilar.

As paredes desses vasos linfáticos minúsculos são ancoradas ao


tecido conectivo circundante por fibras, que mantêm os vasos
abertos. Grandes lacunas entre as células permitem que líquidos,
proteínas intersticiais e material particulado, como bactérias, sejam
arrastadas para os vasos linfáticos, também chamados de linfáticos,
pelo fluxo de massa. Uma vez dentro dos linfáticos, este líquido claro
é simplesmente chamado de linfa.

O sistema linfático não possui uma bomba como o coração. O fluxo


linfático depende basicamente das ondas de contração do músculo
liso da parede dos vasos linfáticos maiores. O fluxo é auxiliado pelas
fibras contráteis das células endoteliais, pelas valvas unidirecionais e
pela compressão externa gerada pelos músculos esqueléticos.

A bomba musculosquelética desempenha um papel significativo no


fluxo linfático, o que você deve saber se já feriu o pulso ou o
tornozelo. Um membro imobilizado frequentemente incha pelo
acúmulo de líquido no espaço intersticial, uma condição conhecida
como edema. Pacientes com edema em um membro ferido são
recomendados a elevarem o membro acima do nível do coração, de
forma que a gravidade possa ajudar o fluxo linfático a voltar ao
sangue.

Uma razão importante para o líquido filtrado retornar à circulação é a


reciclagem das proteínas plasmáticas. O corpo deve manter uma
concentração baixa de proteínas no líquido intersticial, uma vez que a
pressão coloidosmótica é a única força que se opõe
significativamente à pressão hidrostática capilar. Se as proteínas se
movem do plasma para o líquido intersticial, o gradiente de pressão
osmótica que se opõe à filtração diminui. Com menos oposição à
pressão hidrostática capilar, mais líquido se move para o espaço
intersticial.

A inflamação é um exemplo de uma situação na qual o equilíbrio


entre a pressão coloidosmótica e a pressão hidrostática é rompido. A
histamina liberada na resposta inflamatória deixa a parede dos
capilares mais permeável, permitindo que escapem proteínas do
plasma para dentro do líquido intersticial. O inchaço local que
acompanha uma região inflamada é um exemplo de edema causado
pela redistribuição de proteínas do plasma para o líquido intersticial.

O edema é resultado de alterações nas trocas capilares

O edema é um sinal de que as trocas normais entre os sistemas


circulatório e linfático estão alteradas. O edema, em geral, ocorre por
uma destas duas causas: (1) drenagem inadequada da linfa ou (2)
filtração capilar sanguínea que excede muito a absorção capilar.

A drenagem inadequada da linfa ocorre por obstrução do sistema


linfático, particularmente nos linfonodos. Parasitos, câncer ou o
crescimento de tecido fibrótico, causado por radioterapia, podem
bloquear o movimento da linfa pelo sistema. Por exemplo, a
elefantíase é uma condição crônica caracterizada pelo grande inchaço
dos membros inferiores quando parasitos bloqueiam os vasos
linfáticos. A drenagem da linfa pode também ser prejudicada quando
os linfonodos são removidos durante uma cirurgia, um procedimento
comum no diagnóstico e no tratamento do câncer.

Três fatores que rompem o balanço normal entre a filtração e a


absorção capilar são:

1. Aumento na pressão hidrostática capilar. A aumentada pressão


hidrostática capilar é normalmente um indicativo de elevada pressão
venosa. Um aumento na pressão arterial geralmente não é
observável nos capilares devido à autorregulação da pressão nas
arteríolas.

Uma causa comum de aumentada pressão venosa é a insuficiência


cardíaca, uma condição em que um ventrículo perde o poder de
bomba e não pode mais bombear todo o sangue enviado a ele pelo
outro ventrículo. Por exemplo, se o ventrículo direito começa a falhar,
mas o ventrículo esquerdo mantém seu débito cardíaco, o san- gue
acumula-se na circulação sistêmica. A pressão arte- rial aumenta
primeiro no átrio direito, depois nas veias e nos capilares que drenam
para o lado direito do cora- ção. Quando a pressão hidrostática capilar
aumenta, a filtração excede significativamente a absorção, levando
ao edema.

2. Uma diminuição na concentração de proteína plasmática. As


concentrações de proteína plasmática podem diminuir como um
resultado de desnutrição severa ou insuficiência hepática. O fígado é
o principal local de síntese de proteínas plasmáticas, e essas
proteínas são responsáveis pelo componente pressão coloidosmótica
do sangue.

3. Aumento nas proteínas intersticiais. Como discutido, o vazamento


excessivo de proteínas para fora do sangue diminui o gradiente de
pressão coloidosmótica e aumenta a filtração capilar resultante.

Em algumas ocasiões, mudanças no balanço entre filtração e


absorção ajudam o corpo a manter a homeostase. Por exemplo, se a
pressão sanguínea arterial diminui, a pressão hidrostática capilar
também diminui. Essa mudança aumenta a absorção de líquidos. Se a
pressão arterial diminui muito, há absorção resultante nos capilares,
em vez de filtração resultante. Esse mecanismo passivo ajuda a
manter o volume sanguíneo em situações nas quais a pressão arterial
é muito baixa, como na hemorragia ou na desidratação grave.

O sistema linfático representa a via acessória, por meio da qual o


líquido pode fluir dos espaços intersticiais para o sangue. É
importante notar que os linfáticos transportam para fora dos espaços
teciduais proteínas e grandes partículas, e toxinas que não podem ser
removidas por absorção direta pelos capilares sanguíneos. Esse
retorno da proteína para o sangue dos espaços intersticiais é função
essencial, sem a qual morreríamos em torno de 24 horas.

Canais Linfáticos do Corpo

Os canais linfáticos são como pequenos canos que ajudam a tirar o


excesso de líquido que fica entre as células do corpo. Eles estão em
quase todas as partes do corpo, exceto em alguns lugares, como a
pele, os nervos, os músculos e os ossos. Mesmo nesses lugares,
existem canais muito pequenos que ajudam a drenar esse líquido,
referidos como pré-linfáticos.

Esse líquido, chamado de linfa, é levado por esses canais até um


grande cano chamado ducto torácico, que fica na parte inferior do
corpo. A linfa desse ducto é levada de volta para o sangue perto do
pescoço, onde se encontra com duas veias importantes (veia jugular
interna esquerda com a veia subclávia esquerda).
A linfa do lado direito da cabeça, do pescoço e do braço direito vai por
outro cano menor, chamado ducto linfático direito, que também leva
a linfa de volta ao sangue.

Capilares linfáticos terminais e sua permeabilidade

Os capilares linfáticos terminais são como portinhas que permitem


que o líquido entre, mas não deixe ele sair. Quando o sangue passa
pelas artérias, ele perde um pouco de líquido que vai para os espaços
entre as células. A maior parte desse líquido volta para o sangue
pelas veias, mas cerca de 10% vai para os capilares linfáticos, que
são como caninhos especiais. O volume total dessa linfa é
normalmente de apenas 2 a 3 litros por dia.

Esses capilares são importantes porque eles conseguem "pegar"


algumas substâncias, como proteínas grandes, que não conseguem
voltar para o sangue de outra forma. Isso acontece porque as paredes
desses capilares são diferentes: elas têm pequenas válvulas que se
abrem quando o líquido empurra, deixando ele entrar. Depois que o
líquido entra, as válvulas se fecham, e ele não consegue mais sair,
sendo levado de volta para o sangue pelo sistema linfático.

Essa circulação de líquido pelo sistema linfático ajuda a manter o


equilíbrio de líquidos no corpo e também a remover coisas que o
corpo não precisa, como toxinas e células mortas.

Formação da linfa

A linfa é um líquido que ajuda a proteger o corpo. Ela começa quando


o excesso de líquido nos tecidos do corpo entra em canais chamados
capilares linfáticos. Esse líquido é bem parecido com o que fica entre
as células, mas em alguns lugares do corpo, como o fígado e os
intestinos (gordura), ele tem mais proteínas. No fígado, tem cerca de
6 g/dL de proteínas, e nos intestinos, de 3 a 4 g/dL.

O sistema linfático também ajuda a absorver nutrientes,


principalmente as gorduras dos alimentos. Depois de comer algo
gorduroso, a linfa pode ter até 2% de gordura. Além disso, a linfa
pode carregar partículas grandes, como bactérias, que são eliminadas
quando passam pelos linfonodos, que funcionam como filtros de
defesa do corpo.

Capilares se agrupam para formar estruturas maiores, os vasos


linfáticos com válvulas bem desenvolvidas existem 2 tipos coletores
e pre-coletores. Os vasos linfáticos apresentam o linfangion que é
o espaço entre válvulas, estruturas maiores chamadas de troncos
linfáticos e estes para ductos (Torácico e Linfático Direito) o Torácico
drena a linfa da maior parte do corpo, ele começa na Cisterna do
quilo e termina na junção entre as veias subclávia e jugular esquerda,
já o ducto Linfático Direito desemboca na junção entre as veias
subclávia e jugular direitas. No caminho dos vasos linfáticos existem
dilatações chamadas Ganglios Linfaticos ou Linfonodos possuem
grandes quantidades de células de defensa como Macrofagos e
Linfocitos, sendo estruturas importantes do sistema imunológico e na
filtragem da linfa antes de voltar para a circulação sanguínea. As
tonsilas são agrupamentos de linfonodos envolvidos por tecido
epitelial e localizados na entrada do sistema respiratório e digestório.

 Vão conduzida num único sentido o coração


 A linfa, tem composição semelhante ao plasma
 Produz 3 a 4 litros de linfa por dia
 Principais células são os linfócitos T ou B (que produzem
anticorpos) e Macrofagos (que fagocitan agentes invasores).
 Órgãos linfáticos ou linfoides (linfonodos ou Gânglios Linfáticos)
 Tonsilas, medula óssea, timo e vaso)

O Bombeamento pelo Sistema Linfático É a Causa Básica da


Pressão Negativa do Líquido Intersticial.

O sistema linfático tem um papel básico na determinação da pressão


do líquido intersticial. O sistema linfático é “lixeiro” (scavenger) que
remove o excesso de líquido, proteínas, detritos orgânicos e outros
materiais dos espaços teciduais. Normalmente, quando o líquido
penetra nos capilares linfáticos terminais, as paredes dos vasos
linfáticos se contraem, de forma automática, por alguns segundos e
bombeiam o líquido para a circulação sanguínea. Esse processo cria a
ligeira pressão negativa, medida nos líquidos dos espaços
intersticiais.

O bombeamento da linfa pelo corpo é feito de maneira diferente do


sangue. Ao contrário do coração, que bombeia o sangue, o sistema
linfático não tem uma bomba central. A linfa é empurrada através dos
vasos linfáticos por vários mecanismos:

1. Movimentos dos Músculos: Quando você se move ou contrai


os músculos (como ao andar ou se exercitar), os músculos
pressionam os vasos linfáticos. Essa pressão empurra a linfa
para frente.
2. Válvulas Linfáticas: Dentro dos vasos linfáticos existem
válvulas que garantem que a linfa só se mova em uma direção,
evitando que ela volte para trás.
3. Movimentos de Respiração: Quando você respira, a pressão
no peito muda, ajudando a "sugar" a linfa para o peito e para os
grandes vasos linfáticos, que se conectam às veias.
4. Pulsação dos Vasos Sanguíneos: Os vasos linfáticos estão
próximos aos vasos sanguíneos, e a pulsação dos vasos
sanguíneos ajuda a empurrar a linfa.

Esses processos combinados fazem a linfa se mover lentamente,


garantindo que ela passe pelos linfonodos e retorne ao sistema
venoso.

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