Tutoria em Ead Ii
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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
Sumário .................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 29
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INTRODUÇÃO
Neste contexto, Michael Moore (2007, p. 147) apresenta dois desafios centrais
para a função de tutor, a saber:
• o tutor não sabe como os alunos reagem ao que lhes é dirigido, ou seja, a
reação quanto ao material que foi preparado (vídeos, textos, imagens, etc.)
pode ser diferente para cada indivíduo. Portanto, o desafio reside em conseguir
decifrar as reações dos alunos aos diferentes comandos que lhes são dados;
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Pode parecer estranho pensar que a EaD necessite da identificação das
emoções dos alunos, porém o apoio motivacional feito da maneira mais próxima
possível possibilitará a permanência dos mesmos no curso.
Segundo o MEC (2008), o tutor “atua junto aos estudantes sob estrita
orientação e supervisão da equipe de docentes, principalmente como mediador
pedagógico e facilitador nos processos de ensino-aprendizagem.” Portanto, o conceito
de tutor envolve, além da delimitação conceitual citada, potencialidades,
competências e capacidades vinculadas às múltiplas realidades encontradas em cada
atuação. Desta forma, cada profissional terá de desenvolver tais elementos para
realizar com proveito sua atividade.
Pensando nisso, este artigo propõe uma metodologia para a prática de tutoria
fundamentada em competências. Além da metodologia, o texto irá apresentar sua
aplicação em um curso de formação continuada e, por fim, a avaliação com base em
um instrumento fundamentado em sistemas de indicadores, adaptado de (Bertolin e
De Marchi 2010).
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Atribuições e competências do tutor na aprendizagem
online
O trabalho como tutor online deve suscitar uma pergunta básica inicial: que
conhecimentos e competências o tutor deve possuir para desempenhar seu trabalho?
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que não se reproduzam nos atuais ambientes de EaD concepções tradicionais das
figuras do professor. É preciso superar a postura ainda existente, do professor
transmissor de conhecimentos.
(i) as atividades de ensino: significa que este deve conhecer o conteúdo do curso,
a ponto de conseguir intervir na discussão, conduzindo-a para um melhor
aproveitamento, e também intensificando a interação dos alunos com o
conteúdo, mediante suas intervenções;
(iii) as atividades de apoio ao aluno: mesmo que a instituição conte com o suporte
técnico e administrativo, geralmente questões desta ordem chegam aos tutores
e é importante que estes tenham o conhecimento básico a respeito delas para
dar o suporte em tempo hábil, sem prejudicar o desempenho dos alunos.
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(iii) grau de consistência na abordagem entre os materiais de curso e o processo
de avaliação;
A prática da tutoria online cerca-se de vários elementos para atingir bons níveis
de qualidade e contribuir para uma boa experiência de aprendizagem. Dentre os
elementos, merecem destaque os apresentados na Tabela 1, considerando a atuação
do tutor nas três funções de competências apresentadas por Moore (de ensino, de
progresso e de apoio).
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Diante dos elementos citados, é possível perceber que o tutor desempenha o
papel daquele que “desperta” os alunos para a rotina de estudo peculiar que
acompanha a educação a distância. Conforme diz Gonzales (2005, p. 47), o tutor com
uma radiografia didático-avaliativa do aluno terá um perfil minuciosamente detalhado
dele, o que lhes permitirá ações de apoio, reforço e orientações adequadas e
oportunas.
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Além disso, o tutor também deve ficar atento às possíveis causas de evasão,
comuns ao processo de ensino a distância e que devem ser minimizadas. Pensando
nisso, Gonzalez (2005, pág. 46) aponta quatro causas consideradas como principais,
a saber:
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Outra responsabilidade atrelada à função do tutor é o preenchimento e o envio
de relatórios de acompanhamento, que devem conter informações relevantes da
prática tutorial.
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Avaliação da prática da tutoria adotada
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o respondente deveria selecionar uma resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 o
maior conceito.
a) Atividades de apoio:
“Talvez minha dificuldade tenha ocorrido por nunca ter trabalhado com essas
ferramentas e me senti insegura em usá-las, mas sempre encontrei respostas
quando as busquei junto aos tutores.” (P.F.M.)
b) Atividades de ensino:
“O trabalho de vocês como tutoras foi ótimo, tudo que lemos na teoria vocês
fizeram na prática: envolvimento com os alunos e discussões, atividades claras,
responderam nossas dúvidas,... Com vocês sanei as principais dúvidas sobre EaD
e agora tenho certeza que quero continuar fazendo cursos nessas áreas.” (L.I.G.).
c) Atividades de progresso:
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“Quero agradecer a vocês pela atenção, orientações, a forma como conduziram
as atividades e principalmente por estarem sempre disponíveis.” (S.M.G.).
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Analisando esta afirmação, parece-nos que o sujeito que desempenha a
atividade de tutoria na EAD ocupa uma categoria diferenciada daquela específica do
professor no processo de ensino-aprendizagem. Este fato é evidenciado não apenas
por estes autores, mas pela maioria dos outros que tratam da docência nesta
modalidade de educação. Como bem salientam Maia e Mattar (op. cit.), ainda há uma
inconstância na determinação das funções dos vários tipos de docentes da EAD.
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Diferentes atribuições dos professores da EAD
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(iv) acessar o AVA regularmente e dar retorno às solicitações dos aluno no prazo
de 24 horas;
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desempenhadas no processo de ensino-aprendizagem requeridas por esta
modalidade de educação.
Já Schmid (2004, p. 278) afirma que o tutor não ensina no sentido convencional
da palavra, como também não dá aulas, nem produz materiais. Ele é a pessoa
designada pela instituição para estabelecer contato com o aluno e, “através de uma
relação pessoal, facilitar a este o desenvolvimento de todo o seu potencial intelectual
e comunicacional”.
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técnicas e administrativas, com vistas ao bom desempenho dessa função. Esses
autores afirmam que o fato de um sujeito ser bom professor em um sistema presencial
não é garantia de que venha a ter bons resultados como tutor em ambientes virtuais.
Eles visualizam este personagem na perspectiva de moderador.
Já Silva (2003) acredita que na EAD apoiada pela internet o tutor deve ser um
professor, um interlocutor, não se reduzindo a conselheiro ou facilitador da instrução.
Esse personagem está ali para “professorar”, isto é, para indicar múltiplas
possibilidades de experimentação e expressão, disponibilizar uma montagem de
conexões em rede, formular problemas, provocar novas situações, arquitetar
percursos, mobilizar a experiência do conhecimento, tudo isso na teia das interfaces
de um ambiente virtual de aprendizagem.
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é o mesmo dos docentes. Paradoxalmente, deve realizar tarefas típicas da docência,
que exigem preparo pedagógico específico e domínio dos conteúdos de ensino.
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sua concepção de ensino-aprendizagem e sua intervenção pedagógica, refletindo
uma ação educativa coerente e sólida” (2001, p. 23).
Já Schmid (2004) afirma que o tutor deve ter uma formação que lhe garanta
conhecer em profundidade: (a) a disciplina que vai tutorar; (b) as possibilidades de
intervenção didática específicas para a modalidade a distância, o que significa
domínio de estratégias de ensino-aprendizagem; e (c) as diferentes tecnologias que
serão usadas no processo, particularmente suas possibilidades e limitações. Essa
autora enfatiza a necessidade de capacitação inicial e atualização constante em
relação às competências básicas para o exercício da tutoria. Complementarmente,
levanta a problemática da desvalorização desse profissional, ocasionada por
inadequação ou ausência de formação, recrutamento aleatório, baixos salários e
condições de trabalho deficientes.
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A tutoria na visão de tutores
Nesta seção são apresentados os resultados da investigação que conduzimos
nas duas primeiras edições de um encontro nacional de tutores de Educação a
Distância, realizados, respectivamente, em 2006 e 2007. Esse evento se caracteriza
por ser totalmente on-line, isto é, via Internet, multissíncrono, e apresentado no
formato de incoerência. O objetivo básico do evento é ajudar aqueles que atuam ou
desejam atuar como “professores-tutores“ em cursos a distância, bem como aqueles
que, direta ou indiretamente, já trabalham nesta área. Cabe salientar que uma das
pesquisadoras participou desses dois encontros como dinamizadora de um tema. No
primeiro, obtivemos a colaboração de oito sujeitos, sete dos quais estavam em
atividade de tutoria; no segundo, contamos com 18 participantes, todos tutores. Assim,
a pesquisa teve como referência a visão de 26 atores envolvidos com a EAD.
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reproduzem o que encontramos na literatura específica, ou seja, evidenciaram que
entre eles não há consenso se o tutor deve ser um professor ou se basta apenas atuar
como “facilitador”, “estimulador” da aprendizagem, o que dispensa à docência.
Professor e Tutor
A ligação aluno-professor ainda é, no imaginário pedagógico, uma dominante,
o que torna a tutoria um ponto chave em um sistema de ensino a distância (Maia,
1998, apud Niskier, 1999:391).
A ideia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor.
Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer
aspecto”, enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa” (Litwin, 2001:93).
A palavra professor procede da palavra “professore”, que significa “aquele que ensina
ou professa um saber” (Alves; Nova, 2003).
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Edith Litwin (2001:99) destaca ainda que quem é um bom docente será também
um bom tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apoia
sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita
os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apoia, e nisso consiste o seu
ensino”. Da mesma forma, o bom tutor deve promover a realização de atividades e
apoiar sua resolução, e não apenas mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes
de informação e favorecer sua compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir
à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos são responsabilidade tanto
do docente no ambiente presencial como do tutor na modalidade a distância.
• conhecimento do conteúdo;
• conhecimento curricular;
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distância, a tecnologia está sempre presente e exigindo uma nova postura de ambos,
professores e alunos (Alves; Nova, 2003).
Para que um curso seja veiculado a distância, mediado pelas novas tecnologias,
é preciso contar com uma infra-estrutura organizacional complexa (técnica,
pedagógica e administrativa). O ensino a distância requer a formação de uma equipe
que trabalhará para desenvolver cada curso, e definir a natureza do
ambiente online em que será criado (Alves; Nova, 2003).
• Tempo – o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo, sempre
escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá à
próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-lo; por esse
motivo aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa.
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rica e flexível de cada situação, vista sob o ângulo do tempo, oportunidade e risco,
que imprimem as condições institucionais da EaD.
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situações pedagógicas onde as diversas linguagens estejam presentes. As linguagens
são, na verdade, o instrumento fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras
da própria atividade e do pensamento dos sujeitos envolvidos.
Expectativa: o aluno deve perceber que pode ser bem sucedido mediante um
esforço adequado.
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Considerando que na base conceitual da educação de adultos sobressaem a
autonomia e a singularidade como componentes fundamentais, torna-se evidente que
sua formação deve ser entendida como processo orientado para a autoaprendizagem.
No sentido de estimular a motivação intrínseca do desejo que o adulto geralmente
apresenta, os processos de ensino e de autoaprendizagem devem basear-se na
participação ativa dos sujeitos, e os projetos devem estar coerentes com os seus
interesses e necessidades.
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Tanto a seleção, como a formação do tutor em qualquer proposta de EaD constitui
uma das garantias de qualidade do sistema (NEDER, 1999).
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. E. B. Formando professores para atuar em ambientes virtuais de
aprendizagem. In: ALMEIDA, F. J. (Org.). Educação à distância: formação de
professores em ambientes virtuais e colaborativos e aprendizagem. São Paulo:
Projeto NAVE – PUC-SP, 2001. p. 20-40.
Bertolin, Júlio C. G; Marchi, Ana Carolina B. De. Instrumentos para avaliar disciplinas
da modalidade semipresencial: uma proposta baseada em sistemas de indicadores.
Avaliação (UNICAMP), v. 15, p. 1-10, 2010.
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LITWIN, E. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa.
Porto Alegre: Artmed, 2001
MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD: educação a distância hoje. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007
Moore, Michael e Kearsley, Greg. Educação a Distância - uma visão integrada. São
Paulo: Thomson Learning. 2007.
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