Plano de Carreiras Cargos e Remuneracao Do PJU ANAJUS
Plano de Carreiras Cargos e Remuneracao Do PJU ANAJUS
Plano de Carreiras Cargos e Remuneracao Do PJU ANAJUS
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PROJETO DE LEI N. XXX/XXXX
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º. As Carreiras dos Servidores dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário da União
passam a ser regidas por esta Lei.
Art. 2º. Para fins de aplicação desta lei, serão observadas as seguintes definições:
I - carreira: conjunto de cargos de mesma natureza, agrupados e escalonados em classes,
com denominação, núcleo de atribuições e exigência de qualificação profissional e
habilidades específicas idênticos, estruturado de modo a prever graus ascendentes de
responsabilidade e remuneração;
II - cargo: conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, previstas na
estrutura organizacional;
III - área de atividade: campo de atuação funcional, integrado por atividades, funções ou
conhecimentos congêneres, no qual o servidor desempenha as suas atividades de acordo
com as atribuições, qualificação profissional e especialidade inerentes ao cargo;
IV - especialidade: conjunto específico de atribuições ou conhecimento profissional, inerente
a determinada área de atividade, que integra as atribuições do cargo, de acordo com a sua
natureza e complexidade;
V - classe: segmento de padrões remuneratórios vinculados a uma mesma carreira, que
delimita o grau de experiência e responsabilidade profissional para efeito de promoção,
segundo critérios fixados em lei;
VI - padrão: é a posição do servidor na escala de remuneração da respectiva carreira.
Parágrafo Único. O Conselho Nacional de Justiça poderá estabelecer outras definições
necessárias à adequada aplicação desta lei.
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CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA E DA ORGANIZAÇÃO DAS CARREIRAS
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 3º. Os Quadros de Pessoal Efetivo do Poder Judiciário da União são compostos pelas
seguintes Carreiras, constituídas pelos respectivos cargos de provimento efetivo de mesma
denominação:
I - Analista Judiciário;
II - Técnico Judiciário.
Art. 4º. Os cargos efetivos das Carreiras referidas no art. 3º desta Lei são estruturados em
Classes e Padrões, na forma do Anexo I desta Lei, cujas atribuições serão vinculadas às
seguintes áreas de atividade:
I - área jurídica: compreende os serviços realizados por servidor ocupante de cargo privativo
de bacharel em Direito, abrangendo a elaboração de pareceres, estudos técnicos, laudos,
informações jurídicas e minutas de decisões, sentenças e acórdãos; elaboração de parecer
jurídico no controle prévio de legalidade de processo licitatório e de contratações diretas,
acordos, termos de cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas de registro de preços,
outros instrumentos congêneres e de seus termos aditivos; atividades de consultoria e
assessoramento jurídicos aos órgãos do Poder Judiciário da União, bem como outras
atividades de mesma natureza;
II - área de execução de mandados: compreende os serviços realizados por servidor
ocupante de cargo privativo de bacharel em Direito, relacionados à execução de mandados
e atos processuais de natureza externa, na forma estabelecida pela legislação processual
civil, penal, trabalhista e demais leis especiais; serviços de pesquisa informatizada de
patrimônio; atividades de inteligência processual que visem à localização de bens ou à
constatação de fatos relevantes ao esclarecimento da causa ou à efetividade do processo,
bem como outras atividades de mesma natureza;
III - área de tecnologia da informação e comunicação: compreende os serviços
relacionados aos projetos e às ações de tecnologia da informação e comunicação; políticas
de governança, estratégia, gestão e planejamento relativas aos recursos de TI;
desenvolvimento, manutenção e segurança dos recursos tecnológicos empregados no
armazenamento, processamento, utilização e transmissão da informação; estudos e
elaboração de pareceres, relatórios e outros documentos técnicos pertinentes à área de
atuação; prospecção de novas tecnologias e elaboração documentos necessários para a
contratação de soluções de tecnologia da informação e comunicação; execução de
manutenções preventivas, adaptativas, corretivas e evolutivas das soluções de tecnologia da
informação e comunicação e de suas respectivas infraestruturas tecnológicas e de segurança
da informação, bem como outras atividades técnicas de mesma natureza;
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IV - área de polícia judicial: compreende os serviços relacionados à polícia institucional do
Poder Judiciário da União, envolvendo a segurança e transporte de autoridades; ações de
inteligência e contrainteligência; investigação preliminar; preservação da segurança de
magistrados, servidores e público externo; suporte ao cumprimento de ordens judiciais, bem
como outras atividades de mesma natureza;
V - área administrativa: compreende os serviços relacionados com o planejamento
estratégico, governança pública, gestão de pessoas, desenvolvimento organizacional,
administração de material e patrimônio, licitações e contratos, orçamento e finanças, controle
interno, fiscalização e auditoria, bem como outras atividades de gestão administrativa e
financeira; e
VI - área de apoio especializado: compreende os serviços para a execução dos quais se
exige dos titulares o devido registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou o
domínio de habilidades específicas, a critério da Administração.
§1º. Regulamento expedido pelo Conselho Nacional de Justiça poderá incluir outros serviços
nas áreas de atividade descritas no caput deste artigo, desde que compatíveis com as
características das respectivas áreas.
§2º. As áreas de que trata o caput deste artigo poderão ser classificadas em especialidades
e subespecialidades, quando forem necessárias a formação especializada ou habilidades
específicas por necessidade da Administração ou para o exercício das atribuições do cargo.
§3º. Os cargos das Carreiras referidas no art. 4º desta Lei serão sempre vinculados a uma
área de atividade, inclusive para fins de seleção por concurso público, observados, em cada
caso, a natureza, o grau de complexidade e as responsabilidades inerentes às atribuições do
cargo.
§4º. Sob pena de responsabilidade funcional, é vedada a lotação, a nomeação ou a
designação de servidor, a qualquer título, para o exercício de atribuições inerentes à Carreira
ou à área de atividade distinta daquela a que seu cargo efetivo é vinculado, ressalvada a
hipótese de assunção de atribuições e responsabilidades decorrentes de função
comissionada ou cargo em comissão, compatíveis com as atribuições de seu cargo efetivo,
na forma desta Lei.
§5º. Excepcionalmente, havendo insuficiência momentânea de servidores, o Presidente do
órgão do Poder Judiciário poderá designar servidor para exercer atribuições distintas das
inerentes a seu cargo efetivo, devendo indicar, por escrito, a duração da designação, desde
que haja prévia e detalhada justificativa por escrito do gestor da unidade organizacional.
Art. 5º. Os órgãos do Poder Judiciário da União promoverão, no mínimo a cada quatro anos,
estudos para avaliação da adequação do quadro de pessoal às suas necessidades,
consideradas, entre outras, as seguintes diretrizes:
I - adequação dos quadros às demandas institucionais e aos macrodesafios do Poder
Judiciário;
II – advento de inovações tecnológicas; e
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III - modernização dos processos de trabalho, inclusive dos sistemas de processo judicial
eletrônico.
§1º. Os estudos serão submetidos aos respectivos Conselhos ou Tribunais Superiores,
conforme o caso, para apreciação e adoção das medidas necessárias à implementação das
soluções propostas, que poderá incluir a propositura de projeto de lei, se necessário.
§2º. É autorizada, independentemente do disposto no parágrafo anterior, a transformação de
cargos e especialidades vagos em outros por ato do Presidente do respectivo órgão ou
Tribunal, desde que a transformação ocorra entre cargos da mesma Carreira, não implique
aumento de despesa e sejam observadas as diretrizes previstas no caput deste artigo.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES
Art. 6º. As atribuições dos cargos serão detalhadas em regulamento, observadas as previstas
no art. 7º desta Lei e, especialmente, as seguintes macroatribuições:
I - cargo de Analista Judiciário: atribuições de nível superior, de natureza técnica
especializada e de elevado grau de complexidade, relacionadas às atividades de
planejamento; organização; coordenação; supervisão técnica; auditoria; assessoramento;
consultoria; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, pareceres, planos, projetos,
informações e minutas de atos administrativos e judiciais, bem como a execução de outras
tarefas compatíveis com o elevado grau de complexidade das suas atribuições; e
II - cargo de Técnico Judiciário: atribuições compatíveis com a exigência de ensino médio,
relacionadas às atividades de assistência e suporte técnico e administrativo.
§1º. O Conselho Nacional de Justiça fixará a matriz básica das atribuições e especialidades
dos cargos efetivos do Poder Judiciário da União, cabendo aos Tribunais Superiores, ao
Conselho da Justiça Federal e ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho o detalhamento
das atribuições e especialidades de cada cargo, de acordo com as especificidades de cada
ramo do Poder Judiciário da União.
§2º. Os órgãos referidos no §1º deste artigo devem assegurar a participação dos sindicatos
e das associações de âmbito nacional, representativas dos servidores do Poder Judiciário da
União, no processo de elaboração e revisão dos regulamentos previstos neste artigo.
§3º. É vedada a criação de cargo das Carreiras de que trata esta lei sem a indicação da
respectiva especialidade, bem como a lotação ou a designação de Analista Judiciário para o
exercício de atividades meramente burocráticas, operacionais ou de menor complexidade.
Art. 7º. Sem prejuízo da competência regulamentar de que trata o §1º do art. 6º desta Lei,
ficam definidas as atribuições dos seguintes cargos:
I - Analista Judiciário - Área Jurídica - Especialidade Consultor Judiciário: compreende
os serviços realizados por servidor ocupante de cargo privativo de bacharel em Direito,
abrangendo a elaboração de pareceres, estudos técnicos, laudos, informações jurídicas e
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minutas de decisões, sentenças e acórdãos; elaboração de parecer jurídico no controle prévio
de legalidade de processo licitatório e de contratações diretas, acordos, termos de
cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas de registro de preços, outros instrumentos
congêneres e de seus termos aditivos; atividades de consultoria e assessoramento jurídicos
aos órgãos do Poder Judiciário da União; e a execução de tarefas de elevado grau de
complexidade que, por sua natureza, sejam compatíveis com as suas atribuições,
especificadas em regulamento;
II - Analista Judiciário - Área de Execução de Mandados - Especialidade Oficial de
Justiça Avaliador: compreende os serviços relacionados à execução de mandados e atos
processuais de natureza externa, na forma estabelecida pela legislação processual civil,
penal, trabalhista e demais leis especiais; serviços de pesquisa informatizada de patrimônio;
atividades de inteligência processual que visem à localização de bens ou à constatação de
fatos relevantes ao esclarecimento da causa ou à efetividade do processo; e a execução de
tarefas de elevado grau de complexidade que, por sua natureza, sejam compatíveis com as
suas atribuições, especificadas em regulamento;
III - Analista Judiciário - Área de Polícia Judicial - Especialidade Inspetor de Polícia
Judicial: atividades de nível superior de natureza técnica relacionadas ao planejamento, à
organização, à fiscalização, à coordenação, à supervisão, ao estudo, à pesquisa e à
execução de tarefas de elevada complexidade relacionadas à área de polícia judicial, à
lavratura de autos e documentos correlacionados à sua área de atividade; e a execução de
tarefas de elevado grau de complexidade que, por sua natureza, sejam compatíveis com as
suas atribuições, especificadas em regulamento;
IV - Técnico Judiciário - Área de Polícia Judicial - Especialidade Agente de Polícia
Judicial: execução de atividades técnicas e operacionais relacionadas ao transporte de
autoridades, a ações de inteligência e contrainteligência, à preservação da segurança de
magistrados, servidores e público externo, à garantia da efetividade dos atos judiciais; e
outras tarefas que, por sua natureza, sejam compatíveis com o grau de complexidade das
atribuições, especificadas em regulamento;
V - Analista Judiciário - Área Administrativa - Especialidade Gestão Pública: atividades
de elevado grau de complexidade, relacionadas ao planejamento estratégico, governança
pública, gestão de pessoas, material e patrimônio, licitações e contratos, orçamento e
finanças, controle interno e auditoria; planejamento, organização, coordenação,
gerenciamento e supervisão técnica de unidades da Área Administrativa; e execução de
tarefas de elevado grau de complexidade que, por sua natureza, sejam compatíveis com as
suas atribuições, especificadas em regulamento;
VI - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Especialidade Agente Administrativo:
execução de tarefas de apoio e suporte técnico e administrativo às unidades organizacionais
e judiciárias; e execução de tarefas que, por sua natureza, sejam compatíveis com as suas
atribuições, especificadas em regulamento;
VII - Analista Judiciário - Área de Tecnologia da Informação e Comunicação -
Especialidade Especialista em Tecnologia da Informação: elaboração, implantação,
controle e monitoramento de projetos de infraestrutura de redes, comunicação e
datacenteres; acompanhamento do ciclo de vida de desenvolvimento de software;
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estruturação, gerenciamento e administração de bancos de dados, sistemas de segurança
da informação, defesa cibernética e cibersegurança; governança, gestão e auditoria em
tecnologia da informação; ações relacionadas à inteligência artificial, à computação quântica;
estudo, pesquisa e prospecção tecnológica; e a execução de tarefas de elevado grau de
complexidade que, por sua natureza, sejam compatíveis com as suas atribuições,
especificadas em regulamento;
VIII - Técnico Judiciário - Área de Tecnologia da Informação e Comunicação -
Especialidade Técnico em Tecnologia da Informação: execução de atividades técnicas e
operacionais relacionadas à área de tecnologia da informação; suporte às atividades do
Especialista em Tecnologia da Informação; e execução de tarefas que, por sua natureza,
sejam compatíveis com as suas atribuições, especificadas em regulamento.
§1º. As atribuições específicas dos demais cargos, especialidades e subespecialidades serão
fixadas em regulamento, observado o disposto nos artigos 5º e 7º desta Lei.
§2º. Os cargos de que tratam os incisos VII e VIII serão desdobrados em subespecialidades,
conforme as necessidades da Administração.
SEÇÃO III
DA INVESTIDURA
Art. 8º. O ingresso em qualquer dos cargos de provimento efetivo das Carreiras dos Quadros
de Pessoal do Poder Judiciário dar-se-á no primeiro padrão da classe “A” respectiva, após
aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
§1º. Os órgãos do Poder Judiciário da União poderão incluir, como etapa do concurso público,
programa de formação, de caráter eliminatório, classificatório ou eliminatório e classificatório.
§2º. O ingresso na Carreira de Analista Judiciário dar-se-á mediante concurso público de
provas objetiva e discursiva, de caráter eliminatório e classificatório, e de títulos, de caráter
classificatório e cujo peso não poderá exceder a 5% da nota global do certame.
§3º. As provas discursivas de que trata o parágrafo anterior consistirão de questões
dissertativas ou de estudos de caso sobre quaisquer pontos do programa previsto no edital.
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SEÇÃO IV
DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA
Subseção I
Da progressão e da promoção
Art. 10. O desenvolvimento dos servidores nos cargos de provimento efetivo das Carreiras
dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário dar-se-á mediante progressão funcional e
promoção.
§1º. A progressão funcional é a movimentação do servidor de um padrão para o seguinte
dentro de uma mesma classe, observado o interstício de um ano, sob os critérios fixados em
regulamento e de acordo com o resultado de avaliação formal de desempenho.
§2º. A promoção é a movimentação do servidor do último padrão de uma classe para o
primeiro padrão da classe seguinte, observado o interstício de um ano em relação à
progressão funcional imediatamente anterior, dependendo, cumulativamente, do resultado de
avaliação formal de desempenho e da participação em curso de aperfeiçoamento oferecido,
preferencialmente, pelo órgão, na forma prevista em regulamento.
§3º. A avaliação formal de desempenho será realizada por meio de sistema informatizado
interativo, que, no mínimo, forneça as informações necessárias à avaliação, assegure a
qualidade das informações coletadas, possibilite o acompanhamento do processo de
avaliação pelo servidor avaliado e permita a emissão de relatórios analíticos.
§4º. O Conselho Nacional de Justiça definirá as regras gerais do processo de avaliação formal
de desempenho, observadas as seguintes diretrizes:
I - vinculação da avaliação de desempenho individual às competências institucionais e
atividades estratégicas da unidade de avaliação;
II - conexão dos indicadores de desempenho à cadeia de valor e ao planejamento estratégico
institucional da unidade de avaliação;
III - cumprimento de metas referentes às atividades específicas das unidades administrativas
ou judiciais, que devem ser fixadas em Planos de Trabalho das equipes em conformidade
com os incisos I, II e IV deste artigo;
IV - participação integral e efetiva dos servidores na elaboração das metas de avaliação de
desempenho, assegurada a participação dos sindicatos e das associações de âmbito
nacional; e
V - garantia do direito de interposição de recurso administrativo em face do resultado da
avaliação, que deverá ser decidido por autoridade ou órgão específico da estrutura de cada
órgão do Poder Judiciário.
Subseção II
Do Programa de Incentivo à Especialização e à Qualificação Profissional
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Art. 11. O Programa de Incentivo à Especialização e à Qualificação Profissional assegura aos
servidores do Poder Judiciário da União a mudança para padrão remuneratório superior, com
ou sem mudança de classe, em razão da realização de cursos de especialização, mestrado
ou doutorado, de certificações e de ações de treinamento, em áreas de interesse dos órgãos
do Poder Judiciário a serem estabelecidas em regulamento.
§1º. O Programa de Incentivo de que trata este artigo não será concedido quando o curso
constituir requisito para ingresso no cargo.
§2º. Para efeito do disposto neste artigo, serão considerados somente os cursos de
especialização, mestrado e doutorado reconhecidos pelo Ministério da Educação ou por lei
específica, bem como as certificações e as ações de treinamento desenvolvidas pela Escola
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Servidores do Poder Judiciário da União ou
reconhecidas pelo Conselho Nacional de Justiça.
§3º. Serão admitidos cursos de pós-graduação lato sensu somente com duração mínima de
360 (trezentas e sessenta) horas, cuja avaliação haja considerado monografia de final de
curso.
§4º. A realização das ações de especialização e qualificação de que trata este artigo poderá
resultar na movimentação do servidor para padrão remuneratório de classe seguinte.
§5º. O Programa de Incentivo à Especialização e à Qualificação Profissional assegura ao
servidor a mudança de padrão remuneratório nos seguintes termos:
I - 3 (três) padrões remuneratórios, para doutorado, considerado, no máximo, 1 (um) curso;
II - 2 (dois) padrões remuneratórios, para mestrado, considerado, no máximo, 1 (um) curso;
III - 2 (dois) padrões remuneratórios, para ação educacional de pós-doutorado ou de
programa de capacitação internacional, com carga horária mínima de 120 (cento e vinte)
horas, considerada, no máximo, 1 (uma) ação;
IV - 1 (um) padrão remuneratório, para obtenção de certificação profissional, consideradas,
no máximo, 2 (duas) certificações;
V - 1 (um) padrão remuneratório, para o conjunto de ações de treinamento que totalize 360
(trezentos e sessenta) horas, considerado, no máximo, 1 (um) conjunto de ações;
VI - 1 (um) padrão remuneratório, para pós-graduação lato sensu, em nível de especialização,
com carga horária mínima de 360 (trezentas e sessenta) horas, no máximo, 1 (uma) ação.
§6º. O Programa de Incentivo à Especialização e à Qualificação Profissional será
implementado após regulamentação a ser expedida pelos Tribunais Superiores, pelo
Conselho Nacional de Justiça, pelo Conselho da Justiça Federal e pelo Conselho Superior da
Justiça do Trabalho, no âmbito de suas competências, observados o limite de despesa com
pessoal, a disponibilidade orçamentária e as demais regras de responsabilidade fiscal
aplicáveis.
Subseção III
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Do Programa Permanente de Capacitação dos Servidores do Poder Judiciário da
União
Art. 12. Fica instituído o Programa Permanente de Capacitação dos Servidores do Poder
Judiciário da União, destinado à formação e aperfeiçoamento profissional, bem como ao
desenvolvimento gerencial, visando à preparação dos servidores para o desempenho de
atribuições de maior complexidade e responsabilidade.
§1º. O Conselho Nacional de Justiça fixará as diretrizes do Programa Permanente de
Capacitação previsto no caput deste artigo, que deverá prever ações de capacitação
específicas para cada ramo do Poder Judiciário.
§2º. As ações de capacitação e desenvolvimento de competências serão realizadas
diretamente pelos órgãos do Poder Judiciário, ou mediante convênio ou termo de parceria
com entidades da Administração Pública ou, ainda, contrato celebrado com entidade do setor
privado, observada a legislação de regência das contratações públicas.
§3º. O Programa Permanente de Capacitação deve contemplar atividades, ações de
capacitação e treinamento específicos para a Área de Tecnologia da Informação, em
percentual mínimo a ser definido pelo Conselho Nacional de Justiça.
§4º. O Programa Permanente de Capacitação deve contemplar Curso de Formação Inicial de
Analista Judiciário e Curso de Formação Inicial de Técnico Judiciário, especificamente
elaborado por área de atividade e especialidade, e conteúdo programático correlato às
atribuições de cada cargo e carga horária mínima a ser fixada em regulamento.
§5º. O curso de formação de que trata o parágrafo anterior será realizado previamente à
lotação inicial do servidor.
Art. 13. Fica autorizada a criação da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos
Servidores do Poder Judiciário da União, fundação pública com personalidade jurídica de
direito privado vinculada ao Conselho Nacional de Justiça e sede no Distrito Federal, com a
finalidade elaborar, promover e executar programas de capacitação de recursos humanos do
Poder Judiciário, com vistas ao desenvolvimento e à aplicação de conhecimentos e
tecnologias que aumentem a eficácia, a eficiência e a qualidade permanente dos serviços
prestados pelos órgãos do Poder Judiciário.
§1º. As funções comissionadas e os cargos de direção, chefia e assessoramento da Escola
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Servidores do Poder Judiciário da União são
exclusivas dos servidores efetivos do Poder Judiciário da União.
§2º. A designação de professor, instrutor, tutor, conteudista, coordenador, monitor e funções
afins deverá recair, preferencialmente, em servidor do Poder Judiciário da União, assegurado
o pagamento de gratificação por encargo de curso ou concurso, na forma prevista em
regulamento.
CAPÍTULO III
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DAS FUNÇÕES E CARGOS EM COMISSÃO
Art. 14. Integram os Quadros de Pessoal dos órgãos do Poder Judiciário da União as Funções
Comissionadas, escalonadas de FC-1 a FC-6, e os Cargos em Comissão, escalonados de
CJ-1 a CJ-4, destinados ao exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento,
previstas em regulamento.
§1º. Cada órgão destinará, no mínimo, 80% (oitenta por cento) do total das funções
comissionadas para serem exercidas por servidores integrantes das Carreiras dos Quadros
de Pessoal do Poder Judiciário da União, podendo designar-se para as restantes servidores
ocupantes de cargos de provimento efetivo que não integrem essas carreiras ou que sejam
titulares de empregos públicos, observados os requisitos de qualificação e de experiência
previstos em regulamento.
§2º. Pelo menos 80% (oitenta por cento) dos cargos em comissão a que se refere o caput
deste artigo serão destinados, no âmbito de cada órgão do Poder Judiciário, a servidores
efetivos integrantes dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário da União, reservando-se ao
menos 50% (cinquenta por cento) do total de cargos comissionados aos servidores efetivos
integrantes do quadro de pessoal do respectivo órgão.
§3º. Os órgãos do Poder Judiciário da União fixarão em ato próprio a lotação e as atribuições
das funções comissionadas e dos cargos em comissão nas unidades componentes de sua
estrutura.
§4º. Os órgãos de que trata este artigo ficam autorizados a transformar, sem aumento de
despesa, no âmbito de sua competência, as funções comissionadas e os cargos em comissão
de seu quadro de pessoal, vedada a transformação de função em cargo ou vice-versa.
Art. 15. A designação para função comissionada e a nomeação para o exercício de cargo em
comissão conferem ao seu ocupante o conjunto de atribuições e de responsabilidades de
direção, chefia ou assessoramento correspondentes às competências da unidade prevista na
estrutura organizacional do órgão do Poder Judiciário, conforme previsto em regulamento.
§1º Os servidores designados para o exercício de função comissionada ou cargo em
comissão de natureza gerencial devem participar, a cada 2 (dois) anos, de cursos de
desenvolvimento gerencial.
§2º. Consideram-se de natureza gerencial as funções comissionadas e os cargos em
comissão em que haja vínculo de subordinação e poder de decisão, especificados em
regulamento.
§3º. Os servidores designados para o exercício de função comissionada ou cargo em
comissão de natureza gerencial que não tiverem participado previamente de curso de
desenvolvimento gerencial deverão fazê-lo no prazo de até um ano da publicação do ato, a
fim de obterem a certificação, sendo obrigatória a oferta de cursos pelo respectivo órgão.
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Art. 16. São requisitos gerais para o exercício de cargos em comissão e de funções
comissionadas no Poder Judiciário da União:
I - idoneidade moral e reputação ilibada;
II - perfil profissional ou formação acadêmica compatível com as atribuições do cargo ou da
função para a qual tenha sido indicado;
III - formação em curso de ensino superior; e
IV - não enquadramento nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art.
1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
§1º. Para fins de atendimento ao disposto nos §§1º e 2º do art. 12 desta Lei, as designações
e nomeações para o exercício de função comissionada e cargo em comissão deverão
observar a compatibilidade entre as atribuições do cargo efetivo e as previstas em
regulamento para a função comissionada ou o cargo em comissão.
§2º. Os órgãos do Poder Judiciário podem estabelecer, em regulamento próprio, outros
requisitos para o exercício de função comissionada ou cargo em comissão.
CAPÍTULO IV
DA ESTRUTURA REMUNERATÓRIA
SEÇÃO I
DA REMUNERAÇÃO DOS CARGOS EFETIVOS
Art. 18. As Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário passam a ser remuneradas
exclusivamente por subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória não prevista nesta Lei.
Parágrafo único. Os valores do subsídio dos titulares dos cargos das Carreiras a que se
refere o caput deste artigo são os fixados no Anexo II, com efeitos financeiros a partir da data
nele especificada.
Art. 19. Estão compreendidas no subsídio e não são mais devidas aos titulares dos cargos
das Carreiras de que trata esta Lei, a partir da sua entrada em vigor, as seguintes espécies
remuneratórias:
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I - vencimento básico;
II - gratificação judiciária;
III - adicional de qualificação;
IV - adicional de treinamento;
V - gratificação de atividade externa; e
VI - gratificação de atividade de segurança.
§1º. Além das parcelas e vantagens previstas no caput deste artigo, não são devidas aos
titulares dos cargos das Carreiras de que trata esta Lei, a partir da sua entrada em vigor, as
seguintes parcelas:
I - vantagens pessoais e Vantagens Pessoais Nominalmente Identificadas - VPNI, de
qualquer origem e natureza;
II - diferenças individuais e resíduos, de qualquer origem e natureza;
III - valores incorporados à remuneração decorrentes do exercício de função de direção,
chefia ou assessoramento ou de cargo de provimento em comissão;
IV - valores incorporados à remuneração referentes a quintos ou décimos;
V - valores incorporados à remuneração a título de adicional por tempo de serviço;
VI - vantagens incorporadas aos proventos ou pensões por força dos arts. 180 e 184 da Lei
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e dos arts. 192 e 193 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro
de 1990;
VII - abonos;
VIII - valores pagos a título de representação;
IX - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
X - adicional noturno; e
XI - outras gratificações e adicionais, de qualquer origem e natureza, que não estejam
explicitamente mencionados no art. 19 desta Lei.
§2º. Os servidores integrantes das Carreiras de que trata esta Lei não podem perceber
cumulativamente com o subsídio quaisquer valores ou vantagens incorporadas à
remuneração por decisão administrativa, judicial ou extensão administrativa de decisão
judicial, de natureza geral ou individual, ainda que decorrentes de sentença judicial transitada
em julgado.
§3º. A aplicação das disposições contidas neste artigo aos servidores ativos, aos inativos e
aos pensionistas não poderá implicar redução de remuneração, de proventos e de pensões.
§4º. Na hipótese de redução de remuneração, de provento ou de pensão, em decorrência da
aplicação do disposto nesta Lei, eventual diferença será paga a título de parcela
complementar de subsídio, de natureza provisória, que será gradativamente absorvida por
ocasião do desenvolvimento no cargo ou na Carreira, ordinária ou extraordinária, de
reorganização ou reestruturação dos cargos, das Carreiras ou das remunerações de que trata
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esta Lei, da concessão de reajuste ou vantagem de qualquer natureza, bem como da
implantação dos valores constantes do Anexo II desta Lei.
§5º. A parcela complementar de subsídio referida no §4º deste artigo está sujeita
exclusivamente à atualização decorrente de recomposição inflacionária dos subsídios
previstos no Anexo II ou de revisão geral da remuneração dos servidores públicos federais.
§6º. Aplica-se o disposto nos arts. 17 a 19 desta Lei, no que couber, às aposentadorias
concedidas aos servidores integrantes da Carreira de que trata esta Lei e às pensões,
ressalvadas as aposentadorias e pensões reguladas pelos arts. 1º e 2º da Lei no 10.887, de
18 de junho de 2004.
Art. 20. O subsídio dos integrantes das Carreiras de que trata esta Lei não exclui o direito à
percepção, nos termos da legislação e regulamentação específicas, de:
I - gratificação natalina;
II - adicional de férias;
III - abono de permanência;
IV - retribuição pelo exercício de cargo em comissão ou de função comissionada;
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário (art. 7º, XVI, da Constituição Federal);
VI - bônus vinculado ao desempenho, produtividade ou eficiência;
VII - gratificação por encargo de curso ou concurso;
VIII - indenização de transporte e outras parcelas indenizatórias; e
IX - outras parcelas remuneratórias compatíveis com o regime de subsídio.
SEÇÃO II
DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO COMISSIONADA E CARGO EM
COMISSÃO
SEÇÃO III
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DAS VERBAS DE CARÁTER INDENIZATÓRIO
Art. 22. Sem prejuízo de outras parcelas indenizatórias previstas em lei, é assegurada aos
servidores das Carreiras de que trata ela lei a percepção das seguintes verbas de caráter
indenizatório:
I - auxílio-alimentação;
II - auxílio-saúde;
III - auxílio-transporte;
IV - auxílio-educação;
V - indenização de transporte; e
VI - indenização de sobreaviso.
§1º. Havendo disponibilidade orçamentária, as verbas indenizatórias previstas nos incisos I a
VI do caput deste artigo serão reajustadas anualmente por índice capaz de refletir a variação
da inflação do período.
§2º. O auxílio-transporte poderá ser pago na forma prevista no art. 2º da Medida Provisória
nº 2.165-36, de 23 de agosto de 2001, ou mediante o pagamento em pecúnia de valor fixo
por dia de trabalho efetivo, sem o desconto de qualquer parcela de custeio do servidor,
observado, neste último caso, o valor máximo correspondente a 4% (quatro por cento) do
maior subsídio previsto no Anexo II desta Lei para a Carreira de Analista Judiciário.
§3º. A condição de beneficiário de programa específico de assistência à saúde suplementar
e a percepção do auxílio-saúde, conforme o caso, são extensíveis a todos os servidores
aposentados e aos pensionistas.
§4º. É devido o pagamento das verbas indenizatórias a que se referem os incisos I, II, IV e
VII nas hipóteses de férias, licenças e afastamentos remunerados do servidor.
§5º. Sem prejuízo do disposto no parágrafo terceiro deste artigo, é vedada a incorporação
das verbas indenizatórias ao subsídio, à remuneração, aos proventos ou à pensão.
CAPÍTULO V
DOS REGIMES DIFERENCIADOS DE TRABALHO
Seção I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 23. Sem prejuízo de outros regimes previstos em lei, são regimes diferenciados de
trabalho dos servidores das Carreiras do Poder Judiciário da União:
I - o teletrabalho, total ou parcial; e
II - o sobreaviso.
15
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Justiça fixará as normas gerais aplicáveis aos
regimes de teletrabalho e de sobreaviso, cabendo aos demais órgãos do Poder Judiciário
estabelecer as normas específicas para atender às suas peculiaridades.
Seção II
DO TELETRABALHO
Art. 24. As atividades dos servidores dos órgãos do Poder Judiciário podem ser executadas
fora de suas dependências, de forma remota, com a utilização de recursos tecnológicos, sob
a denominação de teletrabalho.
§1º. O regime de teletrabalho pode ser:
I - integral, modalidade de trabalho executada integralmente fora das dependências do órgão,
compreendendo a totalidade da jornada de trabalho do servidor; ou
II - parcial, modalidade em que o trabalho é executado de forma híbrida entre os regimes
presencial e de teletrabalho, de acordo com cronograma específico.
§2º. Os órgãos do Poder Judiciário poderão estabelecer limite máximo de servidores em
regime de teletrabalho integral, em percentual não inferior a 40% (quarenta por cento) do
respectivo quadro permanente.
§3º. A concessão do regime de teletrabalho parcial assegura ao servidor o direito de
cumprir, no mínimo, 60% (sessenta por cento) da sua jornada de trabalho fora das
dependências do Poder Judiciário.
§4º. O quantitativo máximo de servidores em regime de teletrabalho parcial será fixado em
ato próprio de cada órgão do Poder Judiciário, em percentual não inferior a 50% (cinquenta
por cento) do respectivo quadro permanente, e não será computada para fins de aferição do
cumprimento do limite fixado para o teletrabalho integral.
§5º. Terão prioridade para o teletrabalho, sem acréscimo de produtividade, os servidores com
deficiência, necessidades especiais ou doença grave, os que tenham filhos(as) ou
dependentes legais na mesma condição, bem como as servidoras gestantes e lactantes.
§6º. As concessões de pedidos de teletrabalho aos servidores referidos no parágrafo anterior
não serão computadas nos limites fixados para o teletrabalho integral ou parcial.
Seção III
DO SOBREAVISO
Art. 25. Entende-se por sobreaviso o período em que o servidor permanecer em regime de
plantão à disposição e submetido a controle de órgão do Poder Judiciário, de modo não
presencial, aguardando, durante o seu período de descanso, o chamado para o serviço a
qualquer momento.
16
§1º. O mero uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pelo Poder
Judiciário ao servidor, sem o cumprimento dos requisitos previstos em regulamento, não
configura, por si só, o regime de sobreaviso.
§2º. O regime de sobreaviso somente será autorizado pelo período máximo de 24 (vinte e
quatro) horas para cada período de sobreaviso e para a prestação de serviços essenciais,
cuja não realização possa implicar em riscos à segurança ou prejuízos ao órgão, e não
possam ser realizados dentro do expediente normal.
§3º. Não serão computadas para qualquer efeito as horas de sobreaviso prestadas sem a
autorização do gestor responsável pelo controle do regime em cada órgão do Poder
Judiciário.
§4º. As horas de disponibilidade do servidor, para todos os efeitos, serão compensadas ou
poderão ser pagas em pecúnia, mediante o pagamento de indenização de sobreaviso no
valor de 1/3000 (um três mil avos) do subsídio do cargo ocupado pelo servidor, por hora,
observada, para a percepção da referida indenização, a existência de disponibilidade
orçamentária, a voluntariedade, e a impessoalidade e alternância na escala de sobreaviso.
§5º. As horas efetivamente trabalhadas serão remuneradas como serviço extraordinário,
desde que haja disponibilidade orçamentária.
§6º. É vedado o regime de sobreaviso a servidores ocupantes de cargo em comissão, em
regime de teletrabalho ou submetidos à compensação de horários em virtude de jornada
especial para servidor estudante.
§7º. Regulamento poderá estabelecer outras normas sobre o regime de sobreaviso, inclusive
os limites para o pagamento e recebimento da indenização de sobreaviso.
CAPÍTULO VI
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
Art. 26. Admite-se a remoção de servidor do Poder Judiciário da União para qualquer dos
órgãos da Justiça Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Eleitoral, da Justiça Militar, do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, do Conselho Nacional de Justiça e dos
Tribunais Superiores, considerando-se como quadro de pessoal, para efeito da aplicação do
art. 36 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, o quadro geral de pessoal do Poder
Judiciário da União.
Parágrafo único. Os órgãos do Poder Judiciário da União devem promover concurso interno
de remoção antes da nomeação de candidatos aprovados em concurso público.
17
§1º. O concurso nacional de redistribuição de que trata o caput deste artigo será realizado
em regime de colaboração com os Tribunais Superiores, o Conselho da Justiça Federal e o
Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§2º. O concurso nacional de redistribuição de que trata este artigo deve observar os seguintes
critérios de classificação e desempate:
I - maior tempo de serviço no respectivo cargo;
II - maior tempo de serviço no Poder Judiciário da União;
III - maior tempo de serviço público federal;
IV - servidor com deficiência, necessidades especiais ou doença grave, ou que tenha filho(a)
ou dependente legal na mesma condição;
V - maior número de filho(a) ou dependente legal menor de 21 anos;
VI - maior idade.
§3º. O Conselho Nacional de Justiça expedirá as normas necessárias à aplicação do disposto
neste artigo.
§4º. O concurso nacional a que se refere este artigo não impede a redistribuição de cargos
do quadro geral de pessoal do Poder Judiciário da União por ato próprio do respectivo órgão
ou entidade.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 28. O Conselho Nacional de Justiça manterá sistema digital centralizado de informações
dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário da União, que deverá consolidar e divulgar,
periodicamente, os dados relativos às Carreiras de que trata esta Lei, incluindo o quantitativo
de cargos efetivos e comissionados providos e vagos, o total da despesa de pessoal por
órgão e por carreira, o quantitativo de funções e cargos comissionados, entre outras
informações de interesse público.
Art. 29. Os cargos de provimento efetivo das Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder
Judiciário, a que se refere a Lei nº 11.416/2006, de 15 de dezembro de 2006, ficam mantidos,
na data de publicação desta Lei, nas respectivas classes e padrões, na forma da tabela de
correlação constante do Anexo VI, sem interrupção dos interstícios de promoção e
progressão funcional em curso.
Art. 30. Os servidores ativos e inativos das Carreiras do Poder Judiciário da União situados,
em 31 de janeiro de 2026, na Classe C, Padrão 13, da tabela constante do Anexo VI desta
Lei, serão reposicionados, a partir de 1º de fevereiro de 2026, nas classes e padrões
especificados no Anexo VII, observadas as condições previstas neste artigo.
18
§1º. O reposicionamento de que trata o caput deste artigo observará o tempo do servidor na
respectiva Carreira, apurado em 31 de janeiro de 2026, nos termos especificados no Anexo
VII desta Lei.
§2º. Para fins de reposicionamento dos aposentados, cujos proventos tenham sido fixados
em conformidade com a regra constitucional de paridade remuneratória, será computado, na
aplicação deste artigo, o tempo em atividade.
§3º. Para fins de reposicionamento dos pensionistas, cujos proventos tenham sido fixados
em conformidade com a regra constitucional de paridade remuneratória, será computado, na
aplicação deste artigo, o tempo em atividade na Carreira do instituidor da pensão.
§4º. Após o reposicionamento previsto no caput, será acrescido aos servidores ativos e
inativos reposicionados na forma deste artigo um padrão a cada interstício de um ano, a
contar de 1º de fevereiro de 2026, até passarem ao último padrão remuneratório (Padrão 20,
Classe D) das tabelas constantes dos Anexos I e II, não se lhes aplicando o disposto no artigo
10 desta Lei.
§5º. Aplica-se o disposto neste artigo aos aposentados e aos pensionistas, cujos proventos
tenham sido ou venham a ser fixados em conformidade com a regra constitucional de
paridade remuneratória, nos termos da Constituição Federal, inclusive aos servidores
reposicionados que passarem à inatividade após a publicação desta Lei, aos quais é
assegurado o direito de passarem ao último padrão remuneratório da tabela constante do
Anexo II desta Lei, na forma do parágrafo anterior.
§6º. Aos servidores não alcançados pelo reposicionamento a que se refere este artigo aplica-
se o disposto no artigo 10 desta Lei.
Art. 31. Os concursos públicos realizados ou em andamento, na data da publicação desta Lei,
para os Quadros de Pessoal dos Órgãos do Poder Judiciário da União são válidos para
ingresso nas Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário, observados a correlação
entre as atribuições e as especialidades das Carreiras, e o grau de escolaridade.
§1º. Os servidores ocupantes do cargo de Analista Judiciário, área judiciária, sem
especialidade, ficam reenquadrados no cargo de Analista Judiciário - Área Jurídica -
Especialidade Consultor Judiciário.
§2º. Os servidores ocupantes do cargo de Analista Judiciário, área judiciária, especialidade
Oficial de Justiça Avaliador Federal, ficam reenquadrados no cargo de Analista Judiciário -
Área de Execução de Mandados - Especialidade Oficial de Justiça Avaliador.
§3º. Os servidores ocupantes do cargo de Analista Judiciário, área administrativa, sem
especialidade, ficam reenquadrados no cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa -
Especialidade Gestão Pública.
§4º. Os servidores ocupantes do cargo de Técnico Judiciário, área administrativa, sem
especialidade, ficam reenquadrados no cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa -
Especialidade Assistente Administrativo.
19
§5º. Os servidores ocupantes do cargo de Analista Judiciário, área administrativa,
especialidade Inspetor de Polícia Judicial, ficam reenquadrados no cargo de Analista
Judiciário, área de Polícia Judicial, especialidade Inspetor de Polícia Judicial.
§6º. Os servidores ocupantes do cargo de Técnico Judiciário, área administrativa,
especialidade Agente de Polícia Judicial, ficam reenquadrados no cargo de Técnico
Judiciário, área de Polícia Judicial, especialidade Agente de Polícia Judicial.
§7º. Sem prejuízo do disposto nos §§3º a 6º deste artigo, os servidores ocupantes dos cargos
de Analista Judiciário e de Técnico Judiciário, cujas atribuições estejam, na data de
publicação desta Lei, correlacionadas à área administrativa, ficam mantidos na referida área,
preservadas as especialidades de cada cargo, definidas em regulamento.
§8º. Os servidores ocupantes do cargo de analista judiciário, cujas atribuições estejam, na
data de publicação desta Lei, correlacionadas às atividades mencionadas no inciso III do
artigo 4º desta Lei, ficam reenquadrados na área de Tecnologia da Informação e
Comunicação, especialidade Especialista em Tecnologia da Informação, transformando-se
as especialidades vigentes na data de publicação desta Lei em subespecialidades.
§9º. Os servidores ocupantes do cargo de técnico judiciário, cujas atribuições estejam, na
data de publicação desta Lei, correlacionadas às atividades mencionadas no inciso III do
artigo 4º desta Lei, ficam reenquadrados na área de Tecnologia da Informação e
Comunicação, especialidade Técnico em Tecnologia da Informação, transformando-se as
especialidades vigentes na data de publicação desta Lei em subespecialidades.
§10. Sem prejuízo do disposto nos parágrafos anteriores, os servidores ocupantes dos cargos
de Analista Judiciário e de Técnico Judiciário, cujas atribuições estejam, na data de
publicação desta Lei, correlacionadas à área de apoio especializado, ficam mantidos na
referida área, preservadas as especialidades de cada cargo, definidas em regulamento.
§11. Fica extinta a Carreira de Auxiliar Judiciário, mantidas as atribuições dos cargos
ocupados na data da publicação desta Lei, que serão extintos à medida que vagarem.
Art. 32. Caberá ao Conselho Nacional de Justiça editar, no exercício do poder regulamentar,
as normas gerais necessárias à aplicação desta Lei, observada a uniformidade de critérios e
procedimentos.
§1º. Caberá aos Tribunais Superiores, ao Conselho da Justiça Federal, ao Conselho Superior
da Justiça do Trabalho e aos demais órgãos do Poder Judiciário, no âmbito de suas
competências, elaborar as normas complementares específicas indispensáveis à aplicação
desta Lei, respeitadas as normas gerais fixadas pelo Conselho Nacional de Justiça.
§2º. No âmbito do Supremo Tribunal Federal, as normas complementares gerais e
específicas de que trata este artigo serão editadas pelo Presidente do Tribunal, ou por
autoridade por ele indicada.
§3º. Os órgãos referidos neste artigo devem assegurar a participação dos sindicatos e das
associações de âmbito nacional, representativas dos servidores do Poder Judiciário da União,
no processo de elaboração e revisão dos regulamentos previstos neste artigo, mediante a
20
realização de consulta ou audiência pública para manifestação dos interessados e formação
de juízo das autoridades envolvidas no processo.
§4º. Os sistemas informatizados de que trata esta Lei serão implementados no prazo de 2
(dois) anos, prorrogável uma única vez por mais 2 (dois) anos.
Art. 33. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber, aos aposentados e pensionistas, nos
termos da Constituição Federal.
Art. 34. O Supremo Tribunal Federal, ouvidos os Tribunais Superiores, o Conselho Nacional
de Justiça, o Conselho da Justiça Federal e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
realizará, anualmente e por ato próprio, a recomposição inflacionária dos subsídios
constantes do Anexo II desta Lei, observados os seguintes critérios:
I – existência de autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias e de prévia dotação
orçamentária suficiente para o atendimento das projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
II – estudo de impacto orçamentário que ateste a não implicação da meta de resultado fiscal
e do limite estabelecido para as despesas primárias, definidos em lei;
III – atendimento às disposições constantes da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000;
IV – apuração do índice inflacionário acumulado em intervalo mínimo de doze meses;
V – aplicação uniforme da recomposição inflacionária às Carreiras de que trata esta Lei; e
VI – limitação da recomposição inflacionária ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), ou a outro que o venha substituir, acumulado no período de recomposição.
Parágrafo único. Na hipótese de reajuste dos subsídios previstos no Anexo II desta Lei em
percentual superior ao índice inflacionário previsto no inciso VI do caput deste artigo, caberá
ao Supremo Tribunal Federal o envio de projeto de lei ao Congresso Nacional.
Art. 36. As despesas resultantes da execução desta Lei correm à conta das dotações
consignadas aos Órgãos do Poder Judiciário no Orçamento Geral da União.
21
Art. 37. A eficácia do disposto nesta Lei fica condicionada ao atendimento do §1º do art. 169
da Constituição Federal e das normas pertinentes da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000.
22
ANEXOS
ANEXO I
CARREIRAS DOS QUADROS DE PESSOAL DO PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO
A) Carreira de Analista Judiciário
Cargo Classe Padrão
20
19
D 18
17
16
15
14
C 13
12
11
Analista Judiciário
10
9
B 8
7
6
5
4
A 3
2
1
23
C) Carreira de Auxiliar Judiciário
Cargo Classe Padrão
20
19
D 18
17
16
15
14
C 13
12
11
Auxiliar Judiciário
10
9
B 8
7
6
5
4
A 3
2
1
24
ANEXO II
SUBSÍDIO DAS CARREIRAS DO PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO
25
B) Técnico Judiciário
CARGO CLASSE PADRÃO SUBSÍDIO
D-20 R$ 20.890,93
D-19 R$ 19.861,72
D D-18 R$ 18.915,92
D-17 R$ 17.500,00
D-16 R$ 17.157,30
C-15 R$ 16.500,00
C-14 R$ 16.340,28
C C-13 R$ 16.169,20
C-12 R$ 15.698,24
Técnico C-11 R$ 15.241,02
Judiciário B-10 R$ 14.797,09
B-9 R$ 14.366,10
B B-8 R$ 13.591,40
B-7 R$ 13.195,53
B-6 R$ 12.811,22
A-5 R$ 12.438,07
A-4 R$ 12.075,77
A A-3 R$ 11.424,59
A-2 R$ 11.091,82
A-1 R$ 10.768,75
26
C) Carreira de Auxiliar Judiciário
CARGO CLASSE PADRÃO SUBSÍDIO
D-20 R$ 10.190,58
D-19 R$ 9.705,32
D D-18 R$ 9.332,03
D-17 R$ 9.060,23
D-16 R$ 8.796,34
C-15 R$ 8.540,13
C-14 R$ 8.291,39
C C-13 R$ 8.049,90
C-12 R$ 7.703,27
27
ANEXO III
CARGO EM COMISSÃO – RETRIBUIÇÃO INTEGRAL
CJ-4 R$ 17.419,39
CJ-3 R$ 15.430,67
CJ-2 R$ 13.573,82
CJ-1 R$ 10.990,75
ANEXO IV
CARGO EM COMISSÃO – OPÇÃO PELO CARGO EFETIVO
CJ-4 R$ 11.322,60
CJ-3 R$ 10.029,94
CJ-2 R$ 8.822,98
CJ-1 R$ 7.143,99
ANEXO V
FUNÇÕES COMISSIONADAS
FUNÇÃO
RETRIBUIÇÃO
COMISSIONADA
FC-6 R$ 3.663,72
FC-5 R$ 2.662,06
FC-4 R$ 2.313,27
FC-3 R$ 1.644,51
FC-2 R$ 1.413,14
FC-1 R$ 1.215,34
28
ANEXO VI
TABELA DE CORRELAÇÃO
(ART. 29)
(situação na data de publicação desta Lei – estimada para 2025)
Carreiras Classe Padrão Padrão Classe Carreiras
20
19
18 D
Sem Sem
correspondência correspondência 17
16
15
14
Analista Analista
13 13 C
Judiciário Judiciário
C 12 12
Técnico 11 11 Técnico
Judiciário 10 10 Judiciário
9 9
Auxiliar Auxiliar
B 8 8 B
Judiciário Judiciário
7 7
6 6
5 5
4 4
A 3 3 A
2 2
1 1
29
ANEXO VII
REPOSICIONAMENTO
(ART. 30 - EM FEV/2026)
30