Trabalho Final de Ética

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Índice

Introdução...............................................................................................................................2

Capítulo 1:...........................................................................................................................3

A CIDADANIA....................................................................................................................3

i. Conceito....................................................................................................................3

ii. Origem e sua história................................................................................................3

Capítulo 2:...........................................................................................................................5

CIDADANIA EM MOÇAMBIQUE.....................................................................................5

i. A construção da Cidadania em Moçambique...........................................................5

ii. O cidadão moçambicano: Cristina Gemmino..........................................................5

iii. A imagem actual da cidadania em Moçambique..................................................6

3. Análise do grupo sobre o tema............................................................................................7

Considerações finais.............................................................................................................10

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Introdução
A presenta-se, nesta resenha, uma análise sobre o tema “A Cidadania” destacando o seu
conceito, origem e historia assim como o contexto em Moçambique. Este tema no geral tem
sido associado a vários outros campo como Sociologia e Direito, é importante ressaltar que
este também tem suas implicações diferenciadas para cada contexto ou sociedade, desta
forma dependendo do objectivo ou questão que norteia o tema é necessário que se
especifica os resultados pretendidos. No nosso caso a resenha foi estruturada da seguinte
forma:

Numa primeira fase procuramos de forma resumida apontar os principais pontos dos
autores face ao tema em questão, suas contribuições, percepções, analises e opiniões. Tendo
em conta o contexto geral e o contexto moçambicano.

Numa segunda fase procuramos analisar os pontos mais fundamentais deixados pelos
autores e de seguida apresentamos o nosso contributo e opinião face as informações obtidas
pelas autores.

Por se tratar de um tema com vários tópicos importantes, a nossa resenha apresenta mais de
uma obra, dependendo do tópico em questão.

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Capítulo 1:

A CIDADANIA

i. Conceito: Victor Gentil. 2002. “O conceito de cidadania, origens históricas e


bases conceituais: os vínculos com a Comunicação”.

Gentil (2002), defende que o termo cidadania geralmente remetem ao indivíduo pertencente
a uma comunidade e portador de um conjunto de direitos e deveres. Diz ainda que a
Cidadania é o status daqueles que são membros de uma comunidade e são por ela
reconhecidos. É, também, o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo tem diante da
sociedade da qual faz parte.

ii. Origem e sua história: Mariza Costa Misael & Lima Barreto Junior . 2018.
“Evolução do conceito de cidadania”.

Estes autores defendem que a palavra cidadania vem do latim “civitas” que significa
“cidade”. Acrescentam os autores que o conceito remonta à Antiguidade e na civilização
Grega o termo adquiriu os significados de liberdade, igualdade e virtudes republicanas.

Os autores também citam em “A Política, Aristóteles (1973)” onde define o que é ser
cidadão e quem poderia usufruir desse status. O conceito de cidadania na Grécia antiga,
conforme destacado por Aristóteles, estava relacionado à participação legal na autoridade
deliberativa e judiciária da cidade. Aristóteles afirmava que artesãos e comerciantes não
deveriam ser considerados cidadãos, pois não teriam tempo para se dedicar aos assuntos
públicos.

Face a Idade Média os autores ressaltam que a ideia de cidadania adquiriu fundamentos
filosóficos, especialmente os elaborados pela escola teórica conhecida como contratualista
e que foi a partir de tais teóricos que a ideia de um contrato firmado pelos cidadãos com o
Estado e a noção de direitos dos homens adquiriram relevância explicativa na formação do
Estado-Nação. Após a queda do Império Romano, o significado da cidadania perdeu-se, e a
participação política tornou-se secundária diante de questões religiosas.

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Face a Revolução Francesa os autores afirmam que, a promulgação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão trouxe uma dupla perspectiva, a de que os direitos são
atribuídos aos homens e cidadãos que vivem no seio de um Estado, e é esse Estado que
deve garantir a fruição daqueles direitos, de acordo com estes autores a luta pela liberdade,
no contexto do estado absolutista francês, marca a emergência do conceito de cidadania
moderna e ganha a perspectiva liberal ao ser associada à ideia de liberdade contra o poder,
o que a diferencia da liberdade na Grécia Antiga, em que era associada à liberdade de
participação no poder.

Face a cidadania moderna os autores ressaltam que esta diz respeito ao direito da fruição
do mundo privado, por meio da garantia da liberdade individual e da possibilidade de
delegar sua participação na política a um terceiro, por meio de seu voto no pleito eleitoral.
No paradigma moderno a Cidadania é a capacidade atribuída a um sujeito de ter
determinados direitos políticos, sociais e civis, bem como de ele poder exercê-los no
interior de um Estado-Nação. Nesse sentido, a cidadania tem seu território definido nas
dimensões do Estado nacional e, assim, o cidadão é o indivíduo que tem um vínculo
jurídico com o Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada
estrutura legal (constituição e leis). Cidadão, por sua vez, é a pertença de um indivíduo a
um Estado-Nação, com direitos e obrigações em um específico nível de igualdade.

Face a Cidadania no século XX, os autores afirmam que A prática da cidadania vincula-se
à instauração da democracia, de conformidade com o direito e a vontade expressa na
Constituição. Ela está comprometida com a efetivação dos direitos positivados por meio da
cooperação entre indivíduos e grupos. Preocupa-se, permanentemente, com a emergência
dos novos sujeitos de direitos, a ampliação do espaço participativo e a efetivação dos
direitos humanos. Aqui os autores avançam que a idéia da cidadania é uma idéia
eminentemente política que não está necessariamente ligada a valores universais, mas a
decisões políticas. Um determinado governo, por exemplo, pode modificar radicalmente as
prioridades no que diz respeito aos deveres e aos direitos do cidadão; pode modificar, por
exemplo, o código penal no sentido de alterar sanções; pode modificar o código civil no
sentido de equiparar direitos entre homens e mulheres, pode modificar o código de família

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no que diz respeito aos direitos e deveres dos cônjuges, na sociedade conjugal, em relação
aos filhos, em relação um ao outro. Pode estabelecer deveres por um determinado período,
por exemplo, àqueles relativos à prestação do serviço militar. Tudo isso diz respeito à
cidadania.

Capítulo 2:

CIDADANIA EM MOÇAMBIQUE

i. A construção da Cidadania em Moçambique: Cristina Gemmino. (2023).


“NAÇÃO, CIDADANIA E ETNICIDADE EM MOÇAMBIQUE”.

No caso da “nação moçambicana”, esta autora afirma o processo da construção da


Cidadania foi o fio condutor do projeto político de um partido-Estado no poder: a Frente de
Libertação de Moçambique (FRELIMO). Acrescenta ainda que com tais características é
que em 1977 a FRELIMO deixou de ser um movimento partidário para criar (novas)
formas de pertença, tornando-se uma organização marxista-leninista de vanguarda. Isso
significou o abandono de uma revolução baseada em pessoas e a aceitação de um modelo
de organização e militarização em nome de uma segurança nacional, modelo este reforçado
através de uma decisão de alinhamento com o bloco soviético. A autora também ressalta
que enquanto ideologia política atuada pela FRELIMO, a cidadania é vista como
instrumento adotado para fabricar um certo tipo de cidadão.

ii. O cidadão moçambicano: Cristina Gemmino. (2023). “NAÇÃO, CIDADANIA


E ETNICIDADE EM MOÇAMBIQUE “

O cidadão moçambicano, tal como afirma a autora, o tal forjado desse período pós-
independência das zonas libertadas foi um cidadão que não tem palavra. Acrescenta a
autora que era um senso impositivo que tinha que se formar. Então a ideia era
transformar o indivíduo que é como se diz um indivíduo zero. O cidadão moçambicano
segundo a autora é aquele que passa atrás de formação, o indivíduo que não tem
religião, não tem etnia, o indivíduo que não tem região, o indivíduo que não tem
cultura, e todas aquelas coisas que nós imaginamos ressalta a autora.

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iii. A imagem actual da cidadania em Moçambique: Elísio Macamo. 2014.
“Cultura Política e Cidadania em Moçambique: uma relação conflituosa”

O autor examina a história de Moçambique, observando que, durante o período colonial, a


cidadania era limitada a certos setores da população, mas ainda servia como base para a
mobilização. Com a independência, a cidadania foi restrita ao compromisso com um
projeto político e ideológico, abrindo espaço para lutas pelo reconhecimento do direito à
diferença. A análise se estende à crise político-militar em Moçambique a partir de 2013,
argumentando que não era apenas uma disputa entre dois partidos, Frelimo e Renamo, mas
também um confronto entre o Estado de direito e uma cultura política autoritária hostil à
cidadania

Segundo este autor, a Constituição moçambicana sugere uma concepção de cidadania


baseada em direitos. Enumerando assim uma série de direitos sociais e económicos, tais
como:

 O direito à educação;
 O direito saúde;
 O direito a habitação;
 O direito a assistência na velhice;
 O direito a incapacidade e trabalho.

Afirma o autor que a simples enunciação deste conjunto de direitos sugere a ideia de
que a cidadania se defina pelo seu usufruto. Ressalta também que se abordássemos a
cidadania na perspectiva da Constituição moçambicana, seria muito difícil falar dela
para uma parte considerável da população moçambicana, isto deve-se ao facto de o país
registar ainda índices bastante elevados de pobreza absoluta documenta a distância que,
pelo menos em termos constitucionais, separaria Moçambique da cidadania. Entretanto
é possível falar de cidadania mesmo quando existem circunstâncias estruturais que
limitam o alcance da sua prática.

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Para o autor uma abordagem útil da cidadania em Moçambique exige uma reflexão que
não só destaque a natureza da relação entre o Estado e a sociedade como também a
questão de saber de que maneira essa relação se insinua no tipo de problemas políticos
que surgem e comprometem a democracia no país.

O autor critica a democracia que Moçambique tem vindo a construir, que é uma
democracia de espectadores. O outro aspecto criticado pelo autor é a ausência de uma
articulação institucional da política, ausência essa que se explica pela cultura política
que confere a alguns a prerrogativa de decidir em nome do povo. O autor critica ainda o
tipo de paz que se quer para o país quando se fazem manifestações em prol da paz. O
autor ressalta que essa discussão é importante, pois a existência de um conflito no seio
de uma sociedade que é pela paz só pode significar que essa sociedade não se entende
ao nível da paz que quer. E a resposta a essa pergunta tem de passar por uma reflexão
sobre a cidadania. Não a cidadania pensada como cidadania para todos, mas sim
cidadania pensada como os limites do poder legítimo do Estado na vida do indivíduo.

3. Análise do grupo sobre o tema


Face ao conceito apresentado por Gentil (2002), percebemos que a Cidadania é um direito e
um dever de todos os cidadãos, e neste ponto é importante que todos os cidadãos conheçam
os seus direitos e deveres para poderem exercer a sua cidadania plenamente. Outro ponto
referente ao conceito dado por este autor é que a Cidadania pode ser entendida também
como também como uma identidade social, um sentimento de pertencimento a uma
comunidade ou sociedade. Poderíamos ate aqui reflectir sobre esses direitos e deveres que o
autor faz menção no texto, mas é importante ressaltar aqui um ponto importante pois os
direitos e deveres de um cidadão são definidos pela legislação de cada país, embora existem
direitos e deveres que são comuns a todas as democracias.

Face a origem e historia da Cidadania apresentada por Misael & Junior (2018), podemos
ver que este termo de Cidadania surge na Grécia Antiga com o conceito de “cidade”
remetendo-se a significados como: liberdade, igualdade e virtudes republicanas.
pensamentos básicos sobre a cidadania, que são mostrados em pontos essenciais como, a

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cidadania é claramente mostrada no papel do Estado, o direito à educação, O direito de
participar em assuntos políticos, a cidadania está associada a obrigações cívicas

Na idade média com o feudalismo, a cidadania encontrou obstáculos, havendo inúmeros


aspectos que inviabilizavam sua existência. O poder do feudalismo era administrado pela
igreja católica e o exercício desse poder era hierárquico e inquestionável.

Sob essa estrutura não poderia existir cidadania, pois entre os gregos a cidadania era a
igualdade entre os homens e o direito de discussão e deliberação para resolver os conflitos,
enquanto no feudalismo o poder era dividido de forma arbitrária e os ditos da igreja eram
incontestáveis.

Cidadania na modernidade deixa de ser apenas o direito destinado ao indivíduo de


participar ativa e passivamente do processo político. É mais que isto, é também o dever do
Estado para com cidadão, dever de ofertar o mínimo existencial para garantir-lhe a
dignidade.

No capitulo sobre a Cidadania em Moçambique é possível ver que existe pouca


abrangência deste termo para os indivíduos como característica ou ate mesmo atributo, é
fácil perceber este raciocínio logo ao inicio quando Gemmino (2023), afirma que a
Cidadania em Moçambique foi construída a partir dos projectos políticos do partido
FRELIMO e que posteriormente essa concepção da Cidadania baseada nos princípios
humanos foi sendo desconcertada, pois por uma questão de segurança nacional face ao
período hostil que se registava em Moçambique naquele período foram obrigados a
abandonar a revolução baseada em pessoas e a aceitar um modelo de organização e
militarização. A partir disto podemos perceber a calara característica inicial da Cidadania
em Moçambique pois esta claro que ela surge como uma ideologia politica ligada a um
partido, desta forma já a principio ficamos com essa concepção de que a Cidadania em
Moçambique não foi caraterizada tendo em conta as bases humanas.

Face ao concepção do Cidadão moçambicano, Gemmino (2023), nos leva a entender que o
Cidadão moçambicano é aquele que não tem palavra, desta forma o Cidadão moçambicano
estaria a ser transformado num individuo zero. Concordamos com esta opinião por um lado
quando olhamos as questões ligadas as praticas do governo face aos cidadãos

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moçambicanos desde a auscultação ate ao provimento de recursos ligado a Saúde e
Educação, mas por outro lado é preciso saber que o Cidadão não se limita apenas a seguir
regras, normas e cumprir deveres, deve também ser respeitado e concedido o seu direito a
Saúde e educação.

Face a imagem actual da Cidadania em Moçambique, Macamo (2014), faz uma espécie de
ligação entre o período colonial ate aos dias atuais, afirma que naquela época a Cidadania
era limitada, ou seja apenas uma parte da população podia ter esse status, acrescenta ainda
que com a Independência a cidadania abre espaço pra lutas pelo reconhecimento do direito
a diferença, um dos pontos fortes desse autor foi a especificação da clara característica da
Cidadania em Moçambique, onde ele diz que está Cidadania apresenta os seguintes direitos
sociais e econômicos: o direito à educação; o direito saúde; o direito a habitação; o direito a
assistência na velhice e o direito a incapacidade e trabalho. De certeza que em maior parte
dos países do mundo estas características também são vistas, mas ha algo que acreditamos
que precisa ser levado em consideração embora não esteja mencionada mas o direito a
religião também deve ser um dos aspectos a ter em conta quando falamos da Cidadania.

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Considerações finais
Como notas conclusivas, a cidadania não pode ser reduzida a um mero atributo para
qualquer individuo, ou mesmo uma simples característica para descrever um individuo
qualquer, pois um individuo cidadão é um individuo armado de princípios que
fundamentam a democracia num país.

Sem mais nada a acrescentar a essa resenha aqui feita, é possível crer que certamente
ajudará a formar cidadãos com autonomia, com capacidade de crítica, dispostos a participar
de iniciativas que dizem respeito à melhor qualidade de vida da coletividade, tendo um
cidadão com responsabilidade e com capacidade de cuidar e mudar a sociedade em que se
encontra, pois uma maioria de cidadãos assim seguramente enfrentará todos os obstáculos
para transformar os bons projetos em realidade social.

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