Trabalho Final de Ética
Trabalho Final de Ética
Trabalho Final de Ética
Introdução...............................................................................................................................2
Capítulo 1:...........................................................................................................................3
A CIDADANIA....................................................................................................................3
i. Conceito....................................................................................................................3
Capítulo 2:...........................................................................................................................5
CIDADANIA EM MOÇAMBIQUE.....................................................................................5
Considerações finais.............................................................................................................10
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Introdução
A presenta-se, nesta resenha, uma análise sobre o tema “A Cidadania” destacando o seu
conceito, origem e historia assim como o contexto em Moçambique. Este tema no geral tem
sido associado a vários outros campo como Sociologia e Direito, é importante ressaltar que
este também tem suas implicações diferenciadas para cada contexto ou sociedade, desta
forma dependendo do objectivo ou questão que norteia o tema é necessário que se
especifica os resultados pretendidos. No nosso caso a resenha foi estruturada da seguinte
forma:
Numa primeira fase procuramos de forma resumida apontar os principais pontos dos
autores face ao tema em questão, suas contribuições, percepções, analises e opiniões. Tendo
em conta o contexto geral e o contexto moçambicano.
Numa segunda fase procuramos analisar os pontos mais fundamentais deixados pelos
autores e de seguida apresentamos o nosso contributo e opinião face as informações obtidas
pelas autores.
Por se tratar de um tema com vários tópicos importantes, a nossa resenha apresenta mais de
uma obra, dependendo do tópico em questão.
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Capítulo 1:
A CIDADANIA
Gentil (2002), defende que o termo cidadania geralmente remetem ao indivíduo pertencente
a uma comunidade e portador de um conjunto de direitos e deveres. Diz ainda que a
Cidadania é o status daqueles que são membros de uma comunidade e são por ela
reconhecidos. É, também, o conjunto de direitos e deveres que um indivíduo tem diante da
sociedade da qual faz parte.
ii. Origem e sua história: Mariza Costa Misael & Lima Barreto Junior . 2018.
“Evolução do conceito de cidadania”.
Estes autores defendem que a palavra cidadania vem do latim “civitas” que significa
“cidade”. Acrescentam os autores que o conceito remonta à Antiguidade e na civilização
Grega o termo adquiriu os significados de liberdade, igualdade e virtudes republicanas.
Os autores também citam em “A Política, Aristóteles (1973)” onde define o que é ser
cidadão e quem poderia usufruir desse status. O conceito de cidadania na Grécia antiga,
conforme destacado por Aristóteles, estava relacionado à participação legal na autoridade
deliberativa e judiciária da cidade. Aristóteles afirmava que artesãos e comerciantes não
deveriam ser considerados cidadãos, pois não teriam tempo para se dedicar aos assuntos
públicos.
Face a Idade Média os autores ressaltam que a ideia de cidadania adquiriu fundamentos
filosóficos, especialmente os elaborados pela escola teórica conhecida como contratualista
e que foi a partir de tais teóricos que a ideia de um contrato firmado pelos cidadãos com o
Estado e a noção de direitos dos homens adquiriram relevância explicativa na formação do
Estado-Nação. Após a queda do Império Romano, o significado da cidadania perdeu-se, e a
participação política tornou-se secundária diante de questões religiosas.
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Face a Revolução Francesa os autores afirmam que, a promulgação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão trouxe uma dupla perspectiva, a de que os direitos são
atribuídos aos homens e cidadãos que vivem no seio de um Estado, e é esse Estado que
deve garantir a fruição daqueles direitos, de acordo com estes autores a luta pela liberdade,
no contexto do estado absolutista francês, marca a emergência do conceito de cidadania
moderna e ganha a perspectiva liberal ao ser associada à ideia de liberdade contra o poder,
o que a diferencia da liberdade na Grécia Antiga, em que era associada à liberdade de
participação no poder.
Face a cidadania moderna os autores ressaltam que esta diz respeito ao direito da fruição
do mundo privado, por meio da garantia da liberdade individual e da possibilidade de
delegar sua participação na política a um terceiro, por meio de seu voto no pleito eleitoral.
No paradigma moderno a Cidadania é a capacidade atribuída a um sujeito de ter
determinados direitos políticos, sociais e civis, bem como de ele poder exercê-los no
interior de um Estado-Nação. Nesse sentido, a cidadania tem seu território definido nas
dimensões do Estado nacional e, assim, o cidadão é o indivíduo que tem um vínculo
jurídico com o Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada
estrutura legal (constituição e leis). Cidadão, por sua vez, é a pertença de um indivíduo a
um Estado-Nação, com direitos e obrigações em um específico nível de igualdade.
Face a Cidadania no século XX, os autores afirmam que A prática da cidadania vincula-se
à instauração da democracia, de conformidade com o direito e a vontade expressa na
Constituição. Ela está comprometida com a efetivação dos direitos positivados por meio da
cooperação entre indivíduos e grupos. Preocupa-se, permanentemente, com a emergência
dos novos sujeitos de direitos, a ampliação do espaço participativo e a efetivação dos
direitos humanos. Aqui os autores avançam que a idéia da cidadania é uma idéia
eminentemente política que não está necessariamente ligada a valores universais, mas a
decisões políticas. Um determinado governo, por exemplo, pode modificar radicalmente as
prioridades no que diz respeito aos deveres e aos direitos do cidadão; pode modificar, por
exemplo, o código penal no sentido de alterar sanções; pode modificar o código civil no
sentido de equiparar direitos entre homens e mulheres, pode modificar o código de família
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no que diz respeito aos direitos e deveres dos cônjuges, na sociedade conjugal, em relação
aos filhos, em relação um ao outro. Pode estabelecer deveres por um determinado período,
por exemplo, àqueles relativos à prestação do serviço militar. Tudo isso diz respeito à
cidadania.
Capítulo 2:
CIDADANIA EM MOÇAMBIQUE
O cidadão moçambicano, tal como afirma a autora, o tal forjado desse período pós-
independência das zonas libertadas foi um cidadão que não tem palavra. Acrescenta a
autora que era um senso impositivo que tinha que se formar. Então a ideia era
transformar o indivíduo que é como se diz um indivíduo zero. O cidadão moçambicano
segundo a autora é aquele que passa atrás de formação, o indivíduo que não tem
religião, não tem etnia, o indivíduo que não tem região, o indivíduo que não tem
cultura, e todas aquelas coisas que nós imaginamos ressalta a autora.
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iii. A imagem actual da cidadania em Moçambique: Elísio Macamo. 2014.
“Cultura Política e Cidadania em Moçambique: uma relação conflituosa”
O direito à educação;
O direito saúde;
O direito a habitação;
O direito a assistência na velhice;
O direito a incapacidade e trabalho.
Afirma o autor que a simples enunciação deste conjunto de direitos sugere a ideia de
que a cidadania se defina pelo seu usufruto. Ressalta também que se abordássemos a
cidadania na perspectiva da Constituição moçambicana, seria muito difícil falar dela
para uma parte considerável da população moçambicana, isto deve-se ao facto de o país
registar ainda índices bastante elevados de pobreza absoluta documenta a distância que,
pelo menos em termos constitucionais, separaria Moçambique da cidadania. Entretanto
é possível falar de cidadania mesmo quando existem circunstâncias estruturais que
limitam o alcance da sua prática.
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Para o autor uma abordagem útil da cidadania em Moçambique exige uma reflexão que
não só destaque a natureza da relação entre o Estado e a sociedade como também a
questão de saber de que maneira essa relação se insinua no tipo de problemas políticos
que surgem e comprometem a democracia no país.
O autor critica a democracia que Moçambique tem vindo a construir, que é uma
democracia de espectadores. O outro aspecto criticado pelo autor é a ausência de uma
articulação institucional da política, ausência essa que se explica pela cultura política
que confere a alguns a prerrogativa de decidir em nome do povo. O autor critica ainda o
tipo de paz que se quer para o país quando se fazem manifestações em prol da paz. O
autor ressalta que essa discussão é importante, pois a existência de um conflito no seio
de uma sociedade que é pela paz só pode significar que essa sociedade não se entende
ao nível da paz que quer. E a resposta a essa pergunta tem de passar por uma reflexão
sobre a cidadania. Não a cidadania pensada como cidadania para todos, mas sim
cidadania pensada como os limites do poder legítimo do Estado na vida do indivíduo.
Face a origem e historia da Cidadania apresentada por Misael & Junior (2018), podemos
ver que este termo de Cidadania surge na Grécia Antiga com o conceito de “cidade”
remetendo-se a significados como: liberdade, igualdade e virtudes republicanas.
pensamentos básicos sobre a cidadania, que são mostrados em pontos essenciais como, a
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cidadania é claramente mostrada no papel do Estado, o direito à educação, O direito de
participar em assuntos políticos, a cidadania está associada a obrigações cívicas
Sob essa estrutura não poderia existir cidadania, pois entre os gregos a cidadania era a
igualdade entre os homens e o direito de discussão e deliberação para resolver os conflitos,
enquanto no feudalismo o poder era dividido de forma arbitrária e os ditos da igreja eram
incontestáveis.
Face ao concepção do Cidadão moçambicano, Gemmino (2023), nos leva a entender que o
Cidadão moçambicano é aquele que não tem palavra, desta forma o Cidadão moçambicano
estaria a ser transformado num individuo zero. Concordamos com esta opinião por um lado
quando olhamos as questões ligadas as praticas do governo face aos cidadãos
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moçambicanos desde a auscultação ate ao provimento de recursos ligado a Saúde e
Educação, mas por outro lado é preciso saber que o Cidadão não se limita apenas a seguir
regras, normas e cumprir deveres, deve também ser respeitado e concedido o seu direito a
Saúde e educação.
Face a imagem actual da Cidadania em Moçambique, Macamo (2014), faz uma espécie de
ligação entre o período colonial ate aos dias atuais, afirma que naquela época a Cidadania
era limitada, ou seja apenas uma parte da população podia ter esse status, acrescenta ainda
que com a Independência a cidadania abre espaço pra lutas pelo reconhecimento do direito
a diferença, um dos pontos fortes desse autor foi a especificação da clara característica da
Cidadania em Moçambique, onde ele diz que está Cidadania apresenta os seguintes direitos
sociais e econômicos: o direito à educação; o direito saúde; o direito a habitação; o direito a
assistência na velhice e o direito a incapacidade e trabalho. De certeza que em maior parte
dos países do mundo estas características também são vistas, mas ha algo que acreditamos
que precisa ser levado em consideração embora não esteja mencionada mas o direito a
religião também deve ser um dos aspectos a ter em conta quando falamos da Cidadania.
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Considerações finais
Como notas conclusivas, a cidadania não pode ser reduzida a um mero atributo para
qualquer individuo, ou mesmo uma simples característica para descrever um individuo
qualquer, pois um individuo cidadão é um individuo armado de princípios que
fundamentam a democracia num país.
Sem mais nada a acrescentar a essa resenha aqui feita, é possível crer que certamente
ajudará a formar cidadãos com autonomia, com capacidade de crítica, dispostos a participar
de iniciativas que dizem respeito à melhor qualidade de vida da coletividade, tendo um
cidadão com responsabilidade e com capacidade de cuidar e mudar a sociedade em que se
encontra, pois uma maioria de cidadãos assim seguramente enfrentará todos os obstáculos
para transformar os bons projetos em realidade social.
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