Sistemas de Saúde

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Sistemas de saúde

Assim como o conceito de hospital, a Psicologia


hospitalar também sofreu influência dos momentos
históricos, políticos e econômicos. As duas grandes
guerras, por exemplo, impulsionaram o
desenvolvimento da Psicologia, sobretudo na inserção
do ambiente hospitalar, por meio de técnicas e de
tratamentos, como o do estresse pós-traumático,
segundo Ronick (2017).

Até mesmo o termo Psicologia hospitalar é uma


adaptação cultural, visto que é empregado comumente
no Brasil. No restante do mundo, é mais comum a
utilização do termo Psicologia da saúde. Essa diferença
pode ser explicada porque, no Brasil, a prática da
Psicologia em hospitais é anterior ao regulamento da
profissão no país. Alguns dos primeiros registros do
termo Psicologia hospitalar datam da década de 1950,
por meio das experiências pioneiras de Mathilde Neder,
no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, de acordo com Rosal (2017).

Muito se desenvolveu após as primeiras atividades de


Mathilde Neder. A partir da segunda metade do século
XX, aconteceram avanços nas áreas da saúde, não
apenas pelo desenvolvimento de equipamentos
diagnósticos mais complexos, mas também pelo avanço
de tecnologias de promoção de saúde. Nesse período,
uma importante compreensão a respeito do processo
de adoecer foi adotada: o foco passou a ser o indivíduo
que adoece e não a doença em si.

Diante da nova realidade em saúde, a Psicologia teve


abertura para contribuir com seu conhecimento
adquirido. Entretanto, essa transição de modelos e de
práticas de atenção não se mostrou fácil. Por um lado,
um dos grandes desafios para as ciências da saúde é a
transposição das suas práticas tradicionais à atenção
ao indivíduo de forma integral, e não apenas como um
portador de um sinal ou de um sintoma. Por outro lado,
a Psicologia precisa se especializar para atuar no
hospital. Durante algum tempo, observou-se que a
Psicologia respondeu à sua demanda hospitalar por
meio de práticas de consultório privado
(MOERSCHBERGER; CRUZ; LANGARO, 2017).

De forma geral, como resultado dos processos


históricos, a Psicologia da saúde, não restrita às
instituições hospitalares, ficou compreendida como
conjunto das práticas clínicas, biomédicas e da
Psicologia social, priorizando a atenção integral do
indivíduo, de forma interdisciplinar. Como finalidade
básica, a Psicologia da saúde busca a conscientização
das
pessoas a respeito dos processos relacionados à saúde para adoção
de comportamentos saudáveis, segundo Rosal (2016).

Se a atuação do psicólogo, seja na área da saúde em


geral, seja em instituições hospitalares, é complexa, é
necessário ainda compreender que isso se justifica não
somente pelo nível de complexidade dos sujeitos que
serão atendidos, mas também do sistema de saúde.
Apesar de todos estarem sob a fiscalização da Agência
Nacional de Saúde Suplementar e de outros órgãos,
cada sistema privado é regido por regras próprias.
Desse modo, vale compreender em qual você está
inserido ou em qual irá se inserir.

Já o Sistema Único de Saúde (SUS), como é conhecido o


sistema público de saúde brasileiro, apresenta as
mesmas regras, independentemente da região
brasileira. Em linhas gerais, o SUS é organizado em
níveis de atenção: atenção primária, atenção
secundária e atenção terciária. No nível primário de
atenção está centralizada a maioria das ações de
promoção e de prevenção de saúde, além de consultas,
exames e procedimentos mais simples. O objetivo,
nesse nível de atenção, é evitar que os níveis de
atenção mais complexos fiquem sobrecarregados,
dando mais eficiência ao sistema em geral
(GIOVANELLA et al., 2012).

Os outros níveis, secundário e terciário, ficam com atendimentos


mais complexos, e que exigem maior nível de especialidade. No nível
secundário, encontram-se os ambulatórios, enquanto no nível
terciário estão os grandes hospitais de alta tecnologia, onde,
geralmente, ocorrem as cirurgias, segundo Giovanella (2012). Cada
nível de atenção condicionará a atuação do psicólogo, que precisará
considerar o tempo e o espaço de seus atendimentos de acordo com
a realidade na qual está inserido.

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