Apostila 2 - Enfermagem Do Trabalho

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Curso pós-técnico em

Saúde do Trabalhador
TURMA: 2024/1

Disciplina:
ENFERMAGEM DO TRABALHO

Prof. Enfª. Especialista


Josélica Martins Patrocino

Enfº Especialista Alexsandro Faroni Mikaela Galvão


COORDENADOR DE CURSO COORDENADORA PEDAGÓGICA
A Enfermagem do trabalho tem ganhado destaque nos últimos anos pela
necessidade de prezar pela saúde do trabalhador no ambiente da empresa em que
atua. Há muitos anos a Lei Trabalhista trata da manutenção da segurança e da saúde
dos empregados, e a presença de um enfermeiro para tal atividade é fundamental.

O profissional especializado em enfermagem do trabalho atua diretamente na


empresa, estando à disposição do trabalhador para atendê-los diante de qualquer
contratempo relacionado à saúde. É uma figura muito importante, já que, quanto
melhor a saúde dos funcionários, melhor será sua produtividade no ofício.

Neste curso abordaremos os seguintes itens:

1. Conceito de Enfermagem
2. Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem
3. A História da Enfermagem do Trabalho no Brasil
4. Atuação dos Profissionais de Enfermagem
5. NR 4 - Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho
6. Programas de Saúde Ocupacional
7. Níveis de atuação do técnico de enfermagem
8. Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast)
9. Sugestões de livros sobre enfermagem do trabalho
10. Referências Bibliográficas
1. Conceito de Enfermagem

A Enfermagem é uma ciência, arte e uma prática social, indispensável à


organização e ao funcionamento dos serviços de saúde. Suas responsabilidades
incluem a promoção e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças,
bem como alívio do sofrimento. Ela proporciona cuidados não só à pessoa, mas
também à família e à coletividade. A Enfermagem organiza suas ações e intervenções
de modo autônomo ou em colaboração com outros profissionais da área.

Sobretudo, esses princípios fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos


humanos é inerente ao exercício da profissão. Isso inclui os direitos da pessoa à vida,
à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade
e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa,
cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação
sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou condição social.

2. Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem

A Resolução COFEN n° 564/2017 aprova o novo Código de Ética dos


Profissionais da Enfermagem, que estabelece direitos, deveres, proibições, infrações
e penalidades. Ele aplica-se aos Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem,
Auxiliares de Enfermagem, Obstetrizes e Parteiras.

3. A História da Enfermagem do trabalho no Brasil

A história da enfermagem do trabalho no Brasil remonta ao século XIX, um período


em que o país passava por transformações sanitárias e enfrentava desafios de saúde
pública. Com a influência de modelos internacionais, especialmente o britânico, a
profissão começou a ganhar destaque no Brasil.

A fundação da Escola de Enfermagem Anna Nery em 1923, no Rio de Janeiro, marcou


o início da oficialização da enfermagem como uma profissão no país. Desde então, a
enfermagem brasileira tem evoluído, adaptando-se às necessidades locais e
contribuindo para a melhoria da saúde da população.
Vamos explorar alguns marcos importantes na história da enfermagem no Brasil:

• Desde o princípio da colonização, a enfermagem no Brasil foi marcada pela


inclusão e abertura das Santas Casas de Misericórdia, que tiveram origem em
Portugal.
• Padre José de Anchieta desempenhou um papel significativo, não apenas
ensinando ciências e catequeses, mas também atendendo aos necessitados como
médico e enfermeiro.
• A Escola de Enfermagem Anna Nery, fundada em 1923, marcou o início da
profissionalização da enfermagem no Brasil.
• A enfermagem do trabalho surgiu quando as primeiras leis de acidente do
trabalho se originaram na Alemanha em 1884.
• No Brasil, foi oficializada pelo Decreto legislativo nº. 3.724 de 15 de janeiro
de 1919, proporcionando parâmetros legais para trabalhadores expostos aos riscos
diários.
• O primeiro curso de especialização para enfermeiros do trabalho ocorreu no
Rio de Janeiro em 1974. Esse marco foi fundamental para o desenvolvimento da
enfermagem do trabalho no Brasil, proporcionando aos profissionais
conhecimentos específicos para atuar na área da saúde ocupacional e segurança
do trabalho.
• A inclusão do enfermeiro do trabalho na equipe de saúde ocupacional foi
oficializada por meio da Portaria nº 3.460, emitida pelo Ministério do
Trabalho em 1975.

Inicialmente, a assistência de enfermagem do trabalho era vista como atendimento


emergencial nas empresas, mas essa percepção mudou ao longo do tempo.
Hoje, o espaço profissional da enfermagem do trabalho está se expandindo,
abrangendo funções como:
• Assistência direta aos trabalhadores e familiares.
• Atividades administrativas relacionadas à saúde ocupacional.
• Educação e integração de práticas seguras no ambiente de trabalho.
• Acompanhamento de saúde dos funcionários.

4. Atuação dos Profissionais de Enfermagem

O Técnico de enfermagem desempenha atividades técnicas na área da saúde


ocupacional, de acordo com a Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho
(Anent), o técnico está apto a realizar a maioria das atividades em sua área, em
conformidade com as boas práticas, normas e procedimentos de biossegurança,
sendo algumas delas:

• Participar do planejamento e elaboração de programas de educação em saúde,


estimulando hábitos saudáveis para prevenir doenças profissionais e melhorar as
condições de saúde dos trabalhadores;
• Participar da execução de programas de prevenção de acidentes;
• Organização dos prontuários e arquivos;
• Agendamento de exames ocupacionais e complementares;
• Triagem ocupacional – SSVV;
• Controle e registro de Atestados Médicos;
• Auxílio nos controles dos afastados pelo INSS;
• Auxílio na emissão de CAT;
• Administração de medicação conforme prescrição médica;
• Realização de curativos á nível ambulatorial;
• Atendimento de urgências/emergências e primeiros socorros;
• Realizar aplicação de vacinas de acordo com o programa de imunização
implantado pela medicina do trabalho;
• Desenvolver suas atividades, aplicando normas e procedimentos de
biossegurança;
• Manter-se atualizado em relação às tendencias e inovações tecnológicas de
sua área de atuação e das necessidades da empresa;
• Acompanhar na recuperação do estado de saúde dos trabalhadores com
lesões traumáticas, doença epidemiológicas, doenças ocupacionais e não
ocupacionais;
• Realizar visitas domiciliares e hospitalares nos casos de acidentes ou doenças
ocupacionais;
• Auxiliar na contratação e adaptação de pessoas com deficiências;
• Elaboração de dados estáticos de saúde da empresa;
• Organização do local de trabalho, bem como controlar datas de vencimentos,
armazenamento, identificação e estoque.

5. NR 4 – Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do


Trabalho

A Norma Regulamentadora 4 (NR 4), estabelece os parâmetros e os requisitos para


constituição e manutenção dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador. Vamos analisar os principais pontos da NR-4:

5.1. Obrigação de Contratação:


A NR-4 determina a contratação obrigatória de profissionais da área de segurança e
saúde do trabalho. Essa obrigatoriedade se aplica a empresas públicas e privadas,
com funcionários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
5.2. Competências do SESMT:
a) Acompanhar a implementação do plano de ação do Programa de Gerenciamento
de Riscos - PGR;
b) Implementar medidas de prevenção de acordo com a classificação de risco do PGR
e na ordem de prioridade estabelecida na Norma Regulamentadora nº 01;
c) Promover a realização de atividades de orientação, informação e conscientização
dos trabalhadores para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
d) Propor, imediatamente, a interrupção das atividades e a adoção de medidas
corretivas e/ou de controle quando constatar condições ou situações de trabalho que
estejam associadas a grave e iminente risco para a segurança ou a saúde dos
trabalhadores;
e) Acompanhar e participar nas ações do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, nos termos da Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07).
5.3. Composição do SESMT:
O SESMT deve ser composto por profissionais qualificados, incluindo:
• Médico do Trabalho;
• Engenheiro de Segurança do Trabalho;
• Técnico de Segurança do Trabalho;
• Enfermeiro do Trabalho;
• Auxiliar/Técnico em Enfermagem do Trabalho.

5.4. Dimensionamento da Equipe:


A NR-4 define critérios para dimensionar a equipe do SESMT com base no grau de
risco da atividade desempenhada pela empresa e no número de empregados.
6. Programas de Saúde Ocupacional

Por definição da Organização Mundial da Saúde, a saúde ocupacional tem como


objetivo “promover a melhoria das condições de trabalho e outros aspectos de higiene
ambiental”. Com boas políticas de saúde ocupacional, é possível chegar a um
ambiente de trabalho saudável: na própria definição da OMS, trata-se de um local
onde gestores e trabalhadores colaboram para “processos de melhoria contínua de
proteção e promoção da segurança, saúde e bem-estar de todos”.
Aqui estão os cinco principais programas de medicina do trabalho obrigatórios por lei:

• Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR):


O PGR é um plano de ação criado para prevenir riscos ocupacionais que podem
resultar em acidentes no ambiente de trabalho. Ele está vinculado à Norma
Regulamentadora NR-01 e é obrigatório em todas as empresas e instituições,
incluindo condomínios. O PGR visa implementar ações e processos determinados
pela NR-01, independentemente da área de atuação, grau de risco ou número de
trabalhadores. Empresas de pequeno porte, microempresas e MEIs também devem
cumprir essa norma.

• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA):


A CIPA é formada por representantes dos empregados e do empregador. Seu papel
é promover a segurança e saúde do trabalhador, identificando riscos, propondo
melhorias e fiscalizando o cumprimento das normas de segurança. Ela está vinculada
à norma regulamentadora NR-05 e é obrigatória em todas as empresas.

• Programa de Proteção Respiratória (PPR):


O PPR estabelece medidas para proteção e controle de doenças ocupacionais
causadas pela inalação de materiais em suspensão, como poeiras, fumos, névoas,
fumaças, gases e vapores. Ele assegura a saúde dos trabalhadores, prevenindo
problemas respiratórios.
• Programa de Conservação Auditiva (PCA):
O PCA visa prevenir a perda auditiva relacionada ao trabalho. Ele inclui medidas como
monitoramento da exposição ao ruído, uso de equipamentos de proteção auditiva e
treinamento dos colaboradores sobre os riscos auditivos.

• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO):


O PCMSO visa aprimorar medidas preventivas de segurança no trabalho. Ele mapeia
detalhadamente zonas de risco e suas consequências reais, permitindo diagnósticos
precoces de doenças relacionadas ao trabalho. Empresas devem implantar o PCMSO
para garantir a qualidade e prevenção de acidentes e doenças aos trabalhadores.

Todas as empresas que adotam o regime da CLT estão obrigadas a


implementar o PCMSO, independentemente do seu porte ou atividade.
Regulamentado pela NR7, o PCMSO é um programa voltado à definição de
procedimentos e condutas em função dos riscos das atividades às quais os
funcionários estão expostos. A finalidade deste programa é prevenir, detectar,
monitorar e controlar possíveis danos à saúde do empregado. Ele também é
responsável pela exigência do exame admissional, verificando se o colaborador está
em condições plenas de assumir o posto de trabalho, bem como servindo como
parâmetro em caso de alguma ação judicial que afirme que o trabalhador contraiu
alguma doença ocupacional.

Esse programa também regulamenta os exames periódicos, que podem ser úteis
para indicar problemas crônicos que possam estar surgindo e oferecer a
assistência necessária para garantir a saúde dos colaboradores a longo prazo.

Também exige o exame demissional, de mudança de função e de retorno ao trabalho


após um período de afastamento, seja por doenças diversas ou por acidente. Após
avaliação médica é necessário elaborar o atestado de saúde ocupacional, que deverá
ser registrado e encaminhado para o Governo Federal, pelo eSocial.
7. Níveis de atuação do técnico de enfermagem

Em 1976, Leavell & Clark, determinaram três níveis de prevenção que fazem a junção de
atividade médica com a saúde pública. A promoção da saúde tem uma perspectiva
diferentemente da prevenção de agravos. Pois esta tem por objetivo a redução do risco de
se adquirir uma doença específica.

Considerando os níveis de prevenção determinadas por Leavell & Clark (1976), os níveis
são divididos em três fases: primária, secundária e terciária. Contudo, dentro dessas fases,
é possível identificar cinco diferentes níveis de prevenção, de acordo com o tipo e o objetivo
destas ações.
1. Nível Primário
A prevenção primária é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um
problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma
condição clínica, evitando assim o surgimento de doenças e lesões ocupacionais. São
exemplos de prevenção primária: imunização e orientação de atividade física para
diminuir chance de desenvolvimento de doenças.

Está relacionada ao período pré-patogênico e refere-se às ações sobre agentes


patogênicos e seus vetores. Este nível se subdivide em dois: a promoção da saúde e a
proteção específica.
Níveis Ações Atividades
1º Nível - Promoção da

O primeiro nível de prevenção engloba as Participação, em conjunto com outros


ações destinadas a manter o bem-estar geral profissionais da equipe, na promoção da
de uma população, sem visar a nenhuma educação alimentar, nutricional e na saúde.
saúde

doença em particular. São ações voltadas Além disso, é importante incentivar a prática
para manter a qualidade de vida de regular de atividade física para reduzir as
PREVENÇÃO PRIMARIA

indivíduos, famílias e comunidades, com chances de desenvolvimento de doenças.


objetivo de evitar o desenvolvimento de Também é realizado campanhas de saúde para
diversos processos patogênicos. conscientizar e engajar os trabalhadores.
Participação, em conjunto com outros
Este segundo nível também diz respeito a profissionais da equipe, no auxílio à execução de
2º Nível - Proteção

ações que ocorrem no período pré- exames ocupacionais e complementares. Além


específica

patogênico, antes do desenvolvimento da disso, intervenção para prevenir complicações


doença. A diferença é que essas ações são de saúde, realização vacinação dos
direcionadas ao combate de uma trabalhadores, exame pré-natal, distribuição de
enfermidade específica ou a um grupo de preservativos e adoção de medidas
doenças em particular. ergonômicas e ginásticas laborais nos
ambientes de trabalho.
2. Nível Secundário
A prevenção secundária é a ação que serve para detectar um problema de saúde em
estágio inicial ou estágio subclínico, facilitando o diagnóstico definitivo, o tratamento e
reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos a longo prazo. Esta fase também
é dividida em dois níveis: Diagnóstico precoce e Limitação da incapacidade.

Níveis Ações Atividades


No terceiro nível as ações têm como
3º Nível - Diagnóstico

Realização de observação e detecção de sinais e


objetivo a detecção rápida dos processos
sintomas precoces de agravos à saúde física e
patogênicos já existentes no organismo,
mental, bem como encaminhamentos aos
precoce

antes que os sintomas apareçam. Além


recursos da própria empresa ou da
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

disso, oferecem assistência imediata às


comunidade. Além disso, é importante realizar
doenças e agravos causados pelas
exames periódicos de saúde e rastreamento
condições prejudiciais do trabalho e
para doenças infectocontagiosas.
outras.
A prestação e cuidados globais de enfermagem
4º Nível - Limitação da

No quarto nível de prevenção, envolvem-


visa à cura e à prevenção de sequelas
se os casos em que o processo de
incapacidade

decorrentes de doenças e agravos à saúde


adoecimento já existe. As ações nesse
relacionados ao trabalho. Isso é alcançado por
nível consistem na assistência contínua às
meio de grupo de apoio a pacientes crônicos,
consequências dos agravos e às doenças
tratamento médicos ou cirúrgicos adequado e
produzidas pelas condições prejudiciais
visitas aos locais de trabalho para análise de
do trabalho e outras.
possíveis fatores.

3. Nível Terciário
No último nível de prevenção têm ações que buscam à reabilitação e à
minimização de danos após a ocorrência de doenças ou acidentes. As ações
contribuem para que a pessoa aprenda a conviver com a condição de saúde e
possa ter uma vida produtiva. Nessas situações, os cuidados preventivos são
específicos, para que as limitações geradas pela doença causem o mínimo de
prejuízo possível.
Níveis Ações Atividades
A prestação de cuidados de enfermagem para a
Este quinto nível de prevenção
PREVENÇÃO TERCIÁRIA

reintegração física, mental e social do trabalhador,


5º Nível - Reabilitação

concentra-se na reabilitação e na
realizando acompanhamento de complicações de
minimização de danos após a ocorrência
saúde e acidente. Realizar orientação sobre quais
de doenças ou acidente. As ações neste
são os profissionais médicos especialistas na área,
nível consistem em oferecer assistência
realizar visitas domiciliares juntamente com o
contínua às sequelas produzidas pelas
médico do trabalho em casos de trabalhadores
condições de trabalho e outras, visando a
afastados por muito tempo e auxílio na análise das
recuperação e à melhoria da qualidade de
condições de retorno ao trabalho desse
vida do trabalhador afetado.
trabalhador.
8. Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast)

Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) é uma


estrutura essencial no Sistema Único de Saúde (SUS) dedicada à promoção,
prevenção, assistência, e reabilit ação da saúde dos trabalhadores. Constituída a
partir de Centros de Referência (CERESTs), unidades de saúde, controle social,
academia e outros, a RENAST se organiza territorialmente, visando a integração e
coordenação entre diferentes níveis de atenção à saúde. Ela emerge como resposta
às demandas por uma atenção integral à saúde do trabalhador, articulando-se
diretamente com a política nacional dedicada a esta área, em busca de efetivar
práticas de saúde que considerem as peculiaridades do ambiente laboral e seus
impactos na saúde.
Os Cerest são serviços especializados, que articulados à Rede de Atenção à Saúde
(RAS), desenvolvem ações de assistência especializada e vigilância em saúde do
trabalhador, com o objetivo de reduzir a morbimortalidade entre os trabalhadores(as),
provenientes dos ambientes e processos de trabalho.
Ao todo, estão habilitados e em funcionamento 215 Cerest, sendo 26 estaduais, 1
Distrital, 185 regionais/municipais. Os Cerest ativos garantem a cobertura a 3.981
municípios, 70,7% das regiões de saúde e para aproximadamente 84 milhões de
trabalhadores economicamente ativos.

A incorporação das questões de saúde do trabalhador nos sistemas de informação


e incorporação da vigilância em saúde do trabalhador nos diversos níveis dos serviços
de saúde destacam-se como componentes fundamentais para o monitoramento e a
promoção de ações efetivas. Essa rede conta com, além dos CERESTs e serviços de
saúde, observatórios em saúde do trabalhador, visando ao desenvolvimento de
metodologias e à organização do fluxo de atendimento aos adoecidos e acidentados
do trabalho.

Em resumo, a RENAST se configura como um modelo inovador de atenção à saúde


dos trabalhadores, promovendo a integralidade, a equidade e a qualidade no cuidado
à saúde do trabalhador, reforçando o controle social e a participação democrática na
gestão da saúde pública. Sua estrutura e estratégias de atuação refletem um
compromisso com a melhoria das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores
brasileiros, alinhando-se às diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e
respondendo de maneira integrada e eficiente às necessidades deste segmento.
9. Sugestões de Leituras sobre Enfermagem do Trabalho

Sugestões de Filmes/Documentários sobre SST

• Sobre Heróis do cuidado: Produzido pelo Conselho Federal de Enfermagem, o


documentário curta-metragem acompanha cinco enfermeiros de diferentes regiões do país que
contam as suas histórias e relação com a enfermagem. Todos eles possuem como objetivo
principal oferecer cuidado e atendimento de qualidade às pessoas. O filme mostra a importância
e os sacrifícios feitos por esses profissionais.
10. Referências Bibliográficas
BULHÕES, I. Enfermagem do trabalho. Rio de Janeiro, s.cp. 1976 v. 1.
HORTA, W. de A. Enfermagem: teoria, conceitos, princípios e processo. Rev. Esc. Enf. USP,
São Paulo, 8(1):7-15, mar. 1974.

Mascarenhas NB. A inserção da enfermeira brasileira no campo da saúde pública (1920-1925)


[dissertação]. Salvador (BA): Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia; 2013.

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<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-
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Lei n° 7.498/86, de 25 de junho de 1986 dispõe sobre a regulamentação do

exercício da Enfermagem.

NOGUEIRA, M. J. de C. Níveis de prevenção em enfermagem do trabalho. Rev. Esc. Enf.


USP, São Paulo, 16(3): 275-284, 1982.

Hoefel MG, Dias EC, Silva JM. A Atenção à Saúde do Trabalhador no SUS: a proposta de
constituição da RENAST, In: 3a Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador. Coletânea
de textos, Brasília: Ministério da Saúde; 2005. p.63.

LEAO, Luís Henrique da Costa; VASCONCELLOS, Luiz Carlos Fadel de. Rede Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast): reflexões sobre a estrutura de
rede. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 20, n. 1, p. 85-100, mar. 2011 . Disponível em
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PLATAFORMA RENAST ONLINE. Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do


Trabalhador. Disponível em: < https://renastonline.ensp.fiocruz.br/temas/rede-nacional-
atencao-integral-saude-trabalhador-renast>. Acesso em: 11 abr. 2024.

NR 04 – Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho;


NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO; x

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