Avaliação Nutricional, Nutrizes e Amamentação

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ARTIGO ORIGINAL

INTERVENÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR


E NUTRICIONAL NA GESTAÇÃO

FOOD AND NUTRITIONAL EDUCATION INTERVENTIONS IN PREGNANCY


INTERVENCIONES DE EDUCACIÓN ALIMENTARIA Y NUTRICIONAL EN EL EMBARAZO

RESUMO
O estudo objetiva conhecer a percepção das gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde de Aracati/CE sobre aspectos da
alimentação e nutrição na saúde materna e infantil e avaliar o efeito de intervenções de Educação Alimentar e Nutricional.
Estudo exploratório e descritivo, de natureza qualitativa, constituído por 08 gestantes no Pré-Natal da Unidade Básica de
Saúde Abengruta II, entre agosto e outubro de 2019. Foram executadas 4 etapas: 1) entrevista com as participantes; 2)
aplicação do grupo focal inicial; 3) intervenção educativa/oficinas temáticas e 4) realização do grupo focal final. Utilizou-se a
técnica qualitativa Análise do Discurso. Observou-se que a maioria encontrava-se na faixa etária de 32 a 39 anos, possuía o
ensino médio completo e renda de até 1 salário mínimo. Além disso, verificou-se que todas eram casadas ou moravam com o
companheiro, mais da metade estava no segundo trimestre gestacional, aproximadamente 62,5% iniciaram a gestação com
sobrepeso ou obesidade e, no momento da entrevista, 87,5% foram classificadas com sobrepeso ou obesidade. Nas oficinas, as
gestantes consolidaram o conhecimento e sentiram-se mais seguras em aderir às orientações nutricionais. A maioria possuía
conhecimento prévio sobre alimentação e nutrição e as oficinas pareceram estimular a adoção de hábitos alimentares
saudáveis.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional; Saúde Materno-Infantil; Estratégia Saúde da Família.
ABSTRACT
The study aims to understand the perception of pregnant women attended in Primary Health Care in Aracati/CE on aspects of
food and nutrition in maternal and child health and to evaluate the effect of interventions in Food and Nutrition Education.
Exploratory and descriptive study, of qualitative nature, consisting of 08 pregnant women in the Prenatal Care of the Basic
Health Unit Abengruta II, between august and october 2019. There were 4 steps: 1) interview with the participants; 2)
application of the initial focus group; 3) educational intervention/thematic workshops and 4) realization of the final focus
group. The qualitative technique Discourse Analysis was used. It was observed that the majority were in the age group of 32 to
39 years old, had completed high school and earned up to 1 minimum wage. In addition, it was found that all were married or
lived with a partner, more than half were in the second gestational trimester, approximately 62,5% started pregnancy with
overweight or obesity and, at the time of the interview, 87,5% were classified as overweight or obesity. In the workshops,
pregnant women consolidated their knowledge and felt safer in adhering to nutritional guidelines. Most had previous
knowledge about food and nutrition and the workshops seem to encourage the adoption of healthy eating habits.
Keywords: Food and Nutrition Education; Maternal and Child Health; Family Health Strategy.
RESUMEN
El estudio tiene como objetivo comprender la percepción de las gestantes atendidas en Atención Primaria de Salud en
Aracati/CE sobre aspectos de alimentación y nutrición en la salud maternoinfantil y evaluar el efecto de las intervenciones en
Educación Alimentaria y Nutricional. Estudio exploratorio y descriptivo, de carácter cualitativo, conformado por 08 gestantes
en la Atención Prenatal de la Unidad Básica de Salud Abengruta II, entre agosto y octubre de 2019. Se realizaron 4 pasos: 1)
entrevista a las participantes; 2) aplicación del grupo focal inicial; 3) intervención educativa/talleres temáticos y 4) realización
del grupo focal final. Se utilizó la técnica de Análisis cualitativo del discurso. Se observó que la mayoría estaba en el grupo de
edad de 32 a 39 años, había completado la escuela secundaria y ganado hasta 1 salario mínimo. Además, se encontró que todos
estaban casados o vivían en pareja, más de la mitad estaban en el segundo trimestre del embarazo, aproximadamente el 62,5%
inició el embarazo con sobrepeso u obesidad y, al momento de la entrevista, el 87,5% estaban clasificados como sobrepeso u
obesidad. En los talleres, las mujeres embarazadas consolidaron sus conocimientos y se sintieron más seguras en el
cumplimiento de las pautas nutricionales. La mayoría tenía conocimientos previos sobre alimentación y nutrición y los talleres
parecen fomentar la adopción de hábitos alimentarios saludables.
Palabras-clave: Educación Alimentaria y Nutricional; Salud Materno-Infantil; Estrategia de Salud Familiar.

Jamille de Lima Santos 1; Laura Camila Pereira Liberalino2

1
Nutricionista graduada pela Universidade Potiguar (UNP). Residência em Cancerologia no Instituto do Câncer do Ceará (ICC) pela
Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). Residência em Saúde da Família e Comunidade no município de Aracati/CE pela ESP/CE.
Pós-graduada em Nutrição Funcional e Fitoterapia pela Faculdade de Quixeramobim (UNIQ). 2 Doutora em Saúde Coletiva
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Mestre em Ciências da Nutrição (Universidade Federal da Paraíba, linha Saúde
Coletiva e Epidemiologia), Especialista em Saúde da Família (Residência Multiprofissional - Escola de Formação em Saúde da
Família Visconde de Sabóia/Universidade Estadual Vale do Acaraú) e Nutricionista (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

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INTRODUÇÃO

A atenção à saúde materno-infantil é considerada histórica no campo da saúde pública,


especialmente, no que diz respeito aos cuidados durante o ciclo gravídico-puerperal. Desta
maneira, propiciar uma saúde de qualidade e reduzir a taxa de mortalidade ainda é prioridade
discutida na área da saúde e dos direitos reprodutivos, em que se levantam estratégias
necessárias e eficazes para se alcançar tal propósito1.

As modificações implícitas nas causas da desnutrição e da obesidade no Brasil apontam


para a necessidade da revisão de prioridades e estratégias de intervenção de saúde pública
brasileira no campo da nutrição e, especificamente, na situação nutricional das gestante2.
Tem-se observado um aumento da prevalência da obesidade também em mulheres em idade
reprodutiva e um aumento do ganho de peso na gestação3. Dados do VIGITEL 2019 (Vigilância
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que
68,5% das mulheres na faixa etária de 25-34 anos apresentam sobrepeso (49,3% - IMC ≥ 25
4
kg/m²) e obesidade (19,2% - IMC ≥ 30kg/m²) .

Diante deste panorama, as ações de vigilância alimentar e nutricional, realizadas por


meio da implementação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), têm o
intuito de garantir o acolhimento com classificação de risco nutricional; ampliar o acesso ao
pré-natal e a melhoria de sua qualidade; garantir as boas práticas e a segurança na atenção ao
parto e ao nascimento; e garantir a atenção à saúde das crianças de zero a 24 meses com
qualidade e resolutividade.

Nesta premissa, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) apresenta-se como uma das
estratégias fundamentais no processo de cuidado para o público materno-infantil e deve ser
pautada em documentos norteadores, tais como o Marco de Referência de Educação Alimentar
e Nutricional para Políticas Públicas5. Este documento vem propiciar maior reflexão sobre a
importância da atenção nutricional na promoção da saúde da população brasileira , afirmando
que “a promoção da alimentação adequada e saudável é a expressão da cidadania e fator
protetor da vida”. A EAN deve estimular a autonomia do sujeito para práticas alimentares
saudáveis, valorizando e respeitando as especificidades culturais e regionais dos diferentes
grupos e etnias, na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional e da garantia do Direito
6
Humano à Alimentação Adequada .

Tendo em vista que a saúde do recém-nascido é determinada por diversos fatores, e que
o pré-natal constitui uma excelente oportunidade para orientar as gestantes sobre os hábitos
alimentares, como alternativa primordial para diminuir os riscos de agravos à saúde e melhorar
o perfil nutricional e metabólico, é bem plausível a necessidade de realizar estudos e
intervenções nesse ciclo da vida.

Perante o exposto, e a partir da vivência no território abrangido pela Estratégia Saúde da


Família (ESF) como profissional nutricionista inserida no Núcleo Ampliado de Saúde da Família
e Atenção Básica (NASF-AB), surgiu o interesse em realizar este trabalho, por considerar que a
discussão desta temática poderá subsidiar novas políticas públicas e condutas que

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contribuam com a qualidade de vida e que atendam às necessidades e recomendações


nutricionais para esse grupo no âmbito da ESF. Portanto, o estudo teve como objetivo
conhecer a percepção das gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS) de
Aracati/CE sobre aspectos da alimentação e nutrição na saúde materna e infantil, bem como
avaliar o efeito de intervenções de Educação Alimentar e Nutricional nesse grupo.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, de natureza qualitativa, constituído por


08 gestantes atendidas no Pré-Natal da Unidade Básica de Saúde (UBS) Abengruta II, no
município de Aracati/CE, acompanhadas no período de agosto a outubro de 2019, sendo
utilizado como método o grupo focal como técnica de coleta de dados. Fizeram parte deste
estudo mulheres acima de 16 anos de idade, de todos os períodos gestacionais, que aceitaram
participar voluntariamente mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) e do Termo de Assentimento (TA), no caso de participante menor de 18
anos de idade. Não foram incluídas na amostra gestantes com intercorrências clínicas
(síndrome hipertensiva, diabetes gestacional e infecção do trato urinário) que necessitaram
de internação hospitalar.

Para executar este trabalho definiu-se as seguintes etapas: 1) entrevista com as


participantes; 2) aplicação do grupo focal inicial; 3) intervenção educativa/oficinas temáticas
sobre alimentação e nutrição e 4) realização do grupo focal final. Na etapa 1 foi adotado um
formulário semiestruturado que estava dividido em duas partes: a) perfil sociodemográfico –
idade cronológica, estado civil, escolaridade e renda; b) história clínica – idade gestacional,
peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gravídico e gravídico.

Para determinar o estado nutricional pré-gestacional, utilizou-se como indicador o IMC


pré-gestacional. A definição do IMC pré-gestacional foi obtida dividindo-se o peso pré-
gestacional (kg) pela altura ao quadrado (m²), com base no peso referido pelas gestantes. A
classificação foi estabelecida de acordo com os pontos de corte do Institute of Medicine (IOM):
baixo peso (IMC <18,5kg/m²), eutrofia (IMC 18,5–24,9kg/m²), sobrepeso (IMC 25,0–29,9kg/m²)
7
e obesidade (IMC>30kg/m²), contemplados pelo Ministério da Saúde . Obteve-se os dados
atuais de peso e altura por meio de balança mecânica antropométrica adulto (Modelo 110CH -
fabricante Welmy), disponível na UBS. Sendo assim, a classificação do estado nutricional
durante a gestação foi avaliada conforme o IMC adquirido na entrevista, empregando-se como
referência a curva de Atalah adotada no gráfico de acompanhamento nutricional na caderneta
8
da gestante do Ministério da Saúde , o qual especifica segundo a semana gestacional em: baixo
peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade.

As etapas 2 e 4 compreenderam a efetivação dos grupos focais, obedecendo aos critérios


estabelecidos por Westphal, Bógus e Faria9, que definem a composição de sessões grupais por
6 a 15 pessoas. O grupo focal inicial contemplou algumas questões norteadoras, a partir de
roteiro estruturado para análise das percepções das gestantes sobre a assistência nutricional
para o binômio mãe-filho, utilizando-se o sistema de gravação de áudio (Modelo digital
Kp8004 – fabricante Knup). Já o grupo focal final foi direcionado com a sistematização de

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tópicos contendo perguntas avaliativas sobre a participação nas oficinas educativas.

Convém mencionar que, para manter o anonimato das integrantes, os depoimentos


foram identificados por letras alfabéticas antecedidas da palavra “gestante”, conforme a
ordem dos relatos, empregando-se o gravador para transcrição na íntegra.

A etapa 3 foi composta por 3 oficinas temáticas, cada uma delas abordando um tema
relevante para a promoção da saúde desse público com ênfase nas ações de EAN, auxiliando no
empoderamento das usuárias e no desenvolvimento da autonomia diante de suas escolhas
alimentares. Estas foram conduzidas pela pesquisadora e aconteciam na sala de reuniões da
própria UBS, com periodicidade quinzenal e duração aproximada de 90 a 120 minutos cada.
Optou-se por atividades interativas e rodas de conversa, e na tentativa de facilitar a interação,
as cadeiras eram previamente dispostas em semicírculo.

Todo o material utilizado nas oficinas foi produzido com base nas publicações do
7
Ministério da Saúde, a saber: Dez Passos de Alimentação Saudável para Gestantes , Guia
10 11
Alimentar para crianças menores de dois anos e para a população brasileira e a Cartilha
12
Orientações Nutricionais: da gestação à primeira infância . Além da confecção de cartazes, um
notebook foi utilizado para reproduzir slides com ilustrações e explicações sobre os temas,
sempre utilizando muitas figuras e o mínimo de texto.

A primeira oficina contemplou a temática “Ganho de peso gestacional, alimentação


saudável e situações comuns na gravidez”. Na ocasião houve a apresentação da pesquisadora,
das participantes e os objetivos das atividades de EAN, ressaltando as vantagens das
atividades em grupo, favorecendo a motivação e trazendo mais dinamicidade. Houve ainda
sugestões de medidas que ajudam a diminuir os sintomas indesejáveis na gravidez (náuseas e
vômitos, pirose e constipação intestinal), bem como dicas de alimentação para gestantes, na
tentativa de promover ganho de peso saudável e adequado, de acordo com as necessidades
nutricionais nesse ciclo da vida.

A segunda oficina teve como tema “Leite materno e principais dúvidas/questões sobre
amamentação”, possibilitando entender a composição do leite materno, a importância desta
prática exclusiva até o sexto mês de vida do recém-nascido para o desenvolvimento do
mesmo, assim como os benefícios para a saúde da mãe. Foram dadas dicas de como prevenir
fissuras nas mamas, leite empedrado ou mamas muito cheias; posições para amamentar;
esclarecimentos quanto ao uso de fórmulas infantis; orientações de como conciliar
amamentação e retorno ao trabalho.

A terceira oficina teve como objetivo orientar sobre “Alimentação da nutriz e da criança
nos primeiros meses de vida”. A importância do tema se dá pelo papel que desempenha na
saúde materna e infantil. A estratégia serviu de base para revisar os grupos alimentares,
apresentar e discutir a composição de um prato saudável e sugerir alternativas mais saudáveis
aos alimentos ultraprocessados.

Para a avaliação qualitativa das percepções maternas, foi utilizada a técnica de Análise do

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Discurso (AD), especificamente a análise temática, cujo objeto de estudo é o próprio discurso
13
dos pesquisados .

O estudo atendeu às considerações éticas propostas pela Resolução do Conselho


14
Nacional de Saúde nº 466/2012 , sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o
Parecer n.º 3.178.315.

RESULTADOS

Tabela I - Características clínicas, antropométricas e socioeconômicas de gestantes


usuárias da UBS Abengruta II, Aracati/CE, 2019.

Entre as 08 gestantes entrevistadas (Tabela I), observou-se que a maioria encontrava-se


na faixa etária de 32 a 39 anos, possuía o ensino médio completo e renda de até 1 salário
mínimo. Além disso, verificou-se que todas eram casadas ou moravam com o companheiro,
mais da metade estava no segundo trimestre gestacional, aproximadamente 62,5% iniciaram
a gestação com sobrepeso ou obesidade e, no momento da entrevista, 87,5% foram
classificadas com sobrepeso ou obesidade.

Em relação à análise dos grupos focais, ambos contaram com a participação das mesmas
gestantes, totalizando 8 usuárias. Os resultados do grupo focal inicial apontaram que as
usuárias entendem a importância de práticas alimentares saudáveis com a ingestão maior de
alimentos naturais, como frutas e legumes, e um consumo reduzido de alimentos

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industrializados e gordurosos, conforme as transcrições: “Ter uma alimentação à base de


frutas, legumes, carboidratos saudáveis, proteínas e alimentos ricos em ferro” (Gestante B);“É
sobre evitar os alimentos industrializados e gordurosos, e consumir mais os alimentos
naturais, como frutas e verduras” (Gestante H); “É se alimentar com alimentos ricos em ferro,
fibras, proteínas, frutas e verduras” (Gestante C).

Conjuntamente, nas respostas sobre os principais alimentos que não podem faltar na
gestação, foi citada a ingestão de frutas e verduras além de alguns nutrientes, em especial
proteínas, cálcio e ferro, segundo as narrativas: “Proteínas saudáveis como a carne branca,
também verduras e frutas, e alimentos que contém cálcio” (Gestante C); “Alimentos ricos em
ferro, verduras e frutas” (Gestante A); “Frutas, verduras, legumes, carnes magras,
carboidratos saudáveis, como batata doce e arroz integral” (Gestante B).

Os discursos das gestantes acerca do número de refeições que devem ser realizadas ao
longo do dia ressaltaram um total de 5 a 6 refeições, o que pode ser expresso nas seguintes
falas: “Cinco, sendo café da manhã, lanche, almoço, lanche e jantar” (Gestante E); “Seis
refeições, a cada três horas e fazer ingestão de lanches saudáveis” (Gestante B).

Na perspectiva da manipulação de alimentos, constatou-se que apenas a Gestante F


declarou não saber como tal processo ocorre. As demais relacionaram a aspectos envolvendo
higienização das mãos e dos alimentos e utilização de produtos específicos: “Ter cuidado com
a higiene das mãos e limpar os alimentos com água corrente, quando necessário usar
hipoclorito de sódio” (Gestante H); “Dependendo do alimento deve ser lavado e estar com as
mãos sempre limpas” (Gestante C).

Sintetizando as percepções das grávidas sobre a permissão do consumo de todo tipo de


alimento, foi unânime a afirmação negativa através dos comentários: [...] “alguns crustáceos,
canela e chá devem ser evitados” (Gestante A); “Não, alimentos ricos em vitamina A e comidas
industrializadas” (Gestante D).

No tocante aos cuidados a serem adotados para evitar o ganho de peso excessivo
durante a gravidez, as participantes incluíram em seus discursos a prática de atividade física,
restrição de alimentos específicos e recomendação de alimentação saudável. Observou-se
relatos como: “Fazer as seis refeições incluindo alimentos saudáveis” (Gestante F); “Evitar
doces, frituras e comer excessivamente” (Gestante E); “Realizar alguma atividade física e ter
uma boa alimentação” (Gestante G).

Com referência à participação de todas em atividades educativas sobre alimentação


saudável em grupo, os pronunciamentos mostraram que somente três gestantes (Gestantes
H, A e C) já haviam participado dessas atividades, e as demais participavam pela primeira vez.
Consoante às falas: “É a segunda vez que participo e continuo aprendendo coisas novas”
(Gestante A); “Participei há um tempo atrás e a gente aprende muita informação importante”
(Gestante H); “Já participei algumas vezes, mas sempre aprendo algo novo” (Gestante C).

Destarte, no grupo focal final praticado após a intervenção educativa, as discussões

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realizadas para avaliar a participação das usuárias nas atividades sobre o cuidado nutricional
para o binômio mãe-filho evidenciaram as respostas positivas: “Nunca participei de atividades
assim, e hoje sei da importância que elas trazem para a saúde da mãe e da criança” (Gestante
E); “Foi muito bom participar do grupo e aprender como melhorar a minha saúde e a da minha
filha também, por isso eu recomendo para outras gestantes” (Gestante D); “Foi válido
participar do grupo porque pude aprender mais e esclarecer dúvidas com relação à
alimentação” (Gestante G).

Quanto ao acréscimo de conhecimentos relevantes, as respostas foram todas positivas,


expressando as informações que despertaram mais interesse através dos comentários: “Sim.
Conheci mais sobre o papel dos nutrientes na gestação e como eles podem ajudar no
desenvolvimento do bebê” (Gestante F); [...] “A melhor forma da mãe cuidar da alimentação do
filho é dar o peito em livre demanda e cuidar da própria alimentação” (Gestante G); [...] “Os dez
passos para uma alimentação saudável pode diminuir os riscos de complicações na gravidez”
(Gestante B).

Do ponto de vista da contribuição dessas oficinas para a adoção de hábitos alimentares


mais saudáveis, foi perceptível a afirmação precisa de todas. Em consequência, as
participantes mencionaram algumas atitudes que demonstram maior interesse em aderir às
orientações nutricionais propostas no grupo, tais como: “Não estava conseguindo me
alimentar direito por causa dos enjoos, e com as orientações que recebi hoje já me sinto muito
melhor” (Gestante E); “Antes eu tinha muita dificuldade pra ir ao banheiro, mas depois das
orientações sobre alimentação e a importância de beber água meu intestino melhorou
bastante” (Gestante A); “Agora estou fazendo o lanche da manhã e da tarde” [...] (Gestante D).

As dificuldades/desafios levantados para adotar uma alimentação saudável foram: “O


que eu acho ruim é ter que fazer um tipo de comida pra mim e outro tipo para as outras pessoas
da casa, porque eles não ligam pra isso” (Gestante A); “Nem sempre a gente tem aquele
dinheirinho pra comprar aquele alimento” (Gestante F); “No meu trabalho não tem um local pra
lanchar, e isso atrapalha muito” (Gestante C).

DISCUSSÃO

Nossos achados estão de acordo com um estudo realizado em Juiz de Fora (Minas Gerais),
onde 76,4% da amostra era casada ou vivia em união consensual15. Esses resultados são
importantes, haja vista que as gestantes que possuem vínculo afetivo com seus companheiros
dividem os saberes da gestação e juntos passam a conhecer a assistência prestada durante o
pré-natal16.

Quanto à escolaridade, viu-se que a maioria das mulheres tinha até o ensino médio
completo. A busca pelo atendimento na UBS sinaliza um interesse pela sua saúde e de seus
filhos, ao passo que o Ministério da Saúde considera a baixa escolaridade como fator de risco
17
obstétrico . A respeito da renda familiar, a resposta de até um salário mínimo é inquietante,
posto que condições socioeconômicas desfavoráveis estão associadas a alguns riscos para a
gestação, sugerindo indagações sobre instabilidades sociais e programáticas que podem

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atuar em situações de riscos à saúde, trazendo grandes desafios aos profissionais e aos
serviços de saúde18.

Observou-se elevada frequência de sobrepeso e obesidade tanto no período anterior à


gestação como ao longo desta, entre as gestantes pesquisadas em Aracati. Dados
semelhantes de um estudo transversal conduzido em Ribeirão Preto (São Paulo) identificaram
que 33,2% (n=261) foram classificadas segundo o IMC gravídico com sobrepeso e 23,8%
(n=187) com obesidade19. Tais desfechos salientam que o acompanhamento da gestante e o
controle do seu peso são imprescindíveis para que haja saúde materna e fetal, visto que um
desequilíbrio substancial entre a massa corporal da gestante e o ganho de peso pode levar a
20
complicações ao longo de toda a gravidez .

Relativamente à análise dos diversos discursos expostos pelas grávidas nos grupos
focais, compreende-se que aumentar o consumo de alimentos saudáveis como frutas,
verduras e legumes; evitar alimentos ricos em gorduras e sódio; e realizar as refeições nos
horários corretos são estratégias aceitas pelas gestantes como práticas saudáveis, apesar da
21
dificuldade em aderir a este novo comportamento alimentar . Tal consumo contribui com a
adequação de macro e micronutrientes, fator associado a melhores condições de saúde na
gestação e ao crescimento e desenvolvimento adequado do feto12. Em contrapartida, um
maior risco de obesidade e diabetes mellitus gestacional tem sido correlacionado ao consumo
de alimentos industrializados22.

O número de refeições diárias citado pelas participantes da pesquisa equivale ao


preconizado por Accioly, Saunders e Lacerda23, que recomendam 5 a 6 refeições por dia. A dieta
deve ser fracionada com menores porções (café da manhã, lanche - opcional, almoço,
merenda, jantar, ceia –opcional com intervalo de 3/3h) para que ao longo do dia haja aporte de
nutrientes e energia necessários. Paralelamente, os relatos sobre evitar o consumo de
alimentos ricos em vitamina A na gravidez, entre outros, coincidem com os informes da
24
literatura pesquisada , segundo a qual esta vitamina em excesso durante as primeiras
semanas de gestação é teratogênica. Do contrário, não há dúvidas sobre os efeitos deletérios
de uma alimentação carente neste micronutriente. Também, publicações expõem que podem
ocorrer efeitos teratogênicos e o aborto, entre outros efeitos adversos, em virtude do uso
25
incorreto de plantas medicinais e fitoterápicos pelas gestantes .

As práticas educativas devem procurar seguir os princípios para as ações de educação


5
preconizadas pelo Marco de Referência da EAN , que sugere a promoção do autocuidado e a
autonomia como principais caminhos para garantir o envolvimento do indivíduo nas ações de
EAN, gerando situações de reflexão sobre atitudes e consequente busca de soluções pautadas
na problematização. A evolução política e histórica deste campo do conhecimento no Brasil
culminou no conceito atual de EAN:

[...] campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e


multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares
saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos educacionais
problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais [...]
(BRASIL, 2012, p. 23).

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A satisfação encontrada nas narrativas das usuárias revela como uma assistência
nutricional adequada pode contribuir para uma maior adesão das mulheres às orientações e
recomendações articuladas durante as oficinas educativas. A incorporação de práticas
alimentares mais saudáveis resulta na mudança da dieta que, por sua vez, pode ser mantida
após o período gestacional21.

Desta forma, entende-se que as gestantes percebem a necessidade e anseiam melhorar


os hábitos alimentares, e ao mesmo tempo acabam sendo multiplicadoras do conhecimento
com seus familiares, pois, ao trocarem vivências e informações, geram poderosas fontes
transformadoras de suas limitações e necessidades, adquirindo domínio sobre seu corpo e
26
poder de decisão sobre sua gravidez .

As implicações retratadas na pesquisa corroboram com as recomendações atuais a favor


de uma melhoria do estado nutricional das gestantes por meio da EAN. Além disso, a realidade
dos serviços de saúde nem sempre responde às necessidades de saúde e expectativas
sentidas pelas mulheres durante a gestação, pelo fato de, muitas vezes, não dispor de
profissionais habilitados para realizar ações educativas de nutrição no período gestacional,
como também em virtude da participação reduzida do nutricionista por não fazer parte da
equipe mínima da APS27.

Acredita-se que o desenvolvimento das ações na APS parte de técnicas educativas que
possam intervir no processo de saúde-doença da população. Neste entendimento, a
alimentação e a nutrição fazem parte das condições básicas para a promoção e proteção à
saúde no contexto da Saúde Pública, sendo que as estratégias de EAN representam papel
fundamental na ESF, que surge para reorganizar a rede de atenção a fim de aproximar o
trabalho educativo na comunidade, ampliando o seu campo de intervenções (28).

Promover o fortalecimento dessas ações no âmbito da Saúde Pública é uma forma menos
onerosa e mais eficiente da prevenção do aumento da incidência de casos de obesidade e
doenças associadas a uma alimentação inadequada, tendo em vista que as complicações
decorrentes desses casos ocasionam uma maior demanda nos serviços de saúde de média e
alta complexidade. Ademais, estes problemas apresentam maior dificuldade quanto à
(29)
resolutividade e acarretam elevados gastos públicos .

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os relatos evidenciaram que a maioria das participantes possuía conhecimento prévio
sobre alimentação e nutrição na saúde materna e infantil e as oficinas educativas parecem
contribuir para a aquisição de novas informações primordiais e estimular a adoção de hábitos
alimentares saudáveis. Portanto, acredita-se que o estudo poderá incentivar e sensibilizar
gestores de políticas públicas e profissionais de diversas áreas sobre a importância das ações
de EAN, enquanto estratégia imprescindível no enfrentamento de novos desafios no cenário
da Saúde Coletiva.
Não foi possível avaliar se as oficinas educativas realizadas produziram efeitos

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satisfatórios frente às escolhas e práticas adequadas de alimentação saudável. Outras


limitações no desenvolvimento das intervenções incluem dificuldades de logística e
infraestrutura e o curto espaço de tempo, fatores presentes na realidade dos serviços
públicos, que se deparam com um cotidiano de trabalho marcado pela falta de apoio na
formação permanente dos profissionais, prática de atividades pouco dialógicas, baixo
incentivo financeiro e material, planejamento verticalizado das ações educativas e cobrança
por procedimentos clínicos.

Nesta perspectiva, ressalta-se a urgência de redirecionamento das pesquisas no Brasil


relacionadas com a EAN no âmbito da APS, sendo pertinente a necessidade de maiores
investimentos na atenção nutricional e no apoio gerencial e logístico para o seu efetivo
desenvolvimento, a fim de garantir não só a realização, mas também a continuidade dessas
atividades dentro dos serviços de saúde.

REFERÊNCIAS
1. Souza JP. Mortalidade materna e desenvolvimento: a transição obstétrica no Brasil. Rev Bras Gineco
Obstet. 2013;35(12):533-35.

2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual
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DATA DE RECEBIMENTO:
08/12/2020

AUTOR CORRESPONDENTE:
Jamille de Lima Santos
[email protected]

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