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A importância do Diagnóstico na construção de indicadores sociais, monitoramento e


avaliação das políticas públicas
Apresentar ao aluno a importância da elaboração do diagnóstico quando da implementação dos programas e projetos sociais da política pública,
base para a construção dos indicadores sociais, monitoramento e avaliação das políticas públicas.

AUTOR(A): PROF. VALERIA ALVES ESCUDEIRO GIOVANNETTI

O DIAGNÓSTICO de uma determinada realidade é uma forma de conhecimento do contexto onde acontecerá a intervenção do profissional, de
uma política pública, sendo uma análise de todas as condicionantes que compõem o território.

Trata-se de um estudo, de uma pesquisa das facetas da realidade social em todos os seus aspectos onde se pretende intervir. Envolve diferentes
informações disponíveis através dos dados oficiais sobre o território e a população que lá habita, conforme apresentamos no tópico anterior, mas
somente através dos dados oficiais existentes não é possível observar a dinâmica da população e suas relações sociais, e como ela se utiliza da
cidade. Desta forma, é necessário um aprofundamento focal, com pesquisa de campo, utilizando-se de instrumentos como: observação do modo
de vida de quem mora no centro, periferia e zona rural, como os moradores absorvem a dinâmica da cidade, locomoção, transporte, serviços
existentes (saúde, educação, assistência social, cultura, lazer), pesquisa documental e bibliográfica sobre a história da cidade e pesquisa in loco
com os moradores.

O diagnóstico da realidade permite a realização do planejamento dos programas e projetos sociais de uma determinada política pública de acordo
com a realidade e anseios da população e a possibilidade em tornar os dados concretos através de mapas, fotografia e vídeos.

ATENÇÃO!!

Diagnóstico é a construção do conhecimento da realidade.

Importante que não haja segmentação da população como: idoso, criança, adolescente, mulher, para a realização de um diagnóstico, esta tarefa
deve abranger toda a população residente em um determinado território, permitindo a interação e articulação dos dados. Por exemplo: um
determinado município com altas taxas de mortalidade infantil pretende realizar ações e implantação de programas e projetos que venham
permitir a alteração negativa deste dado. Não basta, portanto, somente a coleta de dados do fato, ou seja, mortalidade infantil, mas como a
população acessa as demais políticas públicas que não somente a saúde. Importante mapear os territórios com mais altos índices de mortalidade
infantil, acesso a infraestrutura básica como água e saneamento, acessibilidade, locomoção para acessar os serviços, situação alimentar e
nutricional da família, renda familiar e acesso à programas sociais e de transferência de renda, além de levantamento de informações sobre
cultura geracional no cuidado com as crianças e nutrizes, além de situações de violência doméstica, de relação de vizinhança e de solidariedade.
De porte desses dados, a equipe deve tornar transparente as informações, discutindo-as de forma ampla, com todos os órgãos públicos, conselhos
de direitos, lideranças e população local, através de instrumentos como: seminários, reuniões ampliadas, reuniões nos bairros, grupo focal, entre
outros.

É necessário

...trazer à tona o território de vivência e não somente um conjunto de dados sobre estes territórios na forma de indicadores genéricos sobre uma
cidade, por exemplo, sem vinculá-los aos diferentes territórios que compõem suas tramas cotidianas: a vida de quem mora no centro ou em um
bairro mais periférico, ou ainda na zona rural podem apresentar condições de vida bem diferentes e só a média do município não é capaz de
capturar essas desigualdades internas da cidade.

BRASIL, 2013

Como já trabalhamos em outros tópicos, a vulnerabilidade social não pode ser medida somente com base em dados de renda, a vulnerabilidade é
um conceito multifacetado, desta forma, ao construir o diagnóstico de um território, de uma cidade, de uma região, há de se cruzar dados outros
como serviços de infraestrutura: água, luz, saneamento básico; serviços de proteção social: saúde, assistência social; serviços de educação:
centros de educação infantil, escolas de ensino fundamental e médio. Não basta dizer quem são as pessoas, se faz necessário também responder
onde elas estão. (BRASIL, 2013)

Um aspecto importante para a elaboração do diagnóstico está na utilização da metodologia participativa, retirando dos gabinetes esta função e
compartilhar sua construção com os atores envolvidos e que se utilizam e vivem o território, desta forma o diagnóstico deixa de ser apenas um
documento com mapas e gráficos para transformar-se em um instrumento de transformação social, com o envolvimento e compromisso da
população. O diagnóstico é dinâmico, em constante mudança, assim como o movimento da sociedade, com sua complexidade e diversidade.
Como estratégia pode-se criar agendas de reuniões, rodas de conversa sistemáticas para esta retroalimentação.

Famílias identificadas anteriormente como famílias trabalhadoras, cujas trajetórias se transmutam em outras configurações, num contexto em que
ocorre um deslocamento cada vez mais frequente em relação ao mercado formal de trabalho. O mundo privado familiar se modifica ao longo do
tempo e dos territórios por onde habitam. Esses trajetos carregam experiências que marcam vidas inteiras, e sinalizam novas demandas de
proteção social. Novas demandas que podem ser absorvidas pelas redes informais e ilegais presentes nos subterrâneos dos territórios, pois lá se
encontram de forma mais cotidiana e próxima. O recrutamento para o mundo do tráfico de drogas se faz cada vez mais precocemente em relação
às populações de crianças e adolescentes, embora a população jovem ainda predomine como alvo nesse universo.

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BRASIL, 2013

A metodologia participativa faz uso de diversos instrumentos e estratégias para mobilização da população e socialização/ discussão das
informações, como: mapa falado, técnica FOFA (Fortaleza, Oportunidade, Fraqueza, Ameaças), árvore de problemas, história de vida para resgate
da história local, entrevistas, roda de conversa e reuniões descentralizadas para uma maior abrangência dos locais que se pretende atingir.

Uma metodologia a ser considerada para a realização do diagnóstico é a chamada Topografia Social dos Territórios de Vivência utilizada por
Aldaíza Sposati (SPOSATI,2010) que implica em adentrar para além dos grandes números, e vai exigir outras estratégias para sua apreensão e
medição. É outra lógica de tempo, de ocupação do espaço, de estabelecimento de relações com o lugar e a cidade. (BRASIL,2013) É trazer para
a visibilidade o invisível nos dados que não são contabilizados como: população em situação de rua, a dinâmica da cidade, do território em
período noturno, a violência urbana que muitas vezes é subnotificada pelos órgãos responsáveis, assim como dados da saúde nas grandes
epidemias e pandemias.

Novas demandas que podem ser absorvidas pelas redes informais e ilegais presentes nos subterrâneos dos territórios, pois lá se encontram de
forma mais cotidiana e próxima. O recrutamento para o mundo do tráfico de drogas se faz cada vez mais precocemente em relação às populações
de crianças e adolescentes, embora a população jovem ainda predomine como alvo nesse universo.

BRASIL, 2013

O diagnóstico é a base de dados de um determinado território e o acompanham o monitoramento e a pesquisa de avaliação através de análise de
impacto, resultado e produto quando da implementação de programas e projetos sociais de uma determinada política pública. É possível com
base nos dados do diagnóstico avaliar as mudanças, não somente através de números (quantitativa), mas nas alterações do modo de vida da
população (qualitativa).

ATIVIDADE FINAL

O diagnóstico de uma determinada realidade é:

A. uma análise de dados fragmentada do território base da intervenção profissional;

B. uma forma de conhecimento do contexto e de todas as condicionantes que compõem o território alvo de intervenção;

C. uma forma de conhecimento dos dados oficiais.

Para a elaboração do diagnóstico é importante fazer uso:

A. da metodologia participativa ampliando o raio de discussão e decisão com a população alvo da intervenção;

B. da metodologia estratégica para centralizar as decisões;

C. da metodologia sistemática para dar mais rapidez à tarefa.

O diagnóstico é:

A. estático, com uma base de dados colhidos do IBGE;

B. dinâmico, porém sem condições de alterações já que a base de dados do IBGE é realizada através do censo demográfico realizado de 10
em 10 anos;

C. dinâmico, em constante mudança, assim como o movimento da sociedade, com sua complexidade e diversidade.

REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. CapacitaSUAS. Vigilância socioassistencial: garantia do caráter público
da política de assistência social. Brasília: MDS, 2013. Caderno 3. Disponível
em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/CapacitaSUAS_Caderno_3.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Caderno de Estudos do Curso de Indicadores para Diagnóstico do
SUAS e do Plano Brasil sem Miséria. Brasília, DF: MDS, 2014. Disponível
em: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/ferramentas/docs/Caderno_Estudos_Indicadores_capavermelha.pdf Acesso em: 29 jul 2020.

SPOSATI, Aldaíza (coord). Topografia Social da cidade de João Pessoa. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2010. Disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/nepps/wp-content/uploads/2017/05/TOPOGRAFIA_SOCIAL-JP.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020.

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