Trabalho de DC I-Francine
Trabalho de DC I-Francine
Trabalho de DC I-Francine
Faculdade de Engenharia
Desenvolvimento Comunitário I
Discentes:
Pemba, 2024
Universidade Lúrio
Faculdade de Engenharia
Desenvolvimento Comunitário I
Discentes:
Pemba, 2024
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 1
2. Objetivos .............................................................................................................................. 1
i
11. Papel do Governo na Promoção da Transparência......................................................... 15
ii
1. Introdução
2. Objetivos
Geral:
Específicos:
1
3. Transparência na Indústria Extrativa no Setor Mineiro
E definido como indústria extrativa as “atividades de extração de recursos naturais, sem ou com
pouco processamento, que adicione valor ao recurso em si, antes de este recurso ser posto a
disposição de outro utilizador” (Castel-Branco,2010:10) citado por (Bilhale, 2016). Trata-se de
atividades de extração de minerais, hidrocarbonetos, madeiras, produtos do mar, entre outros.
O sector extrativo em Moçambique divide-se entre a produção industrial, dominada por grandes
corporações multinacionais e produção artesanal exercida por garimpeiros quer individuais quer
associados. (Bilhale, 2016)
Os minerais que estão a ser explorados atualmente incluem titânio, tântalo, mármore, ouro, carvão,
bauxite, granito, calcário e pedras preciosas. Existem também depósitos conhecidos de pegmatitos,
platinóides, urânio, bentonite, ferro, cobalto, crómio, níquel, cobre, granito, flúor, diatomite,
esmeraldas, turmalinas e apatite. (Quinto Relatoio da ITIEM-Ano de 2012-ITIE Mocambique,
2014)
O sector extrativo tem um potencial para contribuir muito mais para a economia nacional do que
aquilo que faz hoje, uma vez que tem atraído grandes investimentos. (Quinto Relatoio da ITIEM-
Ano de 2012-ITIE Mocambique, 2014)
3
Tabela 1-Principal Legislação da área mineira. Fonte : (Bilhale, 2016)
4
5. Empresas da indústria extrativa de recursos minerais em Moçambique
no Setor Mineiro
6. A Transparência em Moçambique
Segundo (Mate, 2023), de modo geral a transparência das empresas extrativas em Moçambique no
período 2021/2022, foi de 21 dos 100 pontos possíveis3. Esta classificação corresponde a BAIXO
nível de transparência. Comparativamente a 2ª edição, a transparência do sector extrativo reduziu
em 4 pontos.
Figura 1-Índice de transparência do sector extrativo em Moçambique (2021/2022). Fonte: (Mate, 2023).
com 22 pontos, seguida da Kenmare e a Highland African Mining Company, Lda com 14 e 11
pontos de evolução, respetivamente. A maior redução de transparência individual, que afetou
negativamente a transparência global, resulta, em grande medida, do desempenho negativo de 11
das 21 empresas avaliadas. Destas empresas, destaque vai para as empresas Vulcan Resources,
ICVL Zambeze e Buzi Hydrocarbons que regrediram em e 69, 41 e 22 pontos respetivamente.
(Mate, 2023)
Importa destacar que nas duas primeiras edições a Vale International, SA, que explorava o projeto
atualmente na posse da Vulcan Resources, ocupou a segunda melhor classificação no computo
geral da transparência. Enquanto os baixos resultados apresentados pela Vulcan Resources e Buzi
Hydrocarbons derivam do facto destas empresas não disporem de páginas web, onde podem ser
consultadas informações sobre as suas atividades, a ICVL Zambeze não atualizou na sua pagina
informações sobre a produção, impostos pagos e outros, prestadas na edição anterior. (Mate, 2023)
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Figura 2-Variacoes em termos de transparências entre a 2ª e 3ª edição por empresa. Fonte: (Mate, 2023)
Conforme estabelece a metodologia adotada neste índice, a transparência das empresas é obtida
pela soma aritmética dos pontos obtidos depois de avaliados todos os indicadores de cada um dos
componentes e ponderados pelos respetivos pesos. A empresa mais transparente na 3ª edição é a
Kenmare Resources plc, com 93 pontos dos 100 possíveis. Este resultado consolida as posições
alcançadas nas edições anteriores e representa melhorias em termos de disponibilização de
informações, como são os casos dos conteúdos na sua página em português e abertura para a
apresentação das atividades desenvolvidas no local da mineração. Os pontos representam uma
melhoria em 14 pontos em relação à 2ª edição. (Mate, 2023)
A SASOL Petroleum Temane, com 60 pontos, ocupa o 2º lugar depois de ter ocupado o 3º lugar
na 2ª edição. Contribuiu para este lugar a melhoria na disponibilização de informações da
componente social. Apesar de a empresa continuar com limitações em termos de disponibilização
de parte considerável de informações em português, criou um link onde estão disponível alguns
conteúdos em português5 e faz a publicação de uma revista anual que contempla parte considerável
das informações em análise neste índice. Os pontos obtidos representam uma melhoria em 5 pontos
em relação à 2ª edição. (Mate, 2023)
7
A empresa Haiyu Mozambique Mining Company, com 43 pontos, ocupa a 3ª posição, depois de
ter ocupado a 4ª posição na 2ª edição. Contribuiu para a melhoria a abertura da empresa para a
disponibilização de informações solicitadas e também a sua publicação no seu website. Registou
uma redução em 6 pontos em relação a 2ª edição. A redução decorre, em parte, da falta de
atualização das informações partilhadas na página web. (Mate, 2023)
A empresa menos transparente nesta 3ª edição é a Vulcan Resources, que não obteve nenhum
ponto. Importa referir que este lugar é atribuído pelo facto da Vulcan Resources, ter adquirido a
empresa Vale International, SA que ocupou o 2º lugar na edição passada, que, no entanto, não
segue o exemplo de promoção de transparência da sua antecessora.
Abaixo o gráfico com a classificação global das 21 empresas avaliadas segundo a ordem de mais
transparente para menos transparente. (Mate, 2023)
Figura 3-Ranking de transparência das empresas no período 2021/2022. Fonte: (Mate, 2023)
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6.3.Evolução da transparência entre a 2ª e 3ª edição do ITSE
Em termos comparativos, pode-se ver, pela tabela abaixo, a evolução de cada uma das 21 empresas
analisadas. Destacando-se que, mais de 50% destas empresas mostraram declínio em termos de
transparência. Destaque vai para a Vulcan Resources, que substitui a Vale, com o declínio de 69
pontos. (Mate, 2023)
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O Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) é um órgão do Estado que dirige e
assegura a execução da política do Governo na investigação geológica, exploração dos recursos
minerais e energéticos, e no desenvolvimento e expansão das infraestruturas de fornecimento de
energia elétrica, gás natural e produtos petrolíferos. O MIREME tutela e subordina outras
instituições como o Instituto Nacional de Petróleos (INEP), a Iniciativa de Transparência na
Indústria Extrativa (ITIE), Museu Nacional de Geologia, Fundo de Energia. (Bilhale, 2016)
O INEP é uma entidade reguladora criada pelo Governo de Moçambique em 2004, com a
responsabilidade de administrar e promover as operações petrolíferas. Nesta qualidade, o INEP
tem a missão assegurar a observação das leis e dos regulamentos, incluindo as melhores práticas
internacionais, com especial ênfase na gestão otimizada dos recursos e a observância aos aspectos
de saúde, segurança e proteção do ambiente, durante a realização das operações petrolíferas.
(Bilhale, 2016)
A Autoridade Tributária de Moçambique (AT)é um órgão do Estado criado em 2006 pela Lei
n.º 1/06, de 22 de Março, e tem como uma das tarefas fundamentais executar a política tributária e
aduaneira. Nesta conformidade, a AT tem a competência de implementar a política e legislação
tributária e aduaneira e todas as ações de controlo e fiscalização, assim como realizar ações de
inspeção e auditoria interna. (Bilhale, 2016)
10
Tem o objetivo fundamental de:
11
8. Alocação de Receitas Provenientes da Indústria Extrativa
A Lei n.º 20/2014 (Lei de Minas) e a Lei n.º 21/2014 (Lei de Petróleos), ambas de 18 de Agosto,
definem que uma percentagem das receitas geradas nas atividades mineiras deve ser canalizada
para o desenvolvimento das comunidades das áreas onde se localizam os respetivos projetos. Esta
contribuição é refletida no Orçamento Geral do Estado, onde é determinado um montante que varia
mediante os objetivos de cada ano, competindo ao Conselho de Ministros inventariar as receitas
resultantes das operações petrolíferas e mineiras e publica‐las periodicamente. (Quinto Relatoio
da ITIEM-Ano de 2012-ITIE Mocambique, 2014)
Conforme mesmo documento, a Secretaria Distrital é o órgão responsável pela gestão e boa
aplicação dos recursos alocados.
Diversas iniciativas globais têm sido desenvolvidas para promover a transparência na indústria
extrativa, incluindo o Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extrativas (EITI), uma
parceria entre governos, empresas e sociedade civil que promove a divulgação e verificação de
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informações sobre pagamentos governamentais e receitas provenientes da exploração de recursos
naturais.
Existem várias iniciativas globais que promovem a transparência na indústria extrativa. A que se
mais se destaca em Moçambique é a Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extrativas
(EITI).
é um padrão global que visa promover a gestão aberta e responsável dos recursos naturais nos
países implementadores. Esse padrão exige a divulgação de informações ao longo de toda a cadeia
de valor da indústria extrativa, desde o processo de atribuição de licenças até questões ambientais,
pagamento de impostos e o uso das receitas provenientes do setor para melhorar a vida dos
cidadãos. (Analise Critica e Simplificacao do 11 RElatorio da Iniciativa da Transparencia da
industria estrativa, 2024)
O principal objetivo da Iniciativa é permitir que haja maior transparência em torno da geração de
receitas e despesas dos rendimentos do sector da indústria extrativa.
Este objetivo tem como primordial propósito, melhorar os rendimentos das indústrias extrativas,
reduzir o potencial para a corrupção ou desvio de grande escala desses fundos pelos governos
anfitriões; e estimular o debate sobre os usos destes rendimentos. (Analise Critica e Simplificacao
do 11 RElatorio da Iniciativa da Transparencia da industria estrativa, 2024)
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A iniciativa encoraja os governos, as empresas extrativas (públicas e privadas), Agências
Internacionais e ONGs a trabalhar em conjuntos no desenvolvimento de uma plataforma de
promoção de transparência nos pagamentos efetuados pelas indústrias extrativas.
A iniciativa exige a publicação regular dos pagamentos das indústrias extrativas e receitas do
Governo. (Analise Critica e Simplificacao do 11 RElatorio da Iniciativa da Transparencia da
industria estrativa, 2024)
Apesar dos avanços na transparência, a Indústria Extrativa ainda enfrenta desafios significativos
na implementação de medidas transparentes. Alguns dos principais desafios incluem:
➢ Lei sobre Beneficiários Efetivos: A criação de uma lei específica que exija a divulgação
dos beneficiários efetivos das empresas extrativas é um desafio. Os beneficiários efetivos
são as pessoas reais que controlam ou se beneficiam dessas empresas. A transparência
nesse aspecto é fundamental para evitar práticas ilegais, como lavagem de dinheiro e
evasão fiscal (Analise Critica e Simplificacao do 11 RElatorio da Iniciativa da
Transparencia da industria estrativa, 2024).
15
12.Indústria extrativa e desenvolvimento local
12.1. O papel da responsabilidade social empresarial- PRSEIE e Desenvolvimento
Local
A PRSEIE, no que concerne aos acordos de desenvolvimento local, refere que as atividades de
RSE devem centrar‑se no reforço da capacidade institucional local, desenvolvimento do capital
humano, desenvolvimento do empresariado local, no desenvolvimento social da comunidade e na
geração de emprego e aquisições locais. (Langa e Massingue, s/d)
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➢ Associar a prática da RSE no sector extrativo de recursos minerais em Moçambique as
melhores praticas internacionais (MIREM, 2013, pp. 2‑3).
Os senécios da indústria extrativa só podem ser maximizados se houver maior e melhor acesso à
informação completa, verdadeira e em tempo útil. Porque só assim o governo saberá do valor real
dos recursos extraídos no país.
O acesso à informação de qualidade contribui também para a gestão de expectativas que se criam
com o boom dos recursos minerais. E essas expectativas só podem ser melhor geridas,
devidamente calibradas, não sonegando informação, muito menos divulgando informação falsa,
extemporânea e incompleta. Somente com informação verdadeira, completa e em tempo útil, as
comunidades residentes nas zonas onde os recursos são explorados saberão se o nível de benefícios
que obtêm da presença de empresas extrativas é verdadeiro e justo. (Selemane,s/d)
Tal como há uma grande variedade de aspectos relacionados com a indústria extrativa, as fontes
de informação são igualmente variadas. Mas é possível indicar a mais importante. (Selemane,s/d).
A nível das instituições do governo, destaque vai para o Ministério dos Recursos Minerais
(MIREM) com as suas diferentes direções nacionais (de minas, de geologia, de planificação e
desenvolvimento, etc.); as direções provinciais que funcionam nas onze províncias, em conjunto
com as direções provinciais de energia. Para além das direções nacionais e provinciais, existem
várias instituições tuteladas pelo MIREM que são igualmente uma boa fonte de informação. São
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exemplos dessas instituições, o Instituto Nacional de Petróleos (INP), a Empresa Nacional de
Hidrocarbonetos (ENH), a Empresa Moçambicana de Exploração Mineira (EMEM), Museu de
Geologia (em Maputo) e o Laboratório de Gemologia (em Nampula). (Selemane,s/d)
Os websites do MIREM e das instituições por si tuteladas⁷ são também uma importante fonte de
informação. Aliás, grande parte da informação que há dois, três anos só estava disponível
fisicamente nas diferentes direções do MIREM, está agora acessível na Internet. Desta feita, os
diversos formulários de pedido de certificado mineiro; de licenças de comercialização de minerais;
de concessão mineira, etc.; podem ser obtidos online e a partir de qualquer plataforma⁸, e os
pedidos podem também ser submetidos online. (Selemane,s/d)
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17.Conclusão
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18.Refencias Bibliográficas
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EM BUSCA DA TRANSPARÊNCIA disponível: https://ibase.br/wp-content/uploads/ . Acessado
em: 5/31/2024
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