Penal - 27 Teses
Penal - 27 Teses
Penal - 27 Teses
1303 Suspensão da prescrição criminal pelo sobrestamento de recursos extraordinários que aguardam
o julgamento de tema de repercussão geral.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 5º, II, XXXV, LIV, LV e 129, I da
Constituição Federal a possibilidade de suspensão automática do prazo prescricional da pretensão
punitiva penal durante o período de sobrestamento de recurso extraordinário nos tribunais de origem
(art. 1.030, III, do CPC) para aguardar o julgamento de tema de repercussão geral, independente de
decisão específica do ministro relator do processo selecionado como paradigma no Supremo Tribunal
Federal (art. 1.035, § 5º, do CPC) determinando a suspensão de ações penais em curso que tratem da
mesma controvérsia, assim como do prazo prescricional da pretensão punitiva penal, caso entenda
necessário e adequado.
Tese: O sobrestamento de recurso extraordinário nos tribunais de origem para aguardar o julgamento de
tema de repercussão geral não suspende automaticamente o prazo prescricional de pretensão punitiva
penal; 2. O ministro relator do processo selecionado como paradigma no Supremo Tribunal Federal, caso
entenda necessário e adequado, poderá determinar a suspensão de ações penais em curso que tratem
de mesma controvérsia, assim como do prazo prescricional de pretensão punitiva penal.
RE 1448742
05/06/2024
1246 Constitucionalidade de complementação de norma penal em branco por ato normativo estadual
ou municipal, para aplicação do tipo de infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do Código
Penal).
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 22, I, da Constituição Federal, se o
descumprimento de determinação dos poderes públicos Estaduais, Municipais e Distrital, no contexto de
combate à propagação do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, se mostra apto a enquadrar-se,
abstratamente, na violação da norma penal de infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do
Código Penal), ante a competência privativa da União para legislar sobre direito penal.
Tese: O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser complementada por atos
normativos infralegais editados pelos entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
respeitadas as respectivas esferas de atuação, sem que isso implique ofensa à competência privativa da
União para legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I).
OBS.: Norma penal em branco é toda a norma que, ao tipificar um crime, traz no seu corpo um preceito
genérico, indeterminado e, sobretudo, incompleto. Por serem imperfeitas, portanto, as normas penais
em branco precisam, necessariamente, receber algum tipo de complementação.
Segundo ele, é entendimento pacificado no STJ de que na imputação de crime previsto em norma penal
em branco, ou seja, cuja descrição da conduta necessita de complementação por outra norma, exige-se
que a denúncia indique qual legislação ou ato normativo constitui o respectivo complemento.
OBS 2.:Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou
propagação de doença contagiosa:Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.(INFRAÇÃO DE
MEDIDA SANITARIA PREVENTIVA)
ARE 1418846
Trânsito em Julgado
25/03/2023
1200 Inteligência do artigo 125, § 4º, da Constituição Federal, pela redação conferida após o advento
da EC 45/04. Alcance da competência da Justiça Militar para decretar a perda do posto, patente ou
graduação de militar que teve contra si uma sentença condenatória, independentemente da natureza do
crime por ele cometido.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do artigo 125, § 4º, da Constituição Federal
(na redação dada pela Emenda Constitucional 45/2004), o alcance da competência da Justiça castrense
para decretar a perda do posto, patente ou graduação de militar que teve contra si uma sentença
condenatória, independentemente da natureza do delito por ele cometido (seja ele militar ou comum).
Tese: A perda da graduação da praça pode ser declarada como efeito secundário da sentença
condenatória pela prática de crime militar ou comum, nos termos do art. 102 do Código Penal Militar e
do art. 92, I, 'b', do Código Penal, respectivamente. 2) Nos termos do artigo 125, § 4º, da Constituição
Federal, o Tribunal de Justiça Militar, onde houver, ou o Tribunal de Justiça são competentes para decidir,
em processo autônomo decorrente de representação do Ministério Público, sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças que teve contra si uma sentença condenatória,
independentemente da natureza do crime por ele cometido.
ARE 1320744
Trânsito em Julgado
26/06/2023
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 1º, parágrafo único, 37, caput, 58,
§ 2º, inciso I, e 65 da Constituição Federal, a validade de acórdão que, em controle incidental, mediante
a interpretação de normas regimentais das Casas Legislativas, declarou a inconstitucionalidade formal do
artigo 4º da Lei 13.654/2018, o qual revogou o artigo 157, § 2º, inciso I, do Código Penal, alterando o
crime de roubo majorado pelo emprego de arma.
Tese: Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal,
quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais, é defeso ao Poder Judiciário exercer
o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas meramente
regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria interna corporis.
obs.: Vedado ao poder judiciário fazer controle jurisdicional das normas regimentais das casas
legislativas - quanto a sua interpretação e alcance - matéria interna corporis/regimento interno.
RE 1297884
Trânsito em Julgado
14/06/2021
1003 Discussão relativa à constitucionalidade do art. 273 do Código Penal, para aqueles que importam
medicamento sem registro sanitário.
Tese:É inconstitucional a aplicação do preceito secundário do art. 273 do Código Penal, com redação
dada pela Lei nº 9.677/98 (reclusão, de 10 a 15 anos, e multa), à hipótese prevista no seu § 1º-B, I, que
versa sobre importar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,
distribuir ou entregar produto sem registro no órgão de vigilância sanitária. Para estas situações
específicas, fica repristinado o preceito secundário do art. 273, na sua redação originária (reclusão, de 1
a 3 anos, e multa).
obs.: expor a venda, ter em deposito produto para fim medicinal nao regisrado peçporgao de vigilancia
sanitaria - art. 273 seu § 1º-B, I cp - nao aplica-se redação alterada pela lei de 98 (inconstitucional) - vale
a reclusao de 1 a 3 anos e multa (respritinação - vale a parte da norma revogada)
Obs.: Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998). Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze)
anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998);
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos
em qualquer das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998).
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677,
de 2.7.1998)
obs2.: A repristinação é a reentrada em vigor de uma norma jurídica que tenha sido anteriormente
revogada por outra
RE 979962
Trânsito em Julgado
24/03/2021
0937 É constitucional o tipo penal previsto no art. 2º, inc, II da Lei n. 8.137/1990, por não se
configurar a conduta nele descrita como mero ilícito civil.
Descrição:Agravo contra decisão pela qual inadmitido recurso extraordinário em que se discute, com
base no art. 5°, inc. LXVII, da Constituição da República, a constitucionalidade do crime tributário
previsto no art. 2°, inc. II, da Lei n. 8.137/1990.
Tese:Os crimes previstos na Lei nº 8.137/1990 não violam o disposto no art. 5º, inc. LXVII, da
Constituição da República.
obs.:Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências - Lei nº 8.137/1990
art 5 cf LXVII — Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel"
Art. 2° - Lei n. 8.137/1990 --- Constitui crime da mesma natureza: II - deixar de recolher, no prazo legal,
valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de
obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
ARE 999425
Trânsito em Julgado
03/03/2017
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LXIII, da Constituição Federal, a
constitucionalidade, ou não, do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro, que tipifica o crime de fuga do
local do acidente.
Tese:"A regra que prevê o crime do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) é
constitucional, posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o direito ao silêncio e
ressalvadas as hipóteses de exclusão da tipicidade e da antijuridicidade.
obs.: Art. 305 cp - . Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, para fugir à responsabilidade
penal ou civil que lhe possa ser atribuída: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023) - Penas - detenção,
de seis meses a um ano, ou multa.
RE 971959
Trânsito em Julgado
14/11/2018
0788 Termo inicial para a contagem da prescrição da pretensão executória do Estado: a partir do
trânsito em julgado para a acusação ou a partir do trânsito em julgado para todas as partes.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, II e LVII, da Constituição Federal, a
recepção, ou não, pela Carta Magna de 1988 do art. 112, I, do Código Penal, segundo o qual a prescrição
da pretensão executória começa a correr do dia em que transita em julgado a sentença condenatória
para a acusação.
Tese:O prazo para a prescrição da execução da pena concretamente aplicada somente começa a correr
do dia em que a sentença condenatória transita em julgado para ambas as partes, momento em que
nasce para o Estado a pretensão executória da pena, conforme interpretação dada pelo Supremo
Tribunal Federal ao princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal) nas
ADC 43, 44 e 54.
obs.: A prescrição penal é a extinção do direito do Estado de punir alguém por um crime cometido após
um certo período.
ARE 848107
Trânsito em Julgado
04/07/2023
0758 Necessidade de condenação com trânsito em julgado para se considerar como falta grave, no
âmbito administrativo carcerário, a prática de fato definido como crime doloso.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos arts. 5º, LVII, e 97 da Constituição federal,
se ofende o princípio da presunção de inocência a aplicação do quanto disposto no art. 52 da Lei
7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP) – a prática de fato previsto como crime doloso constitui falta
grave – antes do advento de sentença penal condenatória transitada em julgado.
Tese:O reconhecimento de falta grave consistente na prática de fato definido como crime doloso no
curso da execução penal dispensa o trânsito em julgado da condenação criminal no juízo do
conhecimento, desde que a apuração do ilícito disciplinar ocorra com observância do devido processo
legal, do contraditório e da ampla defesa, podendo a instrução em sede executiva ser suprida por
sentença criminal condenatória que verse sobre a materialidade, a autoria e as circunstâncias do crime
correspondente à falta grave.
obs.: Art. 52.- da Lei 7.210/1984 - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e
sujeita o preso, ou condenado, à sanção disciplinar, sem prejuízo da sanção penal.
RE 776823
Trânsito em Julgado
07/12/2020
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XLVI, da Constituição federal, a
possibilidade, em caso de condenação pelo delito de tráfico ilícito de entorpecentes, de valoração da
quantidade e da qualidade da droga apreendida, tanto na primeira fase de fixação da pena, como
circunstância judicial desfavorável, quanto na terceira fase, para modular a aplicação da causa especial
de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006.
ARE 666334
Trânsito em Julgado
04/04/2014
0650 Extinção da punibilidade do delito de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, pela
aplicabilidade retroativa de lei que concedeu novo prazo para registro de armas ainda não registradas.
Descrição: Agravo de decisão que inadmitiu recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º,
XL, da Constituição federal, a possibilidade de extinguir a punibilidade do crime de posse irregular de
arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento), praticado
entre 23 de junho de 2005 e 31 de janeiro de 2008, em face de lei posterior que reabriu o prazo para que
possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido efetuassem o competente registro
(Medida Provisória 417/2008, convertida na Lei 11.706/2008).
Tese: É incabível a aplicação retroativa do art. 30 da Lei 10.826/2003, inserido pela Medida Provisória
417/2008, para extinguir a punibilidade do delito de posse de arma de fogo de uso permitido cometido
antes da sua entrada em vigor.
RE 768494
Trânsito em Julgado
19/09/2013
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 243, parágrafo único, da Constituição
federal, a necessidade de comprovação de uso habitual do bem no cometimento do crime de tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, para viabilizar a decretação de perdimento do bem apreendido.
Tese: É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do
tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal
finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou
qualquer outro requisito além daqueles previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da
Constituição Federal.
obs.: art. 243 PU da CF - Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação da EC
81/2014).
RE 638491
Trânsito em Julgado
17/05/2017
Tese: Não comete infração penal quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, a substância cannabis sativa, sem prejuízo do reconhecimento da
ilicitude extrapenal da conduta, com apreensão da droga e aplicação de sanções de advertência sobre os
efeitos dela (art. 28, I) e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo (art. 28,
III); 2. As sanções estabelecidas nos incisos I e III do art. 28 da Lei 11.343/06 serão aplicadas pelo juiz em
procedimento de natureza não penal, sem nenhuma repercussão criminal para a conduta; 3. Em se
tratando da posse de cannabis para consumo pessoal, a autoridade policial apreenderá a substância e
notificará o autor do fato para comparecer em Juízo, na forma do regulamento a ser aprovado pelo CNJ.
Até que o CNJ delibere a respeito, a competência para julgar as condutas do art. 28 da Lei 11.343/06 será
dos Juizados Especiais Criminais, segundo a sistemática atual, vedada a atribuição de quaisquer efeitos
penais para a sentença; 4. Nos termos do § 2º do artigo 28 da Lei 11.343/2006, será presumido usuário
quem, para consumo próprio, adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, até 40
gramas de cannabis sativa ou seis plantas-fêmeas, até que o Congresso Nacional venha a legislar a
respeito; 5. A presunção do item anterior é relativa, não estando a autoridade policial e seus agentes
impedidos de realizar a prisão em flagrante por tráfico de drogas, mesmo para quantidades inferiores ao
limite acima estabelecido, quando presentes elementos que indiquem intuito de mercancia, como a
forma de acondicionamento da droga, as circunstâncias da apreensão, a variedade de substâncias
apreendidas, a apreensão simultânea de instrumentos como balança, registros de operações comerciais
e aparelho celular contendo contatos de usuários ou traficantes; 6. Nesses casos, caberá ao Delegado de
Polícia consignar, no auto de prisão em flagrante, justificativa minudente para afastamento da presunção
do porte para uso pessoal, sendo vedada a alusão a critérios subjetivos arbitrários; 7. Na hipótese de
prisão por quantidades inferiores à fixada no item 4, deverá o juiz, na audiência de custódia, avaliar as
razões invocadas para o afastamento da presunção de porte para uso próprio; 8. A apreensão de
quantidades superiores aos limites ora fixados não impede o juiz de concluir que a conduta é atípica,
apontando nos autos prova suficiente da condição de usuário.
OBS.:LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 - Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
RE 635659
Mérito julgado
26/06/2024
0486 Suspensão de habilitação para dirigir de motorista profissional condenado por homicídio culposo
na direção de veículo automotor.
Descrição:Recurso Extraordinário em que se discute, à luz do artigo 5º, XIII, da Constituição Federal, se a
imposição da penalidade de suspensão da habilitação para dirigir, prevista no art. 302 da Lei nº
9.503/1997, quando o apenado for motorista profissional, afronta, ou não, o direito fundamental ao livre
exercício de trabalho.
Tese:É constitucional a imposição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo automotor ao
motorista profissional condenado por homicídio culposo no trânsito.
RE 607107
07/10/2011
Trânsito em Julgado
12/02/2020
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LXIII, da Constituição Federal, a
tipicidade, ou não, da conduta de atribuir-se, em atitude de autodefesa, identidade falsa perante
autoridade policial (art. 307 do Código Penal), com a finalidade de omitir antecedentes criminais.
Tese: O princípio constitucional da autodefesa (NÃO FORNECER PROVAS CONTRA SI MESMO) (art. 5º,
LXIII, da CF/88) não alcança aquele que atribui falsa identidade perante autoridade policial com o intento
de ocultar maus antecedentes, sendo, portanto, típica a conduta praticada pelo agente (art. 307 do CP).
OBS.: Falsa identidade----Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três
meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
RE 640139
Trânsito em Julgado
23/09/2011
0438 Limite temporal para a suspensão do processo e do prazo prescricional previstos no art. 366 do
CPP.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XLII e XLIV, da Constituição Federal,
se a suspensão do processo e do prazo prescricional a que se refere o art. 366 do Código de Processo
Penal deve, ou não, ser regulada pelos limites da prescrição em abstrato previstos no art. 109 do Código
Penal.
Tese:Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos
na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo
prescricional ao tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o
processo permanecer suspenso.
OBS.: "Art. 366. CPP- Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.
RE 600851
Trânsito em Julgado
07/12/2020
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 84, XII, da Constituição Federal, a
constitucionalidade, ou não, da concessão de indulto a pessoa submetida a medida de segurança, nos
termos autorizados por Decreto.
OBS.: O indulto é um ato de perdão jurídico emitido pelo Estado. É uma forma de extinguir o
cumprimento de uma condenação imposta ao sentenciado desde que se enquadre nos requisitos pré-
estabelecidos
RE 628658
Trânsito em Julgado
04/11/2015
0370 Suspensão dos direitos políticos de condenado a pena privativa de liberdade substituída por
pena restritiva de direito.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 15, III, da Constituição Federal, a
aplicação, ou não, da regra contida na referida norma constitucional - suspensão dos direitos políticos - a
condenado por sentença criminal transitada em julgado, cuja pena privativa de liberdade foi substituída
por pena restritiva de direito.
Tese:A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, inc. III, da Constituição Federal aplica-se no
caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos.
OBS.: Art. 15 CF - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
RE 601182
Trânsito em Julgado
08/05/2019
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LIV, LV e LVII, da Constituição
Federal, a possibilidade, ou não, da extinção da punibilidade em virtude de prescrição da pretensão
punitiva em perspectiva.
RE 602527
Trânsito em Julgado
19/11/2009
0237 Gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 1º, III; 5º, X, LIV, LV; e 129, da
Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não, do uso, como meio de prova, de gravação ambiental
realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro.
Tese:É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem
conhecimento do outro.
RE 583937
Trânsito em Julgado
19/11/2009
0187 Imposição de efeitos próprios de sentença penal condenatória à transação penal prevista na Lei
nº 9.099/95.
Descrição:Agravo de instrumento interposto contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário em que
se discute, à luz do art. 5º, LIV, LVII, XXII e XXXIX, da Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não,
da possibilidade de imposição de efeitos próprios de sentença penal condenatória à transação penal
prevista na Lei nº 9.099/95, no caso, a restituição dos bens apreendidos que constituem instrumento ou
produto do crime.
Tese:As consequências jurídicas extra penais previstas no art. 91 do Código Penal são decorrentes de
sentença penal condenatória. Tal não ocorre, portanto, quando há transação penal (art. 76 da Lei
9.099/1995), cuja sentença tem natureza meramente homologatória, sem qualquer juízo sobre a
responsabilidade criminal do aceitante. As consequências geradas pela transação penal são
essencialmente aquelas estipuladas por modo consensual no respectivo instrumento de acordo.
OBS.: Art. 91 CP - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do fato criminoso.
RE 795567
Trânsito em Julgado
28/05/2015
0169 Aplicação retroativa do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 sobre pena cominada com base na
Lei nº 6.368/76.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XL, da Constituição Federal, a
possibilidade, ou não, de aplicação retroativa do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 sobre pena
cominada com base na Lei nº 6.368/76, isto é, a possibilidade de o Poder Judiciário fazer o cotejo entre
leis no tempo, quando a legislação mais nova é, em determinados dispositivos, ao mesmo tempo,
gravosa e benéfica.
Tese:I – É inadmissível a aplicação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 à
pena relativa à condenação por crime cometido na vigência da Lei 6.368/1976; II – Não é possível a
conjugação de partes mais benéficas das referidas normas, para criar-se uma terceira lei, sob pena de
violação aos princípios da legalidade e da separação de Poderes; III – O juiz, contudo, deverá, no caso
concreto, avaliar qual das mencionadas leis é mais favorável ao réu e aplicá-la em sua integralidade.
obs.: Art. 33 da Lei 11.343/2006 - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
RE 600817
Trânsito em Julgado
07/11/2013
0158 Fixação de pena aquém do mínimo legal, em face da incidência de circunstância genérica
atenuante.
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos princípios constitucionais da reserva legal,
da proporcionalidade e da individualização da pena, a possibilidade, ou não, de fixação de pena abaixo
do mínimo estabelecido para o tipo penal, em razão da incidência de circunstância genérica atenuante.
Tese:Circunstância atenuante genérica não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
RE 597270
Trânsito em Julgado
26/03/2009
0150 Consideração de condenações transitadas em julgado há mais de cinco anos como maus
antecedentes para efeito de fixação da pena-base.
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LVII, da Constituição Federal, a
possibilidade, ou não, de condenações transitadas em julgado há mais de cinco anos serem consideradas
como maus antecedentes para efeito de fixação da pena-base.
obs.: Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não
prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos (PRAZO QUINQUENAL DE
PRESCRIÇÃO DA REINCIDÊNCIA!), computado o período de prova da suspensão ou do livramento
condicional, se não ocorrer revogação.
RE 593818
Trânsito em Julgado
18/08/2020
0129 Consideração de ações penais em curso como maus antecedentes para fins de dosimetria da
pena.
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LVII, da Constituição Federal, se
ações penais em curso podem, ou não, ser consideradas maus antecedentes para fins de dosimetria da
pena.
Tese: A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não pode ser
considerada como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena
RE 591054
Trânsito em Julgado
17/12/2014
Descrição:Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, XLVI, da Constituição Federal, a
revogação, ou não, do art. 61, I, do Código Penal, que prevê o agravamento da pena por reincidência,
pela Constituição de 1988.
OBS.: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a reincidência
RE 453000
Trânsito em Julgado
04/04/2013
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 3º, IV; e 5º, caput, e LVII, da
Constituição Federal, a revogação, ou não, do art. 25 da Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei nº
3.688/41), que prevê punição criminal a quem tem em seu poder, depois de condenado por crime de
furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo,
instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação
legítima, pela Constituição de 1988.
Tese: O art. 25 da Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei 3.688/1941) não foi recepcionado pela
Constituição de 1988, por violar os princípios da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III) e da
isonomia (CF, art. 5º, caput e I).
RE 583523
Trânsito em Julgado
03/10/2013