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Avaliação da qualidade ambiental de uma microbacia no

sul do Brasil através de diferentes abordagens

Environment quality assessment of a microbasin in southern Brazil


through different approaches

Carlos Eduardo Copatti1(*)


Thaís Berger Moreira2
Carin Adriane Menzel3

Resumo

Ambientes lóticos são sistemas integrados que necessitam abordagens integradas


para o estudo de impactos ambientais. Este trabalho teve como objetivo avaliar
a qualidade ambiental na microbacia do rio Fiúza, Panambi - RS. Foram
analisados três trechos no rio Fiúza e três trechos no arroio Moinho, seu principal
afluente. Foram avaliados os seguintes aspectos: composição e diversidade de
macroinvertebrados bentônicos, diversidade de habitats através de um protocolo
de avaliação rápida; índice biológico BMWP’ e análises físico-químicas e
microbiológicas da água. Ao todo, foram coletados 832 indivíduos pertencentes a
25 táxons de macroinvertebrados bentônicos. Os táxons que apresentaram maior
número de indivíduos foram: Chironomidae (252), Hydropsychidae (154) e
Leptophlebiidae (140). A avaliação de diversidade de habitats indicou que nenhum
trecho manteve sua condição natural. O índice BMWP’ demonstrou que a qualidade
da água foi aceitável apenas em dois trechos. De uma maneira geral, os trechos
mais distantes da influência urbana apresentaram a maior diversidade. A análise
de coliformes termotolerantes e dos parâmetros físico-químicos caracterizaram a
água imprópria para uso. Conclui-se que a microbacia do rio Fiúza apresenta-se
alterada, principalmente na zona urbana devido à atividade antrópica.
Palavras-chave: qualidade da água; macroinvertebrados bentônicos; hironomidae;
índice BMWP’; coliformes termotolerantes.

1 Dr.; Biólogo; Professor Adjunto do Instituto de Biologia, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal
da Bahia; Endereço: Rua Barão de Geremoabo, 147, Campus de Ondina, CEP: 40170-290, Salvador, Bahia,
Brasil; E-mail: [email protected] (*) Autor para correspondência.
2 Bolsista PIBIC, CNPq no Laboratório de Carcinologia do Departamento de Biologia do Setor de Ecologia
da Universidade Federal de Lavras, Endereço: Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras, Minas Gerais,
Brasil; E-mail: [email protected]
3 Especialista; Bióloga; Universidade de Cruz Alta, Cruz Alta; Endereço: Rua Andrade Neves, 308, CEP: 98025-
810, Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil; E-mail: [email protected]

Recebido para publicação em 02/08/2012 e aceito em 03/05/2014


Ambiência Guarapuava (PR) v.10 n.2 p. 511 - 526 Maio/Ago. 2014 ISSN 1808 - 0251
DOI:10.5935/ambiencia.2014.02.06
Abstract

Lotic ecosystems are integrated systems which need integrated approaches to the
study of environmental impacts. This work aimed to evaluate the environmental
quality in the microbasin of Fiúza River, Panambi (RS). Were analyzed three
stretches in Fiúza River and three stretches in arroio Moinho, its main tributary.
So, they were evaluated: composition and diversity of benthic macroinvertebrates,
habitat diversity by the use of a rapid evaluation protocol; BMWP’ biological index
and physical, chemical and microbiological water analysis. In total 832 individuals
were collected of 25 taxa of benthic macroinvertebrates. The taxa that presented
higher number of individuals were: Chironomidae (252), Hydropsychidae (154)
and Leptophlebiidae (140). The habit diversity evaluation demonstrated that the
stretches didn’t maintain its natural status. The BMWP’ index showed that the
water quality was acceptable in only two stretches. In general, the stretches farther
of the urban influences had the highest diversity. The termotolerants coliforms
and physical-chemical parameters analysis characterized the water as improper
to use. It’s concluded that the microbasin of Fiúza River is altered, mainly in the
urban zone due to anthropogenic activity.
Key words: water quality; benthic macroinvertebrates; chironomidae; BMWP’
index; termotolerants coliforms.

Introdução e na composição trófica deste, pois os


organismos vivos estão inseparavelmente
Os rios refletem o que ocorre nas inter-relacionados com o seu ambiente, sendo
áreas de entorno, como uso e ocupação do mutuamente influentes, e modificando as
solo, uma vez que ecossistemas aquáticos são propriedades um do outro (RODRIGUES
sistemas integrados. Assim, para a realização et al., 2010). Conforme Buss et al. (2008),
de uma avaliação ambiental é necessária o biomonitoramento fornece informações
uma análise que integre todos os fatores sobre os efeitos de estressores no sistema
atuantes, não sendo os parâmetros físicos e biológico, podendo-se, eventualmente,
químicos água o único fator contemplado. interferir sobre a qualidade e a quantidade
Portanto, devem-se englobar também outras do distúrbio. Segundo os mesmos autores, o
ferramentas que determinem a qualidade do biomonitoramento tem ainda importância
meio com base em parâmetros biológicos e fundamental na avaliação da efetividade
avaliação de hábitats. Muitas destas utilizam das medidas de controle, ao avaliarem se
análises das comunidades aquáticas e das ocorreu ou não restauração desejada. Com
estruturas e funcionamento dos ecossistemas este intuito, os protocolos de avaliação rápida
(CALLISTO et al., 2001; BAPTISTA, de diversidade de habitats são ferramentas
2008). de avaliação qualitativa dos ecossistemas,
A alteração antrópica é refletida na utilizados para estimar a diversidade de
disponibilidade de habitat no ambiente habitats, caracterizarem os trechos da bacia

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em estudo e verificar o nível dos impactos, microbacias, auxiliando, inclusive para que
condições de habitat e nível de conservação ações preservacionistas sejam efetuadas. O
(CALLISTO et al., 2002). objetivo deste estudo foi providenciar tal
O monitoramento da qualidade informação para a microbacia do rio Fiúza
da água por indicadores biológicos tem em Panambi - RS.
sido usado para a verificação de alterações
espaciais e temporais (CAIRNS et al., 1993). Material e Métodos
Dessa forma, considerando que a maior
parte desses ecossistemas estão sujeitos
a distúrbios ambientais, que podem vir a Área de estudo
interferir nos processos físicos, químicos ou
biológicos associados à manutenção da vida Panambi encontra-se no Planalto
aquática, é muito provável que os organismos Médio Gaúcho, região Noroeste, situado
da biota apresentem mudanças em seu nas coordenadas geográficas 28º17’33’’ Sul
comportamento, estrutura e organização e 53º30’06’’ Oeste. O município possui
(KARR, 1991). Dentre os organismos, área de 409,9 km² e está a 418 m de
potencialmente afetados, encontram-se os altitude. O clima é subtropical úmido e a
macroinvertebrados bentônicos, considerados formação fitoecológica é floresta estacional
bons indicadores da qualidade de água semidecidual. O estudo foi desenvolvido no
em ambientes lóticos (MONTEIRO et rio Fiúza (rio de 2ª ordem) e em seu afluente
al., 2008), porque possuem locomoção principal, denominado arroio Moinho,
limitada, se fixam ao substrato e têm ambos localizados no município de Panambi
um ciclo de vida relativamente longo - RS, sendo o rio Fiúza responsável pelo
( JUNQUEIRA; CAMPOS, 1998). Soma-se abastecimento de água do município. A
a isso o fato de que a distribuição, a ocorrência microbacia hidrográfica cobre uma área
e a abundância da macrofauna bentônica de aproximadamente 190 km², dos quais
dependem muito da característica ambiental 150 km² situam-se em Panambi - RS. A
predominante, principalmente corrente, microbacia do rio Fiúza está inserida na bacia
substrato, disponibilidade de alimento, hidrográfica do Rio Ijuí, localizada a norte-
abrigo contra predadores e homeostase do noroeste do Rio Grande do Sul. A bacia
meio (MERRITT; CUMMINS, 1996), hidrográfica do rio Ijuí possui área de 10.849
demonstrando a efetividade do uso de tais km² e encontra-se na região hidrográfica da
organismos em ações de biomonitoramento bacia do rio Uruguai (BRASIL, 2006).
da qualidade de cursos hídricos. As amostragens dos
Dessa forma, acredita-se que uma macroinvertebrados bentônicos foram
visão que integre análises de composição realizadas em seis trechos distintos, sendo
e diversidade de macroinvertebrados três deles no rio Fiúza (cerca de 10 a 20 m
bentônicos, parâmetros físico-químicos de largura) e outros três no arroio Moinho
e microbiológicos de qualidade da (cerca de 4 a 5 m de largura). Em todos os
água e protocolos de avaliação rápida ambientes de coleta, a profundidade não
de habitats pode propiciar um efetivo superou 40 cm. A velocidade média e a vazão
estudo acerca da condição ambiental de média no rio Fiúza e no arroio Moinho

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foram, respectivamente, 0,47 e 0,18m/s e grupo funcional, com auxílio de bibliografia
2482 e 202 L/s. As análises ambientais e a ( M E R R I T T; C U M M I N S , 1 9 9 6 ;
coleta dos macroinvertebrados bentônicos FERNANDEZ; DOMINGUES, 2001;
ocorreram em fevereiro de 2011. COSTA et al., 2006; MUGNAI et al., 2010)
O primeiro trecho do rio Fiúza e se encontram na forma de coleção didática
(28º17’40.90’’S; 53º29’02.27’’O) está no Laboratório de Ecologia da Universidade
localizado em área de transição entre as de Cruz Alta (UNICRUZ).
zonas rural e urbana do município. O fundo A análise da diversidade abordou
é composto principalmente de cascalhos, com riqueza total (S), índice de Shannon-
pedaços de troncos submersos e sedimento. Wiener (H’), equitabilidade de Pielou ( J’)
O segundo (28º17’59.99’’S; 53º29’02.27’’O) e a dominância do principal táxon (k),
e o terceiro trecho (28º17’34.51’’S; sendo esta última, definida pelo percentual
53º29’42.73’’O) estão localizados na área de ocorrência do táxon mais abundante em
urbana. Em ambos, o fundo é composto por relação aos demais. Para a determinação dos
rochas e sedimentos (areia), com presença de referidos índices, foi utilizado o programa
inúmeros resíduos antrópicos. Biodiversity Professional (McALEECE,
O primeiro trecho do arroio Moinho 1997), bem como para montar as curvas de
(28º16’38.75’’S; 53º29’19.37’’O) está estimadores de riquezas para espécies (que
localizado em área de transição entre as consiste no número real de espécies coletadas
zonas rural e urbana. Seu fundo é composto no somatório dos trechos) e Jack-knife 1 (que
por pedras, lama e folhiços. O segundo estima a riqueza total a partir de espécies que
(28º17’07.71’’S; 53º29’59.15’’O) e o terceiro ocorrem em apenas uma amostra), e curvas
trecho (28º17’25.91’’S; 53º30’19.44’’O) de rarefação (que calcula o número esperado
estão localizados na área urbana. Em de espécies em cada aostra para um tamanho
ambos, o fundo apresenta grande deposição de amostra padrão). Além disso, determinou-
de lama e areia. O terceiro trecho do arroio se a riqueza para os táxons Ephemeroptera,
Moinho se encontra próximo ao local de Plecoptera e Trichoptera (EPT); designados
sua foz no rio Fiúza. por Rosenberg e Resh (1993) como muito
sensíveis às interferências ambientais.
Amostragem e análise Realizou-se a análise dos locais de
coleta, seguindo o protocolo simplificado
Para as coletas dos macroinvertebrados proposto por Callisto et al. (2002). Também,
bentônicos, utilizou-se um coletor do tipo foi verificada a extensão da mata ripária
surber de 0,33 cm X 0,33 cm, com malha em ambas as margens do rio e a presença
de 0,25 μm. O sedimento foi armazenado de impactos antrópicos na área de entorno.
em potes plásticos com formaldeído 10% e O índice biológico Biological Monitoring
posteriormente colocado em bandejas para Work Party System (BMWP’) adaptado
procedimento de triagem. Para cada trecho, por IAP (2007) foi aplicado para auxiliar na
foram retiradas dez amostras (dez repetições). avaliação da qualidade da água. Este índice
Os exemplares de macroinvertebrados considera os macroinvertebrados bentônicos
bentônicos coletados foram identificados ao nível de família em cada trecho e pontua
preferencialmente ao nível de família e cada táxon de acordo com a sensibilidade à

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poluição, classificando a qualidade da água Resultados e Discussão
desde péssima até excelente.
Procedeu-se análise físico-química e Ao todo, foram coletados 832
microbiológica da água: turbidez (NTU), indivíduos pertencentes a 25 táxons. Os
alcalinidade (mg/L CaCO3), dureza (mg/L organismos foram classificados para os
CaCO3), demanda química de oxigênio – filos Annelida (Oligochaeta e Hirudinea)
DQO (mg/L O2), amônia (mg/L NH3), pH, e Arthropoda (Crustacea e Insecta). Os
coliformes termotolerantes (NMP/100ml), táxons que apresentaram maior número
coliformes totais (NMP/ml) e mesófilos de indivíduos foram: Chironomidae (252),
heterotróficos (UFC/ml). As análises foram Hydropsychidae (154) e Leptophlebiidae
realizadas no Laboratório de Águas da (140). Para os táxons Isopoda, Gomphidae
Unicruz de acordo com Clesceri e Greenberg e Nymphulini foi encontrado apenas um
(2005) e os dados foram analisados à luz da indivíduo. Apenas três táxons ocorreram
Resolução CONAMA no 357 de 17 de março em todos os trechos de coleta: Aeglidae,
de 2005 (BRASIL, 2005). Hydropsychidae e Chironomidae (Tabela 1).

Tabela 1 - Abundância total e grupo funcional de macroinvertebrados bentônicos na


microbacia do rio Fiúza

Táxons Grupo funcional A1 A2 A3 F1 F2 F3 Total


Annelida
Oligochaeta Filtrador 2 9 - 9 1 - 21
Hirudinea Predador - 3 43 1 - 1 48
Artrhopoda
Crustacea
Fragmentador/
Aeglidae 13 1 1 10 13 6 44
Predador
Isopoda Coletor - 1 - - - - 1
Insecta
Megaloptera
Corydalidae Predador 5 - - 2 - 1 8
Trichoptera
Hydropsychidae Coletor/Filtrador 62 14 1 44 25 8 154
Philopotamidae Filtrador - - - 11 2 - 13
Hydrobiosidae Predador - - - 3 - - 3
Plecoptera
Perlidae Predador 4 - - - - - 4
Gripopterygidae Predador 2 - - 4 - 2 8

(Continua...)

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(....Conclusão)

Táxons Grupo funcional A1 A2 A3 F1 F2 F3 Total


Ephemeroptera
Leptophlebiidae Coletor 12 11 - 46 35 36 140
Baetidae Raspador 2 8 - - - - 10
Tricorythidae Coletor 17 7 1 3 - - 28
Diptera
Simuliidae Coletor 3 - 1 3 - 3 10
Chironomidae Filtrador/Coletor 1 81 153 1 10 6 252
Tipulidae Predador - - - 2 - - 2
Culicidae Predador - - - - 2 - 2
Coleoptera
Elmidae Coletor 9 3 - 19 8 5 44
Dryopidae Raspador 9 - 1 - 3 - 13
Scirtidae Fragmentador - 1 - - - - 1
Hydrophilidae Predador 2 - - 12 - 3 17
Odonata
Coenagrionidae Predador - 3 1 - - - 4
Gomphidae Predador - - - - 1 - 1
Lepidoptera
Nymphulini Coletor - - 1 - - - 1
Hemiptera
Gerridae Predador - - - 1 1 1 3
Total 143 142 203 171 101 72 832
Fonte: Autores (2012).
Nota: A = arroio Moinho. F = rio Fiúza.

Os cinco grupos funcionais observa-se que em abundância de indivíduos,


identificados neste estudo foram: predador o grupo funcional dos coletores se destaca
(12 táxons), coletor (8 táxons), filtrador (4 (Ex. Chironomidae, Hydropsychidae e
táxons), raspador (2 táxons) e fragmentador Leptophlebiidae). Assim, para este estudo,
(2 táxons) (Tabela 1). O grupo de predadores, predadores dependem essencialmente
segundo Vannote et al. (1980), possui da presença de coletores e mesmo dos
abundância relativamente constante, já que demais táxons que atendam suas exigências
dependem diretamente da presença de outros alimentares (KOUAMÉ et al., 2010;
macroinvertebrados e não dos gradientes COPATTI et al., 2013a).
de produtividade ou disponibilidade de Já organismos fragmentadores e
partículas orgânicas. Apesar de predadores raspadores foram menos abundantes neste
serem o grupo funcional mais representativo trabalho, indicando que são mais sensíveis
nesta pesquisa em número de táxons, aos efeitos da poluição e disponibilidade

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de recursos alimentares do que predadores COPATTI et al., 2013a).Tal dado é confirmado
e coletores. Whiles e Wallace (1997) neste estudo, uma vez que a microbacia do
acrescentam que organismos fragmentadores rio Fiúza recebe grande aporte de esgotos
alimentam-se de matéria orgânica grossa, domésticos, fornecendo altas quantidades de
possibilitando que a matéria orgânica fina alimento para os Chironomídeos. Além disso,
sirva de alimento para coletores e filtradores. o arroio Moinho por possuir uma menor vazão
Copatti et al. (2010) explicam que a menor de água, tende apresentar maior acúmulo
ocorrência de fragmentadores está relacionada de matéria orgânica, sustentando maior
ao fato dos rios situarem-se em locais com abundância de Chironomídeos.
escassa mata ripária e, consequentemente, De forma geral, a diversidade foi maior
baixa oferta de recursos vegetais alóctones. no rio Fiúza em comparação com o arroio
Tal informação corrobora para este estudo, Moinho (Tabela 2) e, na medida em que
pois em grande parte de sua extensão, a mata ambos os cursos hídricos percorrem o trecho
ripária é inexistente ou escassa na microbacia urbano, reduziram sua diversidade. Isto pode
do rio Fiúza. Para a estruturação da teia trófica ser explicado pelo fato de receberem grande
envolvendo macroinvertebrados bentônicos, a aporte de efluentes domésticos, bem como
deficiência em número de representantes deste a ocorrência de outros impactos ambientais
nicho trófico pode afetar o estabelecimento de evidentes, como erosão das margens e ausência
relações ecológicas. de mata ripária. O arroio Moinho, além de
Chironomidae foi o táxon mais receber impactos similares ao rio Fiúza, tem
abundante (Tabela 1). Os Chironomídeos, como desvantagem a sua menor vazão de
dentre os bioindicadores, quase sempre se água e correntes aquáticas menos intensas e
apresentam como dominantes nos ambientes maior deposição de areia e lama. Isso implica
aquáticos, devido a sua tolerância a situações em condições deficitárias para degradação
extremas de oxigenação e por apresentarem da matéria orgânica e de outros resíduos
grande capacidade competitiva (CALLISTO depositados, consequentemente ocorrendo
et al., 2001). Sua presença é verificada uma diminuição da disponibilidade de
em todos os ambientes que apresentam micro-habitat do ambiente, resultando
características eutróficas (MARQUES et al., no comprometimento da abundância e da
1999; BUBINAS; JAGMINIENÉ, 2001; distribuição dos organismos.
Tabela 2 - Diversidade de Shannon-Wiener (H’), equitabilidade de Pielou (J’), número de
táxons EPT, riqueza total (S) e dominância (k) de macroinvertebrados bentônicos
para na microbacia do rio Fiúza
Estimador A1 A2 A3 F1 F2 F3
H’ 0,852 0,687 0,315 0,923 0,783 0,752
J’ 0,743 0,636 0,330 0,767 0,752 0,723
EPT 6 4 2 6 3 3
S 14 12 9 16 11 11
k (%) 43,36 57,04 75,37 26,90 34,65 50,00
Fonte: Autores (2012).
Nota: A = arroio Moinho. F = rio Fiúza.

COPATTI, C. E.; MOREIRA,T. B.; MENZEL, C. A. 517


Outro ponto a ser destacado é que os A ordem Ephemeroptera foi a mais
trechos A1 e F1 apresentaram os melhores abundante, com 178 indivíduos, dos quais
valores de diversidade (Tabela 2). Os trechos 120 ocorreram no rio Fiúza (Tabela 1).
A1 e F1 estão em área de transição entre Ephemeroptera apresenta maior frequência
zona rural e urbana e, assim, sofrem menos em riachos de águas limpas e constitui
efeitos danosos da poluição urbana. Ruaro et um grupo dominante nas comunidades de
al. (2010) informam que o distanciamento de invertebrados bentônicos (GOULART;
locais urbanizados reflete mudança imediata CALLISTO, 2005). Para Trichoptera,
na densidade de macroinvertebrados, mas foram coletados 170 exemplares e 3 táxons
não na sua composição, e que a natureza dos (Tabela 1). De acordo com Callisto et al.
impactos ao ambiente aquático, tanto na zona (2001), esta ordem vive em águas limpas
urbana, quanto na rural, tem peculiaridades e bem oxigenadas, com pouca quantidade
que são refletidas de maneira diferente de nutrientes, podendo ser indicadora de
pelos organismos aquáticos. De acordo com ambientes oligotróficos. Apesar das exigências
Capitoli e Benvenutti (2004), as variações quanto à qualidade da água para estas ordens,
na diversidade dos macroinvertebrados a abundância encontrada na microbacia do
bentônicos podem estar relacionadas com rio Fiúza pode ser enganosa, uma vez, que
as frequências das perturbações ambientais, a maior parte dessa abundância caracteriza
resultando assim em poucas espécies tolerantes apenas duas famílias e isso não pode ser um
nos trechos mais impactados. Neste estudo, indicativo da saúde dos ambientes analisados.
especialmente para os trechos A2 e A3, isto Na ordem Plecoptera, foram registrados
se evidenciou pela alta dominância (Tabela 2) dois táxons e apenas 12 exemplares (Tabela
de um único táxon (Chironomidae). 1). Segundo Harper e Stewart (1996), a
A menor ocorrência das ordens ocorrência e distribuição de Plecoptera são
Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera influenciadas pela temperatura da água,
(EP T ) nos trechos da área ur bana disponibilidade de oxigênio dissolvido
(Tabela 2) igualmente indica que existem (BISPO; CRISCI-BISPO, 2006), velocidade
alterações importantes decorrentes da de correnteza (SILVEIRA et al., 2006),
degradação hídrica que afetam a composição tipo de substrato e vegetação ribeirinha
da comunidade de macroinvertebrados (BISPO et al., 2002). Acredita-se que a
bentônicos. Segundo Bispo et al. (2006) e baixa abundância de Plecoptera nos trechos
Crisci-Bispo et al. (2007), estas ordens são hídricos deste estudo está em concordância
utilizadas nos estudos de monitoramento com a ausência das condições de melhor
biológico como indicadores de boa qualidade qualidade de água necessárias para o seu
de água, ocorrendo em menor frequência em estabelecimento.
ambientes impactados. Sendo assim, apesar Cur vas de rarefação calculadas
do registro de oito famílias pertencentes para 72 indivíduos (abundância total de
a essas ordens, apenas duas delas foram F3) mostraram uma riqueza esperada
encontradas com relativa abundância entre 4,45 e 12,84 táxons (Tabela 3).
nos trechos analisados: Hydropsychidae A rarefação não sofre influência das
(154 indivíduos) e Leptophlebiidae (140 variações na densidade de indivíduos por
indivíduos), (Tabela 1). área (GOTELLI; COLWELL, 2001)

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e a riqueza por rarefação é um dado de rarefação também indicam melhor
mais confiável que a riqueza observada qualidade hídrica para os trechos da área
(COPATTI et al., 2013b). E, assim como rural (A1 e F1) e para o rio Fiúza em
a riqueza observada (Tabela 2), os dados comparação com seu afluente (Tabela 3).
Tabela 3 - Rarefação calculada para 72 indivíduos de macroinvertebrados bentônicos na
microbacia do rio Fiúza.
A1 A2 A3 F1 F2 F3
Riqueza 12,27 10,12 4,45 12,84 9,91 11
Fonte: Autores (2012).
Nota: A = arroio Moinho. F = rio Fiúza.

A maior riqueza foi registrada microbacia do rio Fiúza, comparando a curva


em F1, porém examinado as curvas de do coletor para 25 táxons (Figura 1A) com
acumulação de táxons, percebe-se que ainda a curva estimada por Jack-knife1 em 31,67
não ocorreu estabilização para a comunidade táxons (Figura 1B), indicando que ainda
de macroinvertebrados bentônicos na existem táxons a serem registrados.
Figura 1 - Curvas de acumulação de macroinvertebrados bentônicos para táxons (A) e Jack-
knife1 (B) na microbacia do rio Fiúza

Fonte: Autores (2012).

Para maior precisão no diagnóstico 60 (Tabela 4). Krupek (2010) argumenta que o
ambiental na microbacia do rio Fiúza, utilizou- uso de avaliações rápidas (como este protocolo) é
se o protocolo de avaliação rápida de diversidade uma importante ferramenta no desenvolvimento
de hábitats segundo Callisto et al. (2002), em de programas de monitoramento ecológico e na
que os trechos receberam pontuação entre 31 e restauração de ambientes lóticos.

COPATTI, C. E.; MOREIRA,T. B.; MENZEL, C. A. 519


Tabela 4 - Protocolo de avaliação rápida de diversidade de habitats (CALLISTO et al., 2002)
na microbacia do rio Fiúza
Parâmetros A1 A2 A3 F1 F2 F3
Tipo de ocupação das margens 2 0 0 4 0 0
do corpo d’água principal
2. Erosão próxima e/ou nas margens 0 0 2 0 2 2
do rio e assoreamento em seu leito
3. Alterações antrópicas 0 0 0 2 2 2
4. Cobertura vegetal no leito 0 0 0 0 0 0
5. Odor da água 4 2 2 2 2 2
6. Oleosidade da água 4 4 4 4 4 4
7. Transparência da água 2 2 2 2 2 2
8. Odor do sedimento (fundo) 4 2 2 4 4 4
9. Oleosidade do fundo 4 4 4 4 4 4
10. Tipo de fundo (composição) 4 2 2 4 4 4
11. Tipo de fundo (diversificação) 2 2 2 3 3 3
12. Extensão dos rápidos 2 2 2 5 5 5
13. Frequência dos rápidos 3 2 2 3 3 5
14. Tipos de substratos 3 0 0 2 2 3
15. Deposição de lama 5 0 2 3 5 5
16. Depósitos sedimentares 3 2 2 3 5 3
17. Alterações do canal do rio 3 2 3 3 3 5
18. Características do fluxo das águas 2 5 3 5 3 5
19. Presença de mata ciliar 0 0 0 0 0 0
20. Estabilidade das margens 2 0 2 3 3 2
21. Extensão da mata ripária 0 0 0 0 0 0
22. Presença de plantas aquáticas 5 0 0 0 0 0
Total 54 31 36 56 56 60
Avaliação Alt Imp Imp Alt Alt Alt
Fonte: Autores (2012).
Nota: A = arroio Moinho. F = rio Fiúza. Alt = Alterado; Imp = Impactado.

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De acordo com a tabela 4, nenhum sp.), cinamomo (Melia azedarach), cipreste
trecho manteve sua característica natural. Os (Cupressus sp.) e principalmente Eucalyptus
trechos A1, F1, F2 e F3 foram considerados sp. e Pinus sp. Outras situações que interferem
alterados e os trechos A2 e A3 impactados, na qualidade ambiental na microbacia do rio
sendo estes os mais preocupantes. Além Fiúza são: animais mortos (margens e leito
disso, em todos os trechos avaliados, a do rio), acúmulo de lixo e entulhos (margens
água apresentou cor turva, não opaca, bem e leito do rio) e saídas de escoadouros pluviais
como assoreamento do leito do rio em despejando esgoto. O grande número de
decorrência de erosão em maior ou menor perturbações antrópicas identificadas para a
grau e certa instabilidade nas margens Como microbacia do rio Fiúza contribui para uma
característica positiva, relata-se a ausência menor ocorrência de macroinvertebrados
de oleosidade na água e no substrato para bentônicos, afetando principalmente
a microbacia. Além disso, em nenhum organismos mais sensíveis. De uma maneira
dos trechos verificou-se cobertura vegetal geral, o arroio Moinho se encontra mais
no leito, mas no trecho A1 registraram- degradado que o rio Fiúza e isso decorre muito
se plantas aquáticas (esparsas em local de em função da sua menor vazão de água, o que
remanso), representadas por Eichhornia implica em menor capacidade de degradação
crassipes (aguapés). de materiais poluentes. A menor vazão se deve
Dentre os fatores que contribuíram ao estrangulamento que o arroio Moinho sofre
para os trechos A2 e A3 terem sido e à baixa declividade, sendo que em alguns
classificados como impactados citam-se: trechos esta chega a ser nula.
tipo de fundo composto por areia e lama Além do protocolo de avaliação
e, por consequência, com uma menor rápida de Callisto et al. (2002), também foi
heterogeneidade de habitats, modificações analisada a qualidade ambiental pelo índice
do tipo canalização e, odor desagradável BMWP’, a qual aponta que em nenhum
no sedimento e água. No trecho A2, foi trecho analisado ocorreu boa qualidade da
constatado grande depósito de lama, sendo água, e mesmo uma qualificação aceitável
o fundo com mais de 75% coberto de lama só foi registrada para dois trechos (A1 e
(Tabela 4). A presença de sedimentos F1), sendo nos demais denominada como
está diretamente relacionada à qualidade duvidosa (Tabela 5). A presença de impactos
do habitat aquático, mas se eles estão ambientais, principalmente decorrentes
depositados, formando calhas ou obstruindo do despejo de esgotos domésticos, é
o leito dos rios, acabam diminuindo os acentuada a tal ponto que o ambiente não
locais disponíveis para a biota aquática mais consegue manter suas características
(RODRIGUES et al., 2010), o que foi naturais. Dessa forma, muitos organismos
verificado em A2 e A3. com sensibilidade a poluição, deixam de
Nos trechos avaliados, a mata ripária ocorrer e tal ausência reduz a pontuação do
apresentou-se restrita, com extensão índice BMWP’ nos trechos mais afetados. A
inferior a 6 m, e muitas vezes não natural, par disso, muitos dos organismos presentes
com presença de vegetação exótica, como estão adaptados às condições ambientais
taquara (Merostachys multiramea), uva-do- e apresentam limites de tolerância a
japão (Hovenia dulcis), limoeiro (Citrus diferentes alterações na mesma.

COPATTI, C. E.; MOREIRA,T. B.; MENZEL, C. A. 521


Tabela 5 - Pontuação pelo índice BMWP’ na microbacia do rio Fiúza
Trecho A1 A2 A3 F1 F2 F3

Pontuação 80 57 46 75 54 50
Qualidade Aceitável Duvidosa Duvidosa Aceitável Duvidosa Duvidosa
Fonte: Autores (2012).
Nota: A = arroio Moinho. F = rio Fiúza.

Callisto et al. (2001) argumentam podem ser importantes para diagnosticar


que o índice BMWP ’ é um modelo os impactos ambientais, principalmente
adequado para evidenciar o papel dos se acompanhados da análise de outros
macroinvertebrados bentônicos como parâmetros. Neste sentido, a avaliação destes
bioindicadores da saúde de ecossistemas parâmetros, também, é preocupante para a
aquáticos. No presente estudo, tal modelo, microbacia do rio Fiúza, especialmente para
somado aos indicativos de composição pH, DQO e turbidez. Usualmente sistemas
e diversidade de macroinvertebrados biológicos são bastante sensíveis a tais
bentônicos, demonstra que todos os trechos parâmetros. A medida DQO, por exemplo, é
estão impactados, especialmente naqueles utilizada para estimar a presença de matéria
localizados na zona urbana. orgânica presente na água. Neste estudo,
Apesar de índices biológicos indicarem tais parâmetros são mais preocupantes
a qualidade do ambiente a partir de um ponto no rio Fiúza, que é justamente o recurso
de vista de uma história de poluição, valores hídrico de captação de água para consumo
físico-químicos e microbiológicos também no município (Tabela 6).
Tabela 6 - Parâmetros físico-químicos e microbiológicos da qualidade da água na microbacia
do rio Fiúza
Parâmetros VMP Rio Fiúza Arroio Moinho
pH 6,5 a 8,5 5,91 5,94
Alcalinidade 250 10 10
Dureza 500 30 50
Amônia 1,5 0,15 0,23
DQO 5 445,05 161,60
Turbidez 5 14,13 6,03
Coliformes totais 5.000 210 1.100
Coliformes termotolerantes 1.000 20 1.100
Mesófilos heterotróficos Ausente Ausente Ausente
Fonte: Autores (2012).
Nota:VMP = Valor máximo permitido.

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Em relação aos coliformes monitoramento na área ambiental deve ser
termotolerantes (Tabela 6), que indicam entendido como uma medida preventiva,
contaminação por material fecal, a utilizado para evidenciar ou medir um risco
concentração no arroio Moinho encontra-se (PIVETTA, 2001). A avaliação ambiental
acima do valor máximo estabelecido, sendo proposta neste trabalho mostrou-se
tal água imprópria para os usos das Classes como um método viável, pois integram
I, II e III (BRASIL, 2005). É possível que per tur bações aquátic as e terrestres,
a presença de contaminação de coliformes parâmetros biológicos e físico-químicos,
termotolerantes não implique necessariamente podendo-se determinar com maior eficácia
em um desequilíbrio ecológico, mas o conjunto o efeito dos impactos antropogênicos na
das informações analisadas para a microbacia qualidade ambiental de microbacias.
do rio Fiúza (Tabelas 1 a 6 e Figura 1)
demonstra que impactos ambientais ocorrem Conclusão
comumente e tendem a comprometer a
biodiversidade local. A microbacia do rio Fiúza apresenta-
De acordo com Copatti et al. (2013b) é se alterada, principalmente devido à
necessário integrar as ferramentas biológicas atividade antrópica (como despejo de esgoto
(diversidade, índices bióticos) com as doméstico e a destruição da mata ripária),
análises físicas e químicas e do ambiente não apresentando mais suas características
físico para diagnosticar a degradação de naturais. Os trechos hídricos localizados
rios de pequena ordem sujeitos a ações na zona urbana apresentaram a qualidade
antrópicas. Cada um desses indicadores se ambiental mais precária. As alterações
torna significativo a sua maneira, pois são antrópicas são refletidas pela menor
criados visando um destino diversificado abundância de alguns táxons e grupos tróficos
para a água, então é importante ter uma de macroinvertebrados bentônicos, bem
visão que integre um conjunto de avaliações como alterações de habitat e de parâmetros
(BOLLMANN; MARQUES, 2000). O físico-químicos e microbiológicos da água.

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