Resumo - Estudos Epidemiológicos

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Resumo

Estudos
Epidemiológicos

Lara Frangiotto Lopes


Universidade Federal do Paraná
Resumo de Estudos Epidemiológicos 2

1. Introdução
A escolha de um delineamento apropriado para um estudo é um passo crucial
em uma investigação epidemiológica. Para tal, deve-se levar em consideração as
vantagens e desvantagens que cada estudo traz, e escolher o que melhor se encaixa em
sua pesquisa. É importante lembrar que todos as potenciais fontes de vieses e de
confusão devem ser consideradas e minimizadas.

2. Estudos Observacionais
É um estudo onde o investigador mede, mas não intervém. Podem ser divididos
em estudos descritivos ou analíticos:

1. Descritivo: limita-se a descrever a ocorrência de uma doença em uma


população. É raro encontramos um estudo descritivo raro. Geralmente é a
primeira parte em uma investigação epidemiológica. Suas desvantagens incluem
a presença de casos altamente selecionados, o que pode trazer um viés muito
grande a pesquisa, resultados imprevisíveis e a perspectiva do pesquisador.
Exemplos: Relatados de casos ou série de casos.

2. Analítico: aborda a relação entre o estado de saúde e as outras variáveis.

2.1. Ecológico (ou de correlação):

É o estudo de uma população em uma área geográfica definida. Avalia a


influência socioambiental no processo saúde-doença. São úteis para gerar hipóteses,
sendo as unidades de análise, grupos de pessoas e não indivíduos. Podem ser feitos
comparando-se populações em lugares diferentes ao mesmo tempo ou, em uma série
temporal, comparando-se a mesma população em diferentes momentos.

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Como vantagens: é um estudo rápido, barato com a possibilidade de gerar


hipóteses. Porém, traz como desvantagens a impossibilidade de associação da doença
com a exposição a nível individual e vários fatores de confusão.

A falácia ecológica ocorre, pois, a associação observada entre as variáveis no


nível de grupo não representa, necessariamente, a associação existente no nível
individual.

2.2. Estudos transversais (seccionais ou de prevalência):

Medem a prevalência da doença, sendo as medidas de exposição e efeito


(doença) realizadas simultaneamente. Pode ser comparado a um “retrato” retirado da
situação no momento da análise. São relativamente baratos, fáceis de conduzir e úteis
na investigação das exposições que são características individuais fixas tais como grupo
ético e grupo sanguíneo. Como desvantagem possui a incapacidade de testar hipóteses,
pois as variáveis são colhidas ao mesmo tempo.

2.3. Estudo de casos e controle:

Geralmente, pode ser utilizado para investigar a causa das doenças raras. Inclui
pessoas com a doença e um grupo controle composto de pessoas não afetadas pela
doença ou variável de desfecho. São sempre longitudinais pois há coleta de dados em
dois momentos distintos e retrospectivos, uma vez que o investigador busca, no
passado, uma determinada causa/exposição para a doença ocorrida.

Etapas:

o Estabelecer critérios de exclusão e inclusão


o Casos → pacientes doentes; Controles → pacientes não doentes
o Pareamento dos grupos (sexo, idade, nível socioeconômico, etc.)
o Procurar exposição – questionário, investigação, prontuários, etc.

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Como vantagens possui a facilidade de execução, o custo relativamente baixo, o


tempo relativamente rápido e a análise de vários preditores. Porém, em contrapartida,
apresenta dificuldade de seleção e de obtenção de informações precisas e
impossibilidade de obter-se o risco relativo.

Figura 1. FONTE: Imagem retirada do livro Epidemiologia Básica – Bonita

2.4. Estudo de coortes (longitudinal ou de incidência):

Iniciam com um grupo de pessoas livres da doença, que são classificados em


subgrupos, de acordo com a exposição a uma causa potencial da doença ou desfecho
sob investigação. É comparado a um “filme” da situação em um período
(longitudinal). Podem ser retrospectivos ou prospectivos. Eles fornecem a
incidência da doença, a melhor informação sobre a etiologia das doenças e a medida
mais direta do risco de desenvolvê-la. São caros e requerem um longo período de
tempo, possuem pouca precisão em doenças raras, viés na seleção de exposição e
possíveis perdas durante o acompanhamento.

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Figura 2. FONTE: Imagem retirada do livro Epidemiologia Básica - Bonita

Medida de ocorrência
Tipo de estudo Medida de efeito Observação Custo
estimável
Momentâneo
Transversal Prevalência Razão de prevalência Mais barato
ou retrospectivo
Prevalência de
Caso-controle Razão de odds Retrospectivo Intermediário
exposição

o RR ou razão
o Incidência de
cumulativa. incidências
o Taxa de cumulativas. Prospectivo ou
Coortes Mais caro
incidência ou o Razão de retrospectivo
densidade de taxas de
incidência (DI). incidência ou
de Di.

3. Estudos Experimentais ou de Intervenção


Envolvem a tentativa de mudar os determinantes de uma doença ou cessar seu
progresso através de um tratamento.

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1. Ensaio clinico randomizado


É um estudo prospectivo que compara duas ou mais investigações e/ou
um placebo. É o padrão ouro para determinar a eficácia de intervenção. Possui
vários subtipos:
o Cross over → todos recebem o mesmo medicamento, sendo que os
diferentes grupos servem de controle uns para os outros.
o Duplo-cego → nem o examinado e nem o examinador sabem quem
recebe intervenção e quem é placebo.
o Cego → uma das partes não sabe quem recebe intervenção e quem é
placebo.

Vantagens

o Fatores de prognósticos balanceados entre grupos devido a


aleatoriedade

o Coleta detalhada de informações

o Dose pode ser pré-determinada

o Cego diminui distorções

Desvantagens

o Generalização dos efeitos na população externa reduzida por


causa das exclusões

o Demorado

o Amostras grandes

o Custo elevados

o Dificuldade com aderência das intervenções

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Figura 3. FONTE: Imagem retirada do livro Epidemiologia Básica - Bonita

2. Ensaio de campo
É semelhante ao ensaio clínico, a diferença consiste na amostra pois no
ensaio clinico a análise do efeito é baseada nos doentes, e no ensaio de campo
analisa-se o efeito em pacientes sadios. Sua vantagem é que os dados são
coletados na população em geral, porém é mais caro e com maior duração.

3. Ensaios comunitários
Envolve a intervenção em uma comunidade ao invés de intervenções
individuais. Avalia a eficácia de promoções primarias em saúde que buscam
modificar fatores de risco. Como limitação possui a dificuldade de limitar a
comunidade.

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Relato de caso

Descritivos

Série de caso

Observacionais Transversal

Caso-controle

Analíticos
Estudos
Coorte
Ensaio Clinico
Randomizado
Ecológico
Intervencionais Ensaio de
campo

Ensaio
comunitário

Referências Bibliográficas

1. Epidemiologia 2º ed – Roberto A. Medronho.


2. Epidemiologia básica 2º ed – Bonita R., Beaglehoke R. , Kjellstrom T.

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